Simplesmente Complexo escrita por Julie Blair


Capítulo 6
Capítulo 6




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- Bom dia Dra. Brennan!

Ben me trazia em uma bandeja café da manhã. Olhei em volta, e aliviei-me ao perceber que não havíamos dormido juntos. Aquele com certeza era um quarto de hóspedes, e eu estava completamente vestida, e com minhas roupas.

- O que aconteceu? 

Apressei-me, e tentei levantar meu braço para verificar as horas. Meu braço doía, assim como o meu corpo. O relógio estava arranhado, o meu pulso cheio de cortes, mas ainda assim verifiquei que era cedo... Ótimo!

- Você bateu com o carro nos pinheiros da frente... Escutei o barulho, estava por ali, e corri para ver o que havia acontecido. Você estava desacordada, carreguei-a até aqui, e dei alguns antibióticos sem contra-indicações. 

- E Booth? Ele ligou pro meu celular?
- Não sei... Seu celular tocou algumas vezes, mas não quis atender.

Apressei-me, precisava ligar para Booth. Ele certamente não entenderia, mas precisava ir embora, precisava dormir na minha cama, estava exausta! Meu celular fora cuidadosamente colocado em cima da cômoda, apenas peguei-o com pressa e disquei o número de Booth. Logo, ele atendeu:

- Brennan, que bom que consegui falar com você! Aonde é que você está?
- É difícil explicar pelo telefone Booth... Mas venha me buscar na casa de Ben, o mais rápido possível.

Uma pausa se deu até que ele voltasse a falar.

- Você dormiu aí, nessa noite?
- Dormi Booth. Booth, eu preciso que venha aqui!
- Acho que na verdade você não precisa, Bones.

E então, ele desligou. Tentei ligar mais algumas vezes, mas seu celular havia sido desligado. Sabia o quanto seria difícil explicar a Booth a situação... Sabia o quanto seria difícil que ele entendesse que eu jamais o trairia, pois ele era o único homem com quem me imaginava, o único homem que eu verdadeiramente queria.
Meus pensamentos foram interrompidos por Ben, que ofereceu-me uma carona. Mas sabia quantas complicações poderia trazer aquela simples carona, então liguei para meu pai, ele com certeza não se importaria em me buscar.

Meu pai... É, ele nunca mais cometeu nenhum crime. Sua única profissão, além de professor de ciências do Jeffersonian, era de avô coruja. Claro que ele não mudou, mas seus interesses passaram a ser outros.

- Claro querida, estou indo praí.

Ele respondeu.

Então juntei minhas coisas, e fui para porta da frente. Ben queria que eu tomasse café, mas não podia aceitar... Precisava sair dali o mais depressa possível. 
Passaram-se quinze minutos e meu pai já buzinava na frente da casa. Atravessei o quintal e o vi sorrindo para mim, como se sentisse saudades.

- Querida!

Abracei-o.

- O que você está fazendo aqui? Não deveria estar com o Agente Booth? Quem era esse cara que estava no portão? Estou achando estranho querida...
- Ontem sofri um pequeno acidente e acabei tendo que ficar aqui, pai. Não é o que está pensando... E Booth e eu, foi apenas um mal entendido.
- Você está bem querida?
- Claro, foi apenas um pequeno acidente...
- Sabe, eu e sua mãe não nos entendíamos sempre... É comum brigar, discordar... Faz parte querida.
- Eu e Booth não brigamos com frequência.
- Eu sinto muito querida... Mas um casamento é assim, cheio de ídas e vindas.

Ele deu um sorriso tentando reconfortar-me, mas aquele sorriso causou o efeito contrário em mim. O sorriso não amenizou as suas palavras... Me assustava pensar que haveriam outras brigas, que nos machucaríamos outras vezes, talvez de tal forma que o amor se desgastasse. Mesmo que pra mim fosse impossível deixar de amá-lo, me assustava pensar que talvez, o amor de Booth, não fosse o suficiente. Mesmo que ao olhar pra ele me sentisse segura e confortável, bastava tirar os olhos dele que um sentimento de insegurança novamente voltava á tona. E ao mesmo tempo que o amava, imaginava se um dia não poderia mais tê-lo. Era como se em cada segundo, eu imaginasse que tudo fosse se acabar e eu me perderia mais uma vez na minha razão e pouca vida. Era como se vivesse em um paradoxo da minha própria existência... O meu mundo passara a depender de uma só.


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