Voz: Booth

- Esse lugar tem muitos insetos! Não vou conseguir dormir aqui!

Max resmungava, enquanto passava nos braços o repelente.

- Apenas deite e durma, Max.

Meu tom foi firme... Estava exausto. O piloto já havia dormido há horas... Restara apenas nós dois, mas não pretendia dormir naquela noite.

- Não vou dormir. Não antes de conversar .

- Não precisa, Max.

- Precisa.

Max pousou a mão direita sobre meu ombro, e continuou...

- Estou tão preocupado quanto você. Temperance é minha filha, e não consigo imaginar o que aconteceria comigo se algo lhe acontecesse. Ela não é sua responsabilidade... Ela é minha... Sempre foi.

Nunca havia o visto tão sério antes. Suas palavras eram ditas cheias de dor e remorso, era visível o sentimento de culpa que o consumia.

- A Bones começou a ser minha responsabilidade desde o dia em que a conheci. Se estamos aqui hoje, a culpa é minha... Eu nunca deveria ter deixado ela sozinha. Nunca.

Um pequeno silêncio pairou pelo ar... Ficamos imóveis, por um tempo, até que Max batesse de leve em minhas costas.

- Meu filho, acredite em mim, encontraremos a Temperance. Ela diria agora que não temos como saber ao certo... Mas eu ligo? Não. A encontraremos, tenho certeza disso.

Max deu um pequeno sorriso, tentando amenizar a tensão em que nos encontrávamos. Funcionou.

- Quando voltarmos para Washigton DC, aceito o seu desafio.

- Que desafio?

- Aquele do futebol americano...

- Ah, duzentos dólares se for melhor do que eu. Mas tem certeza que pode jogar? Quero dizer... Está velho... Não está em boa forma.

- Não é o que me dizem!

- Acho que tem que perguntar para as pessoas certas.

- Temperance? Ela diz que você é bonito? Se sim, não devo perguntar a ela.

E assim começou uma incessante discussão, que foi interrompida apenas e somente pelo clarear do céu... A chegada do Sol... Que indicava estar na hora de partirmos mais uma vez.