Simplesmente Complexo escrita por Julie Blair


Capítulo 44
Capítulo 44




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Voz: Brennan

- Temos como parar agora? Acho que não consigo continuar.

Zora balançou a cabeça afirmativamente, acompanhada de Caio e Jung. Estava desapontada comigo mesma... Com meus limites. Queria ser como eles, capaz de continuar o percurso... Mas meu corpo não respondia, ele pedia por um pouco de descanso.

- Mani – Aiá só precisa caminhar mais um pouco... Jung vai achar lugar perto e seguro.

Jung pegou minha mão, guiando-me para um lugar que aparentemente já conhecia. Ás vezes esquecia que aquele era o seu lar... Que o conhecia, tão bem.

 Chegamos a uma gruta, Jung estava prestes a acomodar todos ali, até que Zora interferiu.

- Óbvio demais. Eles procurariam na gruta, obviamente. Não estamos mais tão seguros, Jung... Precisamos de um lugar onde eles não possam chegar.

As palavras de Zora o fizeram pensar e, rapidamente, transparecer haver tido uma idéia.

- Já sei. Vamos dormir na Árvore da Colina. Abaetés¹ nunca vão achar Jung, Mani – Aiá, Zora e Caio lá.

- Jung, é impossível. Não tem como dormir lá... É alto demais... E os galhos não se unem.

- Jung teve idéia. Jung precisa de tecido na bolsa de Zora.

Quando Zora tirou o tecido de dentro da bolsa, entendi qual era a idéia de Jung. Era fascinante, brilhante! Andamos por mais quinze minutos, até chegarmos a Árvore da Colina. Mais tarde fui descobrir que seu nome era devido à altura que tinha... Era impossível enxergá-la inteira.

Estava anoitecendo... Jung estendeu o grande tecido no chão e o partiu em quatro partes com o auxílio de uma lança. Todos subimos pela árvore, o máximo que conseguimos... Até estarmos exaustos. Jung primeiro pegou seu tecido e amarrou uma das pontas no galho em que estava e, logo após, a outra no galho ao lado. Fez isso com o meu tecido e o de Zora, enquanto Caio amarrava o seu. O tecido era resistente, grosso... Jung amarrou firme, para que não corrêssemos perigo. Ainda assim, tive medo... Estávamos a metros e metros do chão... Era como deitar em uma “rede de praia” presa no último andar de um edifício. Mas mesmo relutante, aquela era a única opção... Deitei-me e fiz questão de esquecer o quão longe estávamos do solo.

- O céu está lindo, não está?

Zora disse, apontando para o céu estrelado acima de nós. Sim, podíamos ver o céu daquele lugar... Eram poucos os galhos acima de nós, fazendo-nos ter uma visão quase perfeita da noite.

- Está. Realmente lindo!

Zora começou a rir, e consecutivamente, eu também. Não acreditava na situação... Iríamos mesmo dormir ali, naqueles panos que inicialmente seriam vestidos para Zora. E pelo visto, a situação não era nova apenas para mim... Zora, embora menos assustada, estava igualmente surpresa com a situação.

- Jung quer dormir! Mani – Aiá e Zora podem rir mais baixo?

Pouco adiantou a reclamação quase que infantil de Jung. Jung logo desistiu e pegou no sono, assim como Caio.

- Como é fazer sexo com alguém?

A pergunta de Zora, feita de repente, me pegou desprevenida.

- Depende do alguém.

- E se eu fizesse com Jung?

- Creio que teria um sexo muito satisfatório. Você o ama, certo?

- Amo.

- Então seria bom, realmente bom.

Fiquei um tempo em silêncio, pensando em minha resposta. Zora não respondeu, creio que pegou no sono, ou se perdeu ao imaginar como seria ter Jung um pouco mais para si.

Não responderia o mesmo, há anos atrás... Mas descobri que era assim, desde que tive a minha primeira vez com Booth.

- Pode ser este suéter?

- Pode. Ficarei bem. Obrigada.

- Certo. Deixe-me ajudá-la com o...

- Não, posso arrumar as coisas. Obrigada, Booth.

- Certo. Tudo bem. Boa noite, Bones.

- Boa noite, Booth.

Aquela noite mudaria completamente nossas vidas.

- Você pode...

- Posso. É por isso que estou aqui. Estou aqui. Eu sei. É difícil...

Suas mãos deslizaram por meus braços, acariciando-os. O formigamento causado por seu toque me fazia precisar de mais... Entre as lágrimas, aspirava seu cheiro... Que me reconfortava, preenchia o vazio causado pela dor. Deslizei de leve minhas mãos por seu peito, sentindo-o mais, ocupando mais o vazio. Booth puxou-me para si, fazendo com que nossos olhos se encontrassem. Afastou os cabelos que cobriam parte de meu rosto, e puxou-me ainda mais, até que estivesse perto o suficiente para um beijo. Booth desviou os olhos que fitavam meus olhos para a minha boca... Acariciou levemente meu rosto, e aproximou-se. Restara uma pequena distância para mim, que percorri, até encontrar seus lábios. Quando nossos lábios se tocaram, o queria ainda mais... A sensação de sua boca na minha, o formigamento de nossa pele em contato, tudo contribuiu para que tirasse sua camisa. Passei mais uma vez minhas mãos em seu peito, agora nu... Em meio aos beijos, que faziam arder meus lábios. Booth tirou o suéter que havia me emprestado, eu tirei sua calça, e logo depois ele tirou a minha. Entre beijos e carícias, ficamos nus... Vulneráveis... Um ao outro. Booth deixou um beijo em minha testa antes de perguntar...

- Está pronta?

Balancei a cabeça afirmativamente, puxando seu corpo para o meu, e sentindo-o dentro de mim. Suas mãos deslizaram por meu corpo, enquanto segurava firmemente suas costas, sentindo cada formigamento causado por seu toque, e por seu corpo que em parte pertencia ao meu. Antes de dormirmos, Booth deixou um beijo em meu pescoço, acompanhado de um em meus lábios.

-Boa noite, Bones.

-Boa noite, Booth.

E com essa lembrança, adormeci.


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Notas finais do capítulo

Glossário:
1. Abaeté: Homem ruim, espírito ruim.



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