Simplesmente Complexo escrita por Julie Blair


Capítulo 33
Capítulo 33




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/166405/chapter/33

Voz: Brennan

Jung estava nervoso... Seu corpo contra a água fazia um barulho ainda mais forte. Estávamos com pressa... Sabíamos que estavam vindo atrás da gente, provavelmente tinham barcos... Não podíamos arriscar. Jung não teve tempo de me fazer um sinal, mas entendi... Precisávamos nadar, o mais rápido possível... Precisávamos tentar. Buscava ar poucas vezes, não tínhamos tempo... Ele se esgotava, cada vez mais. Senti que nos aproximávamos do solo, mas Jung continuou na mesma direção, então presumi que esse era seu objetivo. Fez sinal para que corresse, e pegou um barco que estava preso ali adiante. No barco, um lampião que fraquejava. O deixamos ali, no centro do barco. Desamarramos, pegamos os remos, e empurramos o barco para o rio. Jung me ajudou a subir, e logo depois, remamos com todas as nossas forças para longe dali. A luz estava fraca, não enxergávamos com precisão o que estava acontecendo, ou por onde remávamos... Mas Jung sabia, ele conhecia aquela floresta como se fosse sua. E ele remava, com força... Enquanto escutávamos os tiros ao longe, com medo de que viessem em nossa direção.

- Abaetês tem muitas armas... Jung e Mani – Aiá precisam remar mais depressa!

E assim fizemos, remamos o mais depressa que pudemos... Até que a situação piorasse...

- Mani – Aiá! Mani – Aiá! Você está bem?
- Estou... E você Jung?

Jung não respondeu. Apenas sentiu que entrava água no barco... Haviam nos acertado.

- O Barco agüenta até a outra ponta Mani – Aiá?

Calculei a velocidade e a distância aproximada... Faltavam quinze minutos.

- Acho que sim... Só preciso de algo que impeça a água de entrar, Jung...

Jung arrancou algumas raízes enquanto remava com apenas um dos remos, até que apanhasse uma grande raiz.

- Jung, acho que é o suficiente.

Esculpi a raiz rapidamente para que entrasse no furo deixado pela bala... A água ainda passava, mas o barco agüentaria os quinze minutos tranquilamente. Remamos com certa pressa... Quando os tiros pareciam cessar, voltavam... E com essas idas e voltas, apurávamos constantemente. Chegamos ao destino em dez minutos e abandonamos o barco. Corremos, com a mesma velocidade com que remávamos... Passaram-se 30 minutos, estávamos exaustos! Não agüentaria correr mais... Estava cheia de feridas, em minhas pernas e braços... A dor apenas aumentava com o esforço. Jung então olhou para uma grande árvore, e sorriu...

- Chegamos! Mani – Aiá e Jung vão dormir no topo da árvore... Estamos seguros agora.

Nunca havia dormido em uma árvore, aquela seria a primeira vez. Jung me ajudou a subir, estava tão cansado quanto eu. Subimos bastante, até que novamente me surpreendesse. Em um enorme galho avistei uma escada improvisada de madeira, que certamente nos levaria a algum lugar. Jung voltou-se para mim... Sorrindo, ao perceber minha surpresa. Subimos a pequena escada, até que chegássemos em uma realmente pequena e modesta casinha de madeira. Ela se escondia entre os galhos e vegetações... Aquela não era uma árvore comum, como pensava inicialmente. Na casinha, logo avistei dois colchonetes enrolados e empoeirados, ao canto. Jung me ajudou a sacudi-los e estende-los... O espaço da casinha se resumia em dois colchonetes estendidos. Me deitei, ao lado de Jung...

- Thor construiu esse lugar com Jung...
- Um dia ainda vamos encontrá-lo, Jung. Você terá seu amigo de volta.
- Como Mani – Aiá pode ter certeza? É impossível pra Jung...
- Não, não é. Fizemos o impossível hoje... Por sua causa. Apenas quero retribuir... Fazer o impossível por você.
- Obrigada, Mani – Aiá...
- Aliquam, Jung.

E adormecemos, a pés e pés do solo... Cansados e felizes... Por podermos acreditar mais uma vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Simplesmente Complexo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.