A noite chegara. Booth me apressava para ir pra casa enquanto eu encontrava mais coisas para fazer. Mas por mais que levasse muito em consideração as minhas responsabilidades, não resisti por muito tempo. 

- Ah, vamos Bones! Qual é, seus ossinhos podem esperar até amanhã!
- Booth, vá você... Eu estou com um carro reserva por aqui...
- De jeito nenhum, só vou embora quando você for! Ah Brenn, a Sophie está nos esperando... Disse que ensinaria matemática pra ela...
- Você não é a pessoa mais adequada para ensiná-la... 
- É claro que eu sou! Bones, são cálculos! Qualquer um sabe fazer... Além do mais, eu sou o pai, muito melhor do que qualquer professor!
- Você sabe que Sophie sabe fazer equações de segundo grau de cabeça não é? Você acredita que ela não está entendo a matéria de sua série?

Ver Booth pensando era irresistível.

- Hoje é a minha noite com ela! Nem vem Bones!
- Ok, ok... Mais um motivo pra mim ficar aqui, no trabalho.

Booth novamente ficou pensativo...

- Ok Bones, você venceu... Vamos embora, todos nós iremos jogar cartas.

E então, com um sorriso vitorioso, deixei o Jeffersonian.

Sophie... Por enquanto, era a nossa única filha. Não sabia ser possível amar tanto outra pessoa, havia descoberto isso com ela, ao vê-la pela primeira vez. 
No início tive um pouco de dificuldade... Mas Booth me ajudou, e com o tempo, tornou-se normal estar com ela e ensiná-la sobre o mundo e todas as coisas que não sei. Por um tempo tentava evitar as suas perguntas, afinal, muitas delas eu não sabia ao certo como responder. Mas Booth sabia... E todas as vezes que ele se deparava com essas situações, usava toda a sua graça para responder as perguntas uma por uma.
Confesso que ás vezes escorava-me á porta apenas para vê-lo respondendo as perguntas de Sophie com todo o seu afeto, atenção e paciência... As duas pessoas que mais amo, juntas, era lindo observá-los assim. Mas com o passar do tempo, as perguntas sobre o cotidiano transformaram-se, para meu orgulho, em perguntas científicas.

Ela queria saber sobre as órbitas dos planetas, o porquê da chuva, do arco-íris, e do dia e da noite. E com os anos que passavam, perguntas mais complexas vieram.

Sophie estava com 7 anos. Mesmo com a pouca idade, Sophie era excepcional. Fora adiantada 4 anos na escola, pois por saber mais que todos os colegas, e até mesmo mais do que alguns professores de sua série, acabava desviando a atenção da turma. E bom, não só a inteligência de Sophie a tornava especial... Mas também todas as formidáveis características que herdara de Booth... Como a facilidade de tornar as situações mais fáceis e o coração de leão. Tinha uma família maravilhosa, uma vida que nunca ousara imaginar... Queria deixá-la exatamente assim, afinal, não acreditava possível ser melhor.