Primeiro problema em Forks

Capítulo 9

O Veredicto

POV Rosalie

Eu estava presa na garagem com o idiota do meu irmãozinho caçula, caçulas são mesmo como uma sarna que você coça, mas não pode se livrar.

Meu pai deu dez palmadas na bunda da minha irmã, eu sabia que não teria a mesma sorte, não porque ela era a bonequinha do papai, afinal de contas eu era sua princesinha, mas sim pelo vacilo que Edward e eu demos.

Mas eu nunca iria reconhecer isso.

Nossos carros todos já haviam chegado no dia anterior e ocupavam toda a garagem junto com algumas caixas.

As caixas com nossos equipamentos de viajem estavam todas alí. Essa garagem de Forks tinha sido equipada com armários pra guardar de tudo, desde nossos materiais esportivos e ferramentas até mochilas e passaportes, principalmente porque aqui tem seres que sabem da nossa existência, em caso de fuga, tinha que estar tudo à mão.

Papai já ia acertar as contas com Jasper quando eu comecei a rir do meu irmão que estava choramingando e alisando seu Aston.

"Despedindo-se da namorada Edward?"

Ele olhou pra mim irritado e estourou uma briga.

ED-"Cala boca sua loira burra, a culpa é toda sua!"

RS-"Buuurra não! Porque eu entendo mais de carros do que você!"

ED- "Bruxa sem coração!"

RS- "Bebe chorão!"

ED- "Idiota!"

RS- "Otário!"

ED- "Sua metida!"

RS- "Moleque mimado!"

ED- "Moleque mimado, eu? Você é que é uma mimada ridícula!"

RS- "Quer saber Edward? Vá lamber sabão!"

RS- "Vá você!"

ED- "Vá você!"

RS- "Você!"

ED-"Você!"

"Porque não vão os dois?"

A voz do meu pai ecoou pela garagem e nós congelamos, não o tínhamos visto parado ali.

Seus braços estavam cruzados sobre o peito olhando pra nós.

"Droga! não era pra ele estar dando uma surra no Jazz agora?"

Eu pensei.

Meu irmão levantou as sobrancelhas em resposta a minha pergunta mental.

Foi então que me lembrei da ameaça que ele fizera ao subir as escadas puxando Alice pelo punho. Meu irmão gemeu baixinho.

"Merda!"

Ou ele ouvira minhaepifaniaou o pensamento do meu pai.

Foi um sussurro tão baixinho que meu pai quase não ouviu. (Quase) essa era a palavra, porque meu pai descruzou os braços, mostrando o sabonete que tinha nas mãos.

"Então você quer ser o primeiro não é Edward? ABRA A BOCA!"

Ele ordenou estendendo aquele troço branco nojento na nossa direção.

Meu irmão recolheu os lábios formando uma linha e balançou a cabeça em sinal negativo com os olhos apavorados.

"Eeedwaaard..."

Meu pai avisou com uma voz baixa e perigosa.

Os olhos do meu irmãozinho marejavam de veneno.

Papai fez um movimento pra baixo, típico de quem vai pegar um chinelo, mas ele estava de sapatos.

Eu não podia acreditar na falta de sorte do meu irmão caçula, essas caixas tinham que estar alí? Meu pai farejou e encontrou seu chinelo de praia, rápido até para um vampiro.

Edward se emaranhava entre os carros e ele o perseguia.

"Venha já aqui! Edward Antony Cullen!"

"Eu já calei papai! Eu já calei! Eu não vou mais insultar minha irmãzinha linda, não é maninha?"

Eu resolvi entrar no jogo, a final eu também não queria ter a boca lavada com sabão.

"Isso mesmo maninho, nós já paramos papai, olha só."

Abracei o meu irmão, o que meu pai não viu por trás do carro, fui eu pisando no pé dele, e ele foi esperto o suficiente pra não me dedurar.

Papai parou a perseguição e apertou os olhos desconfiado.

"Eu não vou falar outra vez! Vigiem. A boca. De vocês. Já fazem mais de trinta anos que levei suas bocas e dei-lhes uma surra daquelas, só por causa disso, eu não hesitarei em fazê-lo novamente. Levem em conta a surra que vocês já tem guardada por causa da corrida. Eu vou subir pra falar com Jasper e não quero ouvir mais um piu vindo dessa garagem, entenderam?"

Edward desprendeu o pé do meu e devolveu o pisão.

Eu gemi disfarçadamente e meu pai insistiu gritando.

"ENTENDERAM!"

"Sim senhor."

Respondemos quase ao mesmo tempo.

Ele deu as costas e saiu bufando, o pobre do meu irmão Jasper estava mesmo ferrado.

A surra do Jazz foi uma tortura de se ouvir, o cinto da disciplina estralava em sua bunda e ecoava pela casa com a palestra do meu pai, soltamos o ar preso nos pulmões quando ele finalmente chorou, pois sabíamos que tinha chegado o fim.

Depois de consolá-lo, ouvimo-lo mencionar uma feira de carros.

Dessa vez o bebê chorão fui eu, eu não conseguia imaginar o meu lindo MW sendo dirigido por um humano idiota.

Dei um empurrão no meu irmão que já estava chorando também após entender claramente o que meu pai dissera.

Ele devolveu o empurrão com um insulto baixinho, começamos a discutir entre sussurros, até que ele me chamou de feia, quando menos percebemos a discussão já estava ecoando pela casa.

Edward puxou o meu brinco predileto e o atirou pelo basculante, eu me agarrei aquelas madeixas bronzeadas e de repente estávamos rolando no chão entre tapas, eu sabia que iria apanhar do papai por isso, mas antes eu iria arrancar as orelhas daquele fedelho mimado.

As mãos da minha mãe agarraram meus braços por trás e eu vi meu pai puxando o meu irmão.

Ainda ouvíamos os rosnados um do outro quando a voz do meu pai estremeceu as paredes.

"O QUE DEU EM VOCÊS?"

"VOCÊS ACHAM QUE EU ESTOU BRINCANDO?"

"ME DEEM SOMENTE UM MOTIVO PRA NÃO POR TODOS ESSES CARROS A VENDA AGORA MESMO!"

Éramos puro desespero e arrependimento.

Meu pai pegou a orelha do meu irmão com uma mão e a minha com a outra.

"Calma Carlisle! Você não vai querer fazer isso com raiva vai?"

Minha mãe pediu assumindo o controle como a única pessoa que estava pensando direito naquele momento.

"Eu não vou bater neles agora, Esme."

Ele respondeu puxando nos dois para fora da garagem pelas orelhas.

"AU! AU! AU! AU!"

Guiou-nos até a sala e jogou-nos no sofá.

"ABRAÇADOS!"

Ele não podia estar falando sério!

"AGORA!"

Seu grito fez com que nós nosagarrássemos.

"DESCULPAS!"

Nós nos desculpamos.

"BEIJO NO ROSTO!"

Nós nos beijamos.

Ele respirou fundo e parou de gritar.

"Vocês vão ficar aqui de castigo abraçados até eu me acalmar e decidir o que fazer, e eu juro por Deus que vão se arrepender se voltarem a brigar."

A minha mãe o acompanhou subindo as escadas, e olhou pra nós com um olhar de decepção, ele olhou pra trás e ordenou ao meu irmão.

"E mantenha o seu radarzinho desligado dos nossos pensamentos, concentre-se em outra coisa, isso é uma ordem!"

"Vamos amor!"

Minha mãe pediu abraçando-o pela cintura o impulsionando a continuar subindo.

Ficamos abraçados de lado por mais ou menos uma hora, aquela tortura me pareceu mais um dia inteiro.

O grande Carlisle voltou com um veredicto e com todos os meus irmãos.

Todos gemeram ao sentar-se, Jasper estava de moletom, Emmett de pijama e Alice ainda com seu vestidinho, é claro.

"Aqui está o que vai acontecer..."

Ele parecia calmo e determinado.

"Vocês vão ficar de castigo juntos no quarto de Edward, Emmett vai para o seu quarto deixando Jasper sozinho no de hóspedes e Alice sozinha no deles, até segunda ordem, com exceção de Alice, que eu já disse que ficará até amanhã."

Revirei os olhos disfarçadamente, mas meu pai viu.

"Não adianta fazer careta não mocinha, você sabe muito bem que ela só desobedeceu a uma ordem, enquanto você extrapolou todos os limites hoje."

Isso não era nada, o pior ainda estava por vir, os carros.

"Os carros de Edward e Rose, serão todos vendidos, com exceção do Volvo, que não pertence só aos dois, mas aos cinco, a partir de hoje nessa garagem somente estarão, o Jipe do Emmett, o carro que Alice e Jasper compartilham, o Volvo de vocês cinco irem para escola, e a minha Mercedes."

Eu sentia as minhas lágrimas escorrendo e ouvia Edward soluçando baixinho.

Nenhum dos cinco está autorizado a dirigir até segunda ordem, sua mãe e eu vamos levá-los e buscá-los da escola enquanto durar o castigo, sua mãe vai levar Emmett, Jasper e Alice no Volvo, eu levarei vocês dois na Mercedes.

E isso seria mega constrangedor, nem Edward tem mais idade pra ser levado pro colégio pelos pais, mesmo que no primeiro ano ele é sempre matriculado com dezesseis, ele teria idade pra dirigir.

"O Jipe ficará guardado já que passeios e caças distantes estão proibidos."

Os garotos gemeram, eles detestam caçar perto de casa.

"Se até o natal vocês se comportarem, eu vou pensar em dar a vocês dois um carro pra cada."

Ele apontou pra nós.

Isso era pior do que qualquer surra, os carros que Edward e eu colecionávamos eram relíquias que nem eram mais fabricadas, mesmo que eu ganhasse outro MW e Edward ganhasse outro Aston, tínhamos peças que jamais seriam repostas.

Senti pena do Edward, pois eu tinha Emmett e o garoto nem se quer tem uma namorada. Se os carros eram quase tudo pra mim, eram tudo pra ele.

"Tvs, Video games, internet, celurares, estão proibidos enquanto durar o tempo nos quartos, depois estarão de castigo em casa, sem piano sem esportes sem compras virtuais, de casa pro colégio e do colégio pra casa."

Ficamos todos calados enquanto ele ditava nossa sentença.

"O tempo nos quartos, o tempo em casa, e o tempo sem dirigir, será decidido de acordo com o comportamento de vocês. Isso é tudo."

Ele começou a dispensar seus presidiários para suas celas.

"Emmett, para o nosso quarto, Alice para o seu e Jasper de volta para o quarto de hospedes."

Depois que todos já estavam escada a cima ele olhou de volta pra nós.

"Rose e Edward pro escritório juntos, pois vamos discutir a corrida de carros e vocês vão apanhar um na presença do outro."

Meu queixo caiu e meu irmão arregalou os olhos e disse sem pensar.

"Sem chance!"

"Desculpe-me filho, eu acho que eu não ouvi direito, você pode repetir?"

Meu pai falou com a voz encharcada de sarcasmo.

"Nada não..."

O idiota respondeu baixinho.

"Cara! Tem horas em que eu penso que esse garoto é suicida."

"Pra cima os dois!"

Meu pai bateu o martelo.

Continua...