(P.V. Cebola)

Cebola: Mônica? – Perguntei, ainda olhando para ela.

Ela tentou se sentar na cama, com muito esforço e ajuda do Cascão, acabou conseguindo, depois colocou a mão na cabeça, e fechou os olhos com força, parecia estar sentindo uma terrível dor.

Mônica: Ai... – Ela gemeu baixinho. Depois olhou para todos os lados, parecia desnorteada. – O que aconteceu?

(P.V. Mônica)

Mônica: O que aconteceu? – Perguntei.

Cebola: Não se lembra Mô? – Perguntou, logo me virei para ele e vi que ele estava deitado em uma cama ao lado da minha.

Eu não me lembrava, não sabia porque estava em uma cama de hospital.

Magali: Não se lembra...?... você foi sequestrada...pelo Do Contra...ai o Cebola tentou te salvar... – Quando ela disse aquilo, as lembranças vieram como um Tsunami em minha memória.

Mônica: Sim... – Disse. Logo comecei a me observar.

Vi que nos meus braços havia vários cortes, me lembrei de ter caído em cima dos cacos de vidro, notei que havia uma agulha no meu pulso esquerdo, estava recolocando o sangue perdido, e por fim meus olhos logo desceram para minha perna, que estava engessada.

Magali: Amiga? – Vi que ela estava do lado da minha cama, logo percebi que lagrimas escorriam do meu rosto. – Não fica assim Mô! – Ela me puxou para encostar minha cabeça em seu peito.

Mônica: Não se preocupe Magá! Eu vou ficar bem... – Disse. – O importante é que eu tenho vocês aqui! – Nisso, ela me abraçou mais forte.

Cascão: Pois é! Eu chorei a toa né? – Ele disse, arrancando varias risada de nós.

Magali: À toa não! Foi por uma justa causa! – Ela disse me fazendo rir.

Depois de varias risadas, Magali e Cascão fora comer alguma coisa, logo percebi que o Cebola estava muito quieto.

Mônica: O que foi Cê? – Perguntei chamando a atenção dele.

Cebola: Ham... – Ele hesitou em dizer. – Nada... – Disse dando um longo suspiro.

Mônica: Não vai falar né? – Disse olhando para ele.

Ele não me respondeu, então resolvi não insistir.

Mônica: Tudo bem... se você não quer falar, fazer o que...? – Disse, dando de ombros.

Cruzei os braços e fiz biquinho.

Cebola: A qual é Mônica! – Disse tentando não rir, provavelmente da minha cara. – Vai ficar com esse biquinho lindo?

Mônica: Vou! – Disse friamente.

Cebola: Então ta... – Disse pegando o controle da TV no criado mudo, e ligando a mesma.

Ficamos em silêncio, aproximadamente uns 40 minutos, só vendo um programa de dança que passava na TV. O Cebola tinha adormecido, eu pude ver a porta se abrindo, e lá entrou um homem com jaleco.

Doutor: Olá Mônica, que bom que acordou! – Disse baixo, para que Cebola não acordar. – Bom, seu estado, é relativamente bom, você somente fraturou a perna e levou alguns arranhões... nada que um pouco de descanso não melhore.

Mônica: Que bom, mas doutor, você sabe me dizer qual é o quadro do paciente Do Contra? – Perguntei.

Eu sei, “nossa você é maluca, depois de tudo isso, você ainda quer saber dele?”, ele é um ótimo amigo, e sempre esteve lá quando eu precisava, não significa que eu goste dele!

Doutor: Olha, o caso dele é um pouco mais grave, quando o tiro acertou, ele acabou caindo e batendo a cabeça, com tamanha força, que praticamente, perdeu toda a memória... – Disse olhando para a prancheta em sua mão.

Mônica: Então ele não se lembra do que fez? – Perguntei.

Doutor: Sim, provavelmente ele não se lembra nem do próprio nome! – Disse, em outras situações eu iria rir, mas essa era diferente.

Mônica: Ele já acordou? – Sim, adoro fazer perguntas.

Doutor: Sim, ele está no quarto, o irmão dele... Nimbus, está tentando fazer ele se lembrar de algumas coisas, mas acho que infelizmente não está dando certo... – Disse.

Mônica: Obrigada por me manter informada doutor! – Disse sorrindo.

Doutor: De nada, ham... seus pais estão aqui fora e querem lhe ver! – Disse.

Quando ele falou aquilo, eu quase tive um infarto, porque meus pais estavam em Londres, e provavelmente só voltariam depois de amanhã, graças ao trabalho do meu pai.

Mônica: Pode deixar eles entrarem! – Disse, e ele foi até a porta e a abriu.

Eu tentava me ajeitar na cama, quando eu vi duas pessoas correndo feito loucos até mim.

Luisa: Filha! Graças a Deus! – Ela me deu um abraço esmagador. Meu pai fez a mesma coisa comigo.

Sr Souza: Meu Deus, eu vou matar aquele Do Contra, por ter feito isso com a minha menininha. – Disse afagando meu cabelo.

Luiza: Menos Souza, a menina já está traumatizada o suficiente! – Disse.

Sr Souza: E nunca mais me peça para ficar sozinha, quando fomos viajar para outro Continente, entendido? – Disse não ligando para o comentário da minha mãe.

Mônica: Entendido papai! Mas o senhor pode falar um pouquinho mais baixo? É que o Cebola está dormindo bem ali! – Disse apontando para o meu ‘namorado’.

Luiza: A céus, tinha me esquecido, tenho que avisar a mãe dele, ela deve estar morta de preocupação! – Disse pegando o celular na bolsa.

Sr Souza: Ham...Mônica, tenho que conversar com você! – Disse quando viu que a minha mãe estava longe o suficiente.

Mônica: Pois diga... – Falei, ele fez uma cara estranha.

Sr Souza: Ham... por acaso...você...fez...enquanto eu estava fora? – Falou, vermelho feito um pimentão.

Eu não estava acreditando que ele queria conversar sobre isso, era super constrangedor.

Mônica: Ham...Pai, tem certeza que quer conversar sobre isso? – Disse super envergonhada, e com certeza eu tava muito mais vermelha que ele.

Sr Souza: Claro, eu tenho que saber... – Sua voz vacilou.

Mônica: Pai, a mamãe já me explicou sobre isso, quando eu tinha 13 anos... – Disse tentando fugir do assunto.

Sr Souza: Mas você... com o Cebola? – perguntou. Sim meu pai sabia que eu gostava dele.

Mônica: Ham... – Disse.

Sr Souza: Pode me contar Mônica... – Disse lentamente.

Mônica: Pai... eu ainda sou virgem! Ta bom? – Disse tentando esconder meu rosto com o meu cabelo.

Sr Souza: Ta... – Ele disse suspirando aliviado. – Acho que eu gosto ainda mais daquele garoto. – Disse mais para ele mesmo do que pra mim.

Eu ri com o comentário, logo minha mãe estava de volta, e olhou para nós.

Luiza: O que foi? – perguntou.

Mônica: Nada.... o papai estava apenas conversando comigo... – Disse, ela me olhou desconfiada, eu apenas assenti.

Luiza: Então ta... Querido, vamos comer alguma coisa? Nossa Môniquinha precisa descansar! – Disse.

Sr Souza: Tudo bem, tchau minha princesinha, voltamos daqui a pouco, vê se descansa! – Disse, e assim eles se foram e eu adormeci.

Continua...