Acordei no outro dia com alguns pássaros cantando na janela do quarto de Mel, que tinha uma grande floreira do lado de fora. O dia estava ensolarado e quente, ao contrário do anterior, escuro e chuvoso.

Ao olhar a mulher dormindo ao meu lado, me dei conta do que tinha acontecido. Trouxe Melina pro quarto e passamos a noite juntos. Foi... Encantador.

Seu toque suave e delicado me encantara ainda mais. Lembrei-me de quando pensei que seria o primeiro a tocá-la. Ok, não fui o primeiro, mas consegui. Estranho falar assim, mas, pela primeira vez, fiz sexo com amor, e foi perfeito.

Mel continuava adormecida. Passei minha mão pelo seu rosto, e notei sua tez macia. Ela colocou sua mão sobre a minha e se aconchegou perto de mim. Recusei-me a sair dali. Abracei-a e ficamos juntos, até que resolvi preparar pra ela um café da manhã. Logo que voltei, ela já estava acordada.

- Bom dia, meu amor! - sentei-me ao seu lado e coloquei a bandeja na cama.

- Ah... Bom dia - Mel coçava os olhos - Dormiu bem?

- Com você abraçada a mim, dormi feito um anjo!

Ela sorriu, e pegou uma torrada.

Tomamos banho juntos, e saímos do banheiro brincando como duas crianças. Eu peguei sua escova de cabelo e saí, apenas de toalha, correndo por todo apartamento e ela, apenas de lingerie, tentando me alcançar.

E foi quando eu estava chegando à cozinha, que ficava ao lado da porta de entrada, que tive uma (infeliz) surpresa.

- Mel! ¿Qué es esto? - o que é isso, em português. Leo abriu a porta e me viu.

Vou deixar as falas em espanhol em português, assim será mais fácil.

- Eu... Ele... Nós...

- Explica isso agora! - o tal de Leo entrou e a segurou pelo braço, empurrando-a contra a parede - Você tá me traindo, garota? Você sabe que precisa mais de mim do que eu de você, então, não deveria fazer esse tipo de coisa, não acha?

- Ei, tira a mão dela - o empurrei com força.

- E quem é você, afinal?

- Sou o cara que ela ama - puxei Melina pra trás de mim.

- Leo, nós temos que conversar.

- Eu sei disso. - ele disse, furioso.

(...)

Fiquei plantado na sala por quase uma hora. Eles haviam entrado no escritório do apartamento e pareciam discutir. Enquanto eu assistia à televisão, ouvia a uns 'eu não te amo' ou 'me esquece'.

Gostava disso...

Depois de muito tempo, eles saíram. Na verdade, Leo saiu. E rápido. Passou por mim, me deu uma leve encarada - senti ser fuzilado com os olhos - e foi embora.

Logo depois, Mel saiu, com algumas lágrimas caindo por seu rosto.

- Por que está chorando? Pelo que você me disse, ele nem te amava.

- É que ficamos juntos por tanto tempo, que me acostumei com ele. Com o fato de ele estar perto de mim.

- Mas agora você tem a mim pra ficar perto de você, não é?

- Sim, obrigada. - ela me abraçou.

- Agora eu estou aqui linda, relaxa...

(...)

Passamos o resto daquele domingo juntos, porém na segunda, Mel teve de voltar ao trabalho. Ela realmente fazia muitas coisas em sua loja, e era muito ocupada.

Porém, ainda tínhamos tempo de ficar juntos. A semana na Espanha passou voando, com ela ao meu lado. Passeamos, jantamos fora e aproveitamos cada segundo juntos. E eu, sentia-me finalmente completo.

Mas estava pensando no que dizer, para levá-la comigo de volta pro Brasil, afinal, ela era uma mulher importante na Espanha, e talvez não quisesse deixar tudo que construiu lá para trás.

Tanto que, no domingo seguinte, enquanto andávamos tranquilamente pela rua, de mãos dadas, me virei e lhe perguntei de uma vez, sem rodeios.

- Melina Rosa... Queria saber se você... Volta pro Brasil comigo. Eu te amo muito, e lá poderemos ser felizes. Eu tenho meu consultório, minhas crianças do orfanato, e só falta você. Então... Vamos?