Will me esperava na sala comunal. O cabelinho molhado e um olhar de cachorro.

            - Bota um casaco. – ele disse

            - Não.

            - Bota.

            - Cuida da sua vida. – ri.

            - Eu estou tentando, mas ela é muito teimosa – e me abraçou, me beijando.

            - Ah é? Sou? – provoquei, fazendo cosquinhas nele.

            - Parou, Lílian, vamos jantar. – ele odiava cosquinhas.

            E como eu fiz cosquinhas, ele se manteu distante até lá embaixo.

            - Você está bravo? – eu perguntei

            - Não consigo – e me deu um selinho.

            Sentamos, senti minha barriga revirar-se. Estava com muita fome. Olhei para a comida, mas quando vi, Will estava me servindo.

            - Will! Você tá louco?

            - Não. – e continuou me servindo

            Os garotos sentaram a nossa volta. Comecei a comer, rindo ocasionalmente para algumas piadas deles sobre os professores. Observei meu irmão na mesa da grifinória, este, chamou-me.

            - Vamos lá comigo? – pedi pro Will, passei a me sentir desconfortável com os amigos de Jay por perto.

            - Ok.

            Will pegou minha mão e fomos caminhando até a mesa da Grifinória. Ele me deu um beijo quando ouviu os costumeiros assobios da trupe de Hogwarts (Eduardo, Gustavo, Nicholas e James, porém este não assobiava). Eu estava de calças (CALÇAS) e minhas pernas não apareciam.

            - Eu odeio esses grifinórios – ele grunhiu – eles estão olhando para suas pernas.

            - Volta pra nossa mesa então – respondi – já vou lá, é rápido.

            - Não – ele respondeu, me abraçou e ficou de mão comigo.   

            Cutuquei James, sabia que abraçar Will na sua frente seria abusar de seu autocontrole. Mas foda-se. Quando Jay me olhou estava preocupado, e pulou do banco e me abraçou, parecendo nem notar a presença de Will.

            - James – chamei – que tipo de bicho te mordeu?

            - Ouvi dizer que faltou as aulas de hoje de tarde, queria saber se estava bem.

            - Estou bem sim – afirmei escondendo todo o histórico da falta.

            - Na verdade... – começou Will ameaçando-me com seu leve toque ficando mais apertado em volta de meu pulso.

            - Na verdade não fomos porque estávamos cansados – menti, quase chorando devido ao aperto.

            - Ah bom – James falou – qual é o lance do pulso?

            - Não é nada, boa noite Jay.

            Viramos e eu encarei Willian.

            - Você ficou maluco? – esfreguei meu pulso – Nunca mais faça isso!

            Eu sai andando na sua frente, ele me alcançou rapidamente (maldito corpo lindo de artilheiro de quadribol). Me prensou na parede como no nosso ultimo beijo antes de começarmos a namorar. Me perdi em meus pensamentos furiosos e a raiva foi saindo de mim pela respiração enquanto ele chegava mais perto e começava a beijar meu pescoço no meio de Hogwarts.

            - Eu te amo, Lílian, para sempre, você é minha namorada e eu nunca contaria algo que você não queira. – e me beijou como nunca, agora, ali, não era Will quem comandava o beijo, era o amor que ele sentia por mim.

            Nossa química era mais forte do que tudo. Se o mundo acabasse ali, eu morreria feliz. Era como se pela primeira vez não tivesse ninguém observando, poderíamos demorar o tempo que quiséssemos no beijo, nas frases fofas, nos carinhos; era como se aquele fosse nosso primeiro beijo. Era como se ele me desejasse mais que tudo, a urgência de seus movimentos era palpável. Seu olhar era urgente.

            Meus movimentos eram urgentes também, sentia falta de um beijo assim; um beijo que nunca tinha acontecido. Meu coração batia descompassado, estávamos na segunda noite do ano em Hogwarts, em um corredor deserto no qual estávamos no maior amasso de nossas vidas. Quando finalmente nos separamos ambos estávamos ofegantes. Ele me olhou com ar quem se desculpa.

            - O que aconteceu com o Will que hoje de manhã me disse que não podia se agarrar nos corredores do castelo?

            - Ele descobriu que se ele não puder, vai ter alguém que vai poder e agarrar-se antes. – e voltou a me beijar.

            O beijo continha menos urgência, mas muito amor, muita vida. Paramos novo quando ouvimos risadas na entrada do corredor, pertenciam aos trastes; Thai, Rose, Alvo e Scrop, quando nos viram exclamaram;

            - Opa, desculpem, casal 20! – riram

            Separamo-nos e seguimos, de mãos dadas ao salão comunal, comentando sobre o assunto que a Professora McGonnagal (eterna) comentara depois de termos saído do salão (provavelmente enquanto nos agarrávamos por aí).

            - Vai ter um baile de boas vindas no sábado, só que hoje já é segunda! – exclamou Rose.

            - Não vai ter o baile de inverno? – perguntei

            - Não, o baile que seria o de natal será o Baile de Feliz Ano Novo e talvez tenha no ultimo final de semana do ano letivo o de despedida. – respondeu Thai.

            - Por falar em ano novo, - falou Scrop – onde passaremos o feriado esse ano?

            - Na minha casa – respondeu Thaiana – meu pai deixou, só que a casa é meio grandinha demais e meus irmãos são uns porres, mas tudo bem – ela se explicou.

            - Garotas – chamei a atenção delas – e a roupa?

            Ouvi exclamações de horror como se não tivessem pensado ainda, os garotos riram.

            - Estava demorando! – exclamou Will – você quer ir? – me perguntou

            - CLARO! E garotas, nesse primeiro vamos usar o que?

            - Não vamos comentar na frente dos garotos, Lily. – respondeu Rose

            - Ai meu Deus, porque né, não queremos ir iguais – riu Alvo

            - Tudo bem, lindinho – falou Thai beijando Alvo – vou dormir, beijo. Espero vocês lá em cima, meninas.

            - Vou indo também – falou Rose cumprimentando Scrop – Beijo.

            - Tenho que ir – falei dando um beijo no Will que se despediu com um beijo no topo da cabeça.