The Beautiful Thieves escrita por bitterends


Capítulo 12
O Fator Desesperante


Notas iniciais do capítulo

" Ao longo do caminho onde o fluxo está conversando,eu respiro a névoa e continuo caminhando(...)
Esperando, eu me desespero.
Minha vida toda é uma sala escura.
Uma, grande, sala escura.
Eu ouço o som vazio,
Passos resonando pelo chão congelado,ou o desapontamento familiar dos meus ecos próprios de mim? "
"The Despair Factor" - AFI



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/165533/chapter/12

Capítulo narrado por Davey.

________________________________

Acordar juntinho à Miche era muito bom, ela estava com uma carinha melhor, iríamos ao hospital para confirmar que ela estava bem. Era o que eu acreditava.

Levantei sem fazer muito movimento ou barulho, para que ela descansasse um pouco mais. Tomei um banho rápido, mas gostoso. Queria vê-la dormindo mais um pouco, assim ela ainda estava quando terminei de me arrumar .

Sentei na cama, ao seu lado, olhando-a, me sentindo bem e ao mesmo tempo muito mal, porque antes mesmo de começarmos nossa história ela já sofria por minha causa e segundo meus estudos com a personalidade dela, ela tinha tendência suicida. Viajar em turnê sem ela me assombra até hoje, raramente a deixo sozinha.

Decidi acordá-la, dando-lhe um selinho... ela já abria seus olhos azuis como o céu preso em duas bolas de gude trazendo um lindo sorriso em seu rosto... não resisti, a beijei apaixonadamente.

- Vamos, preguiçosa! Levante-se, tome seu banho que hoje o dia será cheio.

- Me ajuda? Me sinto tão fraquinha... -ela não perdia a chance de me provocar.

- Você fez tudo sozinha ontem, espertinha. Só te ajudo a ir até o banheiro, porque esse quarto é grande... até você chegar lá, já caiu umas vinte vezes.

Eu a mimava tanto, tomei-a em meus braços e levei-a para o banheiro, sentei-a no mármore enorme do lavabo. Tive de afastar muitos badulaques pra ela sentar em algum espaço dali. Nunca vi uma mulher tão desorganizada quanto ela, pensei. Mas depois caí em mim, lembrando que ela não utilizava aquelas coisas haviam muitos dias.

Começamos a nos beijar, ela entrelaçou suas pernas em mim, cercando-me. Enquanto a banheira de hidromassagem enchia-se, ela me enlouquecia. Tirei seu pijama, restando-lhe apenas suas peças íntimas, afastei-a antes que cometesse alguma besteira e a coloquei no chão, perto da hidro, para que ela não andasse tanto.

- Menina... pare com isso. Nós ainda não temos algo sério.

- Mas teremos...

- Quem disse pra você? Quando você voltar a ser gostosa, a gente conversa, está magricela demais. Vou te dar licença, quando terminar aí, se quiser ganhar colinho, me chame.

Saí dali, ainda meio tonto, mas vendo em minha mente como ela estava magrinha, mas logo iria voltar a ser ela mesma.

Para minha surpresa, ao me chamar ela estava até maqueada. Vestia um vestido bege com pequenas flores vermelhas, marcando a cintura com uma fita vermelha, por ser estampado, o vestido dava a ilusão de que ela estava com um pouco mais de corpo, usava sapatilhas e baton vermelho, disfarçou bem as olheiras com o corretivo, cortornou seus belos olhos com delineador, mesmo ainda estando fundos, estavam lindos e seus longos cabelos estavam presos.

Aquela sim era minha Michelle!

Descemos para tomar café, ela em meus braços, toda manhosa... eu adorava.

- Nossa, essa é minha filha? Que recuperação repentina! Davey, pare de andar com esta menina nos braços, senão depois ela nos assustará de novo pra ser mimada desse jeito, aí você sai em turnê e eu quero ver!

- Verdade, Bryan! Mas é só até ela criar forças de novo, tenho a impressão que ela vai quebrar...

- Gente chega, eu estou com fome!

Todos aplaudimos ao vê-la dizer que estava com fome, logo a refeição foi servida, ela devorava tudo à sua frente, parecia não comer haviam séculos, aquilo era muito bom.

Nos dirigimos ao hospital, ela estava nervosa... odiava médicos, tanto que não frequenta consultórios até hoje.

Seu pai contava ao médico o que havia ocorrido naquele mês e este passou vários exames.

Na hora de fazer o exame de sangue, as veias de Michelle estavam tão finas que as agulhas estouravam cada uma que eram encostadas, e isto a irritava indescritivelmente, de modo que ela gritava queixando-se de dor com todas as enfermeiras.

- Olhem o que fizeram com meu braço, está roxo, todo furado...

- Suas veias estão muito finas, senhora, com isso elas não aguentam a agulha.

- Então troquem o braço, deem um jeito, acertem uma! Isso  não é exame, é tortura.

Então as enfermeiras trocaram de braço, a cena repetia-se, não haviam mais veias a serem furadas em seu braço, até que conseguiram quando fizeram como são feitos com alguns bebês, pegando a veia rente ao pescoço.

Ela foi saindo da sala, caminhava só, parecia forte, até que de repente cerrou os olhos e desmaiou, batendo a cabeça no chão.

Nós e os enfermeiros corremos em sua direção, sua pulsação estava muito fraca, ela não respirava bem, havia um corte em sua testa por conta da pancada e seu nariz sangrava... o que estava acontecendo?!

Encaminharam-na para a emergência, mas somente seu pai podia acompanhá-la, o desespero me dominava. Todas as pessoas que se envolvem comigo acabam machucadas, por isso não gostava de me aproximar das pessoas, parecia maldição.

Bryan apareceu meia hora depois, dizendo que ela respirava melhor, mas com ajuda se sonda de oxigênio, tomava soro por estar extremamente fraca, mas que ainda não havia acordado. Então voltou para junto de sua filha.

Eu estava impaciente, já haviam se passado 2 horas, e nenhuma notícia dela, eu estava a ponto de invadir a emergência quando um enfermeiro me chamou, explicou o trauma, disse que havia um pequeno coagulo de sangue em sua testa, que era normal e que seria eliminado com a ajuda de remédios.

Ele disse que ela estava acordada, chamando por mim.

Chegando lá, me deparei com ela roxa, forçando a respiração, sem sonda de oxigênio, chorando nervosa por não respirar sozinha. Sua musculatura enrigecia-se, enquanto os enfermeiros tentavam aplicar uma dose de relaxante muscular, cujo ela resistia.

Me aproximei dela, segurando seus braços, chacoalhando-a um pouco, até que ela parasse e me olhasse.

- Escute, está vendo estas pessoas? Enquanto elas estão tentando te ajudar, tem outras querendo a ajuda destas e vivendo um minuto a menos por causa do tempo que estão perdendo com quem não quer ajuda. Não foi fácil, eu sei, mas as pessoas não têm culpa. Pare já com isso, eu não quero ter que aplicar essa injeção em você, aí sim vai doer...

Além do meu amor pela música, foram comportamentos como os dela que me fizeram desistir da medicina.

Michelle estava espantada, mas se acalmou imediatamente, deixando a equipe de dois médicos e três enfermeiros trabalharem.

Ela não respirava bem por conta do estresse, mas logo passaria.

O relaxante muscular lhe dava muito sono, sentei ao seu lado, e fiquei acariciando seus cabelos.

- No fundo você continua a mesma...

- Não gosto daqui, Davey.

- Calma, eu estou aqui, esqueça de todo o restante... só queremos te ajudar, eles disseram que você está muito bem

- Por que desmaiei?

- Por que está muito fraca e muito nervosa.

- Ah... me tira daqui...

- Tiro sim, quando o médico disser que sim. Descanse, tá? Vou ficar aqui, ao seu lado... nada irá me tirar de seu lado.

Miche foi acalmando-se até dormir, mas foi liberada apenas no dia seguinte, completamente medicada, mais calma e agarrada a um de meus braços.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Beautiful Thieves" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.