quando tivesse certeza de que nós dois nos beijamos. Ok, seu pedido é uma ordem!   

    Samanta olhou para mim e eu olhei para ela. A púnica palavra que eu consegui pronunciar foi:

    — Então...

    — E então... — Por um simples olhar percebi que ela também queria aquilo, mas a timidez não a deixava confessar. Para fugir do tenebroso silêncio que nos esperava outra vez, eu perguntei:

    — Você quer mesmo me beijar? — Sei que não é pergunta que se faça, mas eu estava sem criatividade e eu queria saber a resposta.

    — Eu não sei. E você, quer? — Pegou uma mecha de cabelo e começou a enrolar.

    — Também não sei.

    — Se nenhum de nós não sabe, não vamos chegar a lugar algum.

    Nisso, batem na porta:

    — Vão demorar muito ou querem uma mãozinha? — Disse Lizzy debochando.

    — Não vou conseguir fazer nada sob pressão. — Sam cochichou pra mim.

    — Então não faremos. — Foi a minha vez de dar de ombros.

    — Mas, mas... Mas a Lizzy disse que não sairemos daqui antes de nos beijarmos. — Eu disse que ela queria.

    — Diremos a ela que nos beijamos, ponto. — Quis dar uma de durão, dizem que dá certo.

    — Será que ela vai acreditar?

    — Eu espero.

    Bati na porta, chamei a Lizzy e disse que já tínhamos terminado. No mesmo momento ela abriu a porta.

    Não quisemos jogar de novo. Sammy quis ir embora, infelizmente.

    Antes de chegarmos à festa, eu jurei a mim mesmo que o nosso beijo não passaria de hoje. E achei que seria a hora certa. Mas pelo jeito, não.