Curada Para Ferir escrita por thedreamer


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É a primeira vez que posto uma história aqui. Espero que gostem, e , por favor, deixem reviews, nem que sejam de críticas. Obrigado ;)



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E aí Einstein como anda sua vidinha de pobretona, está gostando? Eu a fuzilei com o olhar e passei direto, fingindo não vê-la, mas então ela me puxou pelo braço, me fazendo virar. Deve ser tão frustrante o fato de ter um pai tão burro a ponto de deixar uma empresa daquele porte falir... E então eu a interrompi com um belo tapa na cara.

Você lava essa sua boca pra falar do meu pai Callie! Cuspi seu nome. Ignorando o olhar de todos a nossa volta continuei meu caminho, agora com uma mudança de rumo, fui direto para o jardim.

Já estava se tornando cansativo. Meu pai era dono da empresa mais rica da cidade, era um monopólio, e então algo deu errado, e a empresa foi por água abaixo, como toda a nossa fortuna. Por sorte, papai tinha um fundo bancário, onde guardava dinheiro sem fins da empresa, com o qual ele pôde comprar uma pequena casa para ele, mamãe, Marina e eu. Marina já estava na faculdade, em Londres, e teve de voltar por não ter mais dinheiro, e desde então passou a odiar o papai, ficando trancada no quarto 24 horas por dia, com a mamãe batendo na porta querendo adular. Já eu não tratei papai com diferença, continuei tratando-o com amor, como sempre. Mas na escola, a coisa mudou totalmente, diferente da Marina, eu não abandonei a escola, pois papai teve uma conversa com o diretor e eu pude fazer uma prova para conseguir uma bolsa, o que consegui sem esforço. E os meus amigos, todos me deixaram de lado, o que deixou Callie mais radiante do que nunca, já não bastasse aempresa ter falido, o pai dela foi quem a comprou, e ela fazia o favor de repetir isso todos os dias.

Srta. Meester? Ergui minha cabeça cansada e pronta para dar uma resposta, quando vi o rosto juvenil da vice-diretora.

Sim. Respondi sem mais delongas.

Gostaria de lhe pedir, que avisasse a sua irmã que a aceitamos como monitora. Eu fiz cara de desentendida, pois realmente não estava entendendo, até cair a fixa e eu me lembrar de que havia trazido um currículo da Marina.

Ah, claro. Obrigado! Eu não sabia se sorria ou se chorava. Estava feliz por ela ter conseguido um emprego, mas tinha de ser aqui? Marina é apenas alguns anos mais velha que eu, e sempre fui obrigada a conviver com pessoas que se aproximavam de mim só para poder falar sobre ela. A verdade é essa, sempre fui ofuscada pelo brilho da Marina, passei a ser percebida depois que ela se formou, mas então, descobri que ligavam somente para o meu dinheiro.

Bom, eu não sei se a Srta. Já percebeu, mas o sino já tocou, pode ir para casa. Me senti sendo expulsa, mas eu realmente já queria ir embora desde a hora em que cheguei. Levantei, lhe dei um aceno e segui meu caminho rotineiro.

Cheguei no portão lamentando por ter sido tão burra e não ter escutado o sinal. O ônibus já partira, e agora eu teria de ir embora andando. Suspirei, abri o menor bolso da minha mochila e tirei uma xuxinha e fiz um rabo de cavalo, refrescando meu pescoço e me preparando para a caminhada. Depois de alguns minutos andando, fui surpreendida por um garoto de skate, que, não sei como, não me viu me jogando no chão e caindo sobre mim. Fechei os olhos por causa do sol, enquanto ele de um pulo saiu de cima de mim e me ajudou a levantar.

Desculpe! Ele disse. Eu o encarei por alguns segundos, fuzilando-o e então bati as mãos na roupa para tirar o pó.

Tudo bem. Ele pegou o skate e não me surpreendeu quando disse:

Você não é a Melina Meester? Eu virei os olhos e suspirei.

Sim, sou. Continuei andando e ele começou a me acompanhar.

Desculpe, disse algo de errado? Eu tentei, mas não consegui e sorri.

Tirando a parte que você me jogou no chão com seu brinquedinho? Eu apontei para o skate.

Hey, não fale assim dele! Ele fez cara de ofendido e abraçou o skate. Eu sorri. Eu sou Bernardo. Eu assenti.

Prazer Bernardo. Mas agora tenho que ir estou atrasada.

Espera, você estuda na Carnegie Mellon? Assenti. Então porque está fora da escola?

Ainda não faço parte do corpo escolar interno. Ainda tenho a liberdade de ir para casa, mas não por muito tempo, ano que vem já começa o sacrifício.

Sacrifício? Meus pais estão querendo me colocar lá, no ano que vem. Está na oitava série, certo?

Sim, e sim. A parte do sacrifício é uma longa história. Se você, por acaso, também estiver na oitava, ano que vem você também vai ficar no internato. Ele assentiu.

E seria ótimo ter uma amiga. Eu fiquei séria.

Certamente não seria eu. Olha, de verdade, preciso ir, e não me siga. Continuei meu caminho.

Ia me perguntar como ele sabia que eu era da Carnegie Mellon, até lembrar do meu uniforme. A Carnegie era a única escola em toda a cidade, e acredito, em todo o estado, que tinha como uniforme para garotas saias pregueadas, camisa social, e meias 7/8. E também havia o emblema, era impossível ser confundida com aluna de outra escola. Depois de minutos cheguei em casa, sendo recebida por um cheiro horrível de queimado. Corri para a cozinha, sabendo do que se tratava, havia fumaça por todo o canto, algo tostado em cima da pia e a mamãe sentada na banqueta com um bico enorme e os olhos marejados.

O que houve? Perguntei apesar de saber a resposta.

Eu fui tentar fazer um frango e... Ela se calou apontando para o torrão em cima da pia.

Tudo bem, eu limpo tudo...

Que cheiro é esse? Olhei para o lado e vi Marina com uma cara enojada e o nariz franzido.

É cheiro de quem se esforça Marina! Ela olhou desdenhosa para mim e sorriu.

Tentando cozinhar Melzinha? - Suspirei.

A Srta. Campello falou comigo hoje, você foi aceita como monitora. Falei rápido me segurando para não mostrar a minha infelicidade com a notícia.

Ah, que ótimo! Ela disse ironicamente. Bem, pelo menos vou sair do tédio que é essa casa. Pronto, foi a gota, a mamãe saiu correndo em direção ao quarto chorando. Passei a mão na testa demonstrando cansaço.

Talvez se você não passasse o dia inteiro dentro daquele quarto, não se sentiria tão entediada! Ela me olhou com seus grandes olhos azuis e fingiu não ter escutado.

Já posso me apresentar amanhã?

Sim! Disse rispidamente e fui para o quarto me trocar para dar um jeito naquela bagunça.

Levei horas para conseguir limpar tudo, e ninguém almoçou. Tive de abrir todas as portas e janelas, limpar tudo e borrifar bom ar e ainda assim restou vestígios do cheiro de queimado. Assim que terminei fui até o mercado mais próximo comprar comida pronta, para podermos jantar, assim como fazíamos todos os dias. Assim que esquentei tudo no microondas papai chegou.

Boa noite garotas... Cadê todo mundo? Só eu estava na mesa.

Boa noite. Marina está enfurnada no quarto e a mamãe está tomando banho. Ele deixou o paletó no sofá e se sentou.

Deixou algo queimar?

Não. Desculpe papai, mas já terminei, e tenho muitos deveres para fazer, com licença. Levantei-me e fui em direção ao quarto. O pior desta nova casa era ter de dividir o quarto com a Marina. Estava cansada de toda vez tentar abrir a porta e ela estar fechada. Esperei ela abrir e nada.

Marina, abre essa porta! Ela não deu resposta. Escuta, eu estou cheia de dever pra fazer, estou morta de cansaço, e sem um pingo de paciência para você, abre logo! Eu ouvi um click, e então empurrei a porta. Para a minha felicidade o quarto estava uma bagunça. Eu suspirei, tentando evitar mais uma discussão e peguei meus livros, sentando-me na escrivaninha.

Fiquei estudando até as onze horas, quando guardei tudo e fui tomar banho. Tentei fazer com que a água do chuveiro levasse todo aquele cansaço, mas foi em vão, como em todas as outras noites. Olhei para o armário ao lado do chuveiro, para a gilete, e me prendi em pensamentos. Havia um modo de acabar com tudo aquilo. Lembrei da mamãe, do papai, e de como eles também estavam sofrendo, mas ainda estavam de pé. Sequei-me e vesti uma camisola fina, pensando até quando o tempo estaria quente, era tão bom, e durava tão pouco. E então caí no sono.






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Notas finais do capítulo

Carnegie Mellon, na verdade é uma Universidade na Pensilvânia, mas aqui é um colégio até o segundo grau, onde se torna internato apartir do primeiro ano do ensino médio.
Espero que tenham gostado. Beijos ;*
Obs.: Deixem reviews.