Curada Para Ferir escrita por thedreamer


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer ao review, e dizer que eu concordo com tudo, HAHA! Espero que gostem do próximo capítulo, espero que alguém leia.



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Acordei com um imenso desânimo, tomei um banho novamente com aquela boba esperança de que a água levasse tudo, mas nada. Vesti meu uniforme, peguei minha bolsa e celular e fui tomar meu café.

Depois de todo o acontecido, papai continuou trabalhando na empresa, mas agora como um simples secretário, num nível bem baixo. Devido as circunstâncias, ele saía bem cedo, enquanto mamãe e Marina dormiam, coloquei cereal com leite, por ser o mais prático e comecei a comer, me engasgando com o susto que levei com o grito da Marina.

MELINA! PORQUE VOCÊ NÃO ME ACORDOU? - Ela apesar de acabar de ter acordado estava com os cabelos graciosos e os olhos arregalados e em um tom acusador.

– Vá se acostumando Marina, não vou servir de despertador. - Revidei limpando o leite que cuspi com o susto. - E se você não for se arrumar logo, vai se atrasar. - Sorri com a ideia.

– Idiota! - Ela disse e foi para o quarto.

Terminei meu cereal e já estava a caminho da escola quando ela me alcançou com uma linda calça jeans, sapatos de salto, como sempre, e uma blusa bem leve. Os cabelos, estavam em um coque froxo e formoso, enquanto o rosto, sem nenhuma maquiagem, estava lindo. Virei o rosto corada. Porque eu tinha que ter uma irmã tão linda?

– Droga Melina, tá afim de que eu perca o emprego? - Ela guardava algo dentro da bolsa.

– Você ainda não está empregada. - Disse rispidamente.

– Você ainda tem dúvidas de que eu vou conseguir? - Ela sorriu desdenhosa. - A Carnegie olha o currículo Mel, e, francamente, eu estudei em Londres! - Revirei os olhos. - E esse cabelo, Mel? - Olhei para ela indignada - Nossa, você se dedica tanto aqueles livros e acaba se esquecendo de que é uma mulher, não é mesmo?

– Ah me deixa Marina! - Apressei o passo tentando deixá-la para trás, mas ela era bem eficiente com o salto.

– Epa, espera aí mocinha, chegando a puberdade é? Antes tarde do que nunca...

– Chega Marina! Vê se me deixa, e, se você conseguir o emprego, por favor, finja não me conhecer!

– Dãã, eu já estudei lá, esqueceu? - Suspirei.

Não, eu não tinha esquecido, infelizmente. Continuei andando, para minha sorte, o ônibus estava chegando, ele parou e eu subi, seguida por Marina, e assubios. Segui até o último banco e sentei, enquanto ela procurava um banco, em meio a olhares cheio de desejo dos garotos. Coloquei meus fones de ouvido e coloquei no máximo, afim de esquecer aonde eu estava, e o pior, para onde eu estava indo. Desci às pressas do ônibus e fui direto para a sala, onde já se encontrava Callie e sua marionetes.

– Vejam só quem chegou, a rainha da pobreza! - Todos ali presentes gargalharam. - O que é isso no seu cabelo Meester? - Fiquei imóvel, o que será que tinha? - Ah, não, não é nada, é só o cabelo. - As gagalhadas ecoaram novamente. - Vai lá pro cantinho da vergonha, aonde você se senta todos os dias, assim não precisamos ver essa sua cara. - Engoli o ódio e sentei no lugar de sempre, apesar das bobeiras ditas por ela.

As aulas poderiam ter passado despercebidas, se não fosse o professor de química, após uma pergunta sem a resposta de ninguém.

– Srta. Meester? - Suspirei e ergui o olhar, já prevendo que todas as cabeças estariam viradas para mim.

– Sim, Sr. Colins. - Olhei somente para ele, tentando ignorar alguns comentários sobre mim, maldosos.

– A Srta. não sabe? É a pessoa que me faz ter ânimo para dar aula à oitava série, sempre sabe as respostas. - Soltei um pequeno gemido. Eu não devia ter ganho essa reputação.

– Desculpe Sr. mas dessa vez não sei a resposta. - Na verdade eu sabia, mas não queria dizer nada, queria passar despercebida.

– Ah, que catástrofe, a Meester não saber a resposta! - Soltou Jodelle, a garota mais inteligente da sala, depois de mim. - Eu sei professor! - Ela disse com um enorme sorriso nos lábios, e eu ignorei.

Depois disso não aconteceu nada de interessante. No último horário, o diretor entrou na sala, dizendo ter uma ótima notícia, a qual era a contratação da Miss Perfeição, que foi recebida na sala com vivas. Depois de tudo, estava voltando, com um pouco de felicidade por ter passado "intacta" por mais um dia quando senti uma pancada nas costas e algo muito gelado.

– Oops, desculpa Meester, derrubei meu sorvete em você! - Ela fez uma cara de tristeza, a qual retribuí com uma fuzilada de olhar. - Mas não vai ter problema não é mesmo? Ou... Ah meu Deus, desculpe, sua família não deve ter lavadoura. - Balancei a cabeça em negativa.

– Você é patética Callie! - Dei-lhe as costas e segui em direção ao ônibus tentando segurar as lágrimas que insistiam em descer.

Chegando em casa fui recebida com chuva. Eu sabia que o tempo não demoraria a esfriar, corri o mais rápido possível para casa. Me troquei e coloquei o uniforme na máquina, tendo que passar meia hora lendo as instruções de uso para poder ligá-la. Fui para o meu quarto, onde encontrei Marina com uma touca na cabeça e algo verde no rosto.

– Boa tarde irmãzinha! - Ela disse enquanto tentava passar esmalte na unha. - Sabe, agora eu valorizo o emprego das manicures, é realmente muito difícil! - A ignorei e fui para o banheiro me secar. Eu estava muito gelada por causa da chuva, e então resolvi tomar um banho quente. Fiquei quase uma hora embaixo do chuveiro, saí, me enrolei na toalha e me olhei no espelho, depois de muito tempo, eu havia deixado esse hábito.

Me deparei com a imagem de uma garota com olhos azuis apagados por recém adotadas, olheiras. Meu cabelo preto ainda estava bagunçado, mas caía em contraste com minha pele e meus olhos. Eu poderia até ter olhado meu sorriso, mas simplesmente não consegui sorrir. Nem mesmo para ver meus dentes, que eu sabia serem brancos e corretos. Penteei meu cabelo e vesti um moletom, sentando na escrivaninha afim de estudar, e ignorar o meu estômago que roncava.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem reviews, até mesmo com críticas, principalmente.