A surpresa de ver sua irmã, Quinn Fabray ali, foi realmente inesperada. Ela olhava de Quinn pra Rachel, e agora tinha se levantado, e mantia os braços cruzados.

- Rachel - Charlie olhou pra morena, que tinha uma expressão divertida no rosto. - O que significa isso?

- Estou cansada de vocês duas brigando - bufou Rachel. - Charlie, não seja dura com a Quinn. Eu sei que ela mereçe, porque ela errou muito fazendo aquilo com você. Aliás, acredito que foi uma burrada e tanta que ela fez, mas...

Rachel recebeu um peteleco na nuca de Quinn.

- Ai! - fez Rachel, dando um tapa na mão da loira. - Por que você fez isso?

- Eu to aqui - falou Quinn, ironicamente, erguendo a mão. - Então, tome cuidado com o que fala, Berry...

- Olha aqui, Fabray...

As duas iniciaram uma discussão, e Charlie se boquiabriu. Primeiramente, ela tinha sido levada pra lá pra conversar com a irmã, e não ficar assistindo uma briga de camarote Fabray VS. Berry. Afinal, desde quando as duas discutiam tão perto do rosto uma da outra?

Charlie sentiu um reviramento estranho no estômago, não gostou de ver Quinn e Rachel discutindo tão próximas, e então se intrometeu.

- Okay, já chega - separou as duas. - Vamos parando, e focando no ponto principal. Rach, o que você exatamente planejava nos chamando aqui?

- Bem, como eu disse, estou cansada dessa briga de vocês duas - disse Rachel, cruzando os braços novamente. - Charlie, a Quinn errou em ter beijado a garota que você gostava, e também errou lhe dizendo aquelas palavras horríveis. Mas nós temos que lembrar que por mais que ela seja ignorante, fria, e egoísta...

- Eu ainda to aqui, Berry - rosnou Quinn. Charlie soltou um risinho.

- Tanto faz! - fez Rachel. - Voltando, por mais que ela seja todas essas coisas, ela ainda é sua irmã. Vocês duas se amam, no fim das contas. Por que não tentam conversar civilizadamente? Afinal, Quinn, por que você beijou a Santana?

Quinn Fabray, pela primeira vez na vida, abaixou a cabeça, diante de Rachel Berry. Ela mesma não sabia porquê tinha beijado Santana. Aquela história de que talvez ela e Santana se amassem, foi apenas pra ver se Charlie não ficava com muita raiva, o que obviamente não funcionou. Naquele mesmo dia, Quinn e Santana estavam conversando sobre como Santana estava desenvolvendo sentimentos por Charlie, mas estava confusa sobre o que sentia por Quinn. E antes que Quinn esperasse, Santana tinha beijado-a, alegando que precisava ter certeza sobre o que sentia pela loira. Segundo a latina, após o beijo, Santana descobrira que gostava mesmo era de Charlie, mas havia pedido que Quinn não contasse nada disso à loira. Então, de qualquer jeito, Quinn tinha gostado de beijar Santana, mas apenas por puro prazer, e não por amor.

Só de que de um jeito ou de outro, Quinn ainda era Gay. Ela só não iria dizer quem era sua paixonite lésbica.

- Olha - Quinn falou, depois de muito tempo. - Eu e a Santana... Foi coisa da hora, Charlie. Eu e ela somos apenas boas amigas. Eu sei que errei fazendo aquilo, mas foi ela quem me beijou - disse Quinn, se defendendo. - Eu apenas cometi o erro de corresponder. E eu falei aquelas coisas pra você ontem porque eu fiquei com medo. Medo do que você tinha me falado. Que eu era uma covarde. Eu admito aqui pra vocês duas, eu sou gay. Okay, isso mesmo, Berry, não me olhe como se eu tivesse dito que estou grávida de você. Eu estou apaixonada por uma garota, mas não é a Santana.

Charlie e Quinn ficaram se encarando. As duas com as respirações aceleradas. Uma lágrima caiu do rosto de Charlie, passando de olho e se desmanchando nos lábios rosados.

- Vamos, Char - Quinn se aproximou da irmã. - Você me perdoa?

Charlie enxugou a outra lágrima que caiu com a mão, séria, tirando as esperanças de Quinn. Mas então Charlie deu um belo sorriso, e disse:

- Quando eu não vou perdoar as duas merdas, hein, Fabray?

Quinn deu um sorriso alegre, e as duas se abraçaram. Foi um abraço cheio de carinho, e amor, que transpareciam o que ambas sentiam uma pela outra. Rachel observava a cena com um sorriso feliz, e os dedos entrelaçados um nos outros. Ela com certeza adorava Charlie, e estava começando a gostar de Quinn.

- Okay, Berry - falou Quinn, com um leve sorriso. - Pode entrar no abraço também.

Rachel riu, e se enfiou no meio do abraço das irmãs. Talvez fosse assim que deveria ser. Charlie e Rachel como BFF's, e Quinn como a irmã cheerleader, que tinha uma paixonite por uma garota misteriosa. Mas será que era assim que a história deveria ser mesmo? Ou esses três sentimentos poderiam se transformar num só?

- Já tocou - disse Quinn. - Tenho treino com a Srta. Sylvester. Tchau, Char. Tchau, Rachel.

E saiu de lá. Rachel e Charlie se entreolharam chocadas.

- Ela me chamou de Rachel - falou Rachel, chocada. Charlie começou a rir, junto com a morena.

Ambas ficaram rindo juntas por um bom tempo, até que o riso foi morrendo aos poucos, e os olhares uma na outra ficaram mais intensos e indagadores. Rachel deu um suspiro constrangedor, enquanto um clima tenso se instalava. Ela e Charlie teriam que conversar sobre o acontecido no dia anterior. Mas Rachel não queria mesmo falar sobre aquilo.

- Er, eu acho melhor eu ir - falou Rachel, pronta pra sair, até que a mão ágil de Charlie fechou a porta.

Rachel olhou um pouco chocada pra loira, que tinha um olhar firme, e decidido no rosto. Charlie ainda segurava a porta, e Rachel estava prensada contra a porta; seu corpo estava colado ao de Charlie. Ela estava presa ali. Presa com a garota por quem ela sempre teve uma quedinha, desde que conhecera.

- Você não vai à lugar nenhum - disse Charlie, séria.

- P-Por que?

Antes que Rachel fizesse mais outra pergunta, Charlie a puxou pra si, e a beijou com todo desejo e paixão em seu ser. Rachel tentou, mas não conseguiu recusar aquele beijo. Logo se via correspondendo, e aprofundando mais e mais aquele beijo com a sua melhor amiga. Ou melhor, sua amiga colorida.

Longe dali, Quinn Fabray caminhava pelos corredores com um sorriso vencedor no rosto. Não só pelo fato de ter feito as pazes com a irmã, mas também pela descoberta de que seu amor pela sua paixonite era recípocro. Ela sentia o mesmo.

Na verdade, Quinn não tinha ouvido aquilo da boca dela, mas como dizem, é através de pequenos gesto que se enxerga o amor. E foi naquele gesto que ela percebeu que, por mais que brigassem, por mais que ela a xingasse, no fundo a sua paixonite sentia pelo menos alguma atração por ela. Agora Quinn estava decidida. Iria conquistá-la.

E de quem ela estava falando? Isso era óbvio, não era?

Ela estava falando de Rachel Barbra Berry.

CONTINUA...