- Oi filha.

        - Oi mãe, estou chegando ai, abre o portão. – Falei com uma voz de nervosismo. Eu queria esclarecer a historia do “Taylor, filho de Pete”. E logo falei também – Tchau, mãe. – Fui curta e grossa.

        - Tchau, Hay. – Eu odiava aquele apelido.

        Eu fiquei observando a cidade da janela do carro enquanto Jeremy dirigia. Finalmente, estávamos lá. Me impressionei, pois a casa era muito bonita e vi um garoto alto e bem bonito. Não creio que seja o Taylor, ele era tão rude no telefone. Mas ainda era muito bonito.

        Logo Jeremy parou na frente da casa e o garoto alto e bonito veio nos ajudar, eu desci e gritei: - Graças a Deus! – Ele veio e pegou algumas malas do Jeremy, eu achei estranho, mas pensei que o garoto ia me ajudar. Mas só pensei. Tive que carregar tudo sozinha. Eu nunca me senti tão desprezada.

        Entrei em casa e minha mãe me mostrou onde deixar as malas. Aquele quarto não parecia o de visitas. Era claro, do garoto arrogante , fiquei desapontada, muito desapontada. E encarei cada móvel com cara de tédio.

        Fui conversar com a minha mãe e perguntei quem era aquele garoto arrogante e feio, agora, porque antes né. Ela me disse que ela estava namorando com outro cara, um tal de...” Pete”, Ah sim, então tudo esclarecido, aquele garoto, só podia ser Taylor, filho de... “Pete”. E logo perguntei para minha mãe, só para ter certeza.

        - Mãe, aquele garoto esnobe que não pegou as minhas malas é o Taylor? – Falei “Taylor” com uma voz de nojo. E percebi que ele estava logo atrás de mim.

        - É sim. Muito educado ele. – Disse ela. Mas logo Taylor foi para a cozinha. E depois Taylor voltou e se escondeu para ouvir a conversa.

        - Ah, desencana mãe. – Dei uma gargalhada. – Ele nem pegou as minhas malas, e olha, só um elogio que... Bláh, nem é elogio ta bom, mas ele é o maior gato. – Falei um pouco tímida. Logo minha mãe soltou uma gargalhada estrondosa, eu fiquei boiando, e olhei para trás... E... Bomba! Lá estava ele, Taylor. Fiquei toda vermelha. Eu estava sem reação. Eu desviei o olhar e logo avistei o skate do Jeremy. Rapidamente peguei o skate e fui sair e fui sair. Quando vi Jeremy na porta:

        - Vai onde com isso H-Bomb? – Falou Jeremy sacaneando comigo. – Me dá  isso vai Hayles.

        - Aaah Jerm, alivia essa, vai. – Eu implorei.

        - Vai logo, me da isso.- Jeremy olhou para Taylor, mas uma troca de olhares com sacanagem e Jeremy logo abriu o bocão. – Você nem sabe andar! – E tomou o skate de minhas mãos.

        Sai revoltada, mostrei o dedo para o Jeremy e simplesmente disse:

        - Jeremy, vai se fuder. – Falei muito brava. E ele riu.

        Eu estava muito chateada, brava, eu queria enfiar minha cabeça na terra. E o pior de tudo, eu nem podia me trancar no quarto, como de costume, porque o quarto era de quem? Do Taylor! Pensei com muito sarcasmo, e resolvi tirar um cochilo. Mas sem perceber, deitei na cama de Taylor.

        Eu acordei com o barulho de uma porta se abrindo, me virei, e dei de cara com o Taylor. Ele estava dando gargalhadas, fiquei me perguntando o porquê. Me olhei no espelho e tinha chantilly na minha testa, ainda por cima com uma cereja. Aquilo foi demais para mim. Fui até a sala, Jeremy estava sentado no sofá, dei um puxão forte que o fez cair de cara no chão, e ainda depois dei um chute nele. E gritei: - Querido irmãozinho, eu posso não saber andar de skate, mas você é tão foda que apanhou de uma garota. – Todos riram.

        Já era quase tarde da noite, fui tomar um banho . Meu dia havia sido cansativo e vergonhoso. Quando sai do banho, Taylor estava apenas de cueca, e eu de toalha, fechei a porta rapidamente e voltei para o banheiro, droga, estava trancado, alguém estava usando. Tive que voltar para o quarto do Taylor. Quando cheguei lá, ufa... Ele estava colocando sua camiseta, eu tive que entrar no quarto de toalha. Ele arregalou os olhos, mas rapidamente desviou o olhar e saiu do quarto.

        Eu me troquei rapidamente, penteei meus cabelos e desci para jantar. O pior era que só o Taylor estava na mesa, pois todos já haviam jantado. Fiquei vermelha, e me sentei na mesa, muito envergonhada. Mas ele não me olhou, e eu fiquei um pouco triste, não sei o porque.

        Quando terminei de jantar levei o meu prato até a cozinha e fui para a sala assistir. Então minha mãe e Pete foram dormir. Fiquei assistindo um pouco com Jeremy e Taylor e quando Jeremy se virou em minha direção e disse:

        - Taylor, porque não desafia a Hayley no Guitar Hero? – Eu havia entendido a indireta. Mas, vamos ver quem vai humilhar.

        Taylor arrumou o Wii, e me passou uma guitarra, e pegou outra. Ele escolheu The Kill, a música que eu sempre tocava com o Josh. E percebi que os meus pensamentos não estavam mais nele, Josh. Finalmente deixei a distração de lado e comecei a tocar, foi no expert, foi muito fácil para mim. Quando terminou a música, eu havia ganho, me virei para Jeremy e dei uma piscada e entreguei a guitarra para ele e disse

        - Vai lá, fodão! – Falei com ar esnobe. E Taylor riu. – Meninos, vou ir dormir, estou cansada.

        Quando cheguei no quarto, deitei dessa vez na cama certa, apesar de perceber que a cama do Taylor era melhor... Mas ok. Demorei para pegar no sono, então peguei o meu celular e coloquei algumas músicas para tocar, no aleatório, só tinha rock pra lá, rock pra cá, mas de repente  uma música calma começou a tocar, cujo nome era Boulevard of broken dreams – Green Day. E por ironia, o Taylor entrou no quarto enquanto essa música tocava. Ele ligou a luz, olhou para mim e sorriu, rapidamente apagou a luz de novo. Achei estranho ele não pedir pra eu desligar a música, porque do jeito que ele gostava de implicar comigo. Alguma coisa estava acontecendo dentro de mim, no meu coração, mas eu ainda estava tentando descobrir o que era. Deixei pra lá. E peguei no sono.

        Quando amanheceu, achei estranho Jeremy não fazer suas palhaçadas. E nem o Taylor rir de mim. Tomei um banho, escovei meus dentes, me arrumei e desci para tomar café da manhã. Mas parei na escada quando ouvi a voz de uma garota, ela estava dizendo algo do tipo: “Ai Taylor, para, vai, você sabe que eu não gosto que você me abraça demais.” Corri para o quarto, respirei fundo. E decidi descer.

        Eu desci devagar, e vi os dois abraçados assistindo a algum programa. Não sei porque, mas me deu uma vontade de chorar, ou de matar a garota. Sorte dela que eu ainda não descobri aonde tem uma arma. E ela olhou para mim:

        - Bom dia Hayley. – Ela falou toda animadinha. Mas logo fui cortando isso.

        - Bom, se for bom para você né. E como você sabe o meu nome? – Falei com sarcasmo.

        - Taylor me falou sobre você. – Só se falou mal, porque né.

        - Achei que ele não ia com a minha cara. – Eu falei, surpresa.

        - Hayley, não significa que só porque eu não peguei suas malas eu não goste de você, mas o seu jeitinho esnobe, não me agrada. Por isso te evito. – Taylor sorriu. E a garotinha ao lado dele, sorriu com sarcasmo.

        - Ah, e Taylor quem é essa garota? – Perguntei tentando esconder meu desapontamento.

        - Gabriella. – Ele foi curto e grosso.

-  Legal, Gabriella. Aproveite. – Enquanto pode, pensei.

        Peguei um suco de laranja, e me sentei em frente na varanda. Jeremy logo chegou e viu que eu não estava nada bem, droga! Ele me viu chorando, agora vai fofocar pro Taylor.

        - O que foi Hays? – Ele perguntou com um tom de voz sincero.

        - Nada, só...  Saudade de tudo como era antes.

        - É a Gabriella né? – Eu o abracei e chorei mais ainda e falei:

        - É. – E o Taylor apareceu logo quando eu abracei o Jerm... Ah quer saber? Foda-se. Eu só não agüento mais essa dor dentro de mim, é tudo diferente aqui, tudo novo...

        Acho que eu estou começando a gostar do Taylor, mas em tão pouco tempo...

        E então Jeremy falou bem baixinho só para eu ouvir:

        - Hayley, ele é só mais um garoto por aí. Você vai encontrar muitos outros, e você odeia ele, lembra? Agora ergue a cabeça, coloca um sorriso no rosto, e acaba com a Gabriella, mostra quem manda aqui. – Isso me motivou muito, mas não o suficiente para as lágrimas idiotas pararem de cair. Eu odeio ter sentimentos. Odeio gostar rápido das pessoas. Eu só queria que elas também gostassem de mim da mesma maneira que eu gosto dela, porque é difícil você chorar, enquanto o motivo da sua tristeza está bem sem você.