Capítulo 1

Acordei com o sol em meu rosto porque o idiota do meu irmão abriu as cortinas. Ele sabe que eu odeio que entrem no meu quarto e eu acredito que ele fez isso só para me irritar. Levantei aos berros:

- Sai do meu quarto seu idiota, quem você pensa que é pra fazer isso? - eu apenas o encarei e fechei a porta logo após sua saída.

        Eu não agüento a casa do meu pai todo dia é a mesma coisa, meu pai não ligava muito pra mim, por um lado até que era bom, eu podia fazer o que eu quisesse a qualquer hora, então decidi falar com meu pai, mas quando eu fui procurá-lo ele não estava em casa, ele nunca saia sem avisar sempre deixava um bilhete ou alguma coisa. Fui tomar um banho e tomar meu café da manhã, quando olhei na geladeira não tinha nada, então logo pensei que ele poderia ter saído para fazer compras. Então liguei para a Dakotah quando ela atendeu disse:

- Oi Hayles tudo bom?- Eu ri, e falei:

- Se arruma ai bitch, que nós vamos tomar café na Starbucks.

- Já é. – E ela logo desligou.

        Então peguei a chave do meu carro, e as chaves da casa, caso quando eu chegasse não tivesse ninguém. E fui até a casa da Dakotah. Como sempre ela ainda estava se arrumando, depois ela desceu e resolvemos ir caminhando, já que a Starbucks era perto de sua casa.

        Sentamos em uma mesa com nossos cafés e começamos a conversar.

- E aí Hayles já conseguiu pegar o Josh? - Logo fiquei vermelha e comecei a rir muito.

- Não, toda vez que eu tento falar com o Josh sobre isso, aquele irmão dele Chad fica me atrapalhando. Mas eu acho que ele não desconfiou ainda que eu só tenho olhos pro irmão dele – Ela olhou no fundo dos meu olhos e sorriu  e eu entendi que ela queria dizer “tudo vai ficar bem”.

Ficamos olhando uma para a cara da outra até que decidimos ir embora, acompanhei Dakotah até a sua casa, me despedi, peguei meu carro e fui embora. Logo que eu cheguei em casa percebi que havia algo errado, as malas de meu irmão mais velho, Jeremy, estavam todas arrumadas ao lado da porta. Logo fui procurar por Jeremy, e perguntar o que estava havendo. Eu o encontrei triste algo ruim havia acontecido e ele não queria me contar. E logo perguntei com um olhar desesperado.

- O que aconteceu? Me diga, por favor – Falei choramingando.

        Esperei alguns minutos e tudo o que havia era o seu silêncio. Involuntariamente senti uma lágrima cair de meus olhos. Por mais que às vezes eu o odiasse eu o amava demais, e era apenas isso que me importava naquela exato momento.

        Ele se encorajou e disse: - Arrume suas malas. Teremos que partir novamente para a casa da nossa mãe. – Na hora me veio na cabeça ter que abandonar todos aqueles que eu amava, Josh Dakotah... De repente, corri atrás dele e segurei seu braço. Novamente perguntei: - Pode me explicar o que está acontecendo? Ele apenas me abraçou forte, como nunca e disse: - Teremos que ser forte agora, me deixe sozinho um pouco... Na viajem eu te conto.

        Naquele momento corri para o meu quarto e rapidamente liguei para Dakotah. Ela demorou um pouco para atender, mas logo que ouvi sua voz comecei a chorar. Ela desesperadamente perguntou:

 - O que houve? – Naquele momento tive um flashback de tudo que eu e a Dakotah havíamos passado juntas.

        - Vou me mudar. – Fui curta e grossa dizendo entre lágrimas.

        - Estou sem palavras... Eu não sei o que vai ser de mim sem você. – E logo começou a chorar, também – Quando você vai se mudar? Porque você vai ter que fazer isso? – Ela tentou disfarçar sua voz de desespero.

        - Eu também queria muito saber o que está acontecendo. Mas agora, terei que desligar, pois vou ter que me arrumar e arrumar minhas malas. – Nem esperei ela responder, e desliguei.

        Quando terminei de arrumar as minhas malas, fui chamar Jeremy. Sem pressa ele carregou as malas até o nosso carro, um volvo C30. Então eu perguntei: - Quer dirigir? – Eu sabia que ele adorava esse carro, mas por algum motivo ele disse: - Não me sinto em condições de dirigir. – Eu achei aquilo muito estranho, mas deixei pra lá.

        Entramos no carro, e pedi o pen drive do Jerm. – Está com seu pen drive ai? – E ele respondeu: - Já está conectado. – e deu uma piscada para mim. E logo começou a tocar Corner of my street.

        Já estávamos no terceiro dia de viajem, e eu ainda não sabia a razão de tudo aquilo estar acontecendo.

        - O que está acontecendo Jeremy? – Perguntei com determinação.

        -Então Hayley, se prepara. – Ele respirou fundo e disse: - Nosso pai  faleceu devido a um câncer no pulmão que ele tinha, mas ele não quis nos contar nem se tratar. Mas os porquês disso eu realmente não sei.

Fiquei realmente chocada com aquelas palavras, eram muitas perguntas para poucas respostas e Jeremy perguntou se eu ainda queria dirigir. Disse que não, pois queria cair na real.

        (...)

        Finalmente chegamos até Phoenix no Arizona, a primeira coisa que eu fiz foi ligar para a Dakotah, mas percebi que meus créditos haviam acabado, fiquei desapontada. Peguei o celular do Jeremy e liguei para nossa mãe. Fiquei surpresa pois quem atendeu foi um menino, pela voz parecia um belo rapaz.

        - Alô? – Disse ele.

        - Quem fala? – Eu muito curiosa, quem poderia ser, porque pelo que eu saiba, minha mãe estava sozinha.

        - Aqui é o Taylor, filho do Pete. – Fiquei pensando quem era “Pete”.

        - Será que eu poderia falar com a minha mãe, Christi?

        - Espere. – Disse Taylor.