Hes Lost Control escrita por whatshername


Capítulo 3
Capítulo 3




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“Eu estava nervoso, eu nunca tinha falando com um médico desse tipo antes, na verdade eu nunca me abria com ninguém.”

Quando entrei no consultório esperava encontrar algum velho chato e caduco, mas o cara era completamente o oposto; ele era jovem e tinha até um piercing (onde já se viu um médico usar piercing?) mas, tenho que admitir que o achei até bonitinho.

—Boa tarde, senhor Way! Sou o doutor Shadows, vou acompanhar você no seu tratamento.

—Olá. —Eu disse num tom de grosseria.  

—Sente-se por favor.

Me sentei na cadeira de frente para a mesa dele.

—Você parece cansado.

—Claro que estou; estou cansado, triste, bravo, e quero minha vida de volta, não é justo me colocarem aqui contra a minha vontade.

—Sabemos que você não queria estar aqui, mas acredite seus pais só querem o que é melhor pra você.

—Melhor? Me trancar num hospício é querer o melhor?

—Acho que eles preferem ver você aqui nesse ‘hospício’ do que dentro de um caixão.

—Eles não se importam se estou vivo ou morto, desde que isso não arruíne as ‘vida social’ deles.

Ele deu um longo suspiro.

—Bom, acho melhor começarmos a falar sobre seu tratamento. Ele terá 4 fases; vamos trabalhar só com a primeira por agora.

—Vão fazer o que? Me trancar dentro de uma sala sem janelas e me deixar lá até que eu não esteja mais viciado?

—Acho que você andou vendo filmes demais, senhor Way. A primeira fase do seu tratamento será uma espécie de adaptação à ausência da droga, e você também tem que decidir se realmente quer se livrar do vício, pois se você não colaborar não vai adiantar tomar remédios, fazer consultas e tudo isso.

—E eu tenho escolha?

—Bom, na verdade sim, mas tenho certeza que a melhor escolha será o tratamento.     

—Esse é o problema de vocês médicos, acham que sabem tudo. Você não me conhece, o meu problema não é são as drogas, é esse lugar! Eu preciso sair daqui, só tem gente louca lá fora.

—Por isso você esta aqui, quero que me conte o seu problema, para que eu possa entender e te ajudar.

—Você não pode me ajudar, ninguém pode.

—Dê uma chance ao tratamento, senhor Way. A heroína é uma droga muito difícil de se livrar, você teve já teve uma overdose que quase te levou á morte, pense nisso.

—QUE EU MORRA ENTÃO, NINGUÉM SE IMPORTARIA MESMO, NINGUÉM NUNCA SE IMPORTOU! EU SEMPRE TIVE TUDO, DINHEIRO, GAROTAS, BEBIDA, AMIGOS E TODAS ESSAS MERDAS, MAS NINGUÉM NUNCA GOSTOU DE MIM DE VERDADE, EU NÃO FARIA FALTA PRA NINGUÉM! —Eu me descontrolei, não podia ter feito aquilo. —Por isso não me importo mais com nada, eu já morri por dentro há muito tempo atrás, não tenho mais nada a perder.

—Fique calmo, por favor, eu estou aqui pra te ajudar, Gerard. Pelo menos tente fazer o tratamento, as coisas vão ficar bem. Trabalhe no controle da sua vontade da droga, tente ocupar sua mente com alguma atividade aqui do Instituto, faça amigos, exitem várias possibilidades...

—Ok. —Eu disse num tom de sarcasmo.

—Agora acho melhor você ir, precisa descansar... pensar. Na próxima seção que é na semana que vem podemos conversar melhor, pense no que te falei, ocupe-se.

Sai da sala dele meio perturbado, eu perdi o controle de novo, não queria que pensassem que eu era louco, mas minha necessidade por heroína estava voltando e eu não sabia o que fazer, talvez devesse seguir os conselhos dele, assim sairia mais rápido daquele lugar.

Cheguei ao meu quarto, Frank estava lendo pra variar. Queria que ele não estivesse ali, eu precisava ficar sozinho.

—E então, como foi? —Ele disse com um sorriso bobo.

—Quer mesmo saber?

—Acho que sim, se não eu não perguntaria né, dã.

Naquele momento eu queria deixar a tristeza me invadir, dormir e com sorte não acordar nunca mais. Mas Frank tinha um jeito estranho que me fazia sorrir toda vez que eu olhava pra ele, era impossível não sorrir.

—Foi horrível, eu falei coisas que não devia e sei lá...

—Que tipo de coisas?

—Eu não sei... coisas que eu sentia.

Ele riu.

—Mas é isso mesmo que você tem que dizer, se não como espera se curar?

—Não me julgue, ok? Eu nunca tinha ido a um psiquiatra antes. —Eu disse com um sorriso torto. —Ele disse que eu tinha que ocupar minha mente, fazer é... amigos.

—Você já fez alguns amigos, tipo eu... a Demi e aquele cara que pegou na sua bunda no almoço. —Ele disse rindo alto.

—Cala a boca... Fronkeh!

Ele riu mais alto ainda.

—Você devia tentar ler, é uma ótima ocupação.

Frank era tão fofo, minha vontade naquela hora era de abraçá-lo e contar tudo o que me afligia, todas as minhas preocupações e idiotices. Eu confiava nele. 


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Notas finais do capítulo

Com um psiquiatra como o Matt eu não queria me curar era nunca kkkk
então, mereço reviews?