Hes Lost Control escrita por whatshername


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/165133/chapter/1

 “Quem é você?”, perguntou a Lagarta.
     Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: “Eu — eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento — pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.
     “O que você quer dizer com isso?”, perguntou a Lagarta severamente. “Explique-se!”
     “Eu não posso explicar-me, eu receio, Senhora”, respondeu Alice, “porque eu não sou eu mesma, vê?”
           
Eu não queria abrir meus olhos, embora quisesse descobrir quem era o dono da voz doce que me contava essa história, parecia como anestesia para meus sentimentos, mas, por outro lado, a voz poderia estar dentro de minha cabeça, e se eu abrisse os olhos ela iria embora. Minhas pálpebras estavam pesadas, parecia que eu estava dormindo há anos, minhas vistas estavam embaçadas, mas aos poucos pude enxergar com clareza. Um garoto estava sentado numa cama ao lado da minha. Era ele, o dono da voz que me fazia voar tão alto que acho que eu poderia tocar as nuvens, ele estava tão imerso em sua leitura, acho que não percebeu que eu havia acordado.

     E então ele parou de ler, percebera que eu havia acordado, me olhou com um sorriso infantil no rosto e disse:

Olá, hum... Gerard, certo? Helena me disse que você demoraria a acordar, só não achei que seria tanto, você ta dormindo há 2 dias!

Helena? Quem é He-Helena? E q-quem é você? Onde e-eu to? comecei a perguntar apressado. Eu havida dormido por 2 dias? E onde eu estava? Minha cabeça começou a doer.

Ah, perguntas e mais perguntas... acho que ainda não fomos devidamente apresentados, sou Frank, seu colega de quarto.

Como você já sabe, meu nome é Gerard, mas agora me diz, o que eu to fazendo aqui? Onde eu tô? Você é meu o que?

Calma, calma, Gerard... gostei do seu nome... Gerard.

O que ele estava fazendo? Ele era retardado ou algo do tipo? Será que não estava vendo que eu precisava saber onde eu estava? Ele parecia me ignorar! Eu precisava sair dali, nem parecia que há alguns minutos atrás era a voz dele que me acalmava, agora é a voz dele que está me deixando confuso, louco!

Olha me desculpa, mas você pode me dizer onde eu tô? Gritei. Ele pareceu se assustar, mas continuou com o mesmo sorriso infantil.

Vem, vou te mostrar. Ele disse estendendo sua mão para mim.          

Eu peguei a sua mão e me levantei, aquilo parecia um tanto gay, mas minhas pernas estavam bambas e eu não tinha idéia de onde estava, que escolha eu tinha?

Seja bem vindo ao Instituto St. Armstrong!

St. Armstrong? O que é isso? Um hospício?

Eu estava começando o ficar assustado, havia enfermeiros nos corredores, apesar de eu não ter visto nenhum “louco” até o momento, só o Frank mesmo.

Uma clinica de reabilitação, Helena disse que você teve uma overdose de heroína e seus pais te mandaram pra cá.

Meus pais me colocaram numa clínica de realibitação? Que porra é essa? Eu preciso sair daqui, eu não sou louco, se eu ficar aqui com essas pessoas é que vou ficar.

Você sabe muito a meu respeito, não é? Eu disse tentando parecer calmo.

Eu sei muitas coisas, sobre muitas pessoas aqui.

Agora ele estava começando a me assustar, será que ele era algum tipo de psicopata?

E você, por que está aqui?

Frank não respondeu.

Essa é a área de convivência, é onde o pessoal fica na maior parte do dia. Ele disse tentando mudar de assunto.

Ele abriu uma grande porta de vidro. Aquele lugar era realmente bonito, tinha um jardim enorme e uma fonte no meio; mas não deixava de ser um lugar para loucos, eu não queria ficar ali, devia ter havido algum engano. Se bem que isso é bem coisa da minha mãe, esconder o filhinho drogado num lugar onde ninguém iria pensar em procurar, e dar uma desculpa qualquer de que eu havia ido estudar na Europa eu alguma merda dessas, afinal ela dava muito valor à sua vida social. Grande Merda.

Ah, Gerard. Até que enfim você acordou, seja bem vindo ao St. Armstrong. Disse uma enfermeira que se aproximava.

Ela tinha um jeito “exótico”, na verdade parecia ser mesmo louca, mas, ela era bonita. Tinha uns 37 anos, no máximo.

Gerard essa é Helena. Frank disse.

Olha, seja lá quem você for está havendo um engano aqui, minha mãe não quis mesmo me colocar aqui. Eu preciso falar com ela, eu não sou... louco.

Este não é um lugar para loucos, senhor Way. Como pode ver, é uma clinica de reabilitação.

Que seja, eu não preciso disso. Eu disse irritado, quase gritando.  

Desculpe-me senhor Way, mas não poderá sair até que seu tratamento esteja terminado, são ordens dos seus pais. Frank é seu colega de quarto, irá lhe explicar como as coisas funcionam aqui. Tenha um bom dia. Ela disse sorrindo, e saiu.

VOLTA AQUI! EU TENHO QUE SAIR DESSE HOSPÍCIO! EU TENHO UMA VIDA LÁ FORA, PORRA!

Ela parou, se virou com a maior calma do mundo e disse:

Se você não é louco, não haja como um, senhor Way.

Ótimo, além de estar num hospício, eu teria que dividir o quarto com um psicopata. Ele me olhava com uma expressão de pena no rosto, o que me fez querer dar um soco na cara dele.

Você sempre se oferece pra ajudar os outros assim? Contar historinhas e brincar de casinha também? Eu disse quase gritando.

Não, na verdade você é meu colega de quarto, e é parte do meu tratamento me relacionar com as pessoas, ou acha que eu escolhi aguentar garotinhos mimados como você?

Vá pro inferno, cara.

Ele sorriu, fingindo não ouvir meu insulto.

Vem, vou te mostrar o resto do lugar.

Andamos por mais alguns minutos, Frank não parava de tagarelar e sorrir. Eu não via motivo para de sorrir a todo momento, eu não conseguia entender como ele conseguia, mas aquilo me irritava.

O dia se arrastou, devagar até demais. Eu estava agoniado, eu precisava sair dali, precisava de heroína, eu não sabia de podia aguentar por muito tempo. A heroína era a minha forma de esquecer os problemas, a vida, era minha anestesia. Deram-me alguns remédios que fizeram minha vontade diminuir, mas mesmo assim, aquela sensação era horrível.

Gerard, você tá bem? Frank disse entrando no quarto (eu havia passado o dia todo ali, deitado naquela cama). Quer que eu chame uma enfermeira?

E como você quer que eu esteja bem? Meus pais me colocaram nem lugar para anormais, e estou cheio de remédios e meus amigos nem sequer sabem onde eu tô! Como você quer que eu esteja bem? Gritei.

Você acha que o mundo gira em torno de você, seus amiguinhos ricos, suas drogas, festas e todas as merdas que vocês fazem, não é? As coisas não são assim, Gerard.

Não respondi. O jeito como ele falou, com uma calma tão grande, parecia que nada pra ele era novidade, o vazio no olhar dele me fez sentir pena, e ao mesmo tempo me fez sentir nojo de mim mesmo. Frank despertava em mim sentimentos que eu raramente sentia. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, mereço reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hes Lost Control" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.