Capitulo 23 – O templo proibido.

Eu estralava os dedos, uma pequena chama surgia e virava um pequeno circulo  vermelho em cima da minha mão, de repente ele apagava. Estralava os dedos de novo e tudo começava outra vez. É, eu estou entediado. Eu tinha pegado essa mania durante aquela semana que aconteceu a invasão.

Os monstros ficaram cada vez mais fortes, mas ainda dava para matar, era só conhecer os pontos fracos, cada vez mais gente veio nos ajudar a patrulhar a cidade, essa gente eram pessoas (elfos, centauros, orcs,..) que ficavam cansados da batalha e para descansar vinham nos ajudar.

Os monstros verdadeiramente fortes não vinham pelos tuneis criados pelas minhocas e outros tipos de monstros que cavavam por orgulho de serem os mais fortes, era estranho pensar que monstros tinham estratégias para a invasão e que eles tinham orgulho, mas até algum tempo atrás eu também não sabia que existia magia de verdade, então eu qualquer coisa que viesse iria ser normal, mesmo que eu estranhasse um pouco.

Depois da semana de invasão os mestres nos deram um tempo indeterminado de folga. Estamos no segundo dia e eu não tenho nada o que fazer, não posso ficar fazendo o meu treinamento o dia todo porque ele usa as minhas energias de mais, na verdade é porque eu estou com preguiça de me esconder de todo mundo para ir treinar, provavelmente alguém iria conseguir me seguir e ver meu treinamento secreto, a Shade já viu ele, mas ela também é discreta com essas coisas e não contou nada sobre ele para ninguém.

Todo mundo ficou sem nada para fazer, ficaram com tanto tédio que até fizeram uma faxina geral em casa, o problema é que ela não durou nem 10 min usando magia. Cada um estava no canto fazendo algo para tentar passar o tedio.

- Vocês querem fazer alguma coisa? – perguntou Erick.

- O que? – perguntei.

- Eu achei uma entrada de um templo em uma de minhas caminhadas, só que até agora eu não tive tempo de explorar ele, alguém quer vir comigo?

Eu, a Shade, Dean, James, Luciana, Rachel e Carlos já estávamos em pé.

- Vamos.  

Cada um foi no seu meio de transporte menos a Shade (que foi comigo) e a Luciana (que foi com o Dante).

- Soube que você está namorando. – falou Shade no meio da viagem.

- Estava.

- Estava? O que aconteceu?

- Ela era um pouco ciumenta – tradução: muito ciumenta.

- O que ouve?

- Ela tinha ciúmes de todas as garotas que eu conversava, da Érica principalmente, a minha recrutadora. Ela queria que eu só ficasse com ela, no sentido literal da palavra, ficar perto dela o tempo todo para ela me manter sob o olhar dela.

- Muito ruim isso.

- Sim.

Um tempo de silencio.

- E você?

- Eu o que?

- Já teve namorado?

Ela demorou um pouco para responder, eu quase olhei para trás para conferir que ela estava lá (mesmo com os braços dela me abraçando).

- Sim já tive um namorado.

- E o que aconteceu?

- Não importa – disse em um tom que encerrava a conversa.

- Tem certeza?

- Sim.

Senti que ela estava triste só de lembrar o que quer que seja, fiz a única coisa que eu podia para tirar esses pensamentos dela: empinei a moto, com ela a mais de 150 km/h. Senti que ela me apertou mais por causa do medo.

- Nathan!!! Eu vou te matar.

As mãos dela estavam indo perigosamente em direção ao meu pescoço.

- Pensa bem, se você me matar agora quem vai dirigir a moto?

Ela parou um pouco para pensar, depois de um tempo as mãos dela abaixaram de novo.

- Quando chegarmos lá você me paga.

- Dai como você vai voltar?

- Te mato em casa mesmo.

- Você não conseguiria.

- Isso é um desafio?

- Não, mas você não vai me matar, porque se você fizer isso quem vai treinar com você? A Rachel não é muito boa em luta corporal, a Luciana não gosta muito de treinar como treinamos, as outras gurias não são muito boas, e os caras vão pegar leve com você.

- Posso treinar com o Dean e com o Dante, eles me levam a sério.

- Mas não tem o meu estilo.

Ela ficou em silencio. Eu ganhei uma discussão, isso é raro hoje em dia.

- Mas eles ganham de você em uma disputa de dominações.

Esse era o meu ponto fraco, em dominações eu era o mais fraco dos doze da minha turma, mas eu tentava compensar isso com estratégias e nas disputas corporais. Não que eu melhorei a minha dominação com o meu treinamento superintenso, mas ainda estava um pouco abaixo do que os outros. Nem imagino como eu estaria sem o treinamento.

- Mas em uma luta de verdade eu ganharia deles.

- Provavelmente, de onde você tira aquelas magias?

- Já te disse, no meu mundo existem vários heróis fictícios, eu tento fazer com que a minha magia seja parecida com o poder deles.

- Deve ser legal ser de um mundo onde as crianças podem se divertir vendo TV e essas coisas que vocês tinham lá.

- Sim, e como vocês se divertiam na tua dimensão?

- Brincávamos de bonecas, de ser princesas com as outras garotas, com os garotos eu brincava de espadas, de bola, essas coisas.

- No minha dimensão também brincávamos disso.

Ficamos em silencio no resto da viajem em silencio nos lembrando de nossas dimensões, era um assunto delicado entre todos nós. Tínhamos abandonado nossas famílias, não por querer, que se não tivéssemos vindo para a Ilha dos sonhos, a dimensão viajante, provavelmente monstros nos atacariam, agora pensando nisso, mas porque monstros iriam nos atacar? Eles teriam que ir para a nossa dimensão só para nos atacar. Eu iria perguntar isso para o Kiu quando eu o encontrasse.

Eu gostava de andar de moto só para sentir a velocidade, a adrenalina correndo por minhas veias, ir para lugares interessantes, por estranho que pareça eu também gostava de ir com a minha moto porque parecia que eu tinha um tipo de ligação com ela.

Viajamos por quase duas horas para chegar em uma campina aberta perto de uma floresta um pouco densa.

- Onde fica o templo? – perguntei.

- Um pouco mais para frente. – respondeu Erick.

- E como você descobriu o templo? – perguntou Dean.

- Nas minhas caminhadas.

Eu não fazia a mínima ideia do porque que alguém iria viajar tanto tempo assim só para se embrenhar na mata sem motivo nenhum. Ninguém perguntou nada porque sabiam que a resposta sempre seria a mesma: ele estava fazendo uma caminhada.

Erick entrou na mata, olhamos para onde ele entrou e fomos atrás.

Era uma floresta bem fechada, com o nosso treinamento conseguimos seguir o Erick facilmente.

Chegamos a entrada do templo, pude saber disso porque vi uma portal de pedra extremamente grande com uns desenhos estranhos e uma sensação de magia antiga.

Os desenhos eram de animais de humanos lado a lado, os outros desenhos pareciam escrita antiga, pelo jeito que a entrada estava o templo ficava embaixo da terra.

- Como se abre essa porta? – perguntou Dean.

Todo mundo olhou para ele e depois olhamos para a porta.

Ela era uma porta dupla com argolas no lugar das maçanetas, elas tinham pelo menos dois metros de altura e um de largura.

Cada um tentou de seu jeito de abrir a porta, empurrando, puxando, tentando dominação de terra, tentando explodir a porta (James), quando chegou na minha vez todas as coisas que poderiam ser feitas já foram feitas, então eu simplesmente puxei uma das argolas e bati na parede.

O que eu não imaginava era que isso ia dar certo.

- Lembrete mental: deixar o Nathan ir primeiro. – falou Shade.

- Mãos magicas. – falei.

- Com certeza.

- Vamos entrar ou não? – interrompeu Dante.

Erick foi à frente e nós fomos atrás. Depois que passamos pela porta entramos em um templo igual a o dos filmes, um corredor cheio de tochas e desenhos antigos.

Depois de andar 10 metros para dentro do templo a porta se fecha sem ninguém mexer nela. Depois que ela se fechou não se via mais a porta e só uma parede sem nenhuma falha.

- O que foi isso? – perguntou Dean.

- A porta fechou. – ironizou James.

- Vamos abrir uma passagem.

Estalei os dedos para formar fogo, mas não deu certo. Olhei para os lados e vi os outros repetindo alguns gestos, desde virar a mão para a parede.

- Vocês também não estão conseguindo?

- Não. – responderam todos.

- Uma vez eu li em um livro, que em templos antigos tem uma magia que bloqueia todos os outros tipos de magias, a não ser aquele tipo de magia que os usuários daquele templo usavam. – falou Rachel.

- E aqui tem uma magia dessas? – perguntou Dean

- Sim.