Depois dos exames Jordan me disse que eu teria alta aquela tarde, pouco depois, minha mãe veio ao hospital, mas eu fingi que dormia enquanto ela estava la.

Anne veio e ficou o horário do almoço comigo e depois foi embora para a faculdade, eu fiquei sozinha, passando os canais idiotas da TV até Gates entrar.

– Boa tarde.

– Oi! Como foi seu dia? - Perguntei animada, aquele “mundo” hospitalar estava me irritando.

– Conversei com Matt.

– E?

– Olha, acreditar em mim ele até acreditou, mas você conhece a possesividade dele.

– Conheço.

– Não sei como vocês aguentam.

– Vocês?

– Você e a Val. - Disse como se fosse óbvio.

– Valary?

– A namorada dele. Mel, o quão forte foi sua pancada?

Namorada dele?

– Eles não tinham terminado?

– Voltaram, faz um bom tempo já. Ele não te contou?

– Não.

– Talvez porque vocês duas não se dêem bem.

– Pode ser.

– Ele falou que vem te ver, quer conversar com você.

– Você sabe quando?

– Ele só ia passar em casa.

– Você também devia ir para casa, já passou a noite aqui nesse hospital idiota.

Ele riu - Passei, mas não foi uma noite ruim, você sabe.

Rolei os olhos - Ah Syn, mas você dormiu mal e sabe disso.

– Eu nunca durmo mal.

– Ok! Então fica aqui!

– Você sabe quando vai ter alta?

– Hoje.

– Eu te levo pra casa então. Ok?

– Ok. Ah, Syn. E minha moto?

– Ela ficou bem arrasada Mel, mas eles rebocaram para uma oficina. Sua irmã mandou concertar.

– Ah.

Alguém bateu na porta e Syn foi abrí-la. - E ai Shadz?

– Para um simples amigo você anda passando tempo demais com a Mel, não acha?

Syn sorriu irônico - Estou tentando preencher o buraco que o melhor amigo dela deixou.

Eles se encararam, Matt com raiva e Syn calmo.

– Brian? Você pode nos deixar conversar por favor?

– Claro Mel. - Ele disse e saiu pro corredor, fechando a porta trás de si.

Matthew veio andando e sentou ao meu lado, eu sentia vontade de matá-lo, de afogá-lo no soro ou qualquer outra coisa.

– Brian me disse o que aconteceu.

– E sabe o que mais? Ele sem querer me deu uma informação que eu não sabia.

– Sem querer? Isso não é a cara dele.

– Ah, então suponho que você tenha contado pra ele que chifrou a Valary comigo?

– Não. Você…

– Não Matthew, ninguém sabe, além de mim, é claro.

– Escuta Mel…

– Como pôde Matt?

– Mellanie… - Disse se levantando e pegando minhas mãos.

– Não toca em mim! - Disse puxando-as dele.

– Mel, não…

– Como você pôde dormir comigo enquanto estava namorando? Você não só chifrou a garota Matt, mas traiu minha confiança!

– Mellanie, você tem que…

– Não tenho nada! E é bom você sair daqui agora Matthew!

– Mel, vamos conversar, me escuta…

– Você nunca escuta ninguém, e agora eu descobri que não respeita também! Sai daqui Sanders!

– Mel…

– SAI! - Gritei apontando a porta e ele suspirou

– Conversamos depois então. - Disse e saiu pela porta.

Algum tempo depois, Brian entrou com uma latinha de coca em mãos - Vocês brigaram? O cara saiu daqui vermelho de raiva.

– Pois é, você não ouviu?

– Não gosto de ouvir conversa alheia, e também, estava comprando minha coca. Quer?

– Não. Valeu.

Ele sentou comigo e ficamos assistindo um desenho idiota até o médico chegar e me dar alta, peguei as roupas que Anne havia trazido e fui me trocar no banheiro.

Syn me levou apra casa e me levou para o quarto no colo, porque, segundo ele, eu não devia andar.

Como ele estava de moletom, minha mãe não viu as tatuagens e gostou dele.

Anne disse a ela que ele era meu namorado e ela me olhou muito feio, pensando que eu o havia traído.

Fiquei deitada com Syn, que resolvera ficar para reforçar a ideia de namorado, ele me tratava tão bem que eu podia me acostumar com essa ideia.

Estávamos assistindo um dos filmes mais irritantes da terra, a sky classificava como ação, mas eu classificava como política chata e idiota.

Sentei me na cama e prendi o cabelo num rabo de cavalo, com meu próprio cabelo.

– Não gosta do filme?

– Nem um pouco.

Minha mãe passou no corredor, o que indicava que ela ia bisbilhotar.

– Troca de canal então.

Deitei de novo, encostando nele. - Mas não tem nada bom passando.

Ele riu e tomou o controle de mim, passando pelos canais.

Fiquei encarando a tela enquanto ele procurava algo bom, então lembrei vagamente da noite que passei na casa dele, a diferença era que ele estava assistindo TV lá.

– Acho que esse filme é legal. - Disse parando em um canal com verde e preto de mais.

– Mistério?

– Acho que é.

Olhei a TV, mas nada do que passava me interessava, abracei seu peito e fechei os olhos, talvez dormisse, ia ser uma boa.

Ele ficou brincando com meu cabelo e passando uma mão pelo meu braço, parecia mecânico, então levantei o rosto para vê-lo, Brian mal piscava enquanto olhava a tv, olhei e percebi que o cara estava falando sobre um rifle.

– O que tem de tão interessante?

– É um rifle! - Disse como se fosse uma das maravilhas do mundo.

– Então tá.

Levantei da cama e desci as escadas, peguei água e voltei para o quarto, lembrando de fechar a porta dessa vez, para que minha mãe parasse de nos bisbilhotar.

Voltei a sentar ao seu lado, encarando a tv, quando de repente alguém deu um tiro o filme, me assustando, fazendo com que eu derrubasse toda a água em minhas pernas.

– Merda! - Grunhi esfregando a calça jeans - Agora vai ficar pesando e arranhando.

– Tira. - Ele disse como se fosse óbvio

– Não molhou tanto assim.

– Então fica com ela.

Fui colocar o copo em cima da escrivaninha e a calça ficou pregando em mim. - Que merda! - Falei de novo, só que baixo.

– Já falei para tirar.

Respirei fundo, ele tinha razão, não tinha porque eu continuar com a calça.

Tirei-a e fui para o guarda-roupa, procurando algo melhor que jeans para usar.

– Eu não disse para você colocar outra coisa, disse só pra tirar.

– Virou meu costureiro?

– Claramente não.

Rolei os olhos e abri as gavetas em busca de algo que fosse confortável. Ah, minha calça de moletom estava lavando.

– Eu gosto de roxo.

– E daí? - Perguntei enquanto procurava algum short.

– Também gosto de renda.

– Renda? - Perguntei confusa e me virei para vê-lo, percebi o sorriso sacana e olhei para mim mesma, rolando os olhos em seguida - Vou te dar uma cueca roxa e rendada.

– Eu não quero uma cueca.

– Quer uma calcinha? - Perguntei irônica

– Gostaria, de preferência a sua.

Rolei os olhos de novo. - Você não perde uma oportunidade, perde?

– Não. Mas você parecia estar muito feliz por isso noite passada.

– Noite passada você perdeu oportunidades.

– Você estava sob efeito de remédios.

– Não, não estava.

– Então o que você ainda está fazendo no guarda-roupa?

– Syn… - Comecei, mas senti o puxar minha cintura, me virando para si e tomando meus lábios.

Ele me pegou no colo e logo já estávamos na cama, onde ele atacava meu pescoço sem nenhuma dó,

Esqueci completamente que estava em “processo de recuperação” que minha mãe e, provavelmente, minha irmã estavam em casa.

Só me deixei levar por Syn, pelas carícias, por seus lábios.

Quando me dei conta, já estava nua sob seu corpo, igualmente nu, gemendo seu nome enquanto ele me fazia sua, aumentando o ritmo dos movimentos a cada suspiro meu.

Ao final, ele deitou ao meu lado, me puxando para si e beijando minha boca.

Olhei para baixo só para ter certeza de uma coisa, a cor dos lençóis mudara, ao menos isso.