Arrumei minhas coisas e troquei de roupa, colocando a blusa dele em cima da cama.

Brian me encarava sem expressão, apenas esperando eu terminar.

- Bom, tchau Syn e valeu por tudo. - Eu disse sorrindo e colocando a mochila nos ombros.

Ele sorriu e se levantou - De nada. Eu só queria te perguntar uma coisa.

- Depois de todo o piti do Matt… 

- Ah, eu… Olha, isso é confuso. 

Ele riu e concordou com a cabeça - Sem problemas, e também, essa noite nunca existiu. 

Sorri e o abracei, existe um cara melhor que esse? Talvez o Matt… Mas não hoje, hoje ele era um idiota filho da puta.

Desci as escadas com ele me acompanhando, me despedi de todos, menos da garota, que não estava visível.

Arranquei com a moto e aproveitei o tempo sozinha e pensei em algumas coisas, mas na rua da minha casa, esqueci tudo que eu já pensei na vida.

Matt estava sentado nas escadas da varanda, respirei fundo fui até lá calmamente. 

Desci da moto sob seu, provável, olhar duro. 

Matt usava óculos escuros e um boné, o que dificultava minha interpretação de sua face. 

- Boa tarde Mel, seu hotel oferecia almoço? 

- Almocei fora. E você? Resolveu acampar aqui? 

- E se resolvi? 

- Então entra e come alguma coisa, deve ter algo comestível. 

Matt suspirou e se levantou, tirou os óculos e chegou perto de mim. - Desculpa ok? Não gosto de brigar com você. 

Baixei a cabeça - Nem eu. 

- Podemos esquecer tudo isso? 

- Acho que sim. - Ergui a cabeça a tempo de ver o sorriso lindo se espalhar pelo seu rosto. 

Matt me puxou para um abraço apertado e forte, me fazendo sucumbir de novo, e principalmente, me sentir tão culpada que minhas entranhas se revoltaram contra mim e se debateram. 

Ele se afastou sorrindo e me deu um selinho, como sempre, mas aquilo ardeu como se fosse veneno na minha boca.

- Eu tenho que entrar. - Disse fraco 

- Vou com você. 

Respirei fundo e peguei a chave, passei por ele e entrei em casa, Matt me seguiu até a cozinha, Anne estava terminando de lavar um prato.

- Olá maninha, achei que você tinha morrido. - Disse divertida

- Tentei. Hey, você tem alguma comida para dar para essa alma? 

- Tem sim, a comida ta no fogão Matt. 

- Valeu Ann. - Ele disse sorrindo e beijou-a na bochecha, indo em direção ao fogão e se servindo. 

Me encostei na mesa e assisti Matt terminar de se servir e sentar logo a minha frente para comer.

- Não vai comer? 

- Já almocei. 

Ele deu de ombros e continuou concentrado no prato, quando terminou, levou-o pra pia e lavou, mesmo eu tendo insistido que não precisava, que eu faria depois.

Subi pro quarto com ele no meu encalço. 

- Não abriu seus presentes ainda? - Perguntou vendo os pacotes pelo quarto. 

- Como esperava que eu abrisse alguma coisa? Estava na sua casa, depois dormindo, depois fugindo daqui para o hotel. 

- Vamos abrir então! 

Sentei na cama e ele ia me passando os embrulhos, a maioria roupas, alguns cds, maquiagem e coisas assim. 

No último embrulho, Matt me entregou com um sorriso maior? 

- Adivinha de quem é? 

- Seu? - Perguntei sorrindo também

- Exatamente. Abre Mel. 

Abri com cuidado o papel prateado e achei uma caixinha de veludo azul, abri e era um cordão com pingente de borboleta. - QUE LINDO MATT! - Gritei e me joguei nele, o abraçando forte. 

- Gostou? 

- Amei! Coloca em mim.

Virei de costas e ele colocou o cordão em mim, beijando o fecho logo depois. 

Me virei pra ele sorrindo e o abracei de novo. 

- Você é o melhor, mais lindo, mais perfeito, mais tudo! 

Ele deitou na cama e eu fiquei lá agarrada em seu pescoço me sentindo uma vadia. 

Me soltei dele e sentei, prendendo o cabelo e o encarando.

- Que foi Mel? 

- Eu tenho que te contar uma coisa. Mas só se você prometer que não vai me odiar e brigar comigo. 

Ele se sentou e virou de frente para mim. - Eu nunca vou te odiar Mel. - Disse sorrindo e beijou meus lábios, trazendo o veneno de volta. 

- Ok. Então… - Respirei fundo e baixei a cabeça - Você estava certo. 

- Sobre? 

- Sobre eu não ter dormido em um hotel. 

- E onde você dormiu? - Perguntou tentando controlar a voz, mas a raiva era nítida

- Eu… 

- Com o Brian não foi? 

Assenti e ele bufou - Mas eu estava com raiva de você e também com medo de acabar piorando tudo. Por isso não te falei. 

Levantei os olhos e vi Matt com os olhos apertados, ele estava com muita raiva e isso queimava milha alma. 

- Tudo bem. - Disse com a voz tremendo - Eu disse que tudo bem se vocês tivessem algo, não tenho o direito de atrapalhar. 

- Matt. - Chamei um pouco desesperada - Não é nada disso. 

- Tudo bem, eu entendo, vocês podem ter o que quiserem. 

- Matthew Charles Sanders! Eu estou te dizendo que não tenho nada com ele! 

- Para de mentir Mel. 

- Eu juro Matt! - Disse segurando seu pescoço - Juro para você, nada mesmo! 

Ele me olhou e eu vi algo misturado na dor, ver aquele olhar em  Matt rasgou meu coração de formas que eu nem sabia serem possíveis. 

- Não precisa mais mentir Mel, você já me contou que dormiu com ele. - Disse e a tristeza era aparente na voz calma

- Dormi com ele? Não Matt! Não dormi com ele! Não do jeito que você está pensando. 

- Jura para mim? 

- Juro! Matt eu juro! - Disse passando as mãos pelo seu rosto, o olhar dele estava literalmente furando o meu, os olhos verdes estavam cristalinos de dor e eu estava desesperada. - Eu nunca mais faço nada que você me pedir para não fazer, não se te deixar desse jeito. 

- Você não tem que me obedecer, pode ficar com ele se quiser, já disse. 

Meus olhos marejaram - Para de falar assim! Parece que eu te traí do jeito que você fala! Eu não fiz nada Matt, eu juro. 

Ele respirou fundo e eu fiquei ainda mais desesperada, pode parecer estranho todo o meu desespero, mas era sincero. 

Matthew era tudo o que eu confiava, tudo o que me segurava no chão… Ferí-lo era a coisa que eu menos queria em toda a minha vida. 

- Você é a pessoa mais importante do mundo para mim. Matt, você é meu mundo, me desculpa, por toda e qualquer coisa que eu já fiz pra você. Principalmente pelas que eu fiz consciente. Mas não me olha assim, por favor não me olha assim. 

Matt fechou os olhos e uma lágrima caiu pelos meus olhos.

- Eu te amo Matt! Você sabe disso! - Eu disse encostando minha testa a dele - Eu te amo mais do que tudo no mundo! 

Ele abriu os olhos devagar, me encarando por longos segundos.

- Eu também te amo mel. - A voz dele era calma e ainda mais carregada, fechei os olhos com força, sentindo as lágrimas caírem pelo meu rosto. 

Matt levou as mãos ao meu rosto e secou as lágrimas, abri os olhos e o encarei por alguns segundos. 

- Desculpa. 

- Você não me deve explicação. 

- Mas eu quero dar explicação. 

Ele sorriu e me deu um selinho. - Só não faça nada para se arrepender depois. 

- Eu não faço. As únicas coisas que eu já me arrependi foram, brigar com você e namorar o Oliver. 

- Bom. - Ele disse e sorriu - E que sejam as únicas. 

- Se eu seguir o que você disser, vão ser. - Ele sorriu mais e foi minha vez de dar um selinho. - E eu vou seguir. 

- Sei que vai. 

Nos encaramos por longos segundos, mais uma vez… 

Então senti a necessidade de beijá-lo… Nunca aconteceu antes, Matt é meu melhor amigo, eu não devia querer beijá-lo… Devia? 

Os olhos verdes me colocaram em transe e eu beijei-o, diferente de todas as outras vezes… 

O gosto amargo de todas as coisas ruins, o gosto doce de todas as coisas boas e o salgado das lágrimas… 

Matt correspondeu a tudo com calma, mas parecendo tão nervoso quanto eu. 

Agarrei a pele de seu pescoço e subi em seu colo, a necessidade da aprovação de Matt me atingiu com tudo… 

Eu precisava dele, sempre precisei… 

E agora precisava mostrar a ele tudo o que significava pra mim, precisava provar que ele era tudo para mim de uma forma literal. 

Matt suspirou quando separou nossas bocas. - Mel eu… Não sei se fui eu, desculpa… 

- Não foi você Matt… Fui eu. - Disse rindo e beijando sua bochecha de leve

- Por que? - Perguntou me encarando sério 

- Eu quis. - Disse sorrindo e beijei seus lábios por meio segundo

Ele lambeu a própria boca e respirou fundo. - Não quero me aproveitar de você Mel. 

Sorri e passei meu nariz pelo dele - Como você pode dizer isso? Matt eu te beijei. No mínimo, quem está se aproveitando sou eu. 

- Não Mel… Você ta mal, eu não… 

- Eu não quebro Matt… Não fácil assim. 

- Mas você está passando por um momento difícil.. 

- Minha vida é difícil Matt… E você sempre foi a pessoa que me impedia de caír. Então para de achar que está sendo o cara mau da história, você é o herói… Meu herói. - Disse e beijei-o com calma.

Ele correspondeu e eu senti como se fosse o último beijo de toda a minha vida, Matt me agarrava contra ele, meu cabelo estava embolado em sua mão direita, que me puxava mais, aprofundando o beijo. 

O gosto de Matt era simplesmente o paraíso, meu paraíso… Tudo nele me acalmava, cheiro, toque, até o olhar de Matt me acalmava… 

Paramos de nos beijar por falta de oxigênio, ambos ofegantes e sorrindo. 

Pesei meu corpo para a frente, fazendo com que ele se deitasse na cama. 

Matt segurou minha cintura e me olhou por um tempo, eu sorri e tirei o boné, que cobria sua cabeça e ralos cabelos que acabavam de nascer. 

- Seu cabelo cresce rápido. 

- Bom para você. 

- Muito bom para mim. - Disse passando os dedos pelo “cabelo” dele.

Matt beijou meu ombro e eu sorri, descendo a boca para a dele, apertando os braços fortes e sorrindo. 

Deslizei as mãos pelo peito dele, chegando a borda da camiseta e colocando as mãos por debaixo da mesma, puxando-a para cima enquanto alisava o peito dele. 

- Me ajuda a tirar Matt. - Disse baixo e ele riu, erguendo o corpo um pouco, arranquei a camiseta branca e voltei a beijá-lo. 

Desci os beijos pelo pescoço e ombros, indo ao peito e a barriga, abrindo o botão da calça dele e começando a descê-la. 

- Mel! - Ele chamou me puxando pra cima 

- Que? 

- Isso… Eu não posso fazer isso com você. 

- Por que? - Perguntei beijando-o 

- Você é virgem Mel, eu não posso simplesmente tirar isso de você… 

- Mas Matt… 

- O beijo podia ser porque não é tão sério assim, mas sexo Mel? 

- E a história de eu não poder dar coisas importantes da minha vida para qualquer um? 

- É exatamente aí que eu quero chegar. 

- Você não é qualquer um. 

- Mas não sou o cara certo. 

- Por que não seria? 

- Mel… 

- Eu amo você Matthew, não existe uma pessoa no mundo em quem eu confie tanto. 

Ele respirou fundo e fechou os olhos, beijei-o com calma e ele correspondeu, acariciando minhas costas sob a blusa. 

Matt trocou nossas posições, ficando por cima de mim, beijando minha boca, depois bochechas e fazendo todo um caminho até o colo. 

Ele puxou meu corpo um pouco e retirou a blusa que eu usava, depois beijou minha barriga, Matt fazia tudo com calma e precisão, me fazendo suspirar a cada toque. 

Mordeu de leve logo acima da calça, que ele desabotoou e puxou devagar, passando os dedos pelas minhas coxas no processo. 

Subiu beijando as coxas e a barriga, soltou o sutiã e me encarou por um segundo longo, antes de começar a beijar e massagear meus seios. 

Gemi quando senti seus lábios em contato com minha pele, arranhei os ombros com força e me deixei levar por ele. 

Tudo que fazia era perfeito, era bom… 

Matt era personificação de tudo de bom no mundo, pelo menos para mim. 

Ele voltou os lábios para os meus e me beijou demoradamente, enquanto eu entorpecia em seus braços, e acariciava suas costas nuas. 

Matt se afastou de mim, mantendo contato visual, existe alguém mais bonito que esse cara? 

Escorregou as calças pelas pernas e jogou-as ao lado da cama, se inclinando para mim novamente, beijando meu pescoço e se encaixando entre minhas pernas, apertando sua ereção em mim. 

Ele se afastou de novo e retirou o resto das peças que nos cobriam, voltando a deitar sobre mim calmamente. 

Beijou minha boca com carinho e parou para me encarar, pedindo uma permissão muda, mordi os lábios e fechei os olhos, senti Matt entrar em mim e mordi mais ainda minha boca. 

A dor veio junto com ele e eu gemi arranhando suas costas, ele parou no mesmo segundo, abri os olhos e vi sua expressão preocupada, desceu a boca a minha e me deu vários selinhos. 

Respirei fundo e coloquei uma mão na cintura dele, puxando-o para baixo. 

Matt voltou a se movimentar e a dor foi sendo substituída aos poucos pelo prazer. 

Não existia mais nada no mundo, só ele e eu, só aquele momento no meio do nada. 

Quando chegamos ao ápice, ele beijou minha boca e deitou ao meu lado, me puxando para me aconchegar nele. 

- Eu te amo Mel. 

- Eu também Matt. Obrigada por existir. 

Ele riu pelo nariz e beijou meu cabelo… 

E foi assim que adormeci, feliz e completa ao lado da pessoa mais perfeita e aquele que eu confiaria minha vida sem nem antes pensar, Matthew Sanders, M. Shadows, escolha o nome que quiser, mas de um jeito ou de outro ele é meu Matt, meu tudo, meu mundo.