Eliza No País Das Maravilhas escrita por Avril_Gomez_108


Capítulo 28
Bato em três piranhas do cabelo colorido


Notas iniciais do capítulo

Demorei menos que da última vez! Eu só gostaria de acrescentar que dia 28/05 a fic fez 08 meses! Yeahhhh!!! Agora podem ler!



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–É uma competição de inteligência!- respondeu Julie- Eu e Annabeth vamos vencer!

–Vai se ferrar!- falei

Claro que elas venceriam. A duas sabiam responder qualquer pergunta que fizessem á elas, como não vencer? E o pior é que como irmãs, provavelmente fariam uma dupla e deixariam as outras serem eliminadas. Eu não precisava delas, não sou a mais inteligente, mas consigo me classificar para a próxima rodada. Ane faria dupla comigo como sempre, é assim desde o jardim de infância, quando tive que desenhar uma flor (sempre fui a melhor desenhista da sala) para ela se não a chata da professora brigaria com a filha de Afrodite. Mas fiquei preocupada mesmo é com Laís, Meg e Pâni. Três burrinhas. Menos Pâni, que chegava á ser na média, como eu. E Clarisse então? Não passaria sem ajuda.

–Com quem vai fazer dupla?- perguntei á Julie enquanto entravamos no prédio do concurso

–Com Annie- respondeu

–Não- falei com determinação- Vai fazer com Laís, Annie vai fazer com Clarisse e Meg e Pâni farão juntas. Esta decidido!

–Desde quando você manda por aqui?-perguntou Nico rindo

Agarrei a gola da camisa do filho de Hades e o joguei contra a parede do salão. Ainda segurando e deixando seu rosto bem perto do meu, falei:

–Desde que eu aprendi a usar uma espada para quebrar ossos e fatiar órgãos.

–Isso é uma ameaça?- perguntou abrindo um sorriso

–Quer mesmo descobrir?

–Não- negou com medo- Agora me larga!

Soltei a gola de sua camisa e fui andando para os vestiários, sendo seguida de perto por minhas amigas. Acho que aquela ameaça deixou Nico com medo, então a minha missão do dia já estava completa. Eu não precisava de mais nada, matei monstros comprei sorvete e assustei meu ex namorado. Considerei aquele dia como produtivo.

Nos vestiários, desta vez, me surpreendi. As garotas estavam elegantes, não com pijamas ou roupas de malhação, mas sim com vestidos. Acenei para Helena, que veio até nós e explicou que como prova de inteligência, ficaríamos atrás de balcões, então ninguém ligava se usássemos vestidos, embora a mais bem vestida ganhasse pontos extras dos juízes. A regra era: vestido curto que pode ser da cor e estilo que você quiser, mas tinha que se um vestido curto com saltos ou sapatilhas. E faríamos duplas, portanto as duas deviam estar gatas.

Assim que Helena se afastou o bastante para não ouvir o que dizíamos, Julie falou:

–Não vou usar vestido.

–Mas você vai ser desclassificada- disse Laís

–Dane-se! Não vou usar vestido- repetiu, andou até a saída- Paz pra vocês otarias!

Segurei o braço da baixinha e a joguei pra dentro dos vestiários novamente.

–Se você concorrer é mais chances de termos o carro, e eu quero aquele carro, agora deixa de ser pamonha e coloca logo um vestido, pode ser de corujas ou o que você quiser- falei.

–Ninguém precisa de mim, você está concorrendo e é claro que você vai vencer!- disse ela

–Eu nem bonita sou!

–Não quero discutir com você sobre isso!- disse fechando os olhos e respirando fundo- Me diga uma frase que me faça querer usar vestido.

–Julie não está usando um vestido curto azul de alçinhas com uma fivela preta e sapatos pretos- falei bem rápido, até me tirou o ar.

–Eu te odeio muito!- disse a baixinha agora que vestia exatamente o que falei.

Sorri para ela. Adoro vencer! É revigorante, e meu orgulho não permite que eu perca em alguma discução sem a outra pessoa acabar esganada.

Então, cada uma de nós, escolheu um vestido pela lógica contraria. Ane quis uma blusa tomara que caia azulada, com uma saia de cintura alta preta que batia um palmo antes de seu joelho, dando a impressão de um vestido, e sapatos pretos com bolinhas brancas. Laís preferiu um simples vermelho escuro, bem colado marcando suas belas curvas, e um sapato estampado nas cores marrom e laranja, para dar um toque diferencial ao look.

Pâni, fofa como sempre, optou por um vestido com estampa de flores laranja e vermelho e fundo preto, bem soltinho e leve como ela gosta, mas os seus sapatos marrom eram altíssimos e lhe davam um ar elegante. Não entendo porque ela namora Travis se pode conseguir coisa muito melhor, não que eu não goste dele, mas se ela quisesse poderia ter até Josh Hutcherson! E não, ela não é nova demais, Josh tem 19 e ela 15, quatro anos de diferença. Eu nunca falei pra vocês que ela era dois anos mais velha que eu? Pois ela é.

Annabeth, sempre me surpreendendo, usou um look ousado. Vestido tomara que caia com estampa circular em diferentes tons de azul, meio estufado da cintura para baixo, batendo um palmo antes do joelho. Para combinar, Annie usou também uma meia calça preta e saltos verde florescente. Ela estava maravilhosa como eu nunca há havia visto antes, pois nunca vi a filha de Atena com algo além de jeans, camiseta e all star.

Clarisse não queria usar vestido, muito menos ficar feminina demais, mas achou um meio termo se inspirando em uma roupa de Kristen Stewart. Vestido vermelho com um efeito de pele de cobra, cinto preto e all star. (N/A: Roupa da Kristen que a Clarisse se inspirou: http://img.trendencias.com.br/2009/12/Kristen-stewart-4.jpg). Meg estava impecável. Pediu um vestido de alçinha rosa, com sapatos cinza e um blazer preto, além de bolsa de mão preta e colar. Diferente e bonita.

Já falei de Ane e Laís, Julie e Annabeth, Pâni e Clarisse e Meg. Agora vocês querem saber o que eu pedi não é? Pois bem. Eu usava um vestido estilo japonês bem colado no corpo. Era bege com o final branco, por cima, pedi uma blusa branca de seda de alçinhas com flores azuis desenhadas perfeitamente. Desejei sapatos de salto alto beges claros, mas com uma palmilha especial porque da última vez que usei saltos, meus pés doeram, e não queria correr o risco.

–Meninas, por aqui!- disse Helena na porta onde dava para o conhecido estádio- Estendemos um tapete vermelho para não sujarem os sapatos na grama- informou antes que alguma patricinha (Ane) reclamasse.

Todas desfilaram com estilo até a porta. Uma de cada vez, respeitando alguns segundos para o publico observar a anterior, entrou no estádio sorrindo e arrancando aplausos. Implorei que todas as meninas entrassem antes de mim, já que normalmente, você quase nunca nota a última á entrar, a não ser que ela seja extremamente bonita. Como não sou bonita, passarei despercebida.

Fiz um caçulo mental de quantas meninas seriam eliminadas. Na primeira prova começaram 50 garotas e continuaram 30. Na segunda essas 30 foram reduzidas á 20. Agora provavelmente sobrariam 10, depois na quarta 5, e na quinta e última prova à vencedora. Era um sistema bem elaborado, sem confusões ou defeitos. Mas se nessa terceira prova, de inteligência, 10 garotas seriam eliminadas, não tínhamos muitas chances a não ser que uma burra faça dupla com uma inteligente, como sugeri.

Finalmente, Ane entrou no estádio acenando e sendo amada como toda a filha de Afrodite gosta. Agora seria minha vez. Helena, parada na porta, me lançou um olhar reconfortante, deixando- me com remorsos por tela deixado no hotel dois dias atrás sem nem me despedir. Ela era uma pessoa boa, mas me dava medo, porque desde o primeiro momento em que a vi, senti que era importante. Como se eu precisasse dela no final das contas. E todos sabem como eu odeio precisar de alguém.

Helena sorriu, então sorri de volta e entrei. Assim que passei pela porta, senti milhares de olhos em mim, com olhares acusatórios ou opinativos, mas todos me deixavam nervosa exatamente do mesmo jeito. Desfilei, ou melhor, tentei desfilar pelo tapete sem me concentrar nesses olhares. Mas era quase impossível me equilibrar no salto sabendo que tinha tanta gente vendo. Era como se observassem apenas á mim, e a mais nenhuma das concorrentes, fazendo-me sentir um animal de circo.

Para não ficar ainda mais nervosa, tentei observar o ambiente e saber para onde o estava indo. Era o mesmo estádio grandioso, nada de diferente, á não ser um tapete vermelho que vinha da porta dos vestiários até uma área grande cheia de balcões. Eu estava nesse tapete, me encaminhando até balcões verdes, onde seriam feitas as perguntas, provavelmente. Então cometi um erro, olhei novamente para a plateia, silenciosa e observativa. Mas antes que pudesse tropeçar no tapete ao algo do tipo, percebi que não era minha imaginação, eles olhavam apenas e exclusivamente para mim.

Começei á me preocupar. Será que estava feia como um pato? Ou andei como um pato? Ou minha maquiagem era de um pato? Ou eu sempre pareci com um pato? Mas de onde vinha esse tal pato? Aposto que nem á pato, e sim um galo metido á “quack”! Só que de uma coisa eu sabia, olhar para a plateia durante a prova poderia complicar tudo, então eu deveria me controlar.

Cheguei á área com balcões onde Ane e as outras me esperavam, também me observando.

–O que todo mundo está olhando?- perguntei

–Sei lá, mas deu vontade de olhar pra você- explicou Ane.

Era só o que me faltava, um estádio cheio de gente com vontade de olhar pra mim. Será que é por causa do tal pato?

–cof cof- álguem tossiu num microfone para chamar a atenção de todos.

Todos olharam para Helena, ela estava sob um degrau de pedra e segurava um microfone esperando para poder começar á falar. De lá, parei para notar em seu vestido que nem olhei enquanto estava no vestiário. Era curto como o nosso, de um lindo branco creme, com grandes folhas em ouro e pétalas despedaçadas. Calçava sapatos de salto alto beges que sobressaia com a meia calça preta. Usava também, lindos colares de ouro e prata, pulseiras e anéis de diamantes. Minha mãe devia ser elegante assim, mas ela é só uma cientista doida que usa jaleco de laboratório.

–Iniciaremos a terceira prova. Uma prova de inteligência, na qual as candidatas farão duplas e ficarão atrás destes balcões- disse Helena apontando para os balcões- Eu farei 40 perguntas e quem souber aperta a campainha, se acertar 1 ponto, se errar leva torta na cara e eu passarei para outra dupla resolver.

Só eu não gostei da parte da torta na cara? A não ser que tenha chocolate, aí eu quero.

–Garotas, por favor, fiquem atrás dos balcões- pediu Helena

Ane pegou minha mãe antes que alguém tentasse fazer dupla comigo e me puxou para o balcão mais perto, onde ficou brincando com a capainha. Pâni ficou com Meg, Julie com Laís e Annabeth com Clarisse, como eu mandei.

–Nessa prova, cinco duplas serão eliminadas, boa sorte meninas- disse a Rainha da beleza sorrindo. Então ela desceu do degrau e ficou atrás de um balcão azul de frente para nós, nele avia fichas onde provavelmente estavam as perguntas e um microfone. Helena pegou as fichas e leu- Primeira pergunta: Quantas bananas um elefante precisaria para tocar um trombone?

Ane fez a mesma cara que Laís faz na aula de matemática, “WTF?”. Nem Julie muito menos Annabeth entenderam. Meg começou a olhar para o lado desesperada por ajuda, enquanto Pâni contava bananas com os dedos pra ver se descobria. Laís só começou a ameaçar Julie para ela dizer a resposta certa, exatamente como Clarisse fez com Annabeth. As outras concorrentes eram bonitas, não inteligentes, mas pareciam ter compreendido muito melhor a pergunta do que nós.

Apertei a campainha, não tinha nada a perder.

–Sim?- perguntou Helena, e o estádio inteiro focou os olhos em mim mais uma vez.

–Antes de eu responder, a torta que jogam na cara é de que?- perguntei

–Maçã- respondeu Helena rindo

Eu gostava de maçã.

–Eu acho que a resposta é... Caramelo- falei

–Essa resposta está e... E... Exata!-comemorou feliz

O estádio explodiu em gritos de felicidade, se fizessem isso toda vez que alguém acertasse, ficariam mais rocos que minha mãe no ano novo. Longa história.

–Como você sabia?- cochichou Ane

–Não sabia!- respondi

Olhei para minhas amigas, falando sem voz a minha teoria das respostas. Se estávamos no País das Maravilhas, a resposta que eu pensei ser a certa, não seria certa e a errada também não seria a certa, certa mesmo seria a resposta que não está certa nem errada. Pra facilitar, a resposta vai ser sempre nada á ver com a pergunta. Tentei dizer isso as meninas, mas só Annabeth sabia leitura labial, ou seja, a filha de Atena agora estava á par do jogo, exatamente como gosta. O resto iria se ferrar legal.

–Segunda pergunta: Se um cachorro, um gato e um rato atravessaram a ponte, quantas galinhas botaram um ovo?- perguntou Helena

Annabeth apertou a campainha e disse:

–Karaokê.

–Certa resposta!- disse a Rainha da Beleza

O resto do jogo foi assim, eu acertava algumas, Annabeth outras, e mais três duplas de GHPM (Garotas Habitantes do País das Maravilhas) outras. O resto das duplas brisava geral. No final, viria à última pergunta, eu e Ane estávamos na frente com 20 pontos, logo atrás Annabeth com 8 pontos, e as três melhores duplas GHPM com 4 pontos. Era óbvio que apenas essas cinco passariam. Eu nem precisava tentar acertar que já sairia em primeiro.

–Quem acertar essa pergunta vai ganhar duas entradas pro SPA Tenuitate, onde vai receber massagem especial de Gusttavo, o homem mais forte e bonito de todo o País das Maravilha...

–EU SEI A RESPOSTA! EU VOU ACERTAR! NINGUEM OUSE APERTAR A CAMPAINHA ANTES DE MIM!- gritei

–Calma! Gusttavo pode ser seu, é só acertar. Última pergunta: O desodorante do chinelo acabou, como ele pode achar seu celular?- perguntou Helena

Pressionei a campainha com força.

–Dançando frevo- respondi

–CERTO! Vocês acabaram de ganhar Gusttavo e passaram pra próxima fase!

–AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! GUSTTAVO, GUSTTAVO!- berrei á plenos pulmões

Ane pulou no meu pescoço, toda feliz. Então começamos á dançar loucamente, imitando animais ou palhaços e um monte de outras coisas, para mostrar nossa felicidade.

–Obrigada Lia, por sua causa teremos massagem do Gusttavo! Ahhh!- disse Ane fazendo paçinho discoteca.

–De nada amiga, de nada!

Então saímos do estádio dançando, entramos no vestiário fazendo a macarena, nos trocamos sambando. Depois agarramos Annabeth e Clarisse e começamos a ciranda cirandinha. Elas também estavam felizes por passar, então concordaram em dançar com agente se tirássemos foro do Gusttavo! Dissemos que sim, então nós quatro começamos pula carniça até o salão onde os meninos nos esperavam. Sendo seguidas pelas perdedoras.

–Conseguimos! Nós passamos! E vocês não!- falei apontando para Julie

Ela revirou os olhos, estava ocupada se divertindo com nossas danças malucas para ficar encabulada por perder uma prova de inteligência.

–É, eu vi sua felicidade por conseguir o “Gusttavo”- falou Nico

–É, to feliz mesmo- falei recomeçando a macarena, sendo imitada por Annabeth

–Que bom- disse, então se virou e foi embora

Parei de dançar, com relutância, mas parei. Ele estava chateado porque eu iria receber massagem de um cara forte e bonito? Nem éramos mais namorados, e ele nunca fez massagem em mim, eu quero uma massagem! Tudo bem que eu poderia ter sido menos escandalosa e desesperada no estádio, e poderia ter dançado bem menos, ou demonstrado menos felicidade pelo Gusttavo. Decidi conversar com Nico sobre isso, afinal, ele não quisesse que eu fosse eu não iria, não vale a pena deixá-lo bravo porque ele é um garoto muito birrento.

Fui à frente no caminho até o hotel, atrás vinham Ane, Annabeth e Clarisse comemorando, e mais ao fundo os garotos consolando as perdedoras. Julie avia se dado conta de era burra por não ter vencido a prova e chutava pedras com raiva. Laís queria fingir era inteligente, juntamente com Pâni e Meg, mas perder na prova tirou toda a autoestima delas. Era engraçado ver Percy tentando ajudar Pâni mesmo estando feliz por Annie ter passado, ele sorria e desfazia á todo momento, mas não conseguia fingir falsa tristeza. Nem sei por que ele estava consolando elas!

Passamos pelo saguão, não cumprimentei a recepcionista, entramos no elevador e rapidamente chegamos ao nosso andar. Então olhei a cozinha e a sala, vazias. Caminhei até o corredor dos quartos, onde todas as portas estavam abertas, menos a que o Nico dormia. Bati nela três vezes, sem resposta. Bati de novo e ele ignorou. Tentei girar a maçaneta, mas estava trancada. Ele realmente estava bravo.

–Nico! Ô Nico!- chamei- Abre essa porta.

Encostei a orelha na porta e não ouvi nada, parecia que ele havia se deitado mais cedo, talvez fosse isso e Nico não estivesse com raiva.

–Nico! Eu também durmo nesse quarto- disse Rafael se aproximando- Seu idiota! Abre essa droga que eu estou com sono!

Nem assim Nico abriu.

–Parece que vai dormir no sofá- falei á Rafa

–Vou avisar Percy- disse, naquele quarto dormia ele, Nico e Percy.

Respirei fundo. Não adiantava dialogar. “Eu não fiquei com tanta raiva quando a Cat apareceu na mansão, por que ele está assim?” pensei “Se fosse eu ele estaria falando que era idiotice!”, “Ele pode e eu não?”. Comecei a ficar com raiva. Estava sendo boazinha demais, e isso não é legal! Decidi ir no SPA no dia seguinte só para irritar Nico, e quando voltasse diria o quanto Gusttavo é mais lindo que ele e vou comer requeijão na frente dele e não vou dividir. Se ele queria fazer biquinho, eu ia deixar, até ele vira homem e admitir que está com ciúmes de um massageador. Tem cabimento isso?

Pedi estar de pijama e um prato de macarrão pela lógica contraria, então fui comer na minha cama. A cada garfada eu ficava com mais raiva. A culpa não era minha e eu não pediria desculpas por ter gritado e dançado de felicidade por causa de Gusttavo. Nunca! A palavra desculpa está fora do meu vocabulário, pelo menos nessa situação. Ele pediria desculpas por ser chato e fim da história.

–Não suje seus cobertores!- advertiu Annabeth

–Por quê?- perguntei

–Que dormir no meio da sua comida? Acho que não, eu não sou cunhada de uma porca!- falou

–Ta mamãe, eu não derrubo nada- falei tirando uma com sua cara.

Assim que terminei de comer pedi para o prato sumir, então me espreguicei e deitei-me. Dormi mesmo sem me cobrir ou desligar a luz, embora tenha acordado quando Ane e Julie vieram se deitar, mas fiquei com preguiça de falar com elas, mesmo quando senti as mãos de Percy me cobrindo e ajeitando meu travesseiro. Ele era um irmão incrível, e eu tinha muita sorte por tê-lo mesmo nunca podendo contar isso á ele.

Sonhei que um sorvete jogava tartarugas em mim (N/A: Demi, rsrsrsrsrsrs) porque eu tinha roubado seu dedal. Era um sonho estranho, mas não o mais estranho que eu já tive. Acredite, o tanto de coisas estranhas que já sonhei dariam uma história muito mais doida que o País das Maravilhas. Teve um gato que amava tomar banho e odiava leite, e esse gato queria me amarrar á uma lontra porque eu disse que ele era um poser. Tinha uma escova de dente que me perseguia para me escovar. Teve um ventilador que dançava valsa com uma borboleta ao som do violino que eu tocava, e eu nem sei tocar violino!

No outro dia, senti alguém me mexendo para eu acordar, mas eu ainda não queria abrir os olhos, então ignorei. Mas a pessoa era inconfundivelmente chata e irritante, Ane.

–Acorda Lia, temos que ir pro SPA!- falou Ane me sacudindo como um saco de batatas.

–Que horas são?- perguntei ainda de olhos fechados

–08h00min da manhã- respondeu

–Não podemos ir ao SPA de madrugada!

–Não está de madrugada e eu quero ir logo pra ter a tarde livre!-insistiu

Fingi que não escutei. Peguei o travesseiro e coloquei sobre a cabeça, enquanto Ane continuava me mexendo. Ela continuou falando para eu levantar, mas eu ouvia bem pouco, pois abafava o som com o travesseiro. Até que ouvi, muito ao longe, uma frase bem tentadora.

–Vai poder irritar o Nico por ter ido ao SPA- disse Ane, com uma voz doce.

Levantei-me no mesmo segundo. Comi ovos com bacon e suco de laranja, tomei banho, escovei os dentes e penteei os cabelos. Passei até sombra, coisa que não faço sempre, já que normalmente é apenas gloss e lápis de olho. Então pensei em uma roupa, tinha que ser muito linda para Nico ficar ainda nervoso. Pensei bem e tive uma ideia perfeita. Fiz um pedido pela lógica contraria e logo estava vestindo uma blusa regata branca, colete jeans, uma saia listrada brilhante nas cores preto e rosa e uma mini bota preta.

–Uh, adorei!- disse Ane

Finalmente notei o que a filha de Afrodite vestia. Ela usava um vestidinho que batia meio palmo antes de seu joelho e era divido por um cinto preto, na parte de cima era cinza claro, e na parte de baixo um branco creme com bolinha claras. Para combinar, calçava tamancos branco e preto. Era uma graçinha, quer dizer, para uma filha de Afrodite que está acostumada apenas com rosa.

Ane pegou minha mão e me puxou para o elevador, parecia com pressa para ver Gusttavo.

–Como eles vão saber para onde fomos?- perguntei

–Deixei um bilhete enquanto você tomava café- respondeu olhando seu próprio reflexo em suas unhas.

Quando chegamos ao hall, nem eu nem Ane cumprimentamos a recepcionista oriental, e ela pareceu mais ofendida do que nunca. Então a filha de Afrodite me guiou para o lado oeste da cidade de Tenuitate, ela havia perguntado á Verde depois do fim da prova onde se encontrava o SPA, e ele disse que era lá. Verdesemos estava certo, viramos algumas esquinas e logo estávamos de frente para um prédio de dois andares azul, com uma placa escrito “SPA Tenuitate o lugar onde a calma e o prazer se encontram” e do lado o símbolo de paz e amor, que parecia ser o logo do SPA. Entramos lá, passando por portas automáticas que também possuíam o logo, e adentramos num saguão lindo, as paredes eram lilás, o chão era de mármore negro com acabamento branco. No teto tinham dois pequenos lustres de cristal iluminando o ambiente com uma luz cálida e fria. Bem á frente havia um balcão e uma mulher loira preenchendo papéis.Tanto á direita como á esquerda deste saguão haviam poltronas pretas em volta de uma mesinha de vidro com revistas, onde três mulheres do cabelo estranho conversavam.Se aquele era o saguão, eu mal via a hora de ver o SPA por dentro.

As mulheres que conversavam pararam assim que nos viram. Elas nos lançaram olhar de nojo e superioridade, como se só estivéssemos ali por estar e não pudéssemos pagar uma seção. Uma delas riu ao nos analisar de cima a baixo, tinha um cabelo roxo armado e cacheado, usava um vestido verde ridículo. Outra, com um cabelo laranja cheio de flores de pano o enfeitando, começou a rir como a outra, mas com uma risada forçada que se assemelhava á um porco. A outra mulher não riu, só exibia um olhar de desprezo que chegava á penetrar na alma, seu cabelo era vermelho e liso como o da Ariel.

Puxei Ane até o balcão da loira e falei:

–Sou Eliza Letter Crazier, vim ver Gusttavo.

A mulher do cabelo roxo soltou gargalhadas.

–Ver Gusttavo? Você nem pode pagar, sua mendiga maltratada e feiosa, saia daqui que já está sujando o saguão- falou

–Eu sou mendiga? Eu? Disse a cabeça de uva, você não tem moral pra falar de ninguém seu poodle mal vestido!- revidei

A do cabelo laranja se levantou com raiva e disse:

–Não fale assim da minha irmã coisinha!

Eu já ia ofendê-la quando Ane deu um passo á frente.

–Não chame minha amiga de coisinha seu espanador ambulante- disse a filha de Afrodite

–Se eu sou espanador você é uma esponja- disse a mulher do cabelo laranja, rindo novamente como um porco.

Ane fechou a cara e encarou a mulher, depois olhou para mim e novamente para a mulher.

–Nossa, morri de rir com sua piada! Aprender a rir como gente e não como um porco se não te mando pro chiqueiro- disse a Ane apontando para a mulher.

–Porque você não vão embora mendigas, estão aborrecendo a alta sociedade do País das Maravilhas!- disse a do cabelo vermelho, finalmente.

–A conversa ainda não chegou à lagoa Ariel, então fica quietinha ou enfio um caranguejo na sua goela!- falei

Nós cinco paramos de falar e nos encaramos, como no velho oeste, dava até para ouvir a músiquinha que geralmente tocava nos filmes. Do nada, a de cabelo laranja saltou em Ane agarrando seu cabelo e as duas rolaram pelo chão. Aproveitei que a roxa e a vermelha (para economizar palavras, vou chamar cada uma pela cor do cabelo) estavam distraídas, peguei um abajur que estava em cima do balcão e o taquei na cara da roxa, que caiu no chão com estrondo. Então a vermelha avançou contra mim, mas dei um chute em sua barriga e ela foi lançada para umas das poltronas.

Enquanto isso Ane e a Laranja rolavam no chão agarrando o cabelo uma da outra. Então Ane conseguiu ficar em cima da outra e usou suas unhas incrivelmente grandes para arranhar o rosto da Laranja. Só que esta empurrou o rosto de Ane com mão tão forte que ela caiu para trás, e isso deixou a filha de Afrodite tão irritada que ela pegou Laranja pelos cabelos e a jogou contra o vidro da porta. Onde várias pessoas na rua assistiam chocadas. A essa altura até os funcionários do SPA assistiam sem interromper a briga, e tive a impressão de que torciam para Ane e eu.

Vermelha se levantou da poltrona e jogou seu sapato no meu rosto, e o pior é que era salto plataforma. Fiquei enfurecida com ela, mas antes que pudesse revidar Roxa agarrou meu pescoço por trás, então eu peguei seu braço e o puxei pra frente, fazendo-a voar direto na mesinha com revistas. Corri até Vermelha e a empurrei novamente para o sofá, então me joguei em cima dela e puxei seus cabelos com toda força.

Senti alguém se pendurando em meu pescoço, enforcando-me. Era Roxa que havia se recuperado da queda na mesa, mas estava com a pele cheia de pedaços de vidro. Antes que eu pudesse impedir o enforcamento, Ane saltou sobre a mulher e as duas caíram atrás da poltrona onde eu ainda estava com Vermelha. Eu queria acabar logo com aquilo, então peguei Vermelha pelos cabelos, levantei-me do sofá com ela se debatendo, peguei Roxa de trás do sofá também pelos cabelos. Caminhei até a porta de vidro automática e joguei aquelas duas na rua.

Ane veio logo atrás e pegou Laranja, que já estava desacordada, e também a lançou na calçada, em cima das outras duas. Eu e a filha de Afrodite paramos na porta e encaramos a cena das piranhas se debatendo no meio da rua, e o fato de ninguém ter ido ajudar me fez rir.

–Bom trabalho!- falei á Ane

–Você também se saiu bem- disse ela rindo

Voltamos para o interior do saguão, que estava todo destruído. As poltronas pretas ou estavam sujar de sangue ou estavam de cabeça para baixo. Uma das mesinhas estava destruída e a outra, bem, eu nem sei onde a outra estava. As paredes estavam arranhadas e o abajur que eu havia usado estava quebrado. Não liguei para nada disso, eu tinha dinheiro e podia bancar o prejuízo. Tudo o que eu queria era uma bela massagem de um cara lindo e forte. Isso não é pedir demais, é?

Fui até o balcão novamente, onde a mulher loira se encontrava com uma cara assustada.

–Eu ainda quero ver Gusttavo, sou a vencedora da terceira prova do concurso- falei á ela.

–Ah, o concurso, Gusttavo está te esperando- disse tentando não transparecer o medo que sentia de mim- Deseje estar com roupão e pantufas, o chão da ala do SPA não pode ser sujo, então entre naquela porta e aproveite- disse apontando para uma porta preta ao lado do balcão eu nem tinha visto.

Desejei estar com um roupão branco e pantufas também brancas, não queria chamar atenção. Ane desejou um roupão rosa com lantejoulas e pantufas de gatinho. Parecia uma fantasia de escola de samba! Isso até que era pouco para Ane, normalmente ela parecia um personagem de desenho animado, o mais exagerado de todos. Eu nunca compreendi seu gosto por ser notada, deve ser coisa de filha de Afrodite. Vai saber o que se passa na mente assustadora e cor de rosa dela, um mundo horroroso cheio de bolsas e cintos que combinam. Arg!

Saí dos meus devaneios sobre Ane e puxei a filha de Afrodite para a porta preta. Acenamos para a mulher loira, que se encolheu atrás do balcão sem conseguir esconder seu medo. Então abrimos a porta e tudo o que conseguimos dizer foi:

–Uau!


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Notas finais do capítulo

Desculpe o capitulo pequeno :( Daora a briga né? Eu adorei! E o Nico com ciúmes? Diz se não a coisa mais ti fofa do mundo??? Ownn!!! E a Lia adora provocar né? É por isso que amamos tanto ela, rsrsrsrs