Eliza No País Das Maravilhas escrita por Avril_Gomez_108


Capítulo 27
Jogo uma granada de pimenta nos babentos


Notas iniciais do capítulo

Sei que querem me matar, eu quero me matar, mas não tem porque ficar arrumando desculpas esfarrapadas. O tumblr me distraiu, os meus pais ficam fazendo pressão para com os estudo e eu me sinto muito mal dentro de casa, não pra escrever assim, sairia uma merda. Deve ter um monte de erros, desculpa, não deu pra corrigir ainda. Aproveitem!



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Estávamos á caminho do prédio do concurso. As meninas me contaram que Helena havia ido mais cedo pra ajustar os últimos detalhes, ela prometera uma prova emocionante e cheia de “obstáculos”. Com essas palavras já fiquei com medo. Se uma doida que acha que é psicóloga fala que vai haver uma prova com “obstáculos”, os obstáculos são uma porção de coisas perigosas e letais. Já estava traumatizada com o Jogo dos Grifos, mais um ninguém merece né? Pelo menos Nico ficaria bem longe da prova, na plateia como uma líder de torcida.

-Lia, a Helena nos contou porque emagrecemos tão rápido- comentou Annabeth- O nome dessa cidade é Tenuitate e isso significa magreza em latim. Ou seja, cidade da magreza. É um efeito colateral dos feitiços que fazem ficar dia e noite aqui. Assim que se pisa nesse solo, você estará emagrecendo 20% a mais do que o normal.

-Intereçante- falei- A cidade dos sonhos de qualquer garota.

-Por falar nisso, você comeu algo depois do café?- perguntou Percy

Eu havia passado o dia roubando um banco com Julie e afogando policiais, então havia me esquecido de comer algo. Sem contar aquele sorvete que chupei enquanto esperava Julie.

-Não- respondi

-E você não está com fome?- perguntou Nico

-Não- afirmei, mas em seguida minha barriga soou para me contrariar.

-Não né?- falou o filho de Hades com sarcasmo- Peça algo pela lógica contraria antes da prova.

-Não quero, vou engordar!- falei

-Lia, você precisa estar bem alimentada, se não nunca terá forças pra completar a prova- disse Julie como uma professora, ops, mini professora.

-Eu não preciso de comida pra ser forte- falei com todo o meu orgulho

-Ou você come ou eu conto pro seu “papai” o plano que ouvi naquele dia- ameaçou Connor

-Que dia? Que plano?- me fingi de desentendida

-O da Anfitrite. Você queria... – o interrompi antes que dissesse algo comprometedor

-Ta, “não tem um cup noodles de carne na minha mão”.

Todos sorriram pra mim. Mas então Percy desfez o sorriso lentamente e sussurrou “Anfitrite?” em meu ouvido. Fiz sinal de contaria mais tarde e ele o entendeu.

Já sei o que deve estar pensando. “Que plano é esse?”. Bem, vocês sabem como eu sou, e digamos que eu não gosto de minha madrasta apenas pelo que Percy conta. E shippo Poseithena. Entenderam o espírito da coisa? E antes que pergunte, não, eu não vou contar os detalhes do meu plano. Mas garanto que vai ser infalível, Julie projetou a metade estratégica e eu a metade má. Se não der certo nada dá, só sinto pena de Anfitrite... Mentira! Sinto nada!

Não demorou muito já estávamos entrando no prédio do concurso. Por todo o lado havia placas dizendo para as participantes entrarem nos vestiários e quem quiser assistir para se designar á plateia como na noite anterior. Despedimos-nos dos garotos e fomos para os vestiários. Imaginei se colocaríamos a mesma roupa de antes ou alguma roupa ala País das Maravilhas. Também imaginei se a prova seria fácil ou difícil, eu tinha grandes chances de ser eliminada.

Logo ao entrar nos vestiários, Helena correu até nós e deu saquinhos com roupas. Dessa vez fiquei com preguiça de andar até a cabine, tipo, eu teria que procurar uma vazia ou bater numa garota que estivesse enrolado e isso me deixa cansada. Desejei pela lógica contraria estar vestida com a roupa no saquinho e... Pronto! Já vestia um pijama. Pera aí, um pijama? Por que bulhufas eu estava de pijama?

-Helena?- chamei a linda moça doida- Por que bulhufas eu estou de pijama?

-Vocês chegaram atrasadas e perderam a explicação- concluiu Helena- É que queremos que façam a prova de pijama, pra ser divertido.

-Diver... – olhei para baixo prestando atenção no pijama pela primeira vez.

Eu usava uma camisa de pijama roxa com um top cinza por baixo, calça de pijama listrada e botas marrons. Era ridículo! Nada combinava. E acredite, eu sei quando algo combina de tanto conviver com Ane.

-To parecendo um palhaço!- falei

-Deus me livre!- disse Ane- Morro de medo de palhaços!

-É mais fácil me falar do que você não tem medo- falei

-“Todas nós não estamos com a roupa dentro dos saquinhos”- disse Annabeth pela lógica contraria

De repente cada uma usava um pijama diferente, todos igualmente loucos. Ane usava um casaco cheio de desenhos rosa, com uma blusa de pijama regata rosa choque por baixo, uma calça moletom da mesma estampa do casaco e uma pantufa rosa claro. Parecia uma Barbie girl á níveis extremos.  Laís usava uma camisa toda colorida, shorts rosa e pantufas de coelho. Sério, tinha uma cabeça de coelho na pantufa dela. Ridículo! Eu tinha a impressão que um unicórnio vomitou na filha de Hades.

Pâni usava uma camisola cheia do solzinho da rihappy, ela daria orgulho ao pai. Julie usava uma blusa de unicórnios, calça de palhaços e pantufa de pato. A filha de Atena parecia inconformada com a roupa que escolheram pra ela, as meninas em minha volta riam, e eu apenas á encarei.

-Eu estou completamente infantil!- falou Julie

Olhei bem ela, de cima a baixo, então falei:

-Não vejo diferença alguma.

Ela me encarou com raiva enquanto todo mundo ria.

Clarisse estava mais colorida que a própria deusa do arco-íris, com uma calça vermelha, blusa rosa, casaco verde e pantufa azul. Enquanto isso, Meg usava uma camisola toda preta com detalhes de caveiras, e todos sabiam que ela odiava caveiras. Annabeth, bem, ela parecia uma sopa de letrinhas ambulante, pois seu pijama tinha esse tema. Mas suas pantufas eram de aranhas, então a filha de Atena deu um grito assim que olhou para baixo. Ela tirou as pantufas correndo e jogou longe, antes que a forçassem á usá-las.

-Vocês gostaram dos pijamas?- perguntou Helena

-Não!- dissemos todas em uníssono

-Ótimo! – exclamou feliz- Agora quero todas as meninas me sigam para o campo, lá eu explicarei as regras!-disse para todas as moças presentes

As meninas concordaram e esperaram formalmente Helena se dirigir a porta.

-Por que mais ninguém está reclamando dos pijamas?-perguntou Julie

-Eu sei lá! Povo doidão!- falei

Então fomos andando devagar até passar pela porta e ver o grande estádio onde estivemos noite passada. Com pessoas gritando na plateia, gente comendo enquanto aguardava o inicio da segunda prova, algumas pessoas brigando por um saquinho de amendoim, normal. Mas entre todo aquele barulho, tinha seis risadas de homens, muito familiares para mim. Nico, Percy, Rafa, Travis, Connor e Chris. Rindo de nós como se fossemos palhaças... Embora que concordando que parecíamos palhaças.

Olhei para Ane, Julie, Pâni e Laís, que também notaram as risadas.

-Pâni, é com você- falei.

Pâni pressionou seu colar de arco contra seu peito e este se transformou em um arco de ouro com uma aljava de flechas. Desejei pela lógica contraria papel e caneta, então escrevi “Ou parem de ou...” em seguida prendi na flecha escolhida por Pâni. Então a filha do deus arqueiro se preparou, encaixou a flecha sutilmente no arco e atirou, acertando entre Percy e Nico. Estes pararam de rir na mesma hora, com medo. E logo depois que leram o bilhete se aquietaram durante o resto da prova.

Percebi que haviam telões direcionados para todos os lados da plateia. Aquilo devia ter algo á ver com a prova.

-Por favor, atenção!- disse Helena- Vou explicar a missão da segunda prova.

Todos se calaram, se sentaram e escutaram sua voz melodiosa dizer:

-Nossas concorrentes terão de completar uma prova de obstáculos que testam a rapidez, inteligência, raciocínio, sorte e destreza. A segunda prova consiste e seis estágios: escalada, tiro ao alvo, jogo do ache o que completa, quebra-cabeça, corrida e ache na plateia.

A plateia fez “oh” como nos filmes, mas era uma plateia de doidos, então não me surpreendi.

-Quando o apito soar, as garotas farão duplas, e as duplas tem que correr até aquela parede de escalada- disse apontando para uma parede de escalada que só notei agora- E escalar o mais rápido possível, já em cima terá armas de atirar dardos que apenas um da dupla tem que acertar nos patos flatulentos.

Julie começou a rir. Parece que na cabeçinha dela “patos flatulentos” é engraçado... Na minha também é, hahahahahahahahaha.

-Depois que acertar dois patos, passe para o terceiro estágio- continuou a Rainha da Beleza- Onde terá alguns painéis e neles você tem que achar a figura que completa a outra, exemplo, o peixe e a vara de pescar. Depois que achar três, corra até achar 20 pedaços embaralhados de azulejos no chão. Um para cada dupla, depois que montarem seu azulejo, corram o mais rápido que puder até passar uma linha de chegada, quanto mais rápido passarem por essa linha, mas as chances de passar nesse prova.

Fez-se um silencio mortal por todo o estádio. Até as pombas pararam de ouvir a conversa dos outros para prestar atenção.

-Agora o ultimo estágio- disse Helena- O mais difícil. As primeiras dez duplas que o completarem primeiro, já é garantido que vá para a terceira prova, dos outros eu não me responsabilizo. Os juízes te darão bilhetes, no qual terá o nome de cinco objetos que vocês tem que pegar da plateia. Mas não qualquer objeto. Coisas pequenas, transparentes e quase impossíveis que alguém tenha. A plateia poderá ver tudo que acontece pelos telões que instalamos- eu disse que tinha algo q ver com a prova- Boa sorte á todas.

As meninas ficaram em posição e... Soou o apito. Agarrei Ane no mesmo segundo corri a toda pela grama recém-aparada até a parede de escalada. Rapidamente subi tudo e puxei Ane com tanta força que ela voou. Olhei para mais adiante. Todos os estágios da prova eram em cima de uma grande passarela de metal, que no final havia uma escada e já se estaria bem de frente com uma parte da plateia. Resolvi não perder tempo. Afinal duas meninas feias haviam acabado de alcançar o topo da escalada.

Arrastei Ane pelo braço para frente até um lugar com patos andando de um lado pro outro e uma mesa cheia de armas, na qual peguei a primeira que vi atirei em um pato que soltava puns enquanto andava. Era hilário. Todos faziam a mesma coisa, por isso cheiravam mal e era difícil acerta-los, mas logo atirei em mais um e passamos para a terceira parte. Lá, haviam painéis com quadrados azuis. Virei um quadrado e lá estava o desenho de um urso. Ane virou outro quadrado e havia um vaso, então virei mais um e achei um hipopótamo fêmea. Ficamos virando um monte de quadradinhos, então achei o mel para o urso, a planta para o vaso e o bebe hipopótamo pra mamãe dele.

Corremos para a quarta parte, onde havia 20 imagens distorcidas no piso. Escolhemos a mais perto da saída, para irmos mais rápido depois de montar. Mas então as duas feias que estavam no nosso encalço chegaram e por mais incrível que pareça, montaram sua imagem na metade do nosso tempo, tomando então à dianteira. Depois que encaixamos dezesseis peças, formando assim uma margarida, corremos, mas corremos muito! Aquelas meninas já estavam procurando os objetos quando passamos pela linha de chegada.

Os juízes nos deram um bilhete com cinco objetos nele escritos. “escova de dente, xuxinha de cabelo, fone de ouvido, controle remoto e fio dental”.

-Ta de brincadeira né? Fio dental?!- exclamei com ódio

-Como vamos achar?- perguntou Ane

As duas meninas estavam fuçando e entre as pessoas e perguntando para elas. Mas aquilo daria trabalho, e outras três duplas nos alcançaram e já faziam a mesma coisa. As feiosas gritaram de alegria e correrão para terminar a prova, sendo as primeiras finalistas.

-E aí?- disse uma voz atrás de mim

Era Julie com Laís, Annabeth com Clarisse e Pâni com Meg. Olhando para a cara de gênio de Annabeth eu tive uma ideia.

-EI!DOIDOS DO PAÍS DAS MARAVILHAS!- gritei- QUEM TIVER UMA ESCOVA DE DENTE, UMA XUXINHA DE CABELO, FONE DE OUVIDO, CONTROLE REMOTO E FIO DENTAL TREGA JÁ PRA MIM OU EU EXPLODO ESSE LUGAR!

Em três segundos cinco cidadão assustados apresentaram os objetos pedidos. Sendo assim, eu e Ane fomos às segundas. Depois disso, nossas amigas foram às primeiras as usar nossa técnica, por isso, nenhuma de nós fora desclassificada! Depois que dez duplas conseguiram achar os objetos, o apito soou novamente.

-As meninas que completaram a prova estão na terceira prova!- anunciou Helena

Começei a pular junto com a outras. Por pouco pensei que não conseguiria, mas afinal, eu sou Eliza Letter Crazier. Corremos para o vestiário e saímos para rua ainda de pijama, de tão feliz! Logo os meninos chegaram rindo e nos cumprimentaram pelo desempenho, sem nem comentar sobre os pijamas.

-To cansada, corri mais hoje do que devia ter corrido o mês inteiro- falei- Nico, me carregue- ordenei.

Nico se virou deixando as costas livres, então pulei nele, e estes segurou minha pernas junto ao corpo. Eu não estava mentindo, me sentia muito cansada. Tinha roubado um banco, conjurado uma tsunami, andado de cavalo na contra mão e participado de uma prova na qual me colocavam muita pressão para vencer. Seria uma crime se eu não estivesse Canadá. Por isso, dormi antes de chegar ao hotel, ali mesmo, nas costas de Nico.

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No outro dia...

Abri os olhos bem devagarzinho.

Estava em minha cama, do lado da cama de Ane, que por alguma razão estava fazia. Olhei para minhas vestes. Ainda eram o pijama da segunda prova. Então percebi que havia dormido de pantufas. Nico devia ter se esquecido de tirá-las para mim.

Levantei-me, meio zonza e andei feito zumbi até a sala. Não havia ninguém. Sentei-me à mesa, desejei pela lógica contraria um café da manha saudável (é eu ainda queria emagrecer). Fiquei no maior silencio, comendo não pensando em absolutamente nada. Um momento de paz sabe? Mas...

-OOOOI!- gritou alguém atrás de mim

Era Ane, saída do inferno ou do tártaro, usando um vestido azul marinho com bolinhas brancas por todo ele, sapatos vermelhos e uma bolsa também vermelha.

-O que você quer?- perguntei com mau humor

-Quero fazer compras, quero Brad Pitt, quero ter minha própria linha de sapatos chamada “pés na moda” por Anellize Montoya de La Kinnierte Morfs- falou olhando para o além.

Você deve estar pensando, o nome dela é tão cumprido assim? Bem, sim, ela odeia o nome dela, por isso só se apresenta apenas como Anellize Morfs. Mas ela acha que no futuro, o seu nome será respeitado, por tanto ela poderá dizer ele normalmente. Eu só o acho engraçado.

-Não, o que você quer agora?- falei

-Compras! Podemos fazer compras juntas, por favor, sinto tanta saudade- pediu quase chorando.

-Não.

-Eu te dou sorvete- falou revirando os olhos

-Então combinado!

Desejei pela lógica contraria uma roupa qualquer. Em um passe de mágica estava usando um tomara que caia verde, shorts branco e uma mini bota preta de camurça. Então peguei um papel e uma caneta que haviam deixado em cima da mesa, escrevi com poucas palavras que iria sair com Ane e que voltaria logo, depois o coloquei na geladeira com um imã segurando. Se não fizesse isso Nico ficaria preocupado... Que dizer... Todos ficariam preocupados... Ah, que se dane, eu não preciso mentir pra vocês.

Fomos para o elevador, descemos até o hall, eu não cumprimentei a recepcionista, normal. Então, assim que saímos, Ane me guiou até o shopping, onde ela e as meninas haviam visitado no primeiro dia do concurso. Era um grande prédio com cinco andares, com a mesma largura do banco. As paredes eram de um tom bem clarinho de verde, mas onde estava a entrada, em volta da porta, era azul marinho. As escadas que davam na porta principal eram de mármore negro polido, e combinavam com a calçada preta e branca em volta do quarteirão na qual o shopping ocupava sozinho. Cada andar tinha uma sacada de pedra, onde se dava para ver lindas flores, mas no terceiro andar também se via mesas e cadeiras. Devia ser um restaurante. No terraço, várias palmeiras cresciam com abundancia e davam um aspecto mais chique ao shopping.

 Do lado de fora, pessoas entravam com o dinheiro no bolso, mas logo saiam cheias de sacolas e sem ele. Vendedores de comida e camelô também estavam de plantão, claro. Eu podia sentir o cheiro de churros, pipoca, pastel, hambúrguer, cachorro-quente e brigadeiro. Aquele lugar, por mais que estivesse no mundo mais louco que já existiu, era como qualquer outro shopping. Eu não via nada que não tivesse nos shoppings do meu mundo, além de pessoas com o cabelo estranho, mas fora isso nada.

Ane e eu entramos. Lá dentro era como qualquer outro shopping. Lojas por todos os lados, bancos para as pessoas sentarem e etc. Havia um lugar vago bem no meio do lugar, como um grande corredor, na qual dava para se ver o teto de vidro e todos os cinco andares. Era lindo! Todas as paredes eram branco creme e refletiam as vitrines, dando um aspecto elegante ao shopping. Haviam propagandas coladas em um mural bem ao lado da porta de entrada, onde eu vi “faça seu sanduiche de pipoca”, “aprenda como se proteger da febre normalite”, “entre para a agência de caçadores de monstros”, “saiba qual a diferença entre um corvo e uma escrivaninha”, entre outros. Não entendi nenhum, mas não contestei.

Então Ane, depois de observar a beleza do lugar, finalmente me puxou para a primeira loja. Olhe, eu já havia feito compras com ela... E é exatamente por isso que não estava tentada á ir. Ane, como sempre, enlouqueceu completamente. Ela entrava em um loja agarrava um monte de coisas, comprava sem nem experimentar, depois saía e entrava em outra loja e fazia tudo de novo. A filha de Afrodite também agarrava umas roupas pra mim, a maioria decotada e de cor vibrante.

-Por que ta comprando isso pra mim? Além do mais não estamos experimentando nada- falei

-Tecnicamente não é pra você, é pro Nico. E não estamos experimentando nada por uma razão, depois eu te mostro- falou já dando o cartão infinito para a vendedora.

Depois que ela comprou tudo que queria do primeiro andar, subimos para o próximo. Depois o próximo, e o outro depois dele, e o seguinte. Eu juro pelo estige que ela entrou em todas as lojas de um shopping de cinco andares em uma hora. Se não acredita, tente, apenas tente, carregar todas as sacolas que carregávamos. Tinham tantas, que precisamos pedir pela lógica contraria dois carrinhos de mão para cada uma, e ainda segurávamos cinco sacolas em cada braço.

-Agora vem aqui- falou a filha de Afrodite

Ela foi em direção ao banheiro feminino e eu a segui. Quando entramos, estava vazio, então largamos as compras de tanta dor no braço.

-Esse é o banheiro mais vazio de todo o shopping, é perfeito para o que eu quero fazer-disse

-Um dia aqui e você já sabe até o banheiro mais vazio?- perguntei

-É- concordou sorrindo- Eu tive essa ideia da ultima vez que vim com as outras garotas. Nós desejamos pela lógica contraria que estamos usando tal roupa de tal sacola aí nós vemos se serve.

-Por isso comprou tudo sem mais nem menos? Brilhante, tão brilhante quanto APENAS DESEJAR A ROUPA!- gritei, pois estava com raiva, fome e dor quando poderia estar deitada comendo chocolate.

-Lia, Lia, Lia- falou balançando a cabeça- Se não fizermos compras com um cartão infinito quando tivermos chance, quando faremos? E além do mais, eu quero levar essas roupas para o mundo real e deixar minhas irmãs morrendo de inveja.

-Querida, com essas roupas você pode abrir uma loja!- falei

-Você só ta com preguiça!- reclamou

-Estou mesmo, algum problema?- perguntei em desafio

Ela se limitou a revirar os olhos.

Fizemos o que Ane disse, desejamos estar com as roupas então as julgamos. Sabe aqueles momentos dos filmes quando duas amigas ficam experimentando roupas? Aí elas fazem uma mistura maluca, aí a melhor amiga balança negativamente a cabeça, a outra revira os olhos e coloca outra roupa, então faz uma pose, aí as duas mudam de roupa, e mudam de novo e enquanto isso fica tocando uma músiquinha animada no fundo? Era tipo assim. Nós riamos, fazíamos piadas com as roupas, brincávamos de misturas chapeis, óculos e joias. Era hilário!

No final, das 20987867654567876545678765456789098765432123456765 sacolas, acabamos com apenas 30. Ainda assim precisamos dos carrinhos de mão.

-Agora vamos comprar seu sorvete e ir embora- disse Ane

-ALELUIA! A terra prometida!- falei dramática

Ane revirou os olhos com aquela cara de nojo que só ela sabe fazer.

Como estávamos no ultimo andar, fomos direto para a praça de alimentação. Encontramos uma sorveteria na qual você dizia tudo o que queria e eles colocavam, podia ser até peixe que eles iam colocar. Enquanto esperávamos na fila, Ane perguntou:

-Qual vai comprar?

-Uma casquinha, não quero engordar- respondi.

-A Helena disse que aqui ninguém engorda em momento nenhum- comentou a filha de Afrodite- Só emagrece.

Olhei pra Ane com surpresa. Ninguém havia me falado nada.

-Moças, o que vocês querem?- perguntou a moça do balcão, cujo cabelo tinha forma de sorvete.

-Um super sunday duplo de chocolate, com calda de chocolate, granulado, chantili, canudos de chocolate e cobertura de nutella- falei.

-Um Sunday de morango- disse Ane

A moça sorriu pra nós e foi preparar.

-Caramba Lia!- disse a patricinha

-Eu não vou engordar, então estou feliz!

Depois que a moça nos deu o pedido, voltamos para o térreo. Estávamos cansadas, com calos nos pés, dores musculares e dor de cabeça. Eu não me aguentava em pé. Então vi a porta principal, na qual eu sairia e correria para o hotel e finalmente me largaria numa cama quentinha e obrigaria Nico á fazer massagem nos meus pés. Seria o final perfeito pra esse capitulo, mas não foi bem isso que o destino quis pra mim, ele queria me sacanear, por isso eu só voltaria pro hotel 30 minutos antes de ter de ir para a terceira prova do concurso. Sabe por quê? Vou explicar.

Ane e eu estávamos quase passando pela porta a caminho do hotel quando todas as pessoas a nossa volta começaram a gritar. Então uma bola verde de baba de monstro veio rolando para dentro do shopping. Mas de repente antenas cresceram da bola e uma cabeça se levantou aos poucos, desenrolando o seu corpo. Era uma criatura esquisita, com três patas de centopeia e uma calda. Não se dava para ver sua verdadeira cor, pois o corpo inteiro estava coberto por uma gosma que saia de sua língua, que por sinal parecia não entrar na boca. A coisa olhava para todos os lados com um interesse distraído, como um cachorro ao observar o comportamento dos humanos. Arfava como um cão e seus olhos estavam desconectados como os de um camaleão.

Ouvi mais gritos do lado de fora e mais duas criaturas entraram rolando.

Ninguém respirava. Ninguém falava. Ninguém nem tinha coragem de tentar correr. Só o que todos faziam era olhar esperando pra ver o primeiro passo dos babentos. A palavra babentos não existe? EU INVENTO!  Que coisa, parecem filhos de Atena. A partir de agora a palavra babentos está no Liacionário, palavra na qual usamos para definir monstros verdes cobertos de baba. Pronto, batizei-os. Os novos monstros serão conhecidos como babentos.

Os monstros começaram a rolar para perto das lojas e destruir as vitrines, derrubar pessoas, quebrar coisas e sujar o piso. As pessoas gritavam e corriam em todas as direções menos pra porta, enquanto os monstros se divertiam. Coisas explodiam por todos os lados, e quando procurei pela razão, percebi que a baba deles era toxica. Era só o que faltava pra completar a catástrofe. Só o que eu não entendia era porque um monstro daquele tipo fazia ali, em um shopping, ainda mais destruindo coisas sem motivo. Devia ser normal no País nas Maravilhas, mas resolvi perguntar sobre isso para o Verde, ele sim sabia de tudo daquele lugar.

Ane estava desesperada. Ela gritava como uma gralha e corria em volta de mim como um cão perseguindo seu rabo. Sacudia as compras para o alto e cada vez que um dos monstros rosnava pra ela, ela rosnava de volta. Enquanto isso, eu apenas comia meu sorvete. Todos berravam, esperneavam, choravam, corriam, guinchavam, gemiam e eu tomava sorvete como uma pessoa feliz que está degustando chocolate no meio de um caos. Particularmente, achei essa cena engraçada, já que os monstros não faziam real dano á ninguém e todos gritavam como se aquele fosse King Kong.

Mas então um dos monstros veio se aproximando na minha direção e na de Ane. Ele sacudia a língua toxica pra fora da boca enquanto saltava para perto. Era nojento! Então ele aumentou a velocidade, obrigando Ane e eu á desviar, mas ainda ele esbarrou em nós e acabamos caindo no chão. Meu sorvete quase virou, e, se virasse, eu juro que mataria cada um daqueles monstros á facada!

Então, só pra me sacanear, outra criatura correu entre Ane e eu, mas dessa vez, nem meu sorvete nem as sacolas dela escaparam.

-NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO- gritou Ane em câmera lenta, tentando pegar as roupas.

-NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO- gritei também me câmera lenta, tentando impedir a queda do sorvete, tarde de mais.

Fiquei encarando aquela cena triste. O copinho que continha toda uma felicidade estava virado e todo o chocolate escorria pelo chão. O maior desperdício que já vi em toda a minha vida. Mas Ane parecia apenas se preocupar com um monte de roupas estúpidas. Ainda bem que as minhas estavam no carrinho de mão e eu podia jogar na cara dela. Se não, nem teria como eu tirar proveito da situação. E se eu não tirasse proveito, deixaria de ser a Lia.

Depois de aquelas criaturas idiotas estragarem minha felicidade, elas destruíram a porta de entrada e foram embora. Não mataram ninguém, não machucaram, não levaram ninguém, nada. Parece que fizeram aquilo de propósito, e eu estava com muita, muita, muita raiva. Nada nem ninguém no mundo me fazia derrubar um sorvete de chocolate e achar que vou deixar por assim mesmo. Nem pensar. E pela expressão de Ane, a mesma coisa se tratava de suas roupas.

Mas aí você pensa “Nossa Lia, é só desejar pela lógica contrária outro sorvete e mais roupas!”, bom, eu poderia fazer isso numa boa, mas era questão de orgulho, eu simplesmente tinha que me vingar. Além do mais eu ia pedir as coisas pela lógica contraria assim que fulminasse os Babentos.

-Ane- falei- Ta a fim de se vingar?

-Claro! Mais como?- perguntou Ane enquanto encara o buraco por onde os Babentos havia saído.

Parei para pensar um pouco. Como se vingar de um monstro? Então me lembrei de uma das propagandas que vi no mural perto da entrada.

-Que tal... Virarmos caçadoras de monstros?- perguntei

-É assim que se fala!- concordou

Desejamos pela lógica contraria que as roupas se teletransportassem para o nosso quarto no hotel, não precisávamos de um monte de sacolas nos atrapalhando. Depois corremos para o mural, onde arranquei o folheto de caçadores de monstros e o li inteiro. Estava falando que quem quisesse seguir a carreira de caçador de monstros era para se apresentar no prédio nº 78 da Rua Espirra.

-Onde será que fica a Rua Espirra?- perguntei á mim mesma

-Eu sei onde- disse uma voz atrás de mim- Se quiser eu levo vocês pra lá!

Não fiquei surpresa de me virar e encontrar um dos jurados do concurso, o meu guia oficial, Verdesemos, para os íntimos, Azul.

-Obrigada, queremos nos vingar do monstro que estragou meu sorvete e as roupas dela- expliquei.

-Claro! Aliás, adorei seu desempenho ontem no concurso- elogiou.

-Valeu!

-Não tanto quanto ontem no banco, mas... – disse rindo

-Você sabe do banco?- perguntei surpresa

-Claro, foi pro isso que deixei você e sua amiga baixinha entrarem comigo. Eu as induzi para o cofre dos Eliert- explicou sorrindo

Foi um choque pra mim saber que ele não era um abestado.  Pensei que ele tinha caído direitinho. De repente, meu talento para mentira havia falhado? O que será de mim sem as mentiras?

-Vamos?- perguntou

Concordei levemente com a cabeça. Enquanto Ane e eu seguíamos Verde, fiquei pensando no porque da mentira não ter funcionado. Será que minha expressão mudou em alguma hora ou será que eu não fiz gestos com as mãos o bastante? De acordo com pesquisas a expressão de alguém na hora da mentira é crucial na mente do alvo, e pesquisas indicam que quando alguém fala a verdade, essa pessoa faz muitos gestos com as mãos, pois a palma da mão é sinônimo de verdade para o nosso cérebro. Todo bom mentiroso sabe disso. Além do mais, existem gestos específicos para cada ser humano quando ele mente, vai do rir como uma hiena ao menos notável como uma leve tremedeira em um olho. Se você não souber controlar os seus, você é descoberto.

Eu não devia estar contando isso á vocês, agora vocês vão treinar para mentir não é? Pelo menos eu ensinei algo construtivo, devia mesmo abrir uma escolinha para levar todo o meu conhecimento maligno para os alunos de mentes inocentes.

-Chegamos, é o prédio verde, tomara que consigam matar os monstros, thau!- disse Verdesemos já indo embora.

Era um prédio triangular de dois andares verde com janelas roxas. Havia uma placa na fachada escrito “A. C. M: Agência dos Caçadores de Monstros”. Ane e eu entramos confiantes, tínhamos de demonstrar coragem e força, se não ninguém nos levaria á sério. Havia um balcão na frente de um cara de uns 27 anos que preenchia uns papéis com muito desanimo. As paredes eram beges ou um dia foram brancas e a sujeira recoloriu. No teto, havia um ventilador sem uma das asas e uma luz no centro, que brilhava fraca devido o uso. Sinceramente, eu tinha imaginado aquele lugar como a WOOP (super espiãs demais, você conhece), mas tive uma decepção catastrófica.

-Hum... Oi!- falei para chamar a atenção do cara.

-Olá- disse levantando a cabeça dos papéis e me olhando dos pés á cabeça.

-Queremos ser caçadoras de monstros- disse Ane

-Vocês tem que se matricular na nossa escola, aprender tudo e passar no teste, então faremos uma prova e se passar pode ganhar uma licença de caçador júnior, então você seguirá em missões como ajudante e com o passar do tempo pode ir subindo de nível- explicou- As matriculas estão por aqui, deixe-me achar.

-Quanto tempo tudo isso duraria?- perguntei

-Normalmente são dois ou três anos, por quê?

-Por que queremos ser caçadoras até hoje á noite, depois desistimos- falou Ane.

-Hahahaha, até hoje? Voltem pra perto dos seus pais que é melhor, estou esperando mais candidatos- falou.

-Nós temos capacidade pra conseguir- falei com raiva.

-Não tem não, vocês...

Ele continuou falando, mas não o escutei. Vi alguns equipamentos de caça aos monstros no canto da sala e tive um ideia, fui até lá, peguei uma arma transparente com alguns tipo de liquido dentro que mudava de cor. Então voltei para frente do cara.

-Ei! Largue isso! Largue agora, é uma arma com alto potencial explosivo carregada de J-JEX, o liquido mais fulminante existente!

-Não- falei- Observe!

Fechei os olhos, repousei a arma no meu ombro direito, apontando para a porta aberta, então atirei. Ouvi um baque seguido de algo caindo no chão com um pio, eu havia acertado. Abri os olhos e olhei para a rua, onde um pássaro estava caído. Então voltei meu olhar para o cara, e este estava de boca aberta assim como Ane.

-Você- ele apontou para mim- Está aceita, e você- ele apontou para Ane, que sorriu- Vai fazer o teste.

-O que? Só porque ela matou uma pássaro de olhos fechados ela pode entrar e eu não?- perguntou- Ótimo, então eu também vou fazer algo impressionante- falou mexendo a cabeça.

Ane continuou mexendo a cabeça, como uma doida. O cara parou para olhar, e Ane continuou mexendo a cabeça de um lado pro outro.

-E... Eu estou esperando- disse o cara

-Esperando o que?- perguntou ela

-A coisa impressionante- respondeu

-Ahh, é pra fazer agora? Então ta bom- disse a filha de Afrodite

Ane correu pro canto da sala e pegou um arma qualquer, fechou os olhos e atirou. À bala, que percebi ser na verdade um dardo voou pela sala, bateu no ventilador, depois em uma janela e acertou o cara, que caiu no chão sem nem saber por quê.

Ane abriu os olhos.

-Eu consegu... AHHHHHHHH! EU MATEI UM HOMEM, SOCORRO, ME PRENDAM, EU O MATEI!- gritou

Pulei o balcão e chutei o rosto do cara, ele havia sido atingido por um dardo traquilizante de monstro, então desmaiou na hora.

-Ele está bem, só foi atingido por um dardo, não uma bala. Acho que vai ficar desacordado por uns três dias- falei

-Ufa! Pensei que eu tinha virado Você-Sabe-Quem – disse Ane aliviada- Mas o que faremos agora?

-Pegamos as armas, matamos os monstros e devolvemos no final do dia- sugeri.

Ela concordou. Então pegamos todos os acessórios que estavam no canto, armas, joelheiras, cotoveleiras, escudos portáteis, veneno entre outros. Então, depois que estávamos devidamente protegidas e armadas, saímos do prédio.

Sabe quando você está assistindo um filme e os heróis estão andando lentamente e fica tocando uma musiquinha? Estávamos assim e a músiquinha era Eye of the Tiger. Então fomos para a floresta, já que era obvio que ele moravam lá, mas não deviam estar muito longe. Passamos pelos primeiros galhos baixos e Ane já reclamava de seu cabelo. Pulamos raízes de arvores e ela reclamou de seus sapatos. Adentramos arbustos densos e ela choramingou por suas roupas.

Uma hora depois... (N/A: Diz o narrador esquisito que está em todos os filmes de histórias).

-VAMOS EMBORA! POR FAVOR! EU NÃO AGUENTO MAIS! FAZ TANTOS DIAS QUE EU NÃO COMO E NÃO DURMO! EU ODEIO ESSA FLORESTA IDIOTA- gritou Ane se descabelando

-Faz uma hora- falei sem nem ao menos olhar para ela

-Sério?- perguntou surpresa

Fiz que sim com a cabeça. Estava acostumada com esse tipo de ataque vindo dela. Ane pira por qualquer coisa. Uma vez eu a empurrei quando estávamos hospedadas em um hotel fazenda, e ela quase me espancou. Tudo bem que ela caiu em estrume de cavalo e isso pra uma filha de Afrodite não é legal, mas essa informação não vem ao caso. O importante é que ela pira por qualquer coisa.

-Acho que chegamos!- falei

Agachei-me e puxei Ane junto. Eu havia ouvido um barulho brusco, típico de monstro, então deduzi serem os babentos. E estava certa, mais á frente havia uma pequena clareira, onde havia uns 20 deles. Mas percebi que, comparado aos outros, os que atacaram no shopping eram pequenos. Eram filhotes. E como só tinha três pequenos, logo soube quem eu tinha que matar. Ane já queria partir pra cima, ela já apontava um dardo em direção á um deles quando a impedi. Notei que os monstros estavam conversando entre si... Na minha língua! Aquilo era muito estranho, eles deviam falar outra... Eu pensei uma coisa, País das Maravilhas fez o contrario isso já está me dando nos nervos!

Começei a prestar atenção no que falavam já que algo podia ser importante.

-Vocês não deviam ter ido pra perto dos humanos- disse uma dos monstros que conversavam com os pequenos- Algum caçador de monstros pode vir nos buscar!

-Nós somos indestrutíveis, só somos alérgicos á pimenta, e eles nunca descobririam isso- disse um dos babentos filhote.

Meu sorriso do mal entrou em ação. Sussurrei pela lógica contraria que as armas estavam abastecidas com pimenta. Eu não queria perder tempo, mataria todo mundo e voltaria logo, pois já estava escurecendo e logo Nico me procuraria... E os outros também, não importa, vocês sabem, né?

-Você viu a cara da garota que derrubou o sorvete?- perguntou um deles- Estava ridícula!

Eu ri pensando “que garota era aquela?”. Então eu parei, lembrei-me do motivo de estar caçando eles e fiquei com raiva. Aqueles idiotas me fizeram rir de mim mesma, isso exigia vingança!

-E a outra com as compras? Hilária!- disse outro

Ane estreitou os olhos, parecia uma cobra se preparando para dar o bote.

-Qual delas você achou mais feia?- perguntou o primeiro

-Com toda a certeza a das compras- disse o que ainda não havia se manifestado.

Nisso, acabou. Ane pegou uma granada de pimenta e jogou neles. Os babentos explodiram como balões. Foi hilário! Então peguei minha arma e acertei em outro, maior e mais forte, que também estourou. Nenhum deles sabia onde estávamos, por isso não tinham como se proteger dos ataques, então corriam desesperados pra lá e para cá, gritando e esperneando.

Só paramos de atirar quando o último babento explodiu. Pronto! Vingança concedida. E se corrêssemos na volta, poderíamos encontrar os outros enquanto estivessem saindo. Agarrei a mão de Ane e puxei-a pelo caminho de volta. Mas eu estava com medo da filha de Afrodite, pois ela sussurrava “falou mal de mim, haha, morreu, vingança” repetidamente, como uma doida. Não sabia que matar os babentos era tão importante pra ela, mas quem os mando a insultar?

Na ida, estávamos cautelosas por não saber onde os babentos se encontravam, mas na volta corríamos á toda, por isso levou metade do tempo. Assim que saímos do meio das arvores densas e a escuridão que se apoderava da floresta, desejamos pela lógica contraria que os equipamentos estivessem na agencia. Torci para que o cara desmaiado tenha sido socorrido, mas não tínhamos tempo de ir checar, estávamos atrasadas.

Resolvi correr direto para a sede do concurso, deduzi que eles já estavam lá. E estava certa. Quando viramos a esquina na rua do concurso, vi um grupo de adolescentes estranhos, mas com cabelos normais, então só podiam ser eles.

-NIIIIIICO!- gritei

O garoto com cara de mal se virou. Ele sorriu ao nos ver e chamou a atenção dos outros para que nos esperassem. Andamos até nossos amigos e eles nos cumprimentaram, mas Nico parecia meio impaciente para me ver.

-Nossa demoraram muito no shopping!- comentou Rafael rindo

-É que teve umas complicações- falei

-Bom, já temos que entrar- disse Nico- Mas antes temos que contar que...

-... Descobrimos qual é a terceira prova!- disse Julie- Helena nos contou.

-E qual é?- perguntou Ane saindo do transe de vingança

-É uma competição de...


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Notas finais do capítulo

Tenho que garantir que vão continuar lendo a fic, então, mais um final curioso, MUAHAHAHAHAHAHAHA! Estranho o nome que Lia deu pros bichos né? Rsrsrs, mandem review, ou não, vcs me odeiam mesmo :(