Eliza No País Das Maravilhas escrita por Avril_Gomez_108


Capítulo 24
O festival dos 105


Notas iniciais do capítulo

Oi, desculpem a demora, é que meu irmão ta de férias e fica a maior parte do tempo no note, e agora meus pais querem que eu só fique no maximo 2 horas no note, 2 horas! Não da pra escrever nem quatro paginas em duas horas! E meus pais não costumam brincar com esse tipo de assunto.
Enfim, espero que gostem do capitulo.



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O cheiro de Bom Ar ainda nos seguia. Parecia que uma dona de perfumaria dava cada passo que nós dávamos, de tanto do aroma que continha no ar. Nós andávamos, parávamos, andávamos de novo, eu subia nas costas do Nico, parávamos novamente, era tão chato que eu estava quase implorando que aparecesse alguém maluco pra não entendermos. O assunto havia acabado, até para os Stoll. Não sobrara mais piadas, histórias boas de contar, filmes de lançamento, nada. Eu precisava de algo loucamente louco, e precisava muito.

Depois de o que eu contaria como um dia, já que tivemos que chamar novamente a mansão (sem os empregados) para dormir e comer, encontramos uma cidade. As árvores haviam sido cortadas para formar uma enorme cidade, com ruas asfaltadas (menos pela do centro que era a continuação da trilha amarela), prédios de uns quinze andares, casas com jardins belíssimos, pessoas com roupas estranhas andando por todo lado e outras coisas comuns de cidades. O estranho mesmo era que cada pessoa tinha um cabelo diferente, com cor e penteado diferente, às vezes com enfeites espalhafatosos ou com um brilho tão extremo que poderia cegar qualquer um. Era o tipo de acontecimento louco que eu estava esperando.

–Que demais- falei

–Olha o penteado dela!- disse Nico com espanto apontando para uma mulher com cabelo rosa em forma de cone com bolinhas amarelas de enfeite.

–Pare de apontar, se ela ficar ofendida e vir aqui falar com agente vamos explodir de tanta ilógica- disse Annabeth

Enquanto observava o lugar notei duas balizas, uma á minha esquerda outra á direita. Olhei para cima e vi uma espécie de placa ligada ás duas balizes, andei um pouco para trás e li: Cidade de Tenuitate.

–Que nome idiota pra uma cidade- comentei

Os outros ouviram e andaram para trás lendo a placa também.

–Tenuitate, o que será isso?- perguntou Julie

–Você deveria saber filha de Atena– falei

–Não sei de tudo, essa é Annabeth, além do mais pode ser uma palavra maluca deles- respondeu ela

–Eu já ouvi o significado dessa palavra, mas não lembro... – disse Annabeth esforçando-se para lembrar

–Vamos!- incentivei já passando por debaixo da placa

–E fazer o que?- perguntou Nico

–Explorar o lugar, depois continuar pela trilha- respondi

Eles concordaram com relutância, então entramos em Tenuitate. Logo de começo as pessoas nos olharam como se fossemos animais descontrolados que engoliam gente, não deviam estar acostumadas com um bando de adolescentes e pré-adolescentes (tenho 13 anos, então não sou tecnicamente “adolescente”) com cabelos normais sendo seguidos por um urso astro do rock. Mas ignoramos a ralé (N/A: Fuck Yeah).

Começei a prestar realmente a atenção na arquitetura da cidade. Alguns prédios eram tortos, como a torra de pizza, outros começavam retangulares e terminavam pontudos. As janelas variavam de forma e cor por andar. Os tons das paredes eram sempre claros com bolinhas, os das janelas eram mais fortes para se sobressair. Todos tinham sacadas, mas cada sacada era de um tamanho e tinha um tipo de grade e um tipo de enfeite, parecia que os moradores competiam para saber qual era a mais magnífica de todas.

De repente uma espécie de bobo da corte apareceu no final da rua em um uniciclo, ele carregava folhetos amarelos em uma mão e na outra distribuía para as pessoas que passavam. Ele estava longe de mais para que eu o ouvisse, mas qualquer idiota percebia que se tratava de algum evento sendo divulgado. Quando o bobo da corte chegou mais perto notei suas roupas, vermelhas e pretas, com maquiagem azul ofuscante. Olhá-lo fazia a vista doer.

–Será que estas criaturas ofensivamente normais querem participar do festival?- perguntou o bobo para nós, ele exibia um sorriso feliz e manejava o uniciclo para não sair do lugar indo para frente e para trás.

–Festival?- perguntei

–O Festival de comemoração de 105 anos da Cidade de Tenuitate!- explicou, dando-me o folheto amarelo

Começei a ler:

Festival dos 105

A nossa querida cidade faz 105 anos e vamos comemorar em grande estilo com um festival de cinco dias cheio de diversão loucamente louca! Você poderá jogar Molhe o Gato, Acerte a Rolha na Pêra, Faça os outros Escorregarem na Banana, Tiro á Lontra e muitos outros jogos de doido! Poderá comer olhos de capivara verde recheados de chocolate com mel á vontade, além dos outros pratos típicos como Feijão ála Cabo de Cereja! Vedemos Refripricantes de brócolis, azeite, jiló e o mais novo sabor alface!

Também poderá participar de concursos com grandes prêmios e conhecer a Rainha da Beleza do País das Maravilhas que concordou em comparecer nos cinco dias de comemoração para eleger desta mesma cidade a nova Rainha da Beleza!

A festa começa hoje quando o sino de gelo tocar na praça central!

Rei Drédi

–Onde está esse tal de Rei Drédi?- perguntei

–Eu sou Rei Drédi!- disse ainda com o sorriso na cara- Mas tudo bem, não pareço um rei, eu sei. Só não quero agir como todos os outros. Além do mais não guardo rancor!

–E essa Rainha da Beleza?- perguntei

–É Helena, a mais bela maluca do País das Maravilhas- explicou- Ela é uma celebridade aqui! Todos á conhecem e como elegemos outra Rainha da Beleza a cada quatro anos a anterior escolhe a cidade em que se fará o concurso, Helena escolheu Tenuitate porque cresceu aqui e quis juntar isso ao nosso aniversário.

–No folheto fala algo de grande prêmio- citei

–Se quiser saber vá á ao festival- disse sorrindo mais ainda, depois andando com seu uniciclo em volta de mim

O bobo seguiu em frente pela rua.

–Que rei doidão- comentou Percy

–Não gostei dele- falei

–Por quê?- perguntou Ane

–Porque ele é muito feliz, me causa nojo- respondi

Todos concordaram. Não é que eu odiasse pessoas felizes, todo mundo tem o direito de ser feliz, mas o cara não parava o sorriso e não parecia cansado. Era irritante de tão feliz, por isso me causava nojo.

–Vamos á esse tal festival?- perguntou Pâni

–Sei lá- respondi voltando á andar

–Por favor, agora eu fiquei com vontade- pediu ela- Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favoooooooor.

–Não- respondi

–Me ajudem aqui garotas- pediu Pâni

Todas as garotas presentes se juntaram e disseram:

–Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favoooooooor.

–Esta bem!- concordei- Porque eu estou devendo pra vocês 10 dólares.

–Atá- disse Nico- Você ta é interessada nos prêmios.

–Se as pessoas me conhecessem assim a vida delas teria muito menos mentiras- comentei

De repente um ouvi o som de um sino. Olhei para cima e no topo de um dos prédios estava um sino esculpido em gelo badalando, não sei como não quebrava, mas era melhor não discutir. Então lembrei da parte do folheto em que dizia que o festival começava quando o sino de gelo soasse. Como eu não havia visto nenhum outro sino de gelo, a festa deveria ter começado na praça central, onde quer que isso fosse.

–Ei, cara do cabelo verde- chamei um adolescente de cabelo verde limão que passava- Onde é a praça central?

–Seguindo essa rua e virando a esquerda- respondeu- Também vai para o festival? Legal em? Helena vai estar nesses cinco dias, melhor amiga da Rainha de Copas.

–Como é?- perguntei assustada

–Não se assuste Helena é boa, é amiga da Rainha desde criança, uma ficou boa a outra ficou má. Helena ajuda á todos- explicou

–Intereçante.

–Posso te levar pra praça se quiser- disse sorrindo

–Ela não quer- disse Nico- Vai embora que ninguém gosta de você porque seu cabelo é muito verde.

O garoto seguiu pela rua ofendido.

–O cabelo dele é mesmo muito verde- disse Percy

Seguimos as instruções do cabelo de Grinch e chegamos á tal praça central. Era um espaço enorme, uma espécie de parque, com pequenas ruelas ladrilhadas e várias barraquinhas de todas as cores em fileiras. Nenhuma barraquinha invadia o espaço verde, todas se mantinham nas ruelas, respeitando as árvores. Isso não me surpreendeu. No nosso mundo os humanos não ligam á mínima pro meio ambiente, por tanto no País das Maravilhas todos faziam exatamente o contrario. Era lógico e ilógico.

Cada barraquinha tinha uma placa escrita com letras chamativas do que se tratava a barraquinha ao lado. Isso mesmo, a barraquinha ao lado, não a dele. Eu só não sabia o que a placa da última barraquinha dizia... De repente fiquei com uma vontade de ver. Eu queria saber onde estavam os concursos, se os prêmios fossem bons talvez eu participasse. Mas o que eu queria mesmo era chocolate, cara como eu amo chocolate.

–Vamos nos separar?- perguntei aos outros

–É perigoso- disse Annabeth

–É nada! Eu quero ir ver as barraquinhas até a última porque estou com curiosidade pra saber o que a placa dela diz. Vocês podem olhar essas outras barraquinhas da ruela, depois agente se encontra- falei

–Ta bem, mas nos encontramos aqui daqui á trinta minutos- replicou Annabeth como se fosse minha mãe- Quero que o grupo se divida. Se Lia ficar sozinha é provável que todas as barraquinhas explodam.

–Ei!- falei, depois parei pra pensar- É possível.

Nico, Ane, Julie, Laís, Rafael e Pâni vieram comigo. Os outros entraram em outra ruela, menos Josefino, ele disse que queria ficar na floresta enquanto continuássemos na cidade.

Nico se mantinha á minha direita encarava todo mundo para saírem de perto e abrirem passagem, Ane á minha esquerda agarrada ao meu braço apontando pra tudo que era colorido (ou seja, literalmente tudo). Os outros ficavam um pouquinho atrás conversando.

Eu olhava maravilhada para todos os jogos, eles pareciam com os do nosso mundo, só que bem mais engraçados. Joguei Molhe Gato, que se tratava de várias caras de gato, com pelo e tudo, se mexendo rapidamente em degraus de madeiras pintados de roxo. A missão era jogar bexigas d’água em no mínimo 10 gatos, se conseguíssemos escolheríamos o prêmio. Eu acabei com um golfinho de pelúcia azul marinho, já que controlei a água para que esta acertasse a droga do gato. Depois tentei Acerte a Rolha na Pêra, que eram garrafas de vidro cheias de refripricantes (é tipo refrigerante) que tínhamos que abrir já mirando nas peras, que estavam arrumadas em pirâmide.

Infelizmente minha mira não era boa com garrafas, só que entre os prêmios estava uma camiseta escrita “Meu amor por chocolate é igual ao meu amor por rock” e havia vários símbolos de guitarras e pedaçinhos de chocolate. Eu queria aquela camisa, ela era do meu número, ou seja, é o destino. Quando eu já estava dando ás costas pra barraquinha depois da quinta tentativa, Nico se propôs á jogar. Ele derrubou três pirâmides de peras, que dava direito á dois prêmios, então pediu a camisa que eu queria e uma super barra de chocolate.

–Brigada, brigada, brigada – agradeci com felicidade pegando a camisa e o chocolate

–De nada, de nada, de nada- respondeu ele rindo

–Nós vamos comer você querem?- perguntou Ane

–Não to com fome- respondi

–Nem eu- disse Nico

–Vamos comer nessa barraquinha andem por aqui perto para nós podermos encontrá-los- disse ela

Fizemos que sim com a cabeça e continuamos... Só eu e Nico... Sozinhos... Sem mais ninguém... Será que era um encontro?

Dividimos o chocolate, que valia por duas barras em uma, e voltamos á andar e jogar. Nos divertimos como crianças jogando Faça os outros Escorregarem na Banana, onde a missão era entrar numa sala com outras pessoas, uma sala cheia de cascas de banana que cheiravam á flores, uma música começava a tocar e tínhamos de dançar com parceiros sem escorregar. Eu e Nico demos um show, ele me rodava e fazia meu braço bater nos outros então estes eram empurrados e caíam. Alguns se estatelavam no chão sem a nossa ajuda, por isso vencemos esse jogo também. O prêmio foi dois chaveiros de troféus com um casal dançando de ouro.

Em seguida jogamos Tiro á Lontra, o objetivo era atirar com arminhas de tinta em lontras de verdade que pulavam de um lado pra outro. No começo fiquei com pena das lontras e me recusei á jogar, mas então percebi que aquilo era uma diversão para elas, as lontras sorriam e pediam que atirássemos. Concordei e acertei a maioria, Nico nem tanto, parece que sua mira só se estabelece com garrafas. Como prêmio escolhi um tigre de pelúcia em tamanho real e dei para o filho de Hades.

–Como sabia que tigres são meus animais favoritos?- perguntou

–Não sabia, mas combina com você- respondi

Ele sorriu e beijou minha bochecha. Com aquele gesto tudo se oficializou, era um encontro, mas ele não pareceu perceber e eu não ia bancar a garota romântica, ficaria com vontade de vomitar em cima de mim mesma.

Meus amigos chegaram logo em seguida, quando Nico havia acabado de beijar minha bochecha e deram risinhos de nós dois. Fiquei com vergonha e quando voltamos a caminhar pelas ruelas do parque fiquei na direção oposta á Nico. Ele não pareceu incomodando com isso, também estava totalmente escarlate. Julie, o cérebro mais perto que tinha e que de vez em quando servia como relógio, apitou dizendo que já devia ter se passado meia hora, por isso demos meia volta. Quando chegamos novamente na entrada do parque o outro grupo já nos esperava.

Annabeth sorria de um jeito estranho pra mim. Fiquei com medo daquele sorriso, principalmente quando ela agarrou meu braço e disse:

–Vem comigo Lia- depois me puxou para outra ruela

Os outros seguiam nosso encalço com dificuldade, já que Annie corria como um jato por entra as pessoas malucas. Só paramos quando ela encontrou uma barraquinha rosa, quer dizer, barracão, pois era a maior de todas. No cartas da barraca ao lado daquela dizia que eram as inscrições para participar do concurso de Rainha da Beleza.

–O que estamos fazendo aqui?- perguntei

Havia um balcão com duas atendentes e várias garotas na fila. Sobre o balcão havia um pilha de panfletos provavelmente sobre as inscrições. Só isso. Eu não via nada de útil. Annabeth pegou um dos panfletos e me deu, mas apontou para que eu lesse apenas uma única parte, a que dizia o prêmio.

–Um carro?!- perguntei com surpresa

–É, o que poderia nos ajudar quando voltássemos á trilha amarela, poderíamos ir mais rápido- explicou ela

–Então... Quer que eu participe de um concurso de beleza?- perguntei quase berrando

–Não, todas nós- ela apontou para nossas amigas que ouviam á conversa- Assim teremos mais chances de ganhar.

–Não. Nunca. Eu odeio concursos de beleza- falei

–Vamos, por favor!- pediu ela- Como estamos no País das Maravilhas não precisamos de carteira então... Se ganharmos eu deixo você dirigir.

Olhei para ela com um sorriso. Imaginei meus cabelos voando ao vento enquanto eu pisava no acelerador no máximo. Ela sabia como convencer uma pessoa.

–Eu aceito- falei

–E vocês?- perguntou ela para nossas amigas

Todas concordaram. O carro era um prêmio realmente muito tentador.

–Hahahahahahahahahahahahahaha. Vocês? Em um concurso de beleza?- riu Nico, sendo seguido por seus amigos

Estreitei os olhos com raiva. Andei até a fila, empurrei todas as garotas magrelas fiz a inscrição por todas nós. Ela nos pesou, olhou nossa altura, perguntou a idade e os hábitos, depois entregou uma ficha para cada uma dizendo o que corrigir até a abertura oficial do concurso.

–Eu só tenho que emagrecer 2 quilos- disse Ane

–Eu também- disseram todas

–Eu tenho que emagrecer 3- falei com tristeza

Olhei para minha barriga. Não parecia muito grande, talvez se emagrecesse esses três quilos ficasse melhor. Mas quem emagrece 3 quilos em menos de um dia?

–Moça, quando é a abertura- perguntei

–Hoje á noite- respondeu

–Mas não escurece no País das Maravilhas.

–É só que há um globo mágico em volta de Tenuitate que nos permite ter um sol e uma lua só para nós, é assim que contamos nosso tempo- explicou

–Intereçante- falei

Voltei para minhas amigas e contei o que ela disse. Elas acharam estranho o fato de que escurece em Tenuitate, mas ficamos agradecidas de poder ver a noite depois de tanto tempo com apenas dia. Elas haviam mandado os meninos (que ainda achavam graça) para nos hospedar em um hotel, já que teríamos de ficar na cidade queríamos comida de quarto e banheira quente.

–Onde podemos emagrecer tão rápido?- perguntei

–Tem uma academia do lado do hotel- respondeu o garoto do cabelo verde

–Só tem um hotel aqui?- perguntei

–É- respondeu- Vi seus amigos indo para lá.

–Vamos ficar uns dias- expliquei

–Legal.

–Ta fazendo o que aqui de novo?- perguntou Nico no fim da ruela, ele segurava um cartão de hotel e devia ter vindo nos buscar- Eu já disse que ninguém gosta de você porque seu cabelo é muito verde!

–Mas... – começou o garoto do cabelo de Grinch

–Mas nada! Não consigo nem olhar para você que dói, sério, seu cabelo me irrita, vai embora!-disse Nico

O garoto foi embora com uma cara de raiva que dava até medo.

–Já pegamos o cartão do hotel, tem cinco cópias pra vocês- explicou Nico ignorando o caso do garoto- Esses cartões permitem que agente entre no nosso quarto, que é o 112, e faça algumas comprinhas nas lojas do hotel.

–Compras? Você falou em compras?- perguntou Ane desesperada ficando bem de frente para Nico

–É. Compras. Quem se hospeda no hotel é bem vindo para usar esse cartão infinito nas lojas e...

–INFINITO? CARTÃO INFINITO? ME DA ESSE CARTÃO!- gritou ela

Nico ficou com tanto medo da filha de Afrodite sedenta de compras que saiu correndo, e a fera de sapatos rosa foi atrás. Primeiro pensei se devia ajudar Nico, tipo, foi ele que disse as palavras “compras” e “infinito” perto de Ane, praticamente pediu pra morrer. Então decidi que ajudaria afinal ninguém merece morrer desse jeito, esmagado por um salto super pontudo. Começei a correr entre as pessoas no encalço de Ane e esta fixava o olhar apenas em um coisa, no cartão que o idiota do Nico sacudia de um lado para outro enquanto corria.

–Nico larga o cartão!- gritei- Larga logo!

Nico parou de correr e jogou o cartão na direção de Ane, mas não foi forte o bastante. A filha de Afrodite se jogou no chão antes que o cartão vermelho batesse no piso de tijolos e o agarrou em pleno ar. Ane abraçou o cartão e encarou um pequeno símbolo em prata que não identifiquei, se fosse por ela, ficaria deitada no chão imundo admirando o cartão infinito para sempre. Cheguei mais perto dela e ofereci minha mão, ela sorriu e a pegou, então a ajudei a levantar e desamarrotar as roupas.

–Eu... Quase... Morri- disse Nico pegando fôlego

–Nos leve para o hotel, Ane precisa trocar de roupa- falei olhando a sujeira que as roupas haviam adquirido por ela ter rolado no chão

–Ta- concordou Nico, ainda sem fôlego

Ele nos levou até o fim da ruela, onde acabava o parque, depois viramos á esquerda, depois à direita, então avistamos um prédio em forma de cone com “Hotel Tenuitate” escrito em letras cursivas. As paredes do lado de fora eram de um verde bem clarinho e as janelas eram em forma de circulo e brilhavam em um azul bem forte. Haviam portas de prata na entrada que arrastamos para entrar num saguão todo azul belíssimo, com um balcão feito de um notável carvalho e sofás brancos em volta de uma mesinha á um canto como sala de espera. As paredes e o chão eram azuis, como eu já disse, mas o piso era mais claro e haviam um tapete branco creme que se estendia da entrada até o balcão, e outro do balcão até um elevador.

Nico andou pelo tapete até o elevador e acionou o botão. Fui a primeira a entrar seguida de Ane, depois veio Laís e logo todas as oito garotas que participariam do concurso esperavam no saguão. Eu não queria ficar em é esperando a droga do elevador, por isso me sentei nos sofás preguiçosamente e joguei os pés na mesinha de vidro que ficava logo á frente. Depois espreguicei os braços para em seguida juntá-los e descansar a cabeça neles, esta era minha posição de completa paz.

–Eliza Letter Crazier estamos num hotel, não se sente assim!- ordenou Annabeth

–Você não é minha mãe e eu faço o que me der na telha quando minha mãe não está perto- falei

–E se eu contasse pra sua mãe?- perguntou Nico

–Ela não acredita em góticos- respondi

–E se eu contasse?- perguntou Ane

–Ai minha vida ia ta perdida, mas você não vai fazer isso porque quer que eu vá às compras com você- falei

Ela riu e concordou então o elevador chegou e tive de sair da posição de paz para me levantar.

–Espera! Será que agüenta nove pessoas?- perguntei

–Estamos no País das Maravilhas, é claro que não- disse Nico piscando pra mim, ele tinha usado a lógica contraria, por tanto o elevador aguentava, mas eu não podia dizer isso em voz alta, por isso pisquei de volta para sinalizar que entendi.

Nico nos disse que era no último andar, o décimo segundo, ou seja, nosso quarto era a cobertura. Quando o elevador parou no andar ele já se abriu no quarto, como naqueles prédios de rico, e o lugar era simplesmente... Estranho. Era um espaço bem grande, como os quartos da mansão, mas as paredes se juntavam quando alcançavam uns quatro metros de distancia do chão, como uma torre. Isso acontecia porque o prédio era um cone, mas ainda assim era estranho olhar para aquilo. Havia quatro sofás á direita do elevador, sobrepostos acima de um tapete prata bem fofinho que cobria todo o recinto, cozinha, sala e quartos. Á esquerda do elevador ficava a cozinha, e bem de frente havia um corredor com cinco portas, uma devia ser o banheiro e as outras quatro os quartos.

Logo o que se notava ao entrar era a estampa dos sofás da sala de estar, estampa de flores rosa com um verde bem espalhafatoso. Em seguida qualquer ser humano perceberia que a cozinha inteira era amarela. Pratos, talheres, fogão, geladeira, tudo! Em compensação todos os móveis á vista eram de última geração, tudo touch. Então você notaria que as paredes eram brancas, a única coisa normal, o que as fazia irritantemente anormais. Depois de achar mil coisas estranhas na sala você enfim olharia para os cinco garotos esparramados nos sofás feios, eles estão te encarando com cara de quem ta achando a situação muito engraçada porque estão rindo da cara que você fez ao olhar o lugar.

–Vocês não sabem como a cara de vocês está hilária- comentou Connor rindo

–Mancada pegar o quarto mais brega do hotel- falei

–Não, mancada mesmo é cuspir na cara de um cego e dizer que está chovendo- disse Travis

–Eu não ligo, quero que se dane, vou descansar- falei correndo para o sofá

–Nem pensar! Nós vamos pra academia que o garoto do cabelo verde falou- disse Ane- Temos que emagrecer.

–Vocês não estão tão gordas- disse Percy

–Como assim “tão gordas”? Quer dizer que estamos um pouco?- perguntou Annabeth em tom de desafio

–N-n-n-não- gaguejou Percy- Eu quis dizer... Bom, Nico sabe o que eu quis dizer.

Todas as meninas se viraram para Nico, que se mantinha parado na entrada com expressão de assustado.

–Fale do que você sabe esse assunto- disse Pâni

–Que assunto? Eu não estava prestando atenção- falou ainda assustado

–Ele esta falando a verdade, se soubesse do que estamos falando ele já teria tentado fugir de mim- falei

–Tem razão- disse Laís- Vamos ir pra academia antes que um garoto fale outra bobagem e a Lia acabe sendo presa.

–Por que eu?- perguntei

–Porque você faria tentativa de assassinato- respondeu a fantasminha

–E vocês seriam presas como cúmplices- rebati

Ela concordou com cabeça, começando a pensar no assunto.

–Vamos logo- elas me puxaram de volta pro elevador

Não entendi por que havíamos subido se desceríamos tão rápido, mas se perguntasse Annabeth daria uma aula e eu odeio quando ela me da aula porque me lembro da escola e... Melhor parar por aqui. Chegamos novamente no saguão, mas desta vez havia uma mulher, provavelmente a recepcionista, que sorriu e nos cumprimentou. Eu não queria cumprimentá-la, então todas as minhas amigas disseram “oi” e eu a deixei no vaco, foi até engraçado a cara que ela fez ao perceber que não a cumprimentei. Saímos novamente para a rua e viramos á direita, já que tínhamos vindo da outra direção e não havíamos visto academia alguma. Depois disso foi fácil achar, era só encontrar o prédio azul bem ao lado do hotel com “ACADEMIA” escrito em letras maiúsculas e gigantes que piscavam.

Ane me puxava pelo pulso enquanto andávamos, como se eu fosse uma malinha ou uma criança bem chata que não quer andar, mas a mãe tem preguiça de pegar no colo. Minha mãe sempre teve preguiça de me colocar no colo, só fazia isto quando estávamos em casa e ela sentava no sofá depois de um tempo, fora isso só acontecia em ocasiões de vida ou morte. Talvez seja por isso que eu sou assim. Bom saber disso, assim quando eu tiver um filho com sobrenome Pitt sempre vou pegá-lo no colo para ele não acabar na mesma porcaria que eu sou.

Fui puxada pela filha de Afrodite para dentro da ACADEMIA e me surpreendi como aquele lugar cheirava á suor. Era nojento. Eu queria morrer três vezes antes de cheirar aquilo, mas não deu tempo e quando percebi já havia inalado o odor. Imagine que um cara gigante de dois metros cheio todo peludo correu uma maratona e o cheiro do suor se misturou aos pelos. Agora imagine isso multiplicado por 10 milhões. Isso era o cheiro daquele lugar. Aposto que você quer vomitar tanto quanto eu.

–Não estamos vestidas com roupas de malhação- disse Ane

De repente eu estava usando uma blusa de alçinha cinza com “hoje vou perder peso!” escrito em rosa, uma calça legue no mesmo tom de rosa da frase e um tênis cinza com detalhes rosa. Minhas amigas estavam com roupas normais, só bulas de alçinhas pretas, azuis ou rosa e calças legue escuras, apenas eu estava ridícula.

–Anellize Morfs!- falei entre dentes

–Você está tão linda assim, eu sempre quis ver você desse jeito- disse ela

–Eu não estou vestindo roupa de malhação do Paramore- falei

A blusa de alçinha agora era preta com “Paramore” escrito em roxo, minha calça legue agora era branca e o tênis mudou para o mesmo tom de roxo do nome da banda (N/A: Quero essa roupa pra mim!).

–Bem melhor- comentei- Agora vamos malhar antes que eu fique com preguiça.

Aquecemos-nos com os movimentos básicos para não distender um músculo então começamos a malhar. Eu, Ane e Julie fomos para a esteira, Annabeth, Laís, Pâni e Meg para a bicicleta e Clarisse foi para o box, onde ela dava socos com felicidade nos sacos pendurados por uma corda. Fiquei com tédio assim que comecei, então coloquei uma música qualquer da Katy Perry e tentei prestar atenção na letra e só correr calmamente, sem prestar atenção no cheiro ou no fato de eu estar fazendo exercícios.

Depois de trinta minutos passei para a bicicleta. Quando o apareceu no mostrado que pedalei quatro quilômetros bebi longos goles d’água, então continuei. Mais trinta minutos e fui bater num saco ao lado de Clarisse, a cada soco ou chute que eu dava pensava em meus inimigos. Mais trinta minutos e eu ainda estava no maior pique, àquela cidade devia ser encantada, pois para eu não querer descansar depois de uma hora e meia, só magia. Tomei mais água e fui pular corda. Mais trinta minutos e retornei á esteira.

Passaram-se quatro horas desde que entramos na academia e eu não parava quieta, tomava água enquanto completava o exercício e depois de trinta minutos passava para outro. Chutava os sacos sem piedade, corria com vontade, pedalava com rapidez, pulava com determinação. Só pensava em queimar os três quilos á mais, não dava atenção nem para minhas amigas.

–Lia!- chamou Ane tirando o meu fone-Já estamos indo, perdemos todos os quilos que faltavam. Sei que você tinha mais pra gastar, então pode ficar que nós te esperamos lá em cima.

–Ok- concordei

Coloquei os fones novamente e ignorei a saída delas, se prestasse atenção nesse fato talvez me desconcentrasse e ficasse com preguiça antes de terminar a seção. Voltei aos exercícios como quem volta ao transe e não parei mais.



Minha seção já havia acabado. Era de tarde, mais umas horas e noite viria, junto com a abertura do concurso. Eu perdi os três quilos e alguns a mais, e já estava subindo no elevador para o décimo segundo andar. Estava um pouco suada (só sôo de faço exercicios) e precisava de um banho, quando as portas se abriram entrei no quarto estranho e sorri para meus amigos.

–E ai Lia? Quanto conseguiu perder?- perguntou Nico

–Sete quilos- respondi

–O QUE?!- gritaram todos me olhando com surpresa

–Meus deuses!- exclamou Nico se levantando do sofá e andando até mim- Você está bem? Está com tontura? Precisa comer? Está pálida? Esta com frio? Como se sente?

–Eu estou bem e não vou comer, não posso engordar o que perdi hoje- falei

–Então coma alguma coisa leve, eu peço pro serviço de quarto, você precisa comer- insistiu

–Ta peça. Vou tomar um banho- falei- Qual dessas portas é o banheiro?

–A do meio- respondeu Annabeth

Abri a porta do meio do corredor e entrei. Tudo o que eu via era azul, os azulejos, as toalhas, os xampus, os condicionadores, os sabonetes em pedra e líquidos, o tapete, a pia, o box, tudo menos o espelho. Ignorei isso, me despi, liguei o chuveiro azul e relaxei enquanto a água caía sobre meu corpo. Pensei se devia ficar preocupada com o fato de ter emagrecido sete quilos, mas decidi que não, assim que acabasse o concurso eu comeria o maior hambúrguer da minha vida e engordaria para o meu peso normal.

Depois que me enxuguei e falei pela lógica contraria que não estava usando um vestido curto azul e sapatos prateados, saí do banheiro. Quando andei até a sala de estar fiquei desconfiada de não estar ouvindo as vozes de meus amigos, mas vi Nico sozinho olhando para o nada e deduzi que os outros saíram.

–Aonde foram?- perguntei á ele

–Comprar vestido para as meninas. Acho que... – foi quando ele me olhou de cima a baixo-... Vai demorar um pouco.

–É Ane vai insistir em comprar mais, ainda bem que eu estava tomando banho- fingi não perceber sua pausa na frase anterior

–Pois é. Elas não são inteligentes pra pedir pela lógica contraria- comentou

–Até são, só que Ane prefere ir comprar, ver as opções, coisa de filha de Afrodite- expliquei- E ela gosta de arrastar as amigas.

–Hum... – ele tentava não olhar para mim- Sabe... Enquanto vocês estavam na academia...

A porta do elevador se abriu e a recepcionista entrou empurrando um carrinho com lanches, suco e sorvete, depois entrou novamente no elevador e foi embora. Levantei-me para comer, mas Nico impediu.

–Tenho uma ideia de aonde podemos comer isso- disse- Enquanto vocês estavam na academia, saí pra passear pela cidade e vi uma luzinha entrando na floresta, segui a luz e... Bem, lá um lugar legal.

–Como é lá? –perguntei

–Isso você vai ver quando chegarmos- respondeu sorrindo

–Então arrume a cesta que agora estou curiosa- falei

Nico pegou uma cesta usando a lógica contraria e a arrumou, depois chamamos o elevador e fomos para o térreo. Novamente não cumprimentei a recepcionista mesmo ela tendo levado a comida, mas dessa vez ela também não me cumprimentou. Nem ligo. Saímos para a rua, viramos a direita passando pela academia fedida e continuamos, atravessamos mais algumas ruas e viramos algumas esquinas até chegar á um trecho da cidade que era ligado á floresta. Nico entrou lá, então eu o segui.

Pulamos algumas raízes de árvores e nos desviamos de alguns galhos baixos por uns dez minutos, então Nico finalmente parou.

–Feche os olhos- pediu

Fechei minhas pálpebras e Nico pegou minha mão guiando-me para frente. Não precisei ficar muito de olhos fechados, o filho de Hades logo me mandou abri-los.

–Agora- disse

O que eu vi era... Formidável, era mágico e quase não há palavras para descrever. Havia um pontinho de brilho esverdeado em todas as direções que eu olhava. A paisagem e até a cor do céu cooperava com magia. Aquele lugar era...


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Notas finais do capítulo

Tentem não me matar ou ter sonhos de vocês me matando por esse final. Eu sei que vocês querem saber o que é o tal lugar, tipo, luz verde? Onde tem luz verde? Será que é o cabelo daquele muleque? Mas as vezes é nescessário sofrer um pouco porque quando vier a resposta... Vocês vão saber o que é... Nada demais... Nenhuma lição de vida...
Mais garanto que o proximo será engraçado, Lia em um desfile? De acordo com os meus cauculos isso vai dar merda, rsrsrsrs
Espero reviews e recomendações, thau!!!!!!!!!!!!!