Um dos rios de Veneza, um morador de rua se voltou-se para ela, se agachando, chamou-a.

- Garota, acorde. – quase perdendo a paciência. – Não são horas de ficar ai deitada.

Yuuki aos pouco foi abrindo os olhos, seu pescoço doía muito e seu corpo ardia como se tivesse pegado fogo. Não ligando para que o homem falasse, tentou se levantar, não conseguindo na primeira vez se arrastou até um canto. A água do riu sobre saltou como um filme , caindo como chuva sobre ambos surpresos. Ela percebeu que havia sangue escorrendo na calçada, estava assustada consigo mesma , recuperado suas forças se levantou e correu até seu apartamento. Chegando lá, tirou a roupa ensangüentada colocando-a para lavar, foi até o banheiro e viu seu reflexo no espelho, uma enorme mordia havia em seu pescoço, o coração dela batia mais forte , caminhou rapidamente até o chuveiro , deixando a água escorre pelo corpo tirando toda a sujeira, enquanto tentava lembrar-se do que tinha acontecido, mas não vinha nada em sua mente, como se alguém tivesse apagado o que aconteceu naquela noite. Sua garganta coçava e estava seca, como se ela tivesse colocado areia, bebeu um pouco d’água do chuveiro, mas aqui apenas fazia piorar.

Ao desligar o chuveiro foi para o espeço , passou a mão sobre o vidro embaçado revendo a mordida, já estava quase cicatrizada, enrolou uma toalha em volta do corpo e pegou uma roupa limpa . Estava deitada na cama , mas uma vez tentando lembrar o que avia acontecido , olhou para o relógio marcava 23hrs 59. Virou-se para o outro lado, Yuuki não conseguia dormir, esperou até que o Sol saísse.

Manhã seguinte Yuuki andava pela casa, sem saber o que fazer, sua garganta secava cada vez mais, ela abriu a geladeira e comeu e bebeu tudo que tinha ali dentro … segundos depois vomitando tudo, entrou no banheiro pra trocar de roupa e se olhou no espelho, os cabelos e olhos estavam mais claros e a mordida já tinha sumido. Sentiu o cheiro de energia – energia o doce cheiro de sangue humano vinho dos corredores fora do apartamento. Desesperadamente foi até lá para ver o que era. Seu vizinho chegando das compras.

- Bom dia Kurosu. – Dexter comprimento alegremente.

Viu as veias de Dexter pulsar, já com a garganta quase fechando de tanta sede, disparou no pescoço dele cravando suas belas presas, o sangue escorria pela boca, deixando-a em paz. O par de sapatos pretos surgiu, ela levantou a cabeça , encontrando um par de olhos vernelhos , ele a encarava, sem reação correu para a rua. Em cada esquina que Yuuki passava, ele estava. Já quase sem fôlego se enfiou no meio da multidão.

Ele estava observando-a noite passada, e há um mês. A Vendo pela janela de seu apartamento.

- Por favor, me tira daqui. – sua voz impaciente.

- O que foi que aconteceu? – se envolveu os braços abraçando.

Naquele exato momento Zero apareceu colocando a mão sobre o ombro dela.

- Eu sei o que está acontecendo com você. – a voz era calma e máscula.

Sentiu de novo o cheiro de energia, mas não era dos tais humanos e sim de Zero, tão doce que chegava a enjoar.

Yuuki se virou, e o encarou… tão alto, forte, pele extremamente branca, seus olhos vermelhos como sangue. E o, sobretudo, deixava-o invisível no meio da multidão.

- Não, não pode e tire suas mãos de mim. – deu o ombro.

Sayori não parecia muito contente com a presença dele, se colocou a frente de Yuuki fazendo uma barreira.

- Posso te dar todas as informações necessárias. – disse estendendo a mão.

- Não encoste um dedo nela. – estrelava os dentes.

- Senão o que? – segurando-a pelo braço.

Sayori ficou calado, enquanto Zero a segurava pela gola da blusa e o encarava, sorriso de canto jogou-o no chão.

Yuuli e Zero saíram no meio da multidão e foram até uma fonte perto da praça, os dois sentaram num banco, e Yuuki enrolava seus dedos nos longos cabelos finos e castanhos , em nenhum momento tirou os olhos dele.

- Quem é você? E como vai me ajudar?

- Sou Zero , e se você se acalmar posso te dizer tudo o que quiser.

Silêncio entre os dois, só se ouvia o barulho das águas caindo e pessoas conversando.

- Tudo bem Zero. – suspirou. – O que está acontecendo comigo?

- Você está passando por um processo, vamos dizer que você agora é uma vampira.

Seus olhos fixaram em um só lugar, tentando colocar em sua mente, como eu uma vampira? Isso explicava todo aquele sangue, a mordida, e a sede insuportável. Yuuki tossiu colocando a mão sobre a garganta, aquilo não mais a incomodava, doía.

- Yuuki. – puxou-a pelos cabelos longos , quase próximos. – Você não é uma completa vampira, precisa de algo a mais pra que essa dor passe. E eu tenho o remédio que vai te ajudar.

Ergueu a manga do, sobretudo, com a unha cortou seu pulso, o sangue escorreu pingando no chão , Yuuki seguia com os olhos, que chamou sua atenção, sabia que aquilo iria parar com a sede, com a dor que tanto a incomodava. Foi se aproximando, o encarando, como se pedisse permissão pra avançar ao ponto. Zero apenas acenou com a cabeça. Os dois próximos, Yuuki o encostou contra o banco, indo até seu pescoço, encostou-se os lábios, retirando sua língua, o lambeu, aquilo a excitava. Segurou forte em seu peito e cravou seus dentes, derramando aquele sangue, Zero fechou seus olhos e envolvendo seus braços ao redor dela.

É bom ter-la de volta, minha pequena Yuuki.

Já satisfeita retirou suas presas, ela não era mais a mesma, havia mudado tudo naquele momento… seus olhos não eram mais verde e sim um vermelho intenso, assim como de Zero. Se sentindo mais forte e vivida, limpou o resto de sangue da boca.

- O que vai acontecer comigo agora? – aproximou-se do rosto de Lúcio e os lábios quase se encostavam.

Havia pensado, como queria ter dito aquilo em voz alta.Veio um Flash Black, e os sussurros de seu nome "Yuuki" era uma voz infantil. E a cada passo que dava , esbarrava em um estranho qualquer, no meio da praça no centro de Veneza, no mesmo lugar onde tinha acordado noite passada. Reconheceu um olhar, era sua amiga de infância , as duas sempre foram bem próximos e sabia que podia contar com ela. Yuuki segurou-o firme pelos braços.