Turquia – 1500- Feudo de Longford

As cartas foram colocadas sobre a mesa. E novamente o homem perdeu. Ele sabia que estava perdido. Não tinha dinheiro nem para comprar comida. Quem dirá para pagar todo o dinheiro que perdeu para Mazur.

Gordon sabia muito bem que quem mandava em toda a cidade era Mazur, e ninguém que devia dinheiro para ele saia vivo de seu castelo.

-Você perdeu. De novo. Vamos, me passe todo o dinheiro antes que eu perca a paciência Gordon.

O homem implorava pela própria vida.

-Eu não tenho o dinheiro. - Mazur fez um gesto com as mãos e dois homens encapuzados apareceram. - Ora, vamos lá, não faça isso comigo. Somos amigos Abe.

-Eu não tenho amigos- A voz dura, isso fez Gordon tremer. - E não me chame de Abe as conseqüências serão bem piores. Agora, se não tem dinheiro para me pagar...

Os homens se aproximaram de Gordon e Ibrahim deu alguns passos para trás. Ele não estava com nojo ou arrependido, ele só não queria que o sangue sujasse sua roupa cara.

- Olha, vamos fazer um acordo. Você me deixa voltar pra casa e eu lhe dou algo muito mais valioso que qualquer dinheiro no mundo.

Ibrahim era um homem sem sentimentos. Não ligava pra ninguém. Só porque um homem insignificante tinha lhe implorado pela vida, não significava que ele atenderia a esse pedido. Mas se tinha algo que Ibrahim realmente gostava era de dinheiro. Ah, isso era tudo para ele. Mas saber que poderia existir algo melhor do que dinheiro fez Ibrahim rir.

-E o que seria isso?

Gordon não titubeou.

-Minha filha!

Ibrahim riu alto e todos os outros homens da sala o acompanharam.

-Sua filha?- Ibrahim olhou para o irmão que estava parado na porta. -Escute isso Pavel, até onde um homem chega só para se livrar da morte. Oferecendo sua própria filha como moeda de troca. -ele olhou novamente para Gordon. -Devia morrer só por isso.

Os homens encapuzados fizeram Gordon ajoelhar no chão e começaram a desembainhar suas espadas.

-Não, espere meu senhor, espere. Ela é uma bela moça. Pode lhe ser muito útil.

-Não estou à procura de uma esposa! Mate logo ele.

-Não!- a voz de Pavel se fez ouvir.

-E porque não meu irmão?Por acaso está com dó deste homem que nem ao menos respeita a própria filha? Aposto que sai por aí a oferecendo a todo e qualquer homem que está disposto a pagar algumas moedas. Acabem logo com isto, não tenho o dia todo.

Pavel se aproximou. Cabeça baixa. Era a forma como ele demonstrava todo o respeito que ele tinha por seu irmão mais velho.

-Não tenho dó deste homem. Apenas estou sendo racional. O que ganharás com a morte dele? Nem ao menos irá recuperar teu dinheiro. Aceite o trato, o deixe voltar para casa e em troca pegue a filha. Ela pode trabalhar aqui, e sem termos de lhe pagar nada. - ele recorreu ao seu último recurso. -Soube que a menina é linda. A mais pura personificação da beleza.

Isso atraiu a atenção do Mazur. Mulheres belas. Sua segunda paixão depois do dinheiro. Ele olhou para Gordon pensado. Realmente, ele não ganharia nada com sua morte, mas com a filha...