Ao término da festa Lucy estava exausta, ela apenas voltou e se recolheu em seu quarto, mas algo ou alguém não saía de sua mente. Desde o momento em que ele a segurou e a olhou firmemente, durante toda a festa ficou a pensar naquele homem. Nem ao menos Lucy sabia o que estava acontecendo. Ela vestiu sua camisola de seda branca e se pôs a observar a lua da janela.

- O que é isto... Estou a pensar em alguém... Que tolice a minha... O que aconteceu com você Lucy...? – dizia ela em um sussurro já se levantando e deitando-se na cama.

O dia seguinte fora como o de costume para ela, apenas uma coisa fora diferente: A visita de Friedrich. Há anos a mansão não recebia um único convidado, desde que Lucy fora privada de sua liberdade, esta seria a primeira vez em anos.

O duque fora recebido pelos convidados e trazia consigo um belo buquê de gardênia por ele mesmo cultivadas, neste momento Lucy se encontrava no jardim desfrutando de seu tempo livre olhando as rosas que havia em seu jardim.

- Senhorita, o duque Jenswell está aqui para vê-la. – disse a empregada o anunciando.

Friedrich agradece a empregada e se dirige a Lucy com o buquê ainda em mãos, achou que seria melhor entregar pessoalmente a ela e desculpar-se pela noite anterior.

- Olá senhorita Lucy. – cumprimenta-a* e entrega a ela o buquê

- Olá Duque Jenswell, obrigada são lindas. – cheira as flores – elas têm um perfume delicioso.

- Sim.

- Por favor, sente-se – aponta para as cadeiras – Vamos conversar enquanto tomamos um chá.

 - Claro, será um prazer. – ele a ajuda a se sentar e logo se senta.

Lucy chama Marie, pede para que leve as flores e sirva o chá. Assim dito, Marie logo pôs a mesa cheia de gostosuras que somente a velha senhora sabia fazer.

- Obrigada Marie. – agradece a garota.

-Não há de quê senhorita.

- Pode ir, Marie. Obrigada.

- Claro, se precisar de algo a mais me chame.

- Sim, irei. –ela toma um gole de seu chá e se dirige a Friedrich – Bem, O que o traz repentinamente a minha casa, Duque Jenswell?

- Nada que a senhorita deva se preocupar. – diz ele calmamente – Apenas vim me desculpar por ontem à noite.

- Desculpar-se pelo que?

- Por deixá-la entediada, não somente durante a festa, mas quando fora a minha casa outra tarde também.

- Entediada...? – dizia ela sem entender absolutamente nada.

- Sim. Pude perceber que a senhorita não sorriu uma vez sequer o que só pode significar uma coisa: Estava entediada.

- Oh não duque... – fora interrompida por ele neste momento.

- Por favor, me chame de Friedrich. – disse ele sorrindo.

- Claro. Perdão.

-Não precisa se desculpar.

- Nem o senhor, naquele momento eu não estava entediada, pelo contrário, estava muito divertido.

- Então por que a senhorita não sorriu uma vez sequer?

- Por que... Eu não sei sorrir... – disse ela em um sussurro.

Friedrich sentiu-se mal pela garota, não deveria ter feito uma pergunta tão insolente como aquela, então lhe veio à cabeça: “Talvez ela possa aprender a sorrir.”

- Desculpe minha falha, não tive a intenção de lhe perguntar algo tão insolente.

-Não se preocupe isto não me ofendeu.

Ele solta um sorriso meio aliviado.

- Queria convidar a senhorita para um passeio. Daria-me a honra de sua companhia?

Lucy pensou por um momento e quando estava prestes a recusar, sua mãe que assistia ao convite feito por ele logo a interrompe.

- Oh Duque Jenswell, é claro que ela aceitaria. – olha para Lucy – Não é querida?

-Sim.

-Então vamos?

- Claro, deixe-me apenas pegar meu chapéu.

- Não é necessário. – disse Camille – Marie!

A empregada surge.

- Pegue o chapéu de Lucy lá em cima.

- Sim senhora.

Logo após a empregada descer com o chapéu, Friedrich agradece a hospitalidade e guia Lucy até a carruagem onde ficaram em silêncio durante a viagem.