“Roxy”

Não demorou muito para passarmos pela porta da frente, apenas me senti segura quando o calor do sol tocou minha pele, Sookie me colocou em seu carro e partiu sem dizer para onde me levaria.

- Por que está fazendo isso por mim?

- Eu também não sei.

- Como soube que estava aqui, no quarto de Jessica?

- Eu sabia que Bill estava te escondendo de mim, nós não concordamos em muita coisa, e como eu te meti nessa confusão, preciso te tirar dela. Conheço a casa de Bill muito bem, e sabia que você estaria com Jessica, acho que foi instinto e um pouco de sorte.

Logo chegamos numa humilde casa, com muitas plantas ao redor, não havia casas vizinhas e podíamos ouvir os cantos dos pássaros, tudo parecia muito tranquilo. Não demorou para que Tara saísse pela porta da frente.

- Essa é minha melhor amiga Tara. Ela odeia vampiros, então estaremos seguras aqui. Nenhum vampiro tem permissão para entrar.

Tara se aproximou, mas sua feição não era nada amigável.

- Então é essa sua encrenca? – Ela perguntou a Sookie.

- Ela precisa de nós, Tara.

- Eu me lembro de você – Tara disse a mim – Você estava conversando com a Jessica, a vampira do Bill.

- Sim, era eu mesmo, também me lembro de voce.

Tara fez sinal para entrarmos na casa.

- Vocês podem ficar por aqui o quanto precisarem, eu vou trabalhar, mas fiquem sabendo, as duas, não quero encrenca com vampiro nenhum para mim.

Tara nos deixou e foi trabalhar no Merlottes, Sookie gentilmente preparou um caprichado café da manha para mim, eu nem conseguia me lembrar de quando fora a ultima vez que havia me alimentado. Pacientemente Sookie ouviu minhas explicações, estranhamente eu estava devendo minha vida a ela, ela fez o mesmo e me explicou com era sua vida ao lado de Bill, ele não parecia ser um sanguessuga ruim, mas seu comportamento nos últimos dias diziam o contrario.

Sookie revelou que desconfiou de mim desde o momento que me deu carona naquela estrada, mas meus pensamentos não eram muito claros para ela, naquele instante todo seu comportamento estranho fez sentido.

- Eu sei que faz uns dez anos que nos encontramos pela primeira vez, mas você não envelheceu muito, por quê? – Não consegui esconder minha curiosidade.

- O sangue de Bill colaborou para isso.

- Sinto muito por vocês.

- Não sinta, eu não sinto. Meu irmão sempre diz que vampiros não são confiáveis, e fico péssima em imaginar que praticamente o obriguei a deixar Bill entrar na casa dele. Quando eu encontrar Bill novamente, vou retirar a permissão, e avisarei Jason para fazer o mesmo.

Após acertamos nossas diferenças, fui direto ao assunto que me interessava.

- Por que você pode ler mentes?

- Eu nunca soube, simplesmente nasci assim. Isso é tudo o que sei, mas tento ficar longe da cabeça das pessoas, isso não é nada educado e só me envolve em problemas. Como este!

- Você pode ler minha mente agora? Pode descobrir qualquer coisa que há em mim?

Ela ficou pensativa antes de responder.

- Não é assim que funciona. Eu apenas consigo ler o seu pensamento atual, só leio o que estiver passando pela sua cabeça naquele momento, foi assim que soube o que você iria fazer comigo na casa de Jason, só soube quando você pensou a respeito. Naquela noite, no hotel, eu soube que você faria algo com aquele garoto, só não sabia o que, pois você não pensou. Entendeu?

- Como soube que a alma do Bill estava em mim somete agora? Eu já estava com ela quando você me deu carona.

- Quando você entrou no carro eu senti a presença dele, mas achei que fosse apenas saudade ou o efeito de seu sangue que me deixava tão ligada a ele, você não pensou na alma dele enquanto estava comigo, então não pude saber. E quanto sua outra alma, eu também a sentia, mas de uma forma muito confusa, eu não consegui entender sobre o que aquilo realmente se tratava. Só quando conheci Dave, que tinhas os pensamentos bem claros, foi que entendi sobre o que se tratava, e então o coloquei em confusão também.

- Eu nunca soube quem era o dono de minha outra alma. Você sabe?

- Você não sabe a quem suas almas pertencem?

- Não, segundo meu criador, isso é para minha segurança. Só soube que minha alma pertencia a Bill, após já ter encontrado com ele. Existe algumas regras para nós, mas eu nunca soube delas perfeitamente, o único que poderia me ajudar é Dave, mas nunca mais me encontrei com ele. Então... a quem pertence minha outra alma.

- Isso é estranho, por que a alma que senti em você há dez anos, não é a mesma que sinto agora.

Fiquei quieta ao me lembrar de Dea, talvez ele tenha tentado me limpar mais de uma vez, e tenha falhado em retirar a alma de Bill novamente.

-A alma que você sente agora, pertence a quem? Eu preciso saber.

- Você foi limpa? Desculpa-me, não pude deixar de ver isso em sua mente.

Eu não precisei responder, pois aquela pergunta gerou vários pensamentos em minha cabeça, e as explicações de Dea foram as que mais estavam presentes.

- Sorte de Dave ter sido limpo antes de Selene o encontrar – Ela disse ao ler minha mente novamente – Se ele foi limpo, por que precisa de V?

- Talvez ele não queira morrer – Expliquei – Como sabe que ele precisa de V?

- Entrar na mente das pessoas me encrenca e me ajuda também, eu vi isso na mente de Lafayette ontem, sempre soube que ele traficava V, mas mantive em segredo pela sua segurança. Parece que Dave fez contato com ele, talvez essa seja sua chance de saber mais sobre si mesma.

Felizmente recebi uma boa noticia, achei que isso nunca mais fosse acontecer.

- Sookie, você não me contou quem era o dono da alma que estava comigo.

Ela respirou profundamente e depois respondeu, aquele comportamento me deixou receosa em ouvir seu nome.

- Damon Salvatore.

Fiquei pensativa, eu me lembrava daquele nome, mas não sabia de onde exatamente. Mesmo não me lembrando daquele nome me fez sentir um frio na espinha, talvez esse novo vampiro fosse ainda pior que Bill.

- Se você já o conheceu eu não sei, mas se ainda não, vou lhe adiantar que não gostara nadinha. E com certeza, ele é pior que Bill.

- Bem... Não tenho motivo para temer, tudo o que preciso fazer é não cruzar seu caminho.

- impossível.

- Por quê? – perguntei ao sentir novamente o frio na espinha.

- Ele deve chegar a Bom Temps a qualquer momento, acredito que esta noite! E após ele saber de tudo, quando te encontrar e não conseguir resgatar a alma dele, ficará furioso.