Snape e Trelawney escrita por The B Sakakibara
Continuação de Snape e Trelawney – O Início
Caminhava rápido e decidido. Aparentemente não dava atenção a nada em sua volta. Chegou à sua sala, se trancou, apagou todas as luzes e fechou todas as janelas. Estava na maior escuridão possível. Sentou-se no meio da sala, mas de um modo inusitado: sobre as próprias mãos.
Tentou se concentrar, mas mesmo ele, um mestre em Oclumência, não estava conseguindo fechar a mente de imediato. Mas a vida de alguém dependia disso. E se essa vida não fosse importante pra ele nada mais seria. Esforçou-se e conseguiu. Então ficou ali sentado sobre as mãos observando a escuridão sem dizer nada. Os olhos abertos.
Como se disso dependesse
A vida de alguém
Ele ficou ali sentado
Sentado sobre as mãos
Sentado sobre as mãos
Observando a escuridão
De repente ouve-se um BANG!!! Alguém socava a porta. Ele foi despertado pro mundo de novo, mas rapidamente fechou a mente. BANG! A pessoa bateu de novo:
- Snape! – chamou a voz do outro lado da porta – Snape, por favor, abra!
Foi despertado de novo. Agora não mais conseguia fechar a mente pro mundo exterior. Do outro lado da porta a voz chorosa continua a chamar por ele:
- Snape, por favor! Eu preciso conversar com você!
Mas Snape ficou ali calado fingindo não ouvir.
Fingindo não ouvir
Que ela batia na porta
Mesmo com os insistentes chamados e as batidas na porta, agora de um modo mais forte, rancoroso e desesperado, Snape começou a rever a cena em sua mente. Pela mente, vislumbrava Sibila Trelawney puxando conversa e se aproximando, e do outro lado da porta via a sombra da professora.
Pela mente pode rever o momento exato em que ela o beijou e se declarou, mas ele a empurrou e deu às costas a mulher. Sibila agora tentava olhar por debaixo da porta, mas sem sucesso. Chorava e Snape podia sentir seu choro.
“Porque estou agindo assim? Não se escolhe por quem se apaixona, eu sei disso”. Snape começou a sentir a dor enterrada renascer.
- Lílian!!!
Deixou escapar. Do lado de fora da sala Trelawney chorava amargamente. Snape sentia a dor da professora. Relembrou de Lílian e sem perceber deixou uma lágrima escorrer em seu rosto.
As manchas de luzes dançavam
Gemendo por baixo da porta
O que ela poderia ver
Que fosse mesmo verdade
Às vezes se chora por nada
Sentir a dor por alguém
Como que castigado pelo modo como agiu, Snape foi envolvido pelo sentimento de Sibila e pelo seu próprio. Ainda sentado sobre as mãos deixou sua testa tocar o chão e caiu num choro real, porém silencioso. A mulher espancava a porta, agora com todas as forças.
Ele sentia por ela
Enquanto ela batia na porta
Snape sentiu seu corpo se despedaçar. Sentia seus dedos deixando seu corpo, depois foram os braços que o abandonaram. Ele estava causando dor naquela mulher simples que nada fez a não ser declarar amor por ele, e desejá-lo ardentemente. Ele já sofrera com isso, por causa de Lílian, e prometera não passar por isso nunca mais. Mas agora era ele o causador de um doloroso sentimento a uma pessoa que até lhe causara pena diversas vezes antes desta.
Deveria se levantar e ir até a mulher e abraçá-la, pois ele mesmo sabia que terrível era aquele sentimento que Sibila sentia. Deveria se levantar, sim deveria, mas suas pernas não se moveram. Nem ousou tirar seu rosto do chão gelado. Suas pernas não fizeram nem esforço pra se levantar.
Os dedos cortados das mãos
As mãos perdidas dos braços
As pernas de um grande covarde
Que tremiam na escuridão
Snape chorava. Sua mente dizia que sem motivo, seu coração dizia que tinha motivos, Snape não sabia qual ouvir. Do outro lado Sibila Trelawney chorava também, e com ódio espancava a porta da sala de Snape aos berros. E por mais que ele desejasse fechar a mente não conseguia. E assim toda a dor que a mulher sentia ele, Severo Snape também sentia, enquanto ela batia na porta.
Às vezes se chora por nada
Sentir a dor por alguém
Ele sentia por ela
Enquanto ela batia na porta
Fim.
Continua em Snape e Trelawney – O Fim
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