Sakura Mai Pov’s

Eu sabia que Kakashi estava me observando, ele parecia desconfiado de que Sakura Mai pudesse ser Haruno Sakura, mas se for isso eu preciso desviar essa atenção, pois se continuasse assim, ele iria ter certeza de que Mai é apenas um henge para esconder Sakura.

– Sakura-san, será que poderia me dizer se você realmente não é de Konoha? – perguntou-me Nara. – Sabe, recentemente uma amiga nossa deixou Konoha, ela disse que iria voltar, mas que talvez isso demore algum tempo, e você se parece muito com ela... – então não era só Kakashi que desconfiara.

– Lie(1), eu não sou de Konoha, demo(2)... Há alguns dias atrás eu conheci uma, seu nome era Haruno Sakura, – quando disse o meu nome os três se espantaram. – Eu perguntei o que ela fazia longe de casa, e ela disse que estava treinando, que queria e precisava ficar mais forte, estava ficando muito para trás... – não menti, isso também se passava na minha cabeça quando deixei Konoha.

– A conversa se resumiu a isso? – perguntou Hyuuga, preocupado.

– Lie... Então perguntei se ela não poderia treinar por lá e ela disse que Konoha não era um lugar para ela, ela não se sentia mais em casa enquanto estava lá, que se sentia muito fraca e inútil, e disse algo sobre traição e uns garotos Uchiha e Uzumaki, que eles a magoaram muito e que lá tudo a lembrava deles, e ela precisava esquecê-los, e para isso iria para Yuwer(3), a capital do País do Fogo. Demo... ela estava muito triste! – terminei. Nem mesmo o Byakugan(4) de Neji conseguiria detectar a mentira.

– Então o Naruto ano Baka(5) conseguiu deixá-la triste assim? – perguntou Kakashi, abaixei o olhar.

– Ela disse que o queria bem longe dela... Que Uchiha foi sua maior decepção e Uzumaki seu maior arrependimento. – completei.

– Demo, ela não me parecia tão triste depois que descobriu que Naruto a traia com Hinata! – disse Nara.

– As vezes, Nara-san, as pessoas usam mascaras para esconder o que realmente sentem, as vezes a mascara da tristeza, as vezes a do amor, as vezes a do ódio, da indiferença, da amizade, do rancor, no caso de Sakura, ela usava duas mascaras, a da felicidade e da compreensão. – mentira, eu estava usando essas mascaras mais a da indiferença. – felicidade ao ver que uma amiga estava feliz por ter conseguido fazer com que o homem que amava a anos e da compreensão ao fingir que não estava com raiva.

– Naruto não a traiu porque quis, foi mais forte que ele, ele estava apaixonado por Hinata. – Kakashi. – Sakura deveria entender isso.

– Demo... Sakura precisa provar a própria liberdade e a dor do mundo caso queira ser uma ninja forte e voltar a se sentir viva! Para só então conseguir se entregar ao amor novamente, e poder voltar a Konoha! – falei seria e melancólica, terminando de dar a ultima mordida no meu doce. - Gotisso sama(6)! Mas bom, eu já tenho que ir, me encontrem no lago no por do sol, onde teremos mais vantagem com o Mizu Hebi. – quando estava saindo apenas virei para trás e chamei Kirara e por fim disse – espero que a desculpem por não querer ficar mais em Konoha, anou(7)... Sayonara(8)! – então sai da sala e fui até o caixa.

– Já está indo Sakura-san? – perguntou Akusuke, aparecendo por trás de mim. O carinha chato.

– Já sim, Kaho-san! – tentei ser simpática. – quanto foi minha conta? – perguntei.

– ¥24.– ele disse, parecia frustrado. Peguei uma moeda de ¥50 e coloquei na mão dele. E fui passando pela porta quando o ouvi dizer. – Mas isso é ¥26 a mais do que o foi o chá!

– Pode ficar com o troco! – disse balançando a mão no ar.

Segui novamente para a pousada. Como sempre eu estava com Kirara. Lá subi para meu quarto, troquei de roupa (o kimono de Sakura Mai) e arrumei minhas coisas na mochila. Desci paguei a conta, ¥1300.  E novamente fui embora, para a floresta, lá eu deixei minha mochila e comecei a treinar, no quando era 15h almocei em uma barraca de ramen, e descansei debaixo de uma arvore qualquer na floresta perto do lago. Acabei adormecendo levemente com Kirara enrolada em mim.

Quando abri os olhos o sol já estava se pondo então troquei de roupa e fui para o lugar combinado, ao chegar lá os encontrei me esperando.

– Ohayo! – disse, fingindo animação de uma forma muito infantil.

– Sakura-san! – disse Neji.

– Ano... Vou lá mergulhar e provocar o bicho estejam prontos. Kirara, fique e vigie minha mochila, – nisso fui para a beira do lago e gritei de forma infantil. – Itte kimaru(9)! – nisso eu pulei pelo lago, mas antes ouvi a voz de Kakashi dizer.

– Itte irashai(10)! – ele disse.

Já no lago minha Ejikitora estava tensa, seria a primeira batalha real que lutaríamos juntas. No centro do lago, havia um castelo feudal submergido. Eu fui até ele ao entrar reparei que dentro do castelo havia ar e não água. Andando lenta e cuidadosamente fui em direção ao que parecia ser o centro. Lá eu encontrei a fonte do poder de Mizuumi, o Barakku-ko no Tema (jóia do lago negro). E ao lado da Tema, havia um outro cristal, branco sem vida, mas eu e minha Ejikitora sentíamos um poder terrivelmente grande vindo desse outro cristal.

– humm... Então você veio? – nem disfarcei o susto que tomei, me virei para trás para poder ver o que havia falado porem já não estava mais lá. Então senti uma respiração atrás de mim e me virei novamente, me assustei. – Haruno Sakura!

OK! Não sei se me assusto mais pelo fato de que o cara na minha frente é medonho ou se pelo fato dele saber o meu nome. Oh Fuck! Isso não importa agora!

– E você é o youkai que tomou o lugar de Mizuumi, suponho.

– Sou Araza o novo deus do Barakku-ko! Você pretende me derrotar e entregar o poder de volta a Mizuumi, não? – disse ele.

– Até que você sabe demais sobre mim! – disse, e era verdade, ele parecia poder ler minha mente. Se minha Inner ainda existisse estaria o xingando até as próximas 20 gerações.

– Elementar, pequena Sakura, eu sei tudo sobre você, inclusive mais do que você mesma sabe! – disse, apontando para mim. Eu peguei minha arma, pronta para poder atacá-lo. – ora, não pretende mesmo me atacar não é mesmo Sakura-chan? Não era você que pregava a paz?

– As vezes para se alcançar a paz precisa-se de passar pela guerra! – disse. To filosofando agora, viu?

Ele desapareceu e me atacou por trás, desviei e cravei Ejikitora em seu braço. Ele riu de forma maldosa e seu braço se desfez e deixou apenas os ossos de uma cobra. Então Ejikitora tem poderes purificadores? Acho que sim.

– Não tente isso de novo pequena, pode se arrepender! – então ele começou a se transformar.

Logo aquela sala já estava ficando pequena comecei a correr para a porta, mas uma calda amarela de 2 m de largura me impediu de continuar e me arrastou até o centro de um circulo formado pela calda. Aquele Araza era de fato um Mizu Hebi. Sem abrir a boca ele disse.

– Sakura-chan(11), eu não irei comê-la, irei fazer algo pior do que isso. – disse ele, então ele abriu a boca, os dentes, ou presas a mostra pingavam o veneno acido. Ele aproximou suas presas de mim, e eu apenas levantei minha Ejikitora. E uma luz saiu de sua lamina e destruiu o teto, Araza se distraiu e acabou me soltando aproveitando isso eu fugi, não sabia o que minha Ejikitora, ou eu, havia feito, mas agradeço assim mesmo. – volte aqui, Sakura-san! Volte! Você nunca vai me destruir! – disse ele.

Nadando com a cobra tentando me puxar para baixo eu consegui chegar a superfície. Kuzu! A cobra se ergueu e me jogou no chão onde Kirara e os ninjas de Konoha (foi estranho referir a ninjas de Konoha sem dizer que faço parte deles!) estavam. Kirara por sua vez se escondeu debaixo da minha mochila. E Kakashi veio me ajudar.

– Você está bem? – perguntou ele.

– Aprende, vazo ruim não quebra fácil! – disse. Nisso a cobra olhou para mim.

– Sua idiota, eu vou matá-la! – disse ele. Sorri e peguei minha Ejikitora.

– Kakashi! – comecei baixo – enquanto vocês lutam com Araza, vou até o lago e resgato Mizuumi, enquanto isso distraiam-no. – terminei no mesmo tom baixo.

– Hai(10), Sakura-san! – respondeu.

Ele começou a lutar com o Araza e eu aproveitei a distração e fui até o centro do lago, não havia mais ar, então o meu tempo era curto. Fui até o Barakku-ko no Tema e usei um meio de entrar em contato com a alma da jóia.

– “O que uma humana como você faz aqui? Dentro do Barakku-ko?”­ – perguntou uma voz entediada.
– Sou Sakura, e preciso saber onde está Mizuumi! Por favor, me diga, não tenho muito tempo! – eu disse a voz.
– “Hum... Digo onde está Mizuumi se você disser qual é o nome do filho de Araza!” ­– disse a voz. Perae, Araza tem filhos? Athena que me livre.
– Como eu poderia saber o nome do filho de Araza, eu nem sabia que ele tem um filho!
­– “Pois então dou-lhe uma dica: Você está nele, e ao mesmo tempo fora dele!” – isso definitivamente não fez sentido nenhum! Mas como assim, eu estou nele e ao mesmo tempo em que não estou? Kuzu! Vamos, pense pela Kirara, por Ai, por...
– Barakku-ko! Estou na cidade que se chama Barakku-ko, mas não estou no lago.
– “Exatamente! Mizuumi está no cristal de quartzo branco, ao lado da Barakku-ko no Tema.”
– Arigato, eu acho! – terminei.

Abri os olhos, a peça de quartzo ainda estava ali. Eu toquei nela, sei que tenho que dizer o nome dela, mas se eu fizer isso, eu morro, demo... Kuzukurae!

– Mizuumi! – disse com o ar guardado em minha garganta.

Sem ar, vi uma luz branca aparecer, junto dela uma mulher de longos cabelos negros, olhos negros e pele pálida, a mulher vestia um kimono branco de seda e um obi vermelho. Quando a olhei eu senti um leve desconforto, ela era igual a Sasuke. Acontece que nesse momento a Araza atacou a mim e a ela, mas ela nos defendeu e eu fui tomada pela inconsciência.

– Acorde, vamos, acorde, por favor! – disse a voz na minha mente. Abri os olhos levemente e comecei a cuspir a água que havia engolido. – que bom você acordou!

– O que está acontecendo? – perguntei, confusa.

– Araza está conseguindo derrotar os ninjas de Konoha! Só você pode nos salvar! – disse Mizuumi.

– Como? – perguntei, agora to confusa.

– Você tem o poder da Ejikitora ao seu lado, use-a para vencê-lo. Mas se quer uma dica ele está usando um pedaço da Barakku-ko no Tema no pescoço. Você pode tirar isso dele. – disse ela.

– No pescoço não? Acho que posso dar um jeito nisso!

Me levantei e fui para o campo de batalha, com minha Ejikitora em mãos. Logo Araza olhou para mim. Com ódio puro ele tentou me devorar e eu desvie, e então vi uma corrente, na corrente tinha uma pedra presa. Anou... estou perdida, e isso o deixa mais forte ainda. Kuzu!

Então a luta entre eu e Araza durou pouco tempo, Kakashi, Shikamaru e Neji apenas observavam tudo, cansados. Foi quando eu fui arremessada para longe, eu apoiei a parte lisa (cabo) da Ejikitora no chão e terminei em um salto, e novamente desviei de um ataque. Aproveitando a chance eu cravei a lamina da Ejikitora na corrente, e – automaticamente – disse Shiroi tora no hito hoe (ruja tigre branco). Assim que disse tais palavras, a lâmina da minha naginata soltou um brilho rosa. E esse brilho destruiu a corrente assim a pedra, – que tinha dois terços do meu dedo mindinho – caiu do chão, enquanto o pescoço de Araza estava desaparecendo, e então o restante do corpo dele começou a desaparecer.

Mizuumi apareceu ali e pegou o colar que Araza usava. Com sua magia fez com que a corrente tornasse-se pequena, uma correntinha. Com a mesma magia curou os meus ferimentos e os ferimentos de Neji, Shikamaru e Kakashi.

– Mai-san, eu tenho muito o que lhe agradecer, libertou meu lago e minha vila de Araza sem pedir nada em troca, apenas queria fazer uma criança sorrir. E isso mostra o quão forte você é! – disse ela, todos esses elogios me deixavam sem graça.

– Acho que só fiz o meu trabalho, Mizuumi-sama.

– Não, você fez mais do que isso, você abriu mão de uma viajem tranquila para poder deixar alguém feliz. Quero que receba esse pingente como uma forma de agradecimento. – disse ela colocando a correntinha que antes corrente e estava no poder de Araza em meu pescoço. – esse pingente é um pedaço do Barakku-ko no Tema. Ela tem poderes especiais e a partir do momento em que você derrotou Araza essa pedra passou a ser sua. Faça um bom uso de seus poderes. E também devo agradecer a vocês, ninjas de Konoha, que ajudaram a Sakura-san com muita coragem. Então muito obrigada, mas agora devo voltar para meu lar. – disse ela enquanto desaparecia.

As palavras dela ecoaram na minha mente. “Faça bom uso de seus poderes” que tipo de poderes essa pedra pode ter? No fim eu peguei minha mochila e junto deles fui até o Rida, lá encontrei Ai. Ai parecia feliz, estava ao lado de uma garota com a sua idade e as duas sorriam. Aquilo me deixou feliz por dentro. Depois de conversa vai conversa vem ele pegou dois saquinhos, um ele entregou para mim o outro para Kakashi.

– Bom, já está amanhecendo, acho que já está na hora de partir. – eu disse. Foi quando senti alguém segurar a minha mão, quando me virei era Ai. Me abaixei para ver o que ela queria.

– Mai-chan, fica com a gente, e se aquele monstro voltar e quiser a Riro de novo? – perguntou.

– Ai-chan, eu preciso ir, meu caminho precisa ser seguido e ele está em outro lugar, mas nunca duvide, eu jamais vou te esquecer! Ta bom? – perguntei ela me abraçou.

– Vou sentir sua falta, Mai-nee-chan! – disse.

– Também vou sentir sua falta Ai-chan! Mas prometo que se puder voltarei para visitá-la. – prometi.

Depois disso fui andando, com o sol nascendo a minha frente eu sabia de uma coisa, eu estava no caminho certo para me tornar outra pessoa. Para me tornar uma ninja mais digna de mim mesma, e para me esquecer de Uchiha Sasuke e Uzumaki Naruto. Ou pelo menos, não sentir tanta raiva e rancor deles. Se tudo continuasse assim, eu iria longe.  Muito longe, mesmo. E quem sabe eu não fizesse novos amigos?

(1) Lie = não

(2) Demo = mas...; também pode ser usado “Datte” que é mais formal.

(3) Yuwer = nome da capital do País do Fogo, bom, é fictício, pois não faço idéia de qual seja o nome pelo anime ou pelo mangá.

(4) Byakugan = é a Kekkai Genkai dos Hyuugas, como o Sharingan dos Uchihas.

(5) “ano Baka”, ou Baka = aquele idiota, idiota.

(6) Gotisso-sama = usado quando se termina a refeição, equivalente a “estou satisfeito” e contrario de Itadakimasu.

(7) Anou= bem, bom... – ex: bem/bom... eu vi aquela blusa....; também tem o Ano que passa mais sentido de hãn, hein, hum...

(8) Sayonara = até logo, também pode ser usado “Dewa mata” que significa até já.

(9) Itte Kimaru = já vou, estou indo. – oposto de Itte Irashai

(10) Itte Irashai = vá bem, vá pela sombra, vai indo. – oposto de Itte Kimaru.

(11) –chan = sufixo carinhoso usado para meninas, e crianças até os 8 anos. (Ex, Key um garoto de 8 anos, posso chamá-lo por Key-chan ou por Key-kun)