"Ela ainda está no quarto ano! Ela ainda..."

Beijei-a, puxando-a para mim e abraçando-a com força. A morena quase não se moveu - exceto por suas mãos procurando meus cabelos e segurando-os com força. Puxei-a para cima pela cintura, e automaticamente; Hermione pulou e enlaçou minha cintura com as pernas.

Sentia seu corpo magro e fino entre minhas mãos; enquanto passeava por suas curvas e apertava-a mais ainda contra o meu corpo. Dei alguns passos - sem ao menos saber para onde - e o pequeno corpo da morena se chocou com força contra a parede.

Ela parou bruscamente e me fitou, em silêncio. Parecia assustada, parecia em choque. Seus lábios mais vermelhos do que o normal e até um pouco inchados: mas antes que qualquer culpa por tê-la agarrado pudesse me abalar, a garota sorriu. Agarrou meus cabelos novamente e me puxou para si com certa urgência, demonstrando que - assim como eu - era exatamente o que ela queria fazer há meses... Joguei-a sobre minha cama e deitei-me sobre ela. Hermione pareceu assustar-se, mas não parecia querer parar, e contrariando o que eu esperava que faria, com um puxão já havia arrancado minha blusa e voltado à me beijar com desejo.

– Mi... - Suspirei. - Acho melhor não.

– Você quer. - Ela disse tentadoramente. - Não adianta tentar esconder...

Isso. Soco na barriga. Ela estava coberta de razão. E eu já estava louco de desejo, mas não podia simplesmente deixar que as coisas acontecessem assim tão rápido - tinha que me lembrar que Hermione Granger era zona proibida. E não conseguia não perceber o quanto ela parecia sexy com os cabelos jogados sob meu travesseiro; os lábios inchados e preenchidos com um enorme sorriso - por minha causa.

– Por favor. - Respirei fundo. - Meus pais vão me matar. George. Ron. Harry. Ginny...

– Você está dando desculpas. - Hermione me empurrou com força. - Achei que tivesse mudado de ideia sobre mim...

Ela levantou-se no mesmo momento em que caí da cama. Sentei-me e ela se virou de costas para mim e respirou fundo.

– Mas pelo visto não sou boa o suficiente para estar na sua cama.

Eu não acreditava naquilo que ouvia!

– Vem aqui. - Chamei baixinho e puxei-a novamente para perto.

Virou-se para mim e constatei - com culpa e arrependimento - que a garota chorava. Abracei-a com força e ela apenas chorou com mais intensidade.

– Eu gosto de você. - Sussurrei. - Mas você é demais para mim.

Ela gargalhou.

– Deixa de desculpa. - Fungou e respirou fundo. - Não precisa se desculpar.

– Eu não posso, Mione. - Desfiz o abraço e olhei-a nos olhos. - Eu sei que você é demais para mim. Eu não mereço.

– Você tem medo da reação dos outros? - Revirou os olhos enquanto eu afirmava com a cabeça. - Eles precisam aceitar!

– Você é uma filha para eles, Mi. - Sequei as lágrimas da morena. - Eu não posso me envolver. Não posso te magoar nunca.

– Mas se você não ficar comigo, estará me magoando.

Não sabia exatamente o que fazer. Hermione - apesar de mais nova - conseguia me deixar louco. E tinha razão. Sabia que ela gostava de mim; ela sabia que eu gostava dela. Se não ficássemos juntos, algo me diz que a situação apenas seria pior.

– Eu... - Suspirei. - Deita aqui comigo.

A morena sorriu e nos deitamos novamente. Ela bagunçava meu cabelo enquanto eu olhava-a; parecendo vidrado e embriagado de admiração.

– Se você achar certo... - Longa pausa e suspiro. - Ao fim do dia pode fazer o feitiço e apagar esse dia da minha mente.

– Nem começa, Hermione! - Protestei contra aquela ideia ridícula. - A gente pode se virar, não precisa esquecer.

– Mas eu quero esquecer! - Esfregou os olhos com força. - Você já deixou mais que claro que não assumiria nem mesmo que me beijou. Você tem medo deles, pois então, apague as boas memórias de hoje e nunca mais me toque se não tiver coragem para lidar com as consequências...

Outro soco. Como ela consegue me atingir tanto?

– Mas aí eu vou sofrer sozinho. - Mordi o lábio inferior. - Vou me lembrar de tudo isso e sentirei falta dessa Hermione. Essa garota linda e sexy jogada na minha cama me pedindo "mais".

Ela gargalhou ao mesmo tempo que suas bochechas ficaram vermelhas.

– Vo-você acha mesmo isso? - Fitou-me de forma doce e atraente, fazendo-me perder o fôlego. - Linda e sexy?

– Você é mais que isso. - Me aproximei e beijei seus lábios por poucos segundos. - Você é maravilhosa... E ainda será minha!

Ela provavelmente queria sair correndo; se esconder ou ficar invisível... Mas tudo que fez foi se aproximar de forma doce e tomar meus lábios para si, ganhando-me com o melhor beijo que já havia experimentado.

– Então é isso. - Ela disse quando nos afastamos. - Um dia perfeito, mas que será apagado da minha memória...

– Você tem certeza? - Perguntei hesitante.

Queria que ela gritasse que "não"; que dissesse que queria ficar comigo e não se importava com o meu medo infantil e idiota... Mas apenas vi-a afirmar com um gesto e me abraçar. Deitou a cabeça no meu peito nu e ali permaneceu até adormecer.
–

A qualquer hora alguém poderia entrar, eles apenas haviam ido à casa da tia Muriel - onde estou proibido de entrar junto com George. Graças ao meu gêmeo, Hermione também ficou e ele aparatou sabe-se lá Merlin para onde... Mas agora a família poderia chegar a qualquer momento. E o único problema - e ao mesmo tempo maravilha - era o corpo quente de Hermione repousando sobre o meu; sua cabeça deitada sob meu peito nu e os carinhos que ela fazia levemente sob minha barriga.

– Eu não quero que esqueça. - Sussurrei.

– É necessário. - Parou com os carinhos e se virou para mim. - Mas quero que se lembre do quanto gosto de você e sempre vou gostar.

Sorri, sentindo com toda certeza do mundo que seria um erro apagar as lembranças de Hermione.

– Eu queria que desse certo. - Sussurrei. - Mas acho que o Weasley que vai para o seu nome, não é o meu...

– Não diga bobagens! - Ela pareceu histérica por um momento. - Você é o meu Weasley favorito e sempre será. Só você.

– Acho que chegou a hora. - Suspirei. - sou contra a sua deci-

Fui interrompido por Hermione, que grudava seus lábios nos meus novamente. Doces e macios; donos de um beijo quente e desconcertante. Com certeza iria sentir falta daquele beijo para o resto da vida! Depois de longos minutos - que para mim passaram extremamente rápido - nós nos separamos buscando ar.

– Eu precisava de um último beijo. - Ela sorriu. - Sei que não serei capaz de esquecer tudo. Seu cheiro não deixará minhas roupas junto com as lembranças que irão embora, imagine então a sensação nova, sonhada, refrescante e agridoce de ter seus lábios? Disso eu nunca serei capaz de me esquecer.

– Isso não é um adeus. - Engoli toda tristeza que sentia em ter de fazer aquilo. - Obliviate.

Fechei os olhos e quando abri, Hermione parecia áerea e perdida. Suas bochechas ficaram roxas quando notou a ausência da minha camiseta.

– O que pensa que está fazendo, Fred? - Gritou irritada.

Gargalhei. Por mais que doesse fundo e imensamente saber que ela não se lembrava das últimas horas em minha companhia, tentei não parecer suspeito.

– Eu é que lhe pergunto, Granger! - Disse fingindo-me sério. - Eu estava dormindo e de repente acordei com você parada aí, feito um fantasma...

Parou por uns segundos e me encarou. Parecia investigar suas lembranças para saber se eu estava certo. Revirou os olhos, respirou fundo e saiu xingando palavrões e pisando duro.

– Sentirei sua falta... - Sussurrei baixinho depois que ela saiu. - Mas tinha que ser assim.