POVS ANDY

Desde que isso começou

Eu fui abençoado com uma maldição

E para melhor ou para pior

Eu nasci em um carro fúnebre

Eu sei, eu disse que meu coração batia por você

Eu estava mentindo garota, ele bate por dois

Porque eu tenho o seu amor

E eu tenho esses vícios

Sentado na frente do meu notebook eu cantava em silencio, as lagrimas já estavam rolando desde o começo da musica.

Retire cada

Palavra que eu disse, já disse para você

Retire cada

Palavra que eu disse, já disse para você

Eu fui um idiota, sabia que isso iria acontecer. Algo dentro de mim me avisou que isso iria acontecer... Agora eu estou aqui chorando por causa de uma musica, nem me atrevo mais a olhar para frente, pois toda vez que faço isso vejo ela e isso só piora a minha situação.

Não era pra ser desse jeito, eu simplesmente deixei as coisas saírem desse jeito.

Um babaca chorão. É isso que eu sou, fraco e inútil. Um garoto que so sabe chorar porque as coisas dão erradas.

Eu prometo que eu nunca mais vou chorar na frente dela, nunca mais.

-Sua idiota, porque você mexe tanto comigo? – Perguntei a mim mesmo – Isso vai ter vingança.

Fechei o computador e fui me deitar ainda chorando, mas aquela iria a ser a ultima vez

-A ultima vez que eu choro por você Sandra, agora é você que vai chorar... Eu só queria poder parar de te amar

POVS GABRIELE

-Gabrielle levanta dessa cama agora - Minha mãe deu um berro nos meus ouvidos, um berro que mais parecia um screamo bem ensaiado

-Deu pra fazer screamo agora mãe?

-Não te interesse, agora levanta já são 06h00min horas!

-Ta bom – Ela saiu do quarto e eu me levantei a cama, fui até o armário e peguei uma calça jeans rasgada nos joelhos e uma blusa branca. Fui até o banheiro, que ficava no final do corredor, e tomei um banho bem longo. Sai do banheiro já vestida e entrei novamente no meu quarto, sequei os cabelos e deixei eles bem lisos olhei um pouco as pontas dele, teria que pintar elas, já estavam muito desbotadas. Calcei um All Star branco e coloquei um casaco preto por cima. Fui até a sala e encontrei minha mãe e o meu pai se agarrando no sofá

-Pelo... – Engoli ´´a seco `` - Amor de Deus esperem eu sair de casa pra batizarem ela.

-Ah, olha á nojentinha ai – Meu pai disse rindo da minha cara – Quer comer algo?

-Depois dessa cena? – Fiquei olhando pra eles – Não, obrigada

-Então tchau – Minha mãe tá me expulsando de casa?

-Tá bom, Tchau. Também amo vocês, mas não vou amar um irmão que sair daí. Já vou avisando.

Sai de casa sem esperar a resposta, comecei a andar em direção do ponto de ônibus, olhei pro meu celular pra ver a hora: 06h57min.

E A PERGUNTA QUE FICA É: Como eu consigo me arrumar tão rápido quando eu não quero?

Avistei o Max sentado no banco com a cabeça baixa escutando musica, cheguei mais perto dele e vi que ele tava... Chorando?

-Oi Max. Lembra de mim?

-Ah oi, Gabi – Ele tava com a voz um pouco rouca

-Você ta bem?

-To sim, e você?

-Bem. – Ele virou o rosto e limpou umas lagrimas que saiam

– Você não ta nada bem!

-Como assim? – Ele se virou pra mim

-Voce ta com o rosto vermelho, olhos vermelhos, boca vermelha e voz rouca. Das duas uma: Você se drogou ou estava chorando – Ele me olhou surpreso – Você não tem cara de drogado, então você tava chorando

-Tu é uma peste – Ele deu uma risada – Tá tão na cara assim?

-Um pouco. O que foi?

-Uma garota ai – Ele olhou pro vazio como se tentasse encontrar alguma coisa que ele sabia que não estava lá

-Posso saber qual?

-Promete que não conta pra ninguém? – Ele me olhou

-Prometo

-É a Sandra

-O QUE? – Gritei histericamente

-É eu sei, mas não precisa gritar né.

-Você sabe que ela é lesbica né?

-Sei sim, eu fui a primeira pessoa que soube disso.

-Primeira?

-Resumindo: Nós éramos melhores amigos, daí eu contei pra ela que eu gostava dela, ela conto que e lesbica agente brigou e eu espalhei que ela é lesbica.

-Mas espera um pouco – Fiz um pequeno raciocínio – Isso prejudicou ela né?

- Eu ter contado? Ah, muito

-Então porque você fez isso?

-História longa e chata demais. Sem contar que eu começaria a chorar de novo – Ele deu uma fungada no casaco azul marinho do time de futebol – O ônibus chegou

-Ah, vamos

Entramos no ônibus e ficamos conversando um pouco, depois eu peguei no sono, não havia dormido bem na noite anterior.

-Acorda – Senti uma mão balançar meu ombro – A gente já chegou

-Ah, valeu Max – Dei um sorriso meio torto

-Entramos na escola e ficamos sentados no murinho que dividia a escola do estacionamento

-Cara, eu to doido pra faze 16 de uma vez – Disse o Max bufando

-Voce ainda não fez?

-Não, eu tenho 15

-Pulou de ano?

-Não, eu faço aniversario em Junho

-Pior época do ano pra se fazer aniversario

-Por quê?

-É frio e chuvoso

-Se pensar por essa parte

-Que horas é isso?

-Deixa eu ver – Ele pegou o celular do bolso – 07h49min

-Tá cedo ainda

-Oi Max - Uma garota loira meio baixinha veio até nos – Quem é ela?

-Oi Mille. Ela é a Gabrielle

-Oi, me chama de Mille – Ela veio e me deu um beijo na bochecha

-Oi, me chama de Gabi – Dei um sorriso e comecei a pensar como foi patética essa apresentação.

Ela se sentou do lado do Max, e eles começaram a conversar alguma coisa sobre o time, pelo eu prestei atenção ela era do time de torcida. Vi um UNO preto estacionar na ultima vaga a esquerda e o Andy sair dele.

-Eu vo lá e já volto – Falei olhando pros dois que me olharam confusos

Caminhei ate o outro lado do estacionamento e cheguei perto do Andy que já estava me olhando fazia tempo.

-Oi Andy – Falei sorrindo

-Oi – Ele me abraçou

 –E a Sandra? – Perguntei percebendo que ela não estava no carro com ele

-Não sei, e também não me importo muito em saber – Ele falou seco

-Nossa Deus o que ouve com você?

POVS ANDY

-Ontem depois da aula de musica eu fui na casa dela, daí faltou luz e ela foi na cozinha.Só que ela quebrou um prato e machucou a mão.

-Ta e você ta brabo com ela por causa disso?

-Não. É que quando nos chegamos no hospital ela me tratou super mal

-Ah deve ter sido o stress, nem esquenta

-Não foi isso que pareceu - Falei pra mim mesmo, ela não precisava saber da parte do beijo, não ainda

-Ela vai vir hoje? – Ela me perguntou enquanto me encarava

-Não sei. É posso te fazer uma pergunta?

-Claro. O que foi?

-Você tava falando com o Max?

-Aham. Ele é bem legal

-Sei, se eu fosse você não andava muito com ele

-Por quê?

-Ele não te contou o que fez com a Sandra?

-Contou sim, mas ele pareceu arrependido

-Você que sabe

Nos dois começamos a conversar sobre musica e tal. Logo depois o sinal bateu

Fiquei quieto nos quatro períodos. Se você me perguntar que aula era eu realmente não vou saber responder, já nem quero mais saber dessa coisa que se chama estudar. O sinal do almoço tocou, eu e a Gabrielle saímos da sala sendo ´´ seguidos `` pelo Max.

-Gabrielle? -    Max chamou ela – A gente pode conversar um pouco?

-Andy, eu vo fala com ele e já volto. Ok? – Apenas assenti com a cabeça

-Eu vo lá no meu armário – Dei as costas pros dois e fui para os armários que ficavam logo na saída da escola, que por falar nisso estava aberta.

Coloquei o estojo dentro do armário e comecei a encarar a saída. Joguei todo que tinha lá, e peguei a chave do carro. Voltei pelo mesmo caminho que eu tinha feito e encontrei a Gabrielle sentada do lado do Max.

-Gabi eu vou pra casa. Tá bom?

-Aconteceu alguma coisa?

-Err... – Pensa Andy, pensa – Meu pai me mandou ir pra casa, parece que ele ta mal. Não sei direito.

-Ah tudo bem – Ela deu um sorriso meio entediado – Mas me passa o numero do teu celular

-Tá – Dei o numero pra ela e percebi que o Max ficou me encarando, mas me encarando de verdade. Se tivesse visão a leiser eu já estaria queimado – Não quer uma foto? – Perguntei com a voz debochada. Ele só virou a cabeça e olhou pro outro lado – Tchau Gabi

-Tchau, Andy

Sai da escola o mais rápido que pude. Não sabia pra onde ia, mas eu sei que eu iria pro mais longe de casa e da escola que desse naquele momento.