-Você tem o que? 1:90? Eu é que to em crescimento – Falei rindo da cara dele

-Oh, isso e bullying, não vale. E tambem tem mais, você e que é muito baixinha você tem o que? 01:50 de altura? – Falou rindo de mim

-Pó para com a brincadeira, agora aonde agente vai?

-Vem comigo! – Ele me estendeu a Mao pra que eu fosse com ele

Nós entramos na construção. Como eu achava, era realmente abandonado, o teto já avia desabado e com isso a vegetação havia tomado conta de tudo. Era um lugar espetacular, meio sombrio, e eu não me assustaria se um assassino saísse de trás de algum escombro, mas era lindo. Eu estava tão absurda com aquilo, que nem prestei atenção no que o Andy falava, ouvia a voz dele, mas não me importava em prestar atenção.

-Não e verdade?

-O que?

-Você não prestou atenção no que eu falei. Não é?

-Como você adivinhou? - Perguntei fazendo graça

-Não seria novidade. Você não presta atenção na metade das coisas que eu falo – Ele disse fazendo biquinho

-Olha não me interpreta mal. Mas da próxima vez que você fizer esse maldito biquinho, eu vou te morder

-Saiba que eu não me importaria em nada se você fizesse isso.

-Ta Andy isso já ta ficando chato – Falei largando a mão dele e parando

-O que foi? – Ele ficou assustado

-Porque você faz isso?

-Faço o que?

-Joga essas indiretas, isso e muito confuso sabia – Ele ficou calado. Agora é a hora de falar tudo, ou quase tudo – Você sabe que eu sou lesbica e você fica fazendo isso, eu sei que você não gosta de mim, mas não fica fazendo isso!

-Desculpa, não fiz isso pra te magoar nem nada – Ele começou a olhar pro lado como se tenta se não chorar, mas foi inútil uma lagrima saiu do seu olho – Eu sou um idiota mesmo, não presto pra nada

-Calma, porque você ta chorando? – Eu não consigo nem dar uma bronca nele sem ficar com dó do maldito

-Nada, é só porque eu sou um babaca sem noção.

-É mesmo

-Eu acho que estou ficando louco – Ele me olhou com um olhar de tortura como se pedisse pra eu salvar ele

-Me deixaeu ver – Cheguei perto dele e coloquei a mão na sua testa – É realmente você esta ficando louco, mas quer saber de uma coisa? As melhores pessoas são assim. Você pode ser tão louco, quanto um maníaco, mas eu quero que você saiba, eu vou continuar gostando de ti, meio que eu tambem amo você - Falei sorrindo pra ele, o olhar dele se iluminou como se ele tivesse achado uma luz no fim do túnel

-Você não sabe como me faz bem!

-Nem você sabe como eu preciso de você – Eu estava a ponto de chorar. Nao chorar por tristeza, mas sim por alegria. A minha vontade era de pegar ele e fugir do mundo, so eu e ele mais ninguém. Eu queria ele pra mim.

-Vem comigo – ele me olhou como se eu fosse a alma dele. Um olhar com ternura, medo, zelo e choro tudo misturado. O lápis dos olhos dele já estava borrado, pela umidade, mais conhecida como choro.

Ele me levou ao que parecia ser um jardim, tinha uma fonte bem no meio, lá a vegetação era mais presente, avia bancos e algumas portas. A cada lugar onde eu passava por ali, eu me encanta mais ainda. Aqui era perfeito, mas eu já disse isso umas trinta vezes não?

-Andy, afinal o que é isso?

-Aqui era uma antiga escola. Eu sei disso porque quando eu descobri esse lugar, eu vi as salas de aula. Não sei muito alem disso.

-É como você descobriu isso aqui.

-Bom, quando ouve o acidente com a minha mãe eu, procurava um lugar distante de tudo. Aonde eu pudesse ficar sem ninguém me atormentar, daí eu descobri isso. Eu não sei como ninguém sabe disso. E muito perto da cidade, é na cidade.  – Ele estendeu o pano no chão, é se sentou e me puxou junto – Achei que era um bom lugar pra te trazer, isso e meio que o meu psicólogo, sabe o lugar.

-Como assim?

-Eu venho aqui sempre que brigo com meu pai, ou quando acontecia alguma coisa na escola. - Ele fitava uma parede ao fundo do jardim – Sabe, eu era muito humilhado no ano passado, por isso que eu mudei de escola. Minha mãe nunca soube disso, e guardava só pra mim. Ela sempre me apoiou em tudo, mas eu nunca quis preocupar ela.

-Eu sei como é. Até que esse ano ta melhorsinho, o ano passado eu sofri, mas que tudo.

-Posso te fazer uma pergunta – Ele estava tentando mudar de assunto

-Pode

-Você já ficou com garotas? – Perguntou ele ainda fitando a parede

-Ah, sim. Me diz como eu seria lesbica sem ao menos ficar com uma garota?

-É você tem razão. E você já transou com uma?

-Andy, sabe uma pessoa normal não faz esse tipo de pergunta, é constrangedor. – Falei olhando pro chão

-É eu lá sou normal? – Ele abriu um sorriso meio estranho, eu amava aquilo, mas me dava arrepios – Eu nunca tentei ser normal, é uma coisa minha. Acho que ta na genética. Então?

-Não, eu nunca transei com uma garota, lembra que eu te disse que era virgem?

-Ah, mas acho que pra garotas é diferente, afinal elas não tem aqu...

-Opa, opa, opa vamos para com a putaria

-Tudo bem. Mas gostou?

-Do que?

-Daqui né?!

-Ah sim. É simplesmente lindo. Mas fico pensando em quantas garotas você já trouxe aqui.

-Contando você? Nenhuma – Ele me olhou nos olhos – Você e a primeira que eu trago aqui.

-Nossa que honra. – Falei sorrindo pra ele - Agora, você trouxe algo pra comer? – perguntei fazendo carinha de cachorro pidão

-Aham – Ele foi e pegou as duas sacolas que haviam do seu lado – Eu passei hoje de manha lá no Mcdonalds, como eu não sabia do que você gostava comprei um monte

-Você realmente e doido – Falei enquanto ria da cara dele

-Ah, que foi?! Você não vai com a minha face?! – Me deu um ataque de risos naquele momento que eu cheguei a cair de costas no chão, eu não aquentava ele. Ele e um troll desgraçado

-Não faz mais isso. Eu to pedindo – Falava enquanto me ajeitava

-Você é doida não? Agora para de se arrastar no chão, maluquinha. – Ele sorria pra mim, aquilo era engraçado e fofo ao mesmo tempo

-Ah ta bom. Agora, eu to com fome

-E mesmo, o que você quer?

-Me deixa ver – Comecei a olhar os hamburgers que ele tinha comprado era uns 9 ou 10 - Me o de Chedar.

-Ah que clichê.

-Ahm, chato – Falei mostrando a língua pra ele.

-So mesmo – Falou ele fazendo careta pra mim

-Me diz uma coisa. Ninguém vem aqui?

-Não que eu saiba, eu venho aqui quase todos os dias, e nunca vi ninguém.

-Estranho, e tão lindo aqui, e meio conto de fadas.

-Eu não to te conhecendo heim!

-Conhecendo?! Acho que a palavra certa e reconhecendo, não?

-É que seja. Você ta muito fofa, ta ficando menininha demais

-Eu, ata sonha, aham bem capas – Parei pra pensar um pouco, é ele tem razão. Eu ando achando as coisas lindas demais, fofas e engraçadas desde que eu conheci ele – Não você tem razão, eu to mesmo.

-Eu disse – Falou ele rindo e se sujando todo de molho – É, eu realmente sou um idiota

-Hahaha ainda bem que sabe

Depois daquilo nos dois ficamos conversando até umas seis da tarde, ele me levou pra casa, mas quem disse que ele me deixava sair do carro?

-Sandra você não vai sair antes de me dar

-Andy eu não vou fazer isso – Falei rindo dele

-Você não sai do carro.E tambem agente não é amigo?

-Sim, então amigos não forçam um ao outro a fazer algo que um não queira.

-Nossa nunca ninguém usou tanto a palavra ´´um`` em uma frase só – Ele me olhava nos olhos – Então por favor, vai?!

-Ta bom – Vocês tão boiando, né? Bem, ele quer que eu de um beijo nele, NO ROSTO. É eu sou uma anta mesmo. É so uma beijo no rosto.Só isso. Me aproximei dele de dei um beijo na bochecha do mesmo panaca

-Viu foi tão ruim?

 -Não fala comigo – Falei tentando fechar a cara, mas ele fazia uma cara de cú que era impossível não rir – Você e um chato mesmo

-É sou sim, é eu tambem acho que a tua mãe chegou – Falou ele olhando pelo retrovisor com as sobrancelhas arqueadas

-Ai merda

-Calma, que isso, e tão ruim ela ti ver comigo?

-Não, mas isso vai ser estranho – Falei balançando a cabeça – Agora eu vou indo, antes que ela venha aqui. Tchau

-Não se esqueceu de nada? – Disse ele virando o rosto pra mim

-Ta - cheguei e deu outro beijo nele

-Quer que amanhã eu te leve pra escola?

-Ah, claro. Tchau

Sai do carro sorrindo que nem uma pateta. O dia tinha sido simplesmente perfeito. Entrei em casa e já encontrei a minha linda mamis na porta com cara de que ia me xingar

-Sandra Ivette, aonde tu tava até agora?

-Com o Andy, mãe. É oi pra você tambem

-Quem é Andy?!

-Um amigo meu

-Ah, um amigo – Ela parou e sorriu, acho que ela pensou que eu tava pegando ele – É porque você não convidou ele pra entrar?

-Porque já ta tarde e ele tambem tem vida – Falei com sarcasmo –Eu vou tomar um banho e me deitar, ta bom mãe?!

Sai da sala e fui direto para o meu banheiro, fiquei debaixo da água por uns 15 minutos e sai, nem se quer me importei em secar o cabelo, coloquei um pijama, e fui para minha cama. Deitei na mesma, olhei no meu celular ainda eram 07h57min da noite, eu realmente não estava com fome, o Andy me empanturrou de Mcdonald, garoto infernal aquele. Como eu já disse o dia tinha sido perfeito, comece a pensar em tudo que aconteceu e peguei no sono, mas me arrependi pelo sonho que eu tive.