Maria sentiu o sol bater em sua face. A claridade aparentemente tinha entrado de repente no quarto. Ela se virou para o outro lado da cama e sentiu alguém se sentar perto dela. Foda-se se fosse um ladrão, estuprador, sei lá, ela só queria dormir. Pôs a coberta por cima da sua cabeça e alguém a balançou.

- Ei, Mariaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! – Era a voz de Raymond. Maria fez um bico imenso, soltando um gruído – Vamos, acorde! Nem dormimos tão tarde ontem. Já são quase nove e meia da manhã.

Bem, ele não tinha dormindo tão tarde. Maria passou a noite toda fumando e pensado o que ela ia fazer da vida. Deveria ter se pendurado na varanda do seu quarto do hotel e pulado quando podia. Sabia que ia se arrepender por não ter feito isso. A morena só se deu conta que eram quatro e cinqüenta da manhã depois que acabou com a sua quarta caixa de cigarros Calton.

- Nossa, esse quarto esse fedendo... – Raymond comentou rindo – Maria, vamos! Meu pai está do lado de fora do quarto. Ele me deixou vim te acordar...

- Ta bem – Maria falou saindo quase como um sussurro – Já estou levantando, veja – Ela coçou os olhos e se sentou na cama.

Quando Maria terminou de coçar os olhos, olhou para Raymond. Estava fofo como sempre com uma camiseta rosa clara e uma calça jeans escura. Ele sorria radiantemente. E então, ela observou o quarto do hotel. As paredes eram prata escura, e o quarto era razoavelmente pequeno. Ela não precisava de nada demais mesmo, apenas de um guarda roupa, uma cama e um banheiro. Ao entrar no quarto tinha um corredor pequeno, e do lado do corredor uma porta que levava ao banheiro (que era maravilhoso, todo marrom claro com uma banheira e chuveiro, uma bancada branca que tinha a pia em cima e um vaso sanitário maravilhoso preto) e depois levava para a cama de casal e um armário preto do lado da cama. E a parte favorita de Maria: Logo do lado da cama tinha cortinas brancas imensas, e bem atrás uma varanda que dava para ver uma boa parte de Berlim, que ficava perfeita quando de noite, apenas iluminada por lusinhas.  

- Papai mandou te falar que a gente te espera daqui á uns 15 minutos no restaurante pra tomar café. Tudo bem? – Ele perguntou. Maria soltou um sorriso e assentiu – Tchau – Raymond saiu de cima da cama dando ‘tchauzinho’ para Maria.

- Até depois – Maria acenou.

Ela o ouviu batendo a porta do quarto. Logo depois, a morena se lembrou que Usher pegou uma cópia da chave do quarto do hotel dela em caso de emergência. Agora Raymond ia acordá-la todo dia. Depois a morena soltou um sorriso.

Maria se levantou da cama se espreguiçando e foi direto para o espelho. Quase deu um berro de ver uma bruxa no espelho, mas depois percebeu que era ela. QUE OLHEIRAS JESUS! A morena correu até o banheiro e lavou seu rosto freneticamente para ver se acordava de vez. Caminhou até a sua mala (que ainda não tinha sido desfeita) e por enquanto que escovava os dentes, tirou uma saia colada marrom, uma meia calça preta, uma blusa branca e seu estojo gigante de maquiagem. Vestiu rapidamente e parou de escovar os dentes para começar a se maquiar. Pó, blush, rímel, acabou.

Quando ela deu uma olhada na mala de sapatos começou a pensar. Tênis ou sapato de salto alto?

Maria fez uma cara feia e tirou sua saia marrom colocando uma calça jeans escura. Calçou seu all star branco favorito e correu para a porta do quarto agarrando sua bolsa de ombro preta e seu sobre tudo marrom claro. Ela trancou a porta do seu quarto e guardou a chave num compartimento especial na bolsa. Logo depois, foi caminhando para o elevador. Quando ela apertou o botão ouviu vozes. Ela olhou pro lado e viu uma linda, falsa, ridícula senhorita, com uma echarpe rosa, botas pretas, uma calça jeans clara e uma blusa preta vindo na sua direção sorrindo como se o mundo fosse maravilhoso.

Maravilhoso seu cú sua vadia desgraçada.

- Bom dia Maria – Ela á cumprimentou. Maria sentiu um fogo interior bater no seu estomago e depois voltar para a sua boca. Estava enjoada. Talvez a fome. Ou melhor: talvez fosse Sarah.

Maria nem sequer respondeu. Ela apenas se virou para o elevador (que vez um barulinho avisando que tinha chegado no andar) e entrou dentro dele. Sarah a seguiu ainda sorrindo.

- Nossa, como as pessoas são mal educadas hoje em dia. Nem ‘bom dia’ dão mais.

Ignore Maria, ignore.

- É realmente, bem mal educadas. Com o nariz empinado também, só por que achou um asiático bonito. Está pensando já em um amante Maria?

A morena franziu o cenho e olhou para Sarah boquiaberta. Ela estava realmente falando isso? Sério mesmo?

- Desculpe, prefiro não falar com você – Maria deu um sorrisinho, e saiu do elevador ainda de cabeça erguida.

Maria quase correu até o restaurante, quase tropeçando sobre o carpete marrom claro. Quando ela avistou Usher e Raymond tomando seus cafés ela suspirou de alivio. Caminhou até eles lentamente sorrindo.

- Bom dia – Ela sorriu para os dois – Dormiram bem?

- Bom dia dorminhoca – Usher riu – Vai tomar seu café, vamos fazer uma turnê pela cidade.

- Turnê? – Maria fez uma cara estranha.

- Ah, vamos dar uma volta pela cidade – Ele deu um risinho – Vai lá.

Maria virou de costas para os dois e viu Justin e Sarah entrando no restaurante. Ele estava com uma camiseta branca e uma jaqueta. Lindo como sempre. Por que?

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- Você pode tirar uma foto nossa Maria? – Justin pediu educadamente á Maria entregando uma câmera profissional preta.

E ele se referia á ele e Sarah. Juntos. Perto do Zoologischer Garten Berlin, o famoso jardim Zoológico de Berlim. Eles queriam tirar uma foto bem na entrada. Maria suspirou, olhando para Usher. Ele deu uma risadinha e caminhou até ela arrastando Raymond que estava pendurado na sua blusa.

- Vai lá com eles que eu tiro uma foto de vocês três – Usher falou, Maria recuou o mais rápido que podia.

- NÃO! – Ela acabou levantando o tom de voz sem querer – Sarah, Justin, se juntem.

Maria ergueu a câmera e tirou duas fotos dos dois juntinhos, abraçados. Depois Sarah deu um beijo na bochecha de Justin na foto. A morena soltou outro suspiro e tirou a terceira foto. Justin caminhou até ela.

- E aí, como ficaram as fotos? – Perguntou pegando a câmera das mãos da morena.

- A terceira ficou meio estranha – Maria comentou sorrindo. Justin franziu o cenho e a morena percebeu Sarah ficando vermelha de raiva. Usher deu uma gargalhada e foi tirar as fotos do filho.

- Ah prima, você é tão engraçada – Carol ria envergonhada e depois puxou a prima para conversarem á sós – Menina, você é maluca?

- Por que? – Maria levantou a sobrancelha.

- Fica provocando Sarah o tempo todo. O que deu em você? Ela não é sua melhor amiga?  

Maria olhou para os pés. Ela respirou fundo e olhou para Sarah que estava com o olhar mais sensível que ela podia. Carol segurou as mãos da prima e á puxou para um abraço. Maria aceitou o abraço apertando a prima. Quando as duas se soltaram, Maria esfregou a mão direita na ponta do nariz para ver se esquentava um pouco. Nossa, como estava frio.

- Sem criar confusões, hein? – Carol pediu – Se ela fez algo pra você ignore apenas.

- Eu ando fazendo isso tanto... – Maria balançou a cabeça negativamente.

- Meninas, vamos! – Usher gritou para as duas. As meninas correram para o alcançar.

Eles andaram até as catracas, Maria e Carol tentando controlar as fãs alemãs. Que caos, Jesus! Até no zoológico! O grupo andou até os animais que Raymond tanto queria ver. Maria sentia pena dos coitados dos animais nesse frio (pelo menos os que não tinham pelugem) estarem ‘trabalhando’. Raymond correu para o leão, depois foi ver os pássaros, as cobras, e as aranhas. Ele estava com os olhinhos brilhando, gracinha.

Maria já estava com os pés doendo quando eles passaram pela frente de um avestruz. A morena ouviu Justin e Sarah cochichando algo e olhando para ela logo depois, soltando risadinhas. Ela levantou uma sobrancelha.

- O que foi Jus? – Usher perguntou curioso.

- Ah, nada demais – Sarah respondeu pelo Justin.

- É que esse avestruz parece com Jack – Justin falou soltando gargalhadas. Carol e Usher olharam para Maria sérios.

Mas Maria sentiu seu estomago embrulhar. Queria jogar Justin e Sarah no meio dos crocodilos, com dois quilos de carne pura. No final dar uma gargalhada, quem sabe?

- Não vejo graça nisso Justin, sério – Usher repreendeu com uma cara feia o afilhado.

- Ok – Foi o que Justin respondeu, deixando Maria mais irritada ainda.

Bem na hora, Maria passou por um animal que podia fazer a sua revenge. Ela foi para Justin e tirou a câmera das mãos dele.

- Podem se juntar os dois que eu vou tirar uma foto! – Maria falou sorrindo.

Justin e Sarah se olharam, e logo depois deram uma olhada na plaquinha do animal. Uma anta, em cativeiro, obviamente.

- Por que eu iria querer tirar uma foto com uma anta? – Os dois falaram ao mesmo tempo. Impressionante como mentes maquiavélicas e babacas trabalham juntas e ao mesmo tempo.

- Ué – Maria arregalou os olhos – Pensei que iam querer tirar uma foto com os parentes...

Ambos os olhos dos loiros ficaram fulminantes. Maria conseguiu ouvir a gargalhada de Usher, de Carol, e até a de Raymond.

- Porra, Usher! – Dessa vez foi Justin que brigou com o padrinho. Sarah continuava com uma expressão ‘sua vadia’.

- Ah, qualé Justin! – Usher levantou as sobrancelhas – Vocês que começaram.

Os dois estavam perplexos. E Maria com um sorrisinho de ‘eu sou foda’ na cara. Se fudeu, babacas. A morena jogou a câmera para Justin e ele á segurou quase deixando-a cair. Ela deu ombros e segurou o ombro da prima (que ainda dava risadinhas).

Caminharam um pouco mais pelo zoológico, apenas observando. Os outros animais foram meio que sem graça. Depois, saíram daquele ambiente infestado de animais de todas as espécies e entraram no carro de Usher. Maria implorou para Carol para deixá-la ir do lado da janela, por que quando estavam indo para o zoológico, ela foi do lado de Justin. Carol aceitou de boa, e Raymond foi no colo de Maria. Usher sugeriu que Justin fosse no banco da frente. Então ficaram três mulheres no banco de trás. Nada agradável aquele clima.

- Ah, me expliquem essa história que vai ter uma festa hoje de noite – Usher perguntou sorrindo.

- Uma festa no centro. É uma balada que abriram agora não é Carol? – Justin perguntou olhando para ela pelo retrovisor.

- Aham. Vai ser super legal. Só vai dar gente bonita lá, e é proibido entrar com celular.

- Nossa, que ótimo! Assim se virem o Justin nem vão poder tirar fotos... – Usher falou fazendo uma cara maravilhado – Eu posso ir? – Ele deu um sorrisinho envergonhado.

- E Raymond vai ficar com quem? – Justin  perguntou de novo.

- Ué... Maria, você também vai?

- Sem ela ia ficar muito sem graça a festa. Deixe ela ir Usher... – Justin quase implorou.

Maria apenas o olhou numa expressão assustadora. Ela não entendia a bipolaridade dele. Sarah ficava de mal com ela o dia todo, apenas a provocando. Mas... Justin... Não parecia que ele estava a provocando. Quando ele falava sobre ela, parecia real.

- Já que insiste, por que não? – Dessa vez Usher sorriu para Maria pelo retrovisor – Cuide deles, ok Maria?

- Pode deixar Senhor Raymond – Ela sorria. Graças á Deus. Usher era o patrão dos sonhos de qualquer pessoa.

- Então... Próximo ponto turístico? – Usher perguntou.

- Brandenburger Tor – Carol respondeu.

Brandenburger Tor, era o portão de Brandemburgo. Era maravilhoso.  E em volta dele, tinha os melhores restaurantes, cafés, etc.

O grupo de Usher desceu. Como sempre, Raymond na frente todo animado, gritando que nem a criança feliz que ele é. E Maria estava lá, para fingir que era criança com ele, afinal, era a babá. Os dois brincaram de pega-pega em volta do portão. Raymond sorria para ela, e ela para ele. Os dois estavam se divertindo. Quando Maria finalmente conseguiu pegar o ‘ligeirinho’ ela o segurou no colo. Ele ria que nem um bobo. A morena o colocou no chão, e ele pediu para subir nas costas dela. Ela aceitou. Se agachou um pouco, e ele subiu nas costas dela, o segurando forte.

E quando a morena olhou, ela viu Justin com um sorrisinho na cara, a observando. Sarah, Carol  e Usher conversavam sobre o monumento, mas ele a olhava com um sorriso na cara. Ela retribuiu o sorriso, e Raymond acenou para o loiro.

- EI JUSTIN – Ele gritou – ESTOU NO TOPO DO MUNDO! – Raymond gritou soltando os braços em volta do pescoço de Maria, e acenando descontrolavelmente para Justin.

- ESTOU VENDO RAAAAAAAAY – Justin respondeu gritando também, e acenando para ele, feito uma criança.

- Ei crianças – Usher os chamou para mais perto. Maria (ainda carregando Ray) e Justin se aproximaram do cantor – Vamos tomar um café?

- Heinb! – Maria logo falou – Fica logo ali atrás, e tem o melhor café com chantilly do mundo.

- Que fascinação por esse maldito café garota – Sarah falou curta e grossa.

- Lá vende o melhor café em geral, do mundo inteiro Sarah – Carol falou, tentando proteger a prima – Vamos?

O grupo caminhou até o café. Não foi difícil achar, até por que tinha uma placa gigantesca bem na frente dele. Eles entraram, e estava um pouco vazio. Três pessoas vieram falar com Usher e Justin, e logo depois eles conseguiram se sentar para pedir o café. Mas Justin ainda ficava com um sorriso bobo para Maria. Ela não entendia.

Talvez seria até melhor ela não entender mesmo.

Então deu ombros e fez o seu pedido.

Mas quando ela menos espera que o destino intervirá, ela observa dois homens no canto do café. Um deles está de costas para ela, e ela consegue só ver os seus cabelos pretos e suas costas definidas. O outro, era igual ao seu noivo. O que estava virado para ela. Maria deixou seu queixo cair lentamente, e ela ficou a observar o homem.

Ela deu cotoveladas em Carol que estava do seu lado na mesa.

- Que foi menina? – Carol perguntou, segurando as mãos da prima.

- Aquele cara... – Maria engoliu á seco – É igual ao Jack – Sussurrou.

Carol seguiu o olhar de Maria. Quando ela olhou para o homem franziu o cenho, e depois á olhou de novo. Na mesa, ninguém ouvia a conversa delas. Amém.

- Bem, eu não conheço Jack direito. Só por fotos – Ela falou voltando á olhar para o homem – Realmente... Parece bastante. Os olhos azuis... O cabelo preto... Hm – Ela começou a imaginar –Se ele for parecido com aquele homem, você é uma garota de sorte.

- Obrigada, mas... – Quando Maria ia começar uma conversa, o homem que parecia ser Jack se inclinou, e deu um beijo na testa do que estava de costas para Maria. Aquele beijo... Ta, foi meio estranho. Mas nada contra gays, pelo contrario, Maria amava gays, lésbicas, etc. Logo depois ele saiu do café um pouco apressado.

Bem depois que o suposto ‘Jack’ saiu do café, o que estava de costas se levantou e virou para Maria. Era simplesmente, Heechul.

COMO ASSIM, ERA HEECHUL?

 Maria quase estava engasgada com a própria saliva. Heechul caminhou até o caixa do café, e pagou a conta. Quando ele terminou finalmente de pagar, Heechul olhou para a morena. Ele parecia estar com uma pior do que a de Maria. Ele olhou para os lados como se fosse alguma espécie de fugitivo da polícia, sendo que ele e Maria mal se conheciam.

A morena só estava intrigada, pois a obra do destino era incrível. Eles se viram no elevador no meio da cidade de New York, num avião vindo para Berlim, e depois em um café. Será que o destino era que eles dois se casassem?

Heechul caminhou lentamente até a morena. Os olhares de todos do grupo se voltaram á Heechul. Inclusive o de Justin. Na verdade, principalmente o de Justin. O moreno segurou a mão de Maria e depositou um beijo bem no centro dessa, deixando Maria sem respiração por um segundo. Quando ele largou a mão de Maria, ele sorriu para Raymond.

- E aí pequeno – Ele passou a mão na cabeça de Raymond.

- CHULLAAAAAAAAAAAAAAA – Ray parecia super animado. Ele saltou da cadeira e abraçou Heechul feliz – Tudo bem?

- Tudo ótimo – Sorriu – Chul, esse é meu pai, Usher.

- Muito prazer, adoro sua música – Heechul apertou a mão de Usher.

- Prazer e muito obrigado – Usher sorriu super simpático.

- Bem, foi ótimo ver vocês de novo... Meu amigo está lá fora me esperando, eu já vou indo, tchau – Ele acenou dando costa para o grupo.

 Sarah, Usher e Carol estavam estranhando. Mas Justin e Maria estavam em completo estado de choque, se olhando. Mas que diabos foi isso?

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- MAIS UMA AGOOOOOOOOOOOOOORA! – Maria berrava para o barman. Ela segurava o copo de tequila com toda a força que podia.

- Maria, esse já vai ser o seu décimo terceiro copo – O barman alertou – Vai voltar para casa de carro?

- N-n-não sei... – Maria falava engasgada – HAAAAAAAAAAAAAAAAN – Ela fez uma cara de assustada – COMO VOCÊ SABE MEU NOME?!?! SOCORRRRRROOOOOOOO!

- Ei, psiu, sem escândalo garota – Ele pediu – Você me contou, esqueceu?

- Contei? – Ela perguntou, fazendo ainda uma cara de assustada – Seu mentirosinho...

- Ai Meu Deus do céu... – O barman revirou os olhos – Olha a sua prima ali... – Apontou.

Maria se virou ainda sentada nas cadeiras de frente ao bar da boate. A música soava bem alto já que o bar era afastado da pista de dança.

Sarah vinha com seu vestido vermelho e seu sapato preto de salto alto, sorridente. Ela nem tinha percebido que sua prima estava tão alta que podia encostar no céu. Tradução: Estava muito bêbada. Muito dopada. Malditos 12 copos de tequila seguidos. Ela estava quase vendo duas de sua prima.

Mas Maria achava melhor ela ficar bêbada. Afinal, estava noiva de um cara que estava na Coréia (que só por acaso não ligava para ela desde que ela chegou na Alemanha e deu o número do seu hotel) e o homem que ela amava estava se agarrando com uma loira falseta (Sarah) no meio da pista de dança. Passando a mão descaradamente nos peitos, bunda e... Etc.

- Por que não está dançando? – Carol perguntou pondo as mãos na cintura. Ela estava séria.

- Você quer que eu comece a te explicar a história dês-... Desde o começo? – Maria soluçava – Justiiiiiiiiiin, Justin, Justin, Justin... AAAAAAAAAAAAAAAAH, Justin – Maria praticamente gemia na frente do bar inteiro. Estava quase vazio, com a exeção de algumas pessoas em volta.

- Amiga, quantos desse você tomou? – Carol apontou para o copo de tequila de Maria. Desta vez estava cheio.

A morena sorriu, e pôs tudo para dentro de uma só vez. Aquele líquido escorrendo por garganta abaixo deu uma coisa em Maria que ela quase morreu de felicidade. Ah, só tequila mesmo.

- MOÇO, QUANTO-QUANTO-QUANTO – Maria não conseguia reformular a frase direito. Era se indireitou na cadeira se virando para o barman – Quanto custa uma garrafa de tequila? MELHOR, duas – Ela fez três com os dedos. Depois ela olhou para a sua mão, e abaixou um dedo fazendo com que fosse dessa vez dois.

- Oitenta – O barman falou – Carol, vai deixar mesmo sua prima comprar isso? – Ele perguntou para Carol.

- CAROL NÃO SABE DE NADAAAAAAAAAA – Maria falou escondendo o rosto da prima com as mãos. O barman riu – ENCOMENDE PARA MIM, agora eu vou dançar.

- Jura? Dançar? – Carol bateu palmas – Yey.

- Vamos agora! – Maria puxou a prima, meio que cambaleando, para a pista de dança.

A música estava alta. Muito alta. E Maria se pôs a dançar. Fazia tanto tempo que ela não se sentia assim, solta. Livre. Estava agradecendo á Deus por causa disso. Se sentia muito bem, por estar ali, dançando, bebendo, fazendo o que queria naquela hora. Sem ninguém á proibindo de nada. Sem Matthew para encher seu saco, sem seu pai para dizer o que ela tinha que aprender, sem ninguém.

De repente, ela se sentiu sozinha. Deslocada. Maria olhou para os lados. Carol tinha desaparecido no meio daquele bando de gente. A morena continuou parada, observando as pessoas. Mulheres com mulheres, homens com homens, heterossexuais, etc. Tudo misturado. Mas pelo menos todas aquelas pessoas seguravam um copo de cerveja, whisky, vodca, e a amada tequila de Maria. 

E no meio daquele bando de gente, ela viu Sarah beijando uma mulher alheia. Sim, uma mulher. Maria levantou uma sobrancelha. Ok, calma, o que está acontecendo? Poligamia... É isso?

Então ela se pôs a procurar o famoso, maravilhoso, pauzudo, gostoso, do Justin Bieber. Ela esbarrava, era encoxada, por todas as pessoas possíveis daquela pista de dança. Estava muito cheia. Lotada na verdade. E lá ela encontrou Justin, com as costas apoiadas na parede, com um copo de vodka na mão. Ela sorriu para si mesma. HORA DE ENCHER O SACO DE JUSTIN: ATIVADO.

- JUJUUUUUUUUUUUUUUU – Maria o chamou ainda chegando perto dele. Justin fez uma cara de ‘wtf’ para ela. Maria se apoiou na parede do lado dele – Onde está a Sarinha mi amoré?

- Não é da sua conta Maria – Ele respondeu.

- Perdão, só estava perguntando... – Ela chegou mais perto dele.

Maria chegou tão perto de Justin que sentiu a sua respiração ofegante. Ela o puxou pela camiseta, e começou a beijar o pescoço do loiro, mordiscando logo depois. Depois o empurrou para a parede.

- Meu Deus Maria, quanto você bebeu? – Justin perguntou assustado.

- Hmmmmmmm, bem mais do que você com certeza – Ela falou, caindo em cima de Justin. Ela se apoiou em cima de Justin, esfregando seus corpos. Ela sentiu o membro de Justin em cima dela, e respirou fundo – Aposto que eu pego mais gente do que você – Ela sussurrou no ouvido do loiro.

- Ah, é uma aposta isso? – Ele deu um sorriso malicioso. Justin estava entrando no joguinho da morena – E Jack?

- Talvez. Quer por algo em jogo? – Ela levantou as sobrancelhas – Tenho uma idéia! Uma garrafa de tequila para quem vencer. E foda-se Jack. Vou esquecer ele só por hoje. 

- Feito – Justin puxou Maria, passando as mãos na sua coxa. Ele as arranhou de cima a baixo, depois passando a mão na bunda de Maria. Ela deu uma risada gostosa – E é assim que eu gosto.

- Vamos lá – Ela empurrou Justin, largando ele na parede.

Maria puxou um menino que estava no canto da pista, bem perto de Justin. O agarrou e o beijou. Rápido, no máximo 10 segundos. O largou lá, parado, querendo mais. Depois, puxou outro menino e o beijou. Ok, dois.

Ela parou e olhou para Justin. Ele fez um 3 com os dedos, e caminhou para perto dela.

- Já foram 3 para mim – Justin repetiu sorrindo maliciosamente para a morena.

Maria se virou de costas para ele e beijou mais um menino. Empurrou o menino para longe, e passou a mão pela boca, tirando a saliva restante.

- Para mim também – Ela sorriu – Ah, espera.

Ela viu um menino loiro de costas para ela. Apenas fechou os olhos e o puxou para ela. Eles se beijaram bem na frente de Justin. Mas quando Maria passou a mão pelo peito do menino, sentiu uma coisa completamente diferente. Quando abriu os olhos no meio do beijo, não acreditou. Não, não podia ser verdade. Aquilo, não podia ser verdade.