- Olha Maria, não é a sua amiguinha Sarah? – Usher perguntou sorrindo para Maria.

Ela não respondeu. Apenas levou o copo de café com chantilly para sua boca e deu um grande gole enquanto observava os dois se aproximando mais e mais. Queria que naquela hora seu café fosse um whisky. Dos melhores. Sua cara era com certeza pior. Ela estava sem maquiagem, com uma blusa de manga comprida preta e um cachecol cinza. Sua calça jeans azul escura e com olheiras do tamanho do universo vezes dois. Um rabo de cavalo nada convencional deixando fios soltos. Sim, estava parecendo o demônio. Ótima hora desse casalzinho de merda aparecer.

- Ele pode trazer uma pessoa? – Maria sussurrou, relevando a pergunta de Usher.

- Ué... Bem, ela está pagando a viajem toda. A parte dela, quero dizer. Ele meio que me ligou em cima da hora, mas consegui fazer uns ajustes... – Usher tirou os óculos escuros, e franziu o cenho para Maria – Você não era amiga de Sarah?

Ela engoliu a seco, e suspirou.

- Aconteceram certas coisas... – Maria ia explicar, mas Justin tinha chegado perto o bastante para ouvir a conversa.

- E aí cara – Usher e Justin falaram ao mesmo tempo dando um toque com as mãos

Maria se afastou um pouco e voltou á se sentar perto de Raymond. Tentou ao máximo não olhar para os dois. Queria desaparecer naquele momento. Obvio. Logo depois, ela sentiu um toque no seu ombro.

- Oi Maria – Justin á virou para ele – Dormiu bem? – Ele soltou um sorriso.

Um sorriso super cínico. Super. Era então a vez de Maria retribuir aquele sorriso.

- Oi – Sorria – Dormi sim, e vocês dois? – Ela olhou para Sarah naquela hora.

- Não tão bem – Sarah surgiu do lado de Justin e deu uma piscadinha para o loiro. Justin passou a língua sobre os lábios sorrindo maliciosamente para ela.

Maria olhou para Usher. Ele estava concentrado em algo na mala. Eles não iam fazer esse tipo de ‘provocação’ na frente de Usher. É claro.

AH, ELES ESTAVAM QUERENDO GUERRA.

Guerra os dois terão.

A morena deu um sorriso no canto da boca. Caminhou até o lado do patrão e o ajudou a arrumar as etiquetas de embarque das malas. Preferiu o máximo ficar longe daqueles dois. Usher chamou todos, e Maria deu a mão para Ray segurar. Eles deixaram as malas para o embarque, e seguiram apenas com as suas bagagens de mão para o avião.

Maria pegou sua passagem. Poltrona 2K-B. Ou seja, era uma cadeira na esquerda, no meio. Ela sabia que Raymond ia ficar do lado dela no avião, ou seja, talvez a 2K-C, ou 2K-A. Mas e Justin e Sarah?

Curiosidade é foda.

Os quatro sentaram em poltroninhas na frente do portão de embarque do avião. Daqui á pouco iam chamar todos para embarcarem. Maria ficou em pé, um pouco longe ainda. Algumas meninas vieram falar com Justin, e depois saíram histéricas. Novidade? Até parece. Até MARIA saia histérica depois que saia de perto dele.

Do nada, seu blackberry começou a apitar.

Os quatro á olharam. Usher e Raymond logo desviaram o olhar. Mas Sarah e Justin meteram o olhar em Maria. Nem para esconder a curiosidade. Maria tirou seu celular do bolso jeans, e olhou o número. Desconhecido. Provavelmente Jack. Ela deu um suspiro alto, aumentando mais a curiosidade dos outros dois.

- Alô? – Ela atendeu um pouco animada.

- Oi meu amor – Era a voz de Jack. Maria sorriu – Pensou que ia viajar sem se despedir é?

- Desculpa meu amor – Maria se afastou mais ainda do grupo para falar com ele – Está tudo bem aí?

- Sim, está tudo ótimo – Se animou – Os meninos vão começar uma turnê!

- Outra?

- Essa outra foi á muito tempo Maria - Jack riu e Maria também – Agora acho que vai ser mundial. Mundial mesmo. Tipo, mundo inteiro.

- Entendi Jack – Ela riu alto desta vez – Ah, que legal... Eles devem estar super animados para garotinhos...

- Garotinhos? – Jack riu – Ah claro.

- Como assim? – Ela franziu o cenho.

- Maria, alou, os meninos têm de 23 pra cima.

- Eles são mais velhos que eu?! – Maria fez cara de desconcertada – Como assim eles tem um empresário de 20 anos? Ai Meu Deus, você precisa começar me explicar direito essas coisas Jack... Quando começa essa turnê?

- Ok, então... – Jack riu – Ah, daqui á uma semana. Ainda faltam dois membros da banda que estão fora do país... Longa história. Está indo para a Alemanha agora?

- Sim. Daqui á dez horas chego lá – Suspirou cansada – Ah não, esse vôo vai ser muito longo.

- Vai nada, você tem o Justin aí – Brincou Jack com um pouco de ciúmes no fundo.  O que ele não sabia é que essas brincadeiras afetavam Maria bem no fundo.

- Não vou ficar com Justin – Ela falou um pouco chateada – Quando chegar no hotel eu te ligo, feito?

- Feito – Maria ouviu barulhos no fundo do celular, de repente Jack começou a falar coreano. Obvio, ela entendeu. Um homem no fundo perguntou onde estava o hidratante corporal, e Jack começou a brigar com ele por que ele não estava treinando. A morena caiu na gargalhada dos dois discutindo – Ah, agora você está rindo não é safada?

- Deixe de ser bobo – Ela continuava rindo – Depois a gente se fala, ok?

- Já tem que ir?

- É melhor eu ficar alerta pra qualquer aviso antes de eu entrar no avião...

- Ok, ok. Te amo muito. Me ligue mesmo. Ah... E depois eu tenho uma surpresa pra você.

- Também te amo. Ligo sim, beijos... – Depois Maria se tocou do que o noivo falou – Ei, calma, sur-

Ela foi interrompida pelo ‘tututu’ que ficou no telefone. Fez um bico e apertou o botão de ‘finalizar ligação’. Logo depois sorriu para si mesma. Era impressionante que mesmo que não amasse Jack, ele á fazia sentir muito bem. Ele era uma das únicas pessoas que sentia carinho por ela, e ela se sentia bem por isso, obviamente.

A morena suspirou e se virou de volta ao grupo. Usher observava o filho que brincava em algum joguinho no i-pod e Justin e Sarah conversavam sorridentes. Ela mordeu o lábio e caminhou até Raymond. Mas foi surpreendida por seu celular tocar de novo. Ela olhou para a tela do seu aparelho e lá estava a segunda surpresa do dia: Era seu pai.

- Está requisitada hoje hein – Usher brincou. Ela apenas tentou abrir um sorriso.

- Oi – Maria atendeu desconfiada. Ele estava trabalhando fora do país, só ligava uma vez na semana.

- Nem pra avisar que vai viajar você fala é Maria? – Ele falou bravo. Maria soltou uma risada – Não ria, estou muito bravo.

- Ah, claro que está marechal Ristow – Ela falou. Quando Justin e Sarah viram com que ela falava, estranharam também – Vou para a Alemanha agora...

- Eu sei, Matthew me contou! Bem, se não fosse por ele nem saberia...

- Ah pai, chega de chatice – Deu ombros.

- Sua prima, a Carol, lembra dela?

- Sim... – Ela estranhou a mudança de assunto.

- Ela está morando na Alemanha agora. Eu liguei para ela te receber no aeroporto. Tem algum problema?

- Claro que não! – Maria se animou. Não via Carol á tanto tempo!

- Ótimo. Ela vai te buscar lá. Já dei o número do seu vôo para ela.

- Ai que legal pai, obrigada. Como estão as coisas na Itália?

- Nada demais. Muita papelada do exercito.

- E a Cristina? – Maria perguntou. Cristina era sua madrasta. Bonita, e bem mais nova que seu pai.

- Também está bem e te manda beijos. E sua mãe?

- Califórnia – Maria riu – Ainda escrevendo o livro dela. Acho que lança na semana que vem.

- E quanto tempo vai ficar na Europa?

- Quatro semanas – Maria ouviu a chamada para seu vôo – Pai, tenho que desligar...

- Ok Maria. Até depois...

Ela desligou a chamada ainda animada. Justin e Sarah saíram na frente dela meio que apresados. Usher a chamou com o pescoço, e ela deu a mão para Raymond segurar. Eles passaram mostrando suas passagens e passaportes para um homem, e entraram em um corredor longo que levava para o avião. Suas passagens eram de nível médio, ou seja, quase classe econômica mais com poltronas mais confortáveis.

O avião era realmente gigantesco. Era dividido em quatro setores: o primeiro era a classe econômica. Depois, vinha a classe econômica razoável (se assim Maria podia chamar) onde ela e todos iam ficar, e depois a classe executiva.

Eles caminharam cada um até sua respectiva cadeira, e Maria viu Justin e Sarah já se ajeitando em uma cadeira de avião. Quando ela olhou de novo para sua passagem, lá estava: 2K-B

E Justin estava sentando na 1K-C. Bem na frente da sua fileira, e na diagonal da sua poltrona.

A morena jogou sua bolsa em cima da sua poltrona, se sentando meio que desconfortavelmente. Ela estava bem na poltrona do lado da janela, e Raymond estava sentado no meio. Maria olhou para Usher.

- Não conseguiu lugar perto da gente senhor Raymond? – Maria perguntou.

- Não – Usher fez uma cara triste – Estou sentado do outro lado do avião. Lá no final – Usher apontou para a sua cadeira lá no fundo – Qualquer coisa me chame ok Maria?

- Ok – Maria sorriu.

- Tchau pai – Ray acenou feliz.

- Tchau garoto, qualquer coisa me chama – Usher deu um beijo na cabeça do filho, e depois saiu.

Raymond olhou Maria e depois olhou o casal bem na nossa frente. Ele franziu o cenho e olhou de novo para Maria com a mesma expressão. Maria suspirou, e olhou para o casal. Sarah estava apoiada sobre o ombro de Justin.

Logo depois, ela se virou para trás. Conseguiu olhar para Maria entre os espacinhos das cadeiras. Então ela deu uma piscadinha para Maria, apenas para provocar.

- Puta – Maria sussurrou. Ninguém ouviu.

Ia ser um longo vôo.

                                                                     X

Passaram apenas seis horas das dez longas horas que Maria ia passar no avião. Parecia inacabável. Na verdade, aquela viajem iria ser inacabável. Agora a morena pensava por que diabos ela não recusou o convite de Usher na hora que viu Sarah chegando com Justin. Deveria ter feito isso. Melhor: Deveria ter pego o primeiro vôo para a Coréia e ver seu noivo com aqueles asiáticos malucos, e aprender á amá-lo o mais rápido o possível.

Mas nãaaaaaaaaaao, ela não fez nada disso. Maria sua babaca.

A morena abriu os olhos lentamente, ajeitando o cobertor azul sobre seu corpo. Ela se aconchegou naquela cadeira dura, e coçou o nariz. Estava com frio. Coçou os olhos e balançou a cabeça tentando acordar do seu cochilo.

Quando ela se sentou na poltrona, a primeira coisa que percebeu: Raymond não estava do lado dela. Não estava em qualquer lugar onde ele podia ser visto.

POR QUE-DIABOS-AQUELE-MENINO-TEM-SEMPRE-QUE-FUGIR-JESUS!

Maria se levantou em um pulo, batendo com a cabeça no teto sobre as poltronas e empurrando a cadeira da sua frente. A de Sarah, na verdade.

- Ei, presta atenção garota – Sarah falou brutalmente, acordando Justin que parecia estar dormindo em um sono profundo.

Ela nem se desculpou. Apenas saiu andando pelo corredor do avião. Olhou para o lugar de Usher. Raymond não estava lá. Então correu para a aeromoça mais perto.

- Moça – Maria chamou a aeromoça que retribuiu com um sorriso – Oi... Er, você viu um menino negro, pequeno, tipo, seis, sete anos, andando desacompanhado?

A aeromoça riu um pouco da cara de desesperada da morena. Ela apenas abriu uma cortininha que estava bem atrás dela, que levava á classe executiva do avião.

- Ele está em uma últimas poltronas. Lá no fundão. – A aeromoça soltou um riso – Fez até amizade...

- Graças á Deus... – Maria soltou um suspiro – Obrigada...

Maria entrou com tudo na classe executiva olhando para todos os cantos. Quando percebeu que praticamente todos estavam dormindo ela começou a andar lentamente. Quando foi para umas das últimas poltronas ela ouviu o riso de Ray. Aproximou-se mais ainda e viu a cena mais esquisita do avião inteiro (depois de Justin e Sarah dormindo um do ladinho do outro):

O asiático do elevador. Estava lá. E com Raymond.

O queixo de Maria caiu na mesma hora. Ray estava em pé na frente do asiático que estava sentado em uma das poltronas. Então os olhares deles se encontraram do nada. Maria o olhava incrivelmente surpresa, e ele também a olhava super surpreso.

- MARIAAAAAAA – Raymond gritou á abrançando pela cintura – Tudo bem?

- Han, Ray... – Maria tentou falar depois que desviou o olhar do asiático – Por que saiu de perto de mim? Não tem medo da morte? – Ela falou sorrindo para ele.

- Desculpe – Ele soltou um risinho. Ray olhou para o asiático (que não tirava os olhos de Maria ainda chocado) – Esse é o Chul. Chul, essa é Maria, minha mãe número dois – Ele riu.

- Heechul, nice to meetttttt you – Ele se levantou. Bonito demais. BONIIIIIIIITO DEMAAAAAAIS para Maria ainda que o inglês dele não tenha nada de ‘bom’.

- O prazer é todo meu – Maria estendeu a mão para ele e ele apertou com força – Maria.

- Ele é muito legal Maria, sério! – Ray parecia super animado – Ele me emprestou o celular dele para jogar...

- Mas Ray, e o seu I-pod...

- Acabou a bateria – O menino deu ombros e foi se sentar em uma das duas poltronas que estavam vazias do lado de Heechul. Ele continuava sorrindo – Maria, conte pra ele que você já morou no país dele...

- Onde você já morou? – Maria perguntou sorrindo, ele retribuiu mais ainda o sorriso.

- Coréia – Ele respondeu. O sorriso de Maria desapareceu. Odiava a Coréia. Foi tipo, a pior fase da sua vida com coreanos xenófobos – Já morou lá.

A mente de Maria matutava como um coreano e uma criança de quase 7 anos chegaram ao assunto estranho de onde cada um já morou. Convenhamos.

- Sim. Durante quase 5 anos – Ela respondeu levantando as sobrancelhas, olhando para Ray que mexia em um Iphone. Provavelmente de Heechul.

- Ah, então fala coreano – Ele começou a falar do nada em coreano com Maria. Ah, sentiu estar de novo naquele maldito colégio de estrangeiros da Coréia.

- Muito bem para falar a verdade – Ela se gabou, em coreano. Heechul deu um sorriso no canto da boca.

- Ótimo, não sei falar inglês muito bem – Deu um risinho.

- Ah... Até que seu inglês é bom. Se continuar praticando, vai estar logo logo fluente.

Ela conhecia ele. Conhecia de algum lugar. Meu Deus, será que quando morou na Coréia ele era do colégio dela?

Heechul continuava falando e Maria fingia prestar atenção. Mas ele era bem simpático. Sabia como puxar assunto. E Maria sabia como agradar o sexo masculino. Bem, mais ou menos na verdade. Ela só sabia o que responder no caso.

A morena pediu licença e se ajeitou no banco do lado de Heechul. Afinal, Raymond estava lá, e ainda tinha companhia para conversar. Do que mais precisava para passar o tempo?

- Então, o que veio fazer em New York? – Maria deu um sorrisinho.

- Estou trabalhando no exercito. Aí me mandaram pegar uma papelada... Então vim.

- Entendi... E gostou?

- Bem, eu encontrei uma garota chorona no elevador... – Ele caiu na gargalhada.

Maria não gostou. Maria realmente não gostou. Na verdade, ela odiou esse comentário ridículo. Ele não poderia ter relevado isso, e nem ter comentado?

- O que está fazendo aqui?

Falando em chorar, lá estava o motivo de todas as lágrimas de Maria bem na frente dela.

- Oi pra você também Justin – Ela falou, revirando os olhos.

Justin estava parado na frente da poltrona de Heechul. Do lado da poltrona de Heechul, estava a de Maria. E do lado de Maria, estava Ray sentado. Ele olhava para Maria desconcertado como se ela estivesse cometendo um crime conversando com alguém do sexo oposto.

E Heechul estava bem pasmado por ver Justin Bieber bem na sua frente. Só faltava babar.

- Vamos voltar para os seus lugares do avião? – Ele falou debochado. Parecia que Heechul nem existia ali – Agora.

- Calma, foi Senhor Raymond que me chamou de volta?

Justin engoliu a seco.

- Não.

- Ah, então já pode ir embora – Maria se virou de novo para Heechul – Desculpe. Justin é bem chato – Maria falou em coreano.

- Tudo bem – Heechul deu ombros – Meu Deus, nunca iria acreditar que ia ver Justin Bieber no avião – Soltou um riso.

- Ei, Maria, dá para voltar ao inglês por favor? – Justin pediu debochado. Ela apenas olhou para ele e olhou para Heechul de novo.

- Me dá um minuto? – Pediu para o moreno.

Ele assentiu com um sorriso. Saiu da poltrona do avião, e empurrou Justin para fora da vista de Heechul e Raymond (que ainda jogava constantemente).

- Posso saber que joguinho você está fazendo por favor? – Maria pediu franzindo o cenho. Justin apenas deu uma gargalhada.

- Não estou jogando nada Maria. Pode acreditar.

- Então vou voltar para o coreano...

Antes que ela virasse de costas Justin a puxou pelo braço com força e a tacou em algum canto bem atrás dela. Quando Maria menos percebeu, era o banheiro da classe executiva. Ele trancou a porta e tirou sua jaqueta.

Ela não respirava. Não sabia o que falar.

Justin a encurralou entre os braços e passou seus dedos de leve no rosto de Maria.

- Não me provoque Maria.

- Onde eu te provoquei?

- Sabe muito bem que eu não gosto de te ver com outros meninos. Principalmente com coreanos.

- Ah, ciúmes é? – Maria riu – Não me venha com essa história, por favor.

- Quer que eu te foda, é isso? – Ele perguntou, segurando o rosto da morena com força, apenas com uma mão – É isso Maria?

Ela não respondeu. Queria e não queria ao mesmo tempo. Que merda.

- Faça por merecer, entendeu? Eu posso foder você e Sarah juntas, que tal?

- Nos seus sonhos.

Ele desceu até a bunda de Maria e apertou a bunda da morena com toda a força possível. Maria se contorceu de dor e prazer ao mesmo tempo.

- Te odeio – Ela sussurrou para Justin.

- Pode continuar assim, não me importo – Ele quase encostou os lábios nos lábios da morena. Ela se contorceu de novo - Você vai ver o seu mundo virar de cabeça para baixo de verdade se se meter de novo com esse coreano. Falo sério.

Justin a largou brutalmente, e saiu batendo a porta do banheiro. E então Maria se pôs á chorar ali mesmo, sozinha. Como sempre.

                                                                X

- MARIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

A morena mal tinha saído do portão de desembarque de Berlim, e lá estava a pessoa que mais queria ver naquele momento: Sua prima, quase irmã, Carolina. Ela usava um short com uma meia calça preta por baixo e uma blusa de manga comprida azul clara. Veio quase deslizando para cima de Maria com aquelas sapatilhas pretas.

Quando as duas se abraçaram, Maria sentiu seu cheiro. Alguma coisa floral.

- Você está maravilhoooooooooooosa – Maria falou para a prima que soltou uma gargalhada. Realmente, estava mesmo. Ela era bem bonita, com a mesma cor do cabelo de Maria (marrom escuro) e olhos azuis claros, com sardinhas.

- São seus olhos minha linda – Maria observou Carol. Não tinha crescido nada desde os 12 anos de idade. Ainda continuava com 1,58 de altura com certeza. Muito pequenina.

Maria olhou para seu lado e lá estava seu patrão. Ela sorriu para Usher e depois para Carol.

- Carol, esse é o senhor Raymond...

- Usher... – Ele concertou amigavelmente sorrindo – Muito prazer Carrrrrol – Usher á cumprimentou com sotaque. Era realmente difícil americanos falarem o ‘r’. Mas elas já tinham se acostumado mesmo.

- Muito prazer Usher – Carol sorriu amigavelmente.

- Bem, Maria, eu vou levando as malas para o taxi, te encontro daqui á uns dez minutos?

- Feito – Maria respondeu.

- Até depois Carol, espero te ver depois – Ele ia sair andando, mas depois voltou para falar algo – Você não quer ser a nossa guia número dois na nossa viajem na Alemanha? – Perguntou sorrindo.

Os olinhos de Carol brilharam como nunca. Ela juntou as mãos e começou a assentir.

- Sim, sim, sim! – Ela respondia freneticamente – Ia ser maravilhoso, aaaaaaaaaaaaah!

- Ótimo – Usher falou sorrindo – Explique para ela os ‘esquemas’ Maria.

- Claro – Maria falou e viu o patrão se afastando em direção ao estacionamento – Caro-

- PRIMA, ME EXPLICA, COMO ASSIM VOCÊ ESTÁ VINDO COM O JUSTIN BIEBEEEEEEEEEEEEEEEER! – Carol sacudia a prima com toda a força.

- Caaaaaaaaaaalma – Maria segurou os braços da prima e sorriu – Meu Deus, é apaixonada pelo Justin?

- Bem, ele é uma gracinha – Riu baixinho – E convenhamos, adoro loiros.

- Aqui na Alemanha deve ser o que menos falta – A morena riu.

- MENINA, CÊ NÃO SABE DE NA-DA! – Carol começou a falar – EU TINHA UM EX NAMORADO QUE ERA UMA BELEZA, MAS DEPO... – Ela parou de falar do nada.

Maria seguiu o olhar da prima que olhava fixamente para algo. Lá estava Justin com Sarah sorrindo para alguns fotógrafos. ‘MATA, MATA, MATA, MATAAAAAAAAA’  a mente de Maria dizia quase explodindo.

- ELE ESTÁ NAMORANDO? COMO ASSIM ELE TA NAMORANDO? SOUBE QUE ELE TERMINOU COM A SELENA...

Maria franziu o cenho ao comentário de Sarah.

- Ei, ei, ei – Ela segurou a mão de Carol – Você soube do que exatamente?

- Bem... – Ela parou para pensar – Ele disse que terminou com Selena por que queria ficar com as fãs – Riu – Não sei direito...

- Ele terminou com ela?

- Sim Maria... – Ela franziu o cenho – Calma, do que você sabe?

Maria sentiu sua garganta entalar do nada. Carolina soltou um sorriso e agarrou o pulso da prima.

- Estou vendo que esse assunto te incomoda – Ela falou – Tudo bem prima, depois você me fala qualquer coisa. Ah, você soube que vai ter uma festa...

Do nada, Justin e Sarah apareceram no grupo. Eles olharam para nós duas e sorriram.

- Oi, você deve ser a Carol – Sarah sorria magnificamente – Sou Sarah, a melhor amiga da Maria.

- Oi, prazer – Carol sorria educadamente, apesar de seus olhos estarem focados em Justin.

- Oi, tudo bem? – Justin sorriu para ela – Que festa é essa hein?

Maria queria socar agora. Socar, socar, socar. Por que os dois tinham que ser tão ninjas?

Fica calada Carol, calada!

- É uma festa no centro. Vai ser bem legal! Bem, se vocês não beberem é melhor nem ir... – Carol riu alto.

- Hm, ta aí um motivo ótimo para eu ir – Justin falou rindo – Estou precisando loucamente de um whisky.

- Eu também – Sarah concordou piscando maliciosamente para Justin. Carol nem percebeu nada.

- Vamos Maria? – Carol olhou para a prima – Vai ser depois de amanhã, ás onze horas.

 Maria fez uma cara de tipo ‘nãaaaaaao’ , mas Carol sorria para ela tão feliz e com aqueles olinhos azuis...

- Tudo bem – Ela suspirou – Você passa para nos buscar.

- Ué, eu vou ser a guia de vocês meu amor. Vou estar todos os dias com vocês.

Pelo menos Carol para proteger Maria agora das armações de Justin e Sarah. Ela sabia que eles tramavam alguma coisa para botar fogo em Maria. Ela queria saber ler mentes naquela hora. Em cada segundo. Parecia impossível ler atravez de movimentos dos dois.

Maria olhou por trás do ombro de Justin. Lá estava Heechul. De repente, os seus olhares se encontraram, pela segunda vez no dia. Ele acenou, e Maria sorria e acenava para ele. Quando Justin se virou para ver para quem ela acenava, ele percebeu que era o coreano com quem ela falava.

E Maria podia jurar que ouviu um ‘eu vou acabar com você’ saindo dos lábios de Justin sem fazer som algum.