A Caça a Bandeira começou. As alianças formadas eram Atena, Posseidon, Afrodite, Nêmesis, Orfeu e Hades e Demeter, Dionísio, Ares, Apollo, Hefesto e Hermes. Todos os campistas estavam animados, por causa da rivalidade entre Alice e Nico. As caças a bandeira eram sempre mais intensas quando tinham rivalidades. Clarisse, a filha de Ares, junto com a ajuda dos filhos de Hefesto, havia montado diversas armadilhas pela floresta. Mas Afrodite, Orfeu e Atena não ficaram para traz. Com as boas estratégias dos filhos de Atena seria fácil ganhar. Porem os filhos de Apollo estavam bem posicionados nas copas das arvores com seus arcos e flechas. Os demais campistas eram bons com as armas, principalmente Percy e Clarisse, alem é claro de Alice. Nico tinha aprendido um pouco e suas habilidades com a espada haviam melhorado. Ele se defendia muito bem, e o ataque ficava por conta dos espíritos.

Nico ficou encarregado de defender a bandeira com seus “ajudantes”. Ele usava um capacete com uma pluma negra e uma armadura de bronze levemente acinzentada. Ele não estava nervoso. Estava ansioso. Ele queria muito que ela viesse buscar a bandeira. Ele queria derrotá-la. Ele queria vingar o seu chalé. Claro que ele sabia que tinha começado toda a briga quando foi grosseiro com ela. Ele tivera seus motivos. Não queria se machucar mais.

Um movimento na moita fez com que acordasse de seus pensamentos. Ele aguçou os sentidos e PÁ! Ele levara um tapa. Uma loira com um boné estava para triunfantemente na sua frente. Por um momento ele pensou que pudesse ser Annabeth, pois ela tinha um boné igual. Mas aquela loira era mais baixa e tinha o cabelo liso demais. Foi quando se lembrou que Annabeth não encontrara o boné a invisibilidade pela manhã.

- Deu pra roubar coisas agora?- perguntou enquanto se defendia do primeiro ataque.

- Digamos que eu so pequei emprestado.

- Ela sabe?

- Não – e o atacou novamente.

Ele iria perder. NÃO! Claro que iria. Seus espíritos defendiam a bandeira, mas não por muito tempo. Ele precisava detela.  Resolveu enrolar enquanto pensava em algo.

Resolveu não atacar, só defender. Se atacasse poderia se desequilibrar. “Desequilibrar, cair” pensou enquanto olhava para os lados. Foi quando percebeu. Eles estavam em um morro. Se tivesse um jeito de derrubá-la sem machucá-la.  E fez a primeira coisa que veio a sua mente. Pulou em cima dela, a envolveu e caíram os dois juntos morro abaixo. Os espíritos poderiam cuidar da bandeira até seu time conquistar a adversária. 

- Você é LOUCO- ela gritou enquanto se levantava.

-Ai! Talvez um pouquinho- ele riu.

-Ora seu SUA PERNA!-exclamou procurada- ESTA SANGRANDO!

- Não é nada- ele gemeu de dor.

- É claro que é. Deixe-me ver.

-Não foi nada.

-Pare de ser teimoso- e levantou a calça dele até o joelho- O meus deuses! Falta um pedaço da sua pele.

- Você faz parecer que foi muito grave. Deixe-me ver- e olhou o tornozelo- CARACA FALTA MESMO!

- Você tem néctar?

-Não... Você?

-Não...

-Teremos que esperar então, até que alguém venha nos resgatar.

Eles ficaram em silencio durante um tempo, até que ele falou.

-Obrigado.

-Pelo?

-Por ter ficado aqui- ele corou- você poderia ter ido pegar a bandeira, mas não foi.

Ela corou. Ficaram quietos mais um tempo.

-Posso te fazer uma pergunta?

-E por que não?

- Por que não primeira vez que conversamos foi tão simpático e até chegou a contar a sua historia e no dia seguinte foi super estúpido?

- Você também me contou a sua.

- Só porque você contou antes.

- Bom... -ele começou. Respirou três vezes e continuou- Quando você chegou e todos aqueles campistas foram te saudar, percebi que você era bem popular. Cheguei a achar até que era filha de Afrodite, e que seria chata e metida como tais. Porem quando eu te vi chorando, escondida de tudo e todos, percebi o quão frágil era.

-Nossa. A primeira pessoa, e olha que você nem me conhecia.

- Bianca me ensinou algumas coisas sobre meninas. Bem, quando te vi lembrei-me de mim. Eu queria parecer forte para os outros, mas todas as noites depois da morte dela, eu chorava escondido. E vi como era ruim não ter com quem conversar sobre isso - Ela o observava calada e atentamente-E então resolvi conversar com você. Quando fui dormir, fiquei pensando em você, em como éramos parecidos e que poderíamos ser amigo – ele corou levemente nessa parte, e foi corando cada vez mais a mediada que continuava – e na manhã seguinte resolvi que queria saber mais sobre você, perguntei aos outros campistas e descobri uma coisa.

- O que?- ela perguntou, a voz carregada de curiosidade. Ela também estava um pouco corada.

-Descobri que você queria ser uma caçadora, e fiquei com muita raiva, pois caçadoras não podem ter amigOs nem namorar.

Ela corou e riu de leve.

-Mas talvez eu não queira mais ser caçadora...

-Por que?- sua voz tinha um pingo se esperança.

- Segundo as filhas de Afrodite, talvez eu possa estar apaixonada por você.

- Mas nos nem nos falamos direitos.

- EU SEI! Mas tente explicar isso as filhas dementes da deusa do amor. Elas irão rir de você e dizer “o amor tem uma forma engraçada de agir”- e fez uma voz fina e um tanto nojenta quando disse isso.

- E você acredita nelas?- ele perguntou. Ambos estavam coradinhos.

-Eu? Bem... Não sei. Sabe... Depois que você chegou, eu só penso em você. O que é estranho. Não que você seja feio nem nada assim-ela falava sem parar e rápido- mas é estranho. Eu não sei o que é estar apaixonada, eu nunca me apaixonei antes e hump... Hump...- Ele a beijou.

Quando pararam ele sorria.

-É! Talvez eu esteja apaixonada. E você?

-Talvez- E ela o beijou dessa vez. Passaram o final da caça assim, se beijando. O sol já estava se pondo quando Grover e Percy os encontraram. Eles estavam dormindo abraçadinhos.

                                                 ...

Já era tarde da noite quando Nico acordou. Ele estava na enfermaria com o tornozelo enfaixado. Tinha um leve gosto de amora na boca. “Foi real então” pensou e sorriu.

Alice estava levando uma bronca de Robert quando Nico chegou.

- Percy te encontrou abraçada, ABRAÇADA com o filho de Hades. AL! Você não sabe se valorizar- ela o olhava com um misto de surpresa e divertimento- Vocês viviam brigando e agora dormem abraçados?

Nico chegou e parou ao lado dela.

-Podemos conversar?- o estomago de Alice se revirou.

-NA NA NI NA NÃO! Seu... Seu... PERVERTIDO!

-Rob... Não faz isso- e saiu andando junto de Nico.

                                           ...

- Não se preocupe- ela começou- Não contei e nem vou contar a ninguém dos nossos beijos.

- Mas...

- Não, não tem problema. Ta, Ok, tem sim, mas tudo bem – e riu nervosamente.

-Mas...

-Não, seu sei. Vocês piás (para quem não sabe, PIÁ é menino aqui no Paraná) beijam e depois vão embora. Não vou dizer que estou acostumada mas

-PARA!- ela o olhou surpresa- Eu não vim dizer para voce esquecer. Eu... Eu... Eu falei com o Percy, e... e... ele disse pra... pra eu... pra eu... pra eu pedir voce em namoro.

-O que?- ela sorria, mas ainda estava um pouco surpresa.

-É!

-Mas nos conhecemos a tão pouco tempo, e tão mal.

-O amor tem uma forma engraçada de agir.

Eles riram. “Sim!” ela queria gritar. Mas não o fez. Ela tinha medo. Eles tinham começado mal. Iria terminar mal, não iria?

- Bem... Ela começou- Pensou na mãe dela. Ela a havia abandonado. E se ele descobrisse algo sobre ela que ele não gostasse. Faria igual a mãe fez? Ele iria abandoná-la também?- Não sei.

- Por quê?

- Por quê? Minha mãe já me fez sofrer uma vez.

- E o que a sua mãe tem a ver com nos?

- Ela me abandonou quando descobriu que eu era uma semideusa.

- E...?

- Você iria me abandonar se descobrisse algo de mim que não fosse comum?

- Não! Já fizeram isso comigo. Jamais faria isso com alguém.

Ela o olhou com os olhos carregados de lagrimas “Jura?” “ Juro.” Então ela sorriu, as lagrimas escorreram e se jogou nos braços dele. “Sim” Ela começou a gritar. “Sim, sim,sim” Ele riu. Eles não sabiam quando tinham começado a se apaixonar. Mas tinham, e um pelo outro. Fazia dois meses desde que eles haviam conversado pela primeira vez. Talvez tivessem sido as brigas. Eles não sabiam. Só sabiam que tinham e que estavam juntos. Era o que importava. Robert não tinha gostado no começo, tampouco Josh. Mas Alice não ligava. Era a sua felicidade, não a deles, e ela estava feliz.