Vilivu Sertsya escrita por Anabbey


Capítulo 4
Capítulo IV- I do believe in the light


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! T-T É que deu um bloqueio mental para terminar! Mas isso foi resolvido, hahaha! -q
Tenho que admitir que chorei muito escrevendo esta fanfic. E NÃO VENHAM ME BATER DEPOIS DE LEREM, AFINAL É UM DRAMA. D-R-A-M-A! q
MASOK. Espero que vocês gostem!
Nomes:
Ukraine: Yekaterina
Russia: Ivan
Estonia: Eduard
Denmark: Mathias
Norway: Jens
Sweden: Berwald
Finland: Tino
Sealand: Peter



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Corpos por todos os lados.  O Tênue aroma de sangue pairava pelo ar. Tudo estava tão abstrato, e as coisas iam tão rápidas! Nosso exército estava sendo dizimado pelas forças soviéticas, que avançavam cada vez mais perante nosso território de guerra. Olhei para os lados, e percebi que me encontrava parcialmente sozinha. Tino e Berwald jaziam frios e cobertos de sangue, de mãos dadas. Já Mathias encolhia-se ao redor do corpo já sem vida de Jens, e chorava evidentemente em pânico:

- J-Jens! P-Por favor... Não me deixe! – o dinamarquês abraçou o outro com mais força, deixando que suas lágrimas escorressem, sem sentir-se envergonhado. – Jens! Jens, acorde! Jens, eu te am- 

  O barulho de tiro seguido do som do corpo de Mathias caindo ao lado de Jens fez-me sair do transe. Segurei minha espada com tanta força, que esta me cortou a mão. Ivan estava posto à minha frente, com um sorriso doentio nos lábios. Abaixei o olhar até seus pés, onde se encontravam os dois nórdicos já falecidos. O ódio tomou conta do meu corpo, fazendo-o se mover sozinho. Quando me dei conta, já estava a centímetros do russo, socando-lhe o rosto, abusando de toda a força que me restava. Isso parece tê-lo surpreendido, mesmo que fosse por alguns segundos.

- Minha mana é mesmo rápida, da! – ele riu, limpando o canto dos lábios, estes ensanguentados. – Eu acho que você não devia ter feito isso.

  Quase tão rápido quanto eu, Ivan desferiu-me um soco no estômago, fazendo-me cambalear para o lado, ofeguei. Fechei os olhos por poucos segundos e ao abri-los, o vi sacar a espada, cortando meu ombro esquerdo, não tão fundo como gostaria, pois me desviei de um ferimento maior.

- Você devia ficar quieta e esperar pela morte, como uma boa menina faria, da? – Chutou-me em cheio no diafragma, o que me fez ir ao chão violentamente. Antes mesmo de eu conseguir respirar, já sentia a bota pesada pressionando com força meu corpo contra o chão, e aquilo me fez arfar de dor. Todas as emoções de ver meus colegas mortos e as feridas fizeram com que minhas lágrimas escorressem sem aviso, tal ponto que começara a soluçar. E aquilo pareceu divertir muito meu querido irmãozinho:

- Agora sim está divertido. Fazia um bom tempo em que eu não a via chorar desse modo... – senti a lâmina da espada sendo pressionada de leve no meu pescoço, fazendo um corte não muito profundo. – Acho que a última vez fora anos atrás, não é? Naquela tarde invernal... Em que você me abandonou por completo.

  Ivan aproximou o rosto do meu, lentamente, encarando-me com certo ódio.

- Neblagodarnaya suka. – ele sussurrou, endireitando-se e erguendo a espada ao céu- Não é nada pessoal, maninha. Mas se continuares viva irá estragar os meus planos.

Não. Eu não poderia morrer agora. Se isso acontecer, vou deixar que meus companheiros morressem em vão. Eles lutaram até o fim de suas vidas, protegendo o nosso propósito. Eu precisava agir, mesmo que isso significasse machucar Ivan. Chutei sua perna direita, fazendo-o cambalear para o lado, o que me deu tempo de recuperar minha espada, e assim, bloqueando o ataque russo que se seguiu. Tive um pouco de dificuldade para me levantar, e devido ao sangue que me escorria de diversos cortes pelo corpo, manter-me em pé fora ainda mais insuportável. O mundo girava e eu me esforçava para não perder a consciência naquele momento.

- É meu trabalho como irmã mais velha impedi-lo de fazer essas loucuras. É minha obrigação como líder vingar meus subordinados. É meu dever como país proteger meu povo e aqueles que me são queridos. E acima de tudo, é meu senso, como uma humana, fazer a coisa certa para todos, ao mesmo tempo em que quero proteger meus filhos, meus amigos, meus companheiros e meu... – sequei as lágrimas com o auxílio do pulso, voltando a encará-lo fixamente-... Querido irmãozinho!

  Talvez aquelas palavras tenham reacendido alguma chama de afeto no coração de Ivan, pois vi, mesmo que por pouco tempo, os mesmos olhos que me encaravam tão docemente, os mesmos olhos brilhantes e cheios de carinho, daquela pequena criança russa que conheci há séculos atrás, os quais pertenciam ao meu doce e querido irmãozinho. Não pude observá-lo por muito tempo, pois partira para o meu primeiro ataque contra o russo, e minha atenção estava voltada apenas para a espada que o outro portava, e me apontava.

----To the soldier, the civillian

------The martyr, the victim

-------This is war

  Consegui me esquivar da maioria dos ataques do russo, e ainda feri-lo consideravelmente em partes necessárias para o movimento. Aquilo parece tê-lo irritado.

- Acho que nós já brincamos o suficiente por hoje, maninha. Entretanto, eu tenho que lhe avisar... – Ivan ergueu a mão velozmente, puxando a espada de minha mão e jogando-a longe. A ação o fez cortar a palma de sua mão, mas não pareceu incomodá-lo, de fato. Finalmente chegara o momento. Vi o mais novo sacar uma arma de seu grosso casaco, e apontá-la para mim. -... Que já estou cansado disto.

  Meu corpo congelou-se, e meus olhos provavelmente se arregalaram. Eu estava mais uma vez na palma da mão de Ivan, porém, desta vez, meu corpo não se mexia, por mais que eu tentasse. Fechei os olhos demoradamente, e pensei em Eduard. Ele... Estaria vivo? –

- De joelhos, maninha. – ele ordenou, com aquele olhar gélido perfurando-me o corpo. Obedeci, ficando de joelhos à sua frente, baixando a cabeça, impotente. O sorriso de Eduard preencheu minha mente, me dando mais tranquilidade. Ele era tão bonzinho, tão carinhoso. Não me importava mais com o rumo que o mundo tomaria depois que falecesse. Apenas importava-me com o que iria ocorrer com o estoniano, e isso era um pensamento extremamente egoísta de minha parte.

- Do svidaniya, Yekaterina. – O russo sussurrou, e nada mais ouvi, além do gatilho sendo puxado e o som do tiro preenchendo meus ouvidos.

------------The moment to live and the moment to die.

  Abri meus olhos, assustada ao constatar braços envolvendo-me e consequentemente, protegendo-me do tiro. Ao olhar para cima, vi o sorriso de Eduard, e lágrimas caindo de seus olhos, manchando suas vestes. Aquilo não podia ser real.

- O que... Você fez E-Eduard? – minha voz falhou ao dizer o nome dele. O choque era tanto, que nem as lágrimas quiseram sair de meus olhos.

- Eu apenas protegerei minha amada líder até o fim. – E o sorriso permanecia, apesar de ter perdido um pouco de sua intensidade. “Pare de sorrir. Eu não mereço esse sacrifício seu!”, pensei. As palavras simplesmente não saíam. Todas estavam presas, sufocando-me.

- É você que deve continuar tudo isso, Yekaterina. Não importa o que acontecer, eu sempre estarei ao seu lado. Basta... – ouvi outro tiro, o qual acertou as costas do estoniano. -... B-Basta guardar-me com carinho em sua memória. – e outro tiro, seguido de outro, e outro. –

- L-Lembre-se, as pessoas não morrem por causas de doenças, acidentes fatais ou por motivos de guerras. – ele abraçou-me com toda a força que possuía. – Elas morrem... Quando são esquecidas. – Ele aproximou seu rosto do meu, selando um beijo gentil em meus lábios. Vi seu último sorriso, acompanhado de palavras que eu nunca esquecerei. – Eu te amo, e sempre estarei junto a você... Hüvasti, mu arm.

   Eduard parou de me abraçar. Apenas caíra flácido e frio nos meus braços, criando uma poça considerável de sangue à nossa volta.

- Eduard? – chamei-o, em vão. Repeti o processo, até finalmente perceber que ele já não estava mais ali. – Eduard? E-Edu... Eduard!

- Que irritante. Eu não pretendia ver essa cena de amor, tão dramática. – murmurou o russo, pela primeira vez em muito tempo. - O mínimo que eu posso fazer agora, é garantir que você se junte ao seu amado namoradinho.

- P-Por quê? P-Por que... Você faz essas coisas, Ivan? – sussurrei o mais alto que conseguia, ainda encarando o chão, incrédula. – Responda-me. O que houve com aquele garotinho que eu conhecia? – Voltei a encará-lo, com o rosto desmanchado pelas lágrimas. Não conseguia mais esconder a dor, o desespero, a pena, e a tristeza que sentia. Os olhos do russo arregalaram-se.

- O que eu faço... – levantei-me, abraçando-o-... Para tê-lo de volta?! O que eu faço para ter meu amado Ivan de volta?! – caí de joelhos, abraçando sua cintura, firmemente. Escondi meu rosto contra o abdômen do russo, molhando suas vestes com minhas lágrimas. –

- Me diga... O-O que eu devo fazer para ter meu irmãozinho de volta?  

Ivan apontara o revólver para a própria cabeça, e atirou. Foi ao chão rapidamente, segurando com força a minha mão. Abriu com dificuldade os olhos, estes novamente infantis, e com um sorriso gentil no rosto, sussurrou:

- Cante para mim, m-mana.

Eu assenti com a cabeça, acariciando seu rosto pálido e gradativamente frio.

"As rosas não murcharam sobre a mesa nova,

Assim como sabiam, falaram sobre as minhas tristezas,

Que sem ela eu não fico feliz em atravessar o mundo

Envia a amada para o consolo uma canção para mim,

Uma canção para mim.”

  Fiz uma pequena pausa, devido à interrupção dos soluços. Ele apertou minha mão com mais força, forçando um sorriso.

- Não pare mana. – o russo fechou os olhos, devagar, suspirando. – Eu quero ouvi-la cantar como antigamente, pelo menos mais uma vez.

" Não é como as ervas embriagantes que me atrai, 

O coração com sinceras palavras me excita, 

Flui, flui adiante através da água a canção de ninar, 

Eu estou a-alegre, porque comigo está a G-Ghaletchánotchka... Ghaletchánotchka...!"  

 - A-Ah, eu estou f-feliz mana. Obrigado, por tudo. V-Viva por mim... Construa aquele mundo com o qual sempre sonhamos. D-Do svidaniya...

E assim eu me encontrava sozinha, cercada por corpos e sangue, mais uma vez. 

---- I do believe in the light,

--------Raise your hands up to the sky.

 Olhava para o céu, percebendo que nele não havia nenhuma nuvem sequer. O dia estava radiante, e eu esperava a chegada de Peter, pacientemente.

- Heeey, Yekaterina! Desculpe o meu atraso, desu yo! – o loiro sorriu, acenando animadamente na minha direção.

- Ah, sem problemas, Peter! Eu já esperava por isso! – devolvi o sorriso, aproximando-me do rapaz. Ele crescera tanto no último ano! Realmente, estava um adulto muito bonito.

- Haha! Você sabe como eu sou! Mas então, está preparada? – ele indagou, olhando-me com evidente curiosidade.

- É claro. Já se passou um ano! Eu preciso fazer isso, não é?

- Acho que você tem razão... Bom, então vamos! – o rapaz puxou-me pela mão, conduzindo-me até o local previsto. Depois de andarmos cerca de dez minutos, chegamos a um cemitério. Respirei fundo, adentrando o lugar. Já fazia um ano em que eu estivera ali.

Caminhamos em silêncio até seis lápides em especial. Em cada uma depositei uma flor, e me livrei das ervas daninhas que tomavam conta dos túmulos. Lia-se em cada lápide, Mathias, Jens, Berwald, Tino, Eduard e Ivan. Sorri um pouco, não conseguindo conter uma lágrima.

- Você... Sente falta deles não é? – Peter perguntou, colocando as mãos em meus ombros. Funguei, virando o rosto para encará-lo:

- Estarei mentindo se dissesse que não. Mas... – voltei meu olhar para as lápides, erguendo a mão e levando-a até meu peito. Senti cada batida de meu coração, e aquilo me fez abrir um sorriso radiante. -... Certa vez uma pessoa me disse que as pessoas não morrem por causa de acidentes, doenças fatais ou por guerras. E sim quando são esquecidas. – suspirei, criando uma pequena pausa:

- Se dedicarmos cada batida de nosso coração à elas, estaremos sempre lembrando e honrando sua existência. Desse modo elas estarão sempre ao nosso lado. Não é?

Peter sorriu, observando as lápides também:

- Você tem razão. Estamos todos aqui, para lembrarmos da existência de cada um deles.

---------It's a brave new world, it's a brave new world, it's a brave new world

----------- Lift your hands toward the sun

------------ I believe.


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Notas finais do capítulo

OMG. FICOU ENORME! O-O Alguém leu tudo? ;w;
ABUBUBUBBUH. EU ESTOU CHORANDO MUITO. @-@ NA VERDADE, EU PENSEI EM MATAR A YEKATERINA TAMBÉM... MAS AÍ IA SER MUITA SACANAGEM. :I -QS
Vamos às traduções, seus lindos! q :
01. Aqueles "da" que o Ivan diz é algo dele. -q
02.Neblagodarnaya suka: "Vadia ingrata" em russo.( aiaiai, que feio Ivan! u_u q)
03. Do svidaniya, Yekaterina: "Adeus, Yekaterina" em russo.
04. Hüvasti, mu arm: "Adeus, meu amor" em estoniano ( abububu eu chorei demais T_T /tiros)
05. D-Do svidaniya. : "A-Adeus" em russo.
Bom, foi isso! Espero que tenham gostado.... ai ai... essa primeira série foi complicada. @w@ Enfim, fico feliz que acompanharam até o fim! Kissus e até a próxima! >3
baibai~