Depois da minha explosão com Susana, subi furiosamente para
o meu quarto, eu estava irritada e magoada, a irritação era tão forte que eu
entrei no meu quarto batendo a porta. Tirei o vestido e coloquei uma calça de
montaria e uma blusa rosa bebe com babado e renda preta. Calcei as botas e fiz
uma trança de raiz. Antes de sair do quarto peguei uma adaga e a coloquei no
cano da minha bota. Fui até o estábulo do castelo e peguei scadufax , meu
cavalo. Depois de cavalgar por certo
tempo cheguei ao lugar que queria. Eu adorava esse lugar, a grama era bem
verde, salpicada de folhas douradas das árvores e pequenas e delicadas flores
cor de lavanda, o lago que havia ali era cristalino, esse lugar me trazia paz e
tranqüilidade, me fazia lembrar os anos que passei na floresta dourada.
Desmontei de scadufax, que foi pastar ali perto, estendi no chão a manta que eu
havia trazido comigo e deitei sobre ela. Fique ali apenas sentindo os raios de
sol em minha pele, até que uma voz conhecida chegou aos meus ouvidos. Era firme,
forte e ao mesmo tempo soava um pouco rude...

– Então é aqui o seu esconderijo ...- comentou a voz. Eu não
precisava abrir os pra saber que era Pedro.

– O que você quer aqui?- perguntei secamente.

– Vim conversar e fazer uma proposta.- respondeu calmamente.

– Que tipo de proposta?- falei

–Bem nós estamos tentando um tratado de paz com a
Arquelândia, mas isso só ocorreria se eu um dos mais interessados me casa-se .-
Abri is olhos e o fitei profundamente, tentando ver o significado disso. Não
entendi, ele não estava prestes a noivar com a tal de Camila? Onde eu entrava
nessa história?

– Por que está me dizendo isso? Achei que fosse noivar como
a Camila- falei a ultima palavra com certo desprezo.

– Camila não tem os quesitos necessários
para uma Rainha e depois ela não tem a confiança do povo e nem minha e de meus
irmãos, também não há sentimento entre nós é tudo por interesse. Embora a opção
mais obvia seria ela.- Aquilo caiu como
uma bomba pra mim,“não há sentimento entre nós é tudo por
interesse.” Quer dizer
que eles não se amavam. Mas eu ainda não havia entendido onde eu entrava nessa
história.

–OK, mas onde eu entro
nessa historia?- perguntei.

–Bom... você é de minha confiança e dos meus irmãos, também tem a
confiança do povo e logo será rainha. – explicou ele.- eu e meus irmãos achamos
que você é a mais indicada.

– Deixe-me ver se entendi, você e seus irmãos querem que eu me
case você, para poder assinar um tratado de paz com a Arquelândia, é isso?-
conclui.

–Sim.- respondeu ele.

– Vocês me escolheram por que eu sou da confiança de vocês e dos
nossos súditos.- afirmei.

– Sim.

– O que aconteceria se eu não aceitasse?- perguntei.

–Bem ai ficaria difícil estabelecer a paz entre os reinos. Penso
que esse casamento é pelo bem maior. Pelo nosso povo. Com esse tratado queremos
evitar uma guerra desnecessária entre os reinos.

– Se esse contrato não for assinado pode gerar uma possível guerra
entre os países. Então vamos supor hipoteticamente que eu aceito me casar com
você, esse casamento seria para o bem maior. – afirmei.

– Sim.

– Preciso pensar nos prós e contras dessa proposta, mas lhe
garanto que até o final da noite terei uma resposta.

– Tudo bem, agora se me permite preciso voltar para o castelo. –
Pedro deu as costas a mim e partiu, me deixando a sós com meus pensamentos. Fiquei
tão absorta em meus pensamentos que quando notei o sol já estava se pondo. Recolhi
a manta do chão e montei em scadufax.

Eu tinha medo de que esse casamento pudesse me fazer sofrer afinal
eu ainda amava Pedro, mas isso é uma coisa que eu tinha que superar, eu já
havia tomado minha decisão, eu me casaria com ele, eu faria isso pelo bem
maior.

Assim que cheguei ao castelo pedi que levassem meu cavalo para o
estábulo. Com passos apresados me dirigi para a o gabinete de Pedro, sabia que
o encontraria lá.

Assim que entrei no ambiente Pedro olhou em minha direção.

– Pedro! Precisamos conversar, eu já tenho uma resposta. – disse
seriamente

PDV Pedro.

Depois de fazer a proposta para Any, fui resolver minha situação com
Camila. Claro que ela deu um chilique quando eu terminei com ela, depois disso
passei o resto do dia no meu gabinete, lendo relatórios e outras coisas. Já
estava quase terminando quando alguém entra no gabinete sem bater. Ergui os
olhos para a pessoa que acabara de entrar. Era Any.

– Pedro! Precisamos conversar, eu já tenho uma resposta. – disse
ela seriamente. Larguei o que estava fazendo e disse:

– Tudo bem, sente-se.

Any caminhou graciosamente até a cadeira e sentou-se.

– Pedro, eu pensei bem sobre a proposta e cheguei a uma resposta.-
disse Any suspirando profundamente. Eu apenas a fitei esperando que ela
terminasse.

–Bem se for para o bem maior, para o bem do nosso povo, eu
aceito.- Na hora que ela disse EU ACEITO eu quase não acreditei. Ela havia
aceitado se casar comigo. Minha primeira reação foi sorrir.

–Obrigado, não sabe o quanto lhe agradeço por ter aceitado.- lhe
disse.

– Susana e Lucia vão ficar eufóricas com a noticia. Precisamos marcar
a data do casamento, antes que suas irmãs façam isso.- Ela estava certa nas
duas coisas.

– Bem o que você acha de no dia seguinte após a sua coroação?-
sugeri.

– Por mim está ótimo.- concordou.

– Ok.

–E quando vai ser a minha coroação?- perguntou.

– Daqui a dois dias.- respondi.

– Acha que dá tempo de preparar uma coroação e um casamento?-
perguntou novamente.

– Acredite, quando Lucia e Susana querem elas são capazes de fazer
coisas em tempo recorde.- respondi rindo.

– Está na hora do jantar, vamos?- antes de sair peguei uma das gavetas
de minha mesa uma caixinha veludo azul e guardei no meu bolso.

Andamos em silencio até o salão de banquete,ao chegar todos
estavam lá meus irmãos, Caspian, os Lordes e Aslan. Sentei como de costume na
cabeceira da mesa.

–Não!-exclamei quando Any ia
sentar ao lado de Lucia. Ela me olhou com uma cara interrogativa.- Aqui por
favor.- falei sinalizando o lugar vazio a minha esquerda. Ela me fuzilou com o
olhar, mas sentou a minha esquerda. Apenas dei um sorrisinho malicioso pra ela,
que parou de me fuzilar no mesmo instante.

– Any importa-se eu fizer
uma coisa?- perguntei.

–O que quiser.- disse ela curiosa.

Ciente de que todos ali
presente nos olhavam levantei da cadeira e peguei-a delicadamente pela mão
fazendo-a se levantar.

– Tudo menos isso- murmurou ela reclamando. Eu a ignorei.

PDV Anika.

– Tudo menos isso- murmurei reclamando quando percebi o que Pedro
iria fazer.

Mas ele me ignorou.

– Ah, não- eu arfei. Ele se aproximou e disse:

– Seja boazinha – murmurou ele sensualmente no meu ouvido me fazendo
arrepiar.- Você já concordou com isso e não estrague tudo.- completou ele.
Respirei fundo e sorri docemente enquanto ele se ajoelhava.

– Anika Colucci?- disse Pedro me olhando através dos incrivelmente
longos e dourados, seus olhos azuis eram suaves e profundos, por um segundo eu
me perdi neles.- Prometo amá-la para sempre... a cada dia da eternidade. Quer
se casar comigo?

Em vez de me constranger falando alguma coisa eu apenas
sussurrei um “sim”

–Obrigado – disse ele simplesmente. Ele retirou do bolso uma
pequena e delicada caixinha azul, dentro dela havia um anel de prata com uma
grande pedra azul e na volta dela pequenos diamantes, depois de retirar o anel
da caixinha pegou minha mão esquerda e passou a aliança no lugar do meu
terceiro dedo, e então beijou a ponta de cada um dos dedos antes de beijar a
aliança que então era minha. Então o salão de banquete explodiu em aplausos.
Então era isso dali a 3 dias eu iria me casar com O grande Rei Pedro, o
magnífico.