Terno Negro escrita por Ana Carol M


Capítulo 10
O sacrificio




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Mas a poucos centrimentos do rosto dela, quando ela já havia dado adeus e fechado os olhos para a vida. A faca não encontrou. Ela sentiu a movimentação do braço do homem, mas nada sentiu. Então voltou a abrir os olhos e quase não acreditou no que via.

O conde havia se jogado por cima de Juan e atirou a adaga para perto dos garotos. Peter conseguiu agarra-la e cortar o nó da corda enquanto todos resolveram se rebelar. Eles estavam livres. 

De repente Amber teve uma ideia. Os outros entraram na sacada e começaram a lutar com os mumianos que haviam se rebelado e tentavam matar o conde,  Willa estava soltando os pais adotivos e a iremã da garota.  Havia muita confusão.

 Amber correu para Juan e puxou a pedra pendurada no pescoço dele enquanto ele e o Conde rolavam no chão de pedra. Ele gritou um longo - Nãoooooooooooo!.

Ela colocou a pedra no chão e com seu rubi bateu com toda sua força transformando as duas pedras em pó. Se algo desse errado pelo menos não poderiam criar mais mumianos. E Amber entendeu que o rubi de sua familia era o antidoto para aquela pedra, da qual lembrava uma doença horrenda. Não existiria mais mumianos, se não existisse pedra. E o mago Frederic sabia disso.

Depois com uma única olhada para todos ali, seu pai adotivo que havia criado coragem e estava dando uma chave de braço em um mumiano, sua mae que olhava para todos os lados assustada e se abaixava quando alguma coisa voava sem saber o que fazer, sua irmã encolida no chão sem saber o que fazer, o Conde ainda brigando com Juan e com a boca sangrando, Peter dando socos em outro mumiano e assim a todos.

Ela não tinha muito tempo. Então, como se o maior desejo dela fosse voar, e tivessem dito para ela que ela poderia, ela tentou.

 Chegou na beira da sacada, olhou a estatua do faraó no mesmo nivel do outro lado da piramide e gritou – Eu, Amber Mackenzie Jhonson, herdeira do Mago Frederic Jhoson, me entrego para libertar o Faraó que levará junto todos os mumianos e salvar os humanos e minha familia da morte e destruição. 

 A briga haviam parado, para observa-la. 

Alguns tentaram correr até ela, principalmente Peter. Mas antes de que qualquer um deles estivesse chegado pelo menos perto, ela colocou o pé na beirada da sacada e se jogou, sem pensar. Ela sentiu o vento, não como se estivesse caindo, mas sim voando e depois veio o intenso calor. Sua marca se contraiu mais uma vez fazendo com que ela desmaiasse e não sentisse a morte tomando conta do se corpo.

Todos viram o corpo dela afundar na lava sem acreditar. Muitos gritando desesperados, outros chorando. Até que subiu um vapor enorme da onde a garota atingiu a lava, os mumianos ali presentes começaram a secar até virar pó só restou uma sombra estranha. A estatua do faraó queimou em fogo branco até explodir, dela saiu um ponto branco e conforme ia subindo para o pico da piramide, as sombras dos mumianos, que na verdade eram suas almas, foram sendo sugadas, varias sombras vinham de lugares diferentes da piramide até que o ponto rompeu a ponta e desapareceu de vista. 

Ninguem sabia mais o que fazer.  Peter olhava a lava com lagrimas nos olhos, não acreditava realmente que aquela idiota iria pular, mas ela havia pulado. Então algo chamou sua atenção.

A lava começou a borbulhar mais rapido do que antes, subiu  um furacão de lava e no meio dele estava uma pessoa, vestida de vermelho, ela começou a flutuar a cima do enorme redemoinho, estava de olhos fechados, então o pico perfurado da piramide foi iluminado pela lua e junto a garota foi banhada por tal iluminação a girar em sincronia com o monte de lava rodando abaixo dela. Passados alguns segundos, todos estavam de olhos vidrados. Amber, foi levada flutuando até a sacada, e seu corpo foi deixado com delicadeza no meio de todos. Então o fogo em lava se dissoulveu e a iluminação da lua foi diminuindo conforme ela se afastava do pico da piramide.

 Peter se ajoelhou ao lado dela, sem acreditar no que via. Até ali não sabiam se ela estava viva.

O garoto tentou tocar na garganta para ver se havia pulsasão, mas foi queimado brutalmente com o calor que exalava pelos poros dela. 

Então ela tossiu, como se quase tivesse se afogado.

- Amber? Amber?- Peter começou a chama-la .

Ela gemeu e foi com a mão até a marca no ombro. Todos olharam horrizados.

Não havia marca, apenas uma forte cicatriz sangrando. Era a cicatriz de um ankh ainda, pois ela sempre seria herdeira do mago, mas ao redor havia o simbolo do fogo branco, o fogo da liberdade do faraó. Ela tossiu novamente. E abriu os olhos. 

Viu um garoto de cabelos negros, pele clara, olhos azuis e um pouco avermelhados com lagrimas escorrendo pelo rosto, era evidente que ele não estava irritado, mas feliz, sorrindo imensamente. Ele a abraçou com força. E ela fez o mesmo com a pouca força que tinha.

Todo seu corpo doia, parecia ter feito uma seção de exercicios sem aquecimento.

- Deu certo? – perguntou ela cansada

- Sim – disse peter radiante.

Os outros se aproximaram para ergue-la e abraça-la, e logo só precisou da ajuda de peter para ficar em pé. Retribuindo como podia as palvras orgulhosas da sua familia. 

 Eles conseguiram sair da piramide em pouco tempo mesmo com a escuridão, então o gigantesco lugar se dissolveu em terra, e  três pessoas sairam do meio do monte de areia, tossindo e uma delas passando mal. Prisioneiros que haviam conseguido sair sem serem transformados. A condessa e o casal, ajudou-os a andarem. 

Atravessaram a ponte que como a piramide se dissolveu, logo depois de todos terem passado, mas esta em neblina densa. Ao chegar na floresta resolveram descansar, willa estava ferida no braço e ajudava uma moça um pouco mais velha que ela a andar, Dean, o marido de willa estava com hematomas no rosto, o conde ainda sangrava, a condessa parecia meio tonta, a mãe adotiva de Amber carregava o marido exausto e a filha a ajudava, sir nicolas com as roupas rasgadas ajudava a mãe de Peter a andar. Ela parecia bem machucada. Montaram um pequeno acampamento na orla da floresta para que todos pudessem descansar e se recuperarem. 

Peter levou Amber  para se sentar em um tronco um pouco afastado de todos, ela já estava se sentindo melhor. O garoto pegou agua para ela enquanto ela se sentava. Era possivel ver o mar da onde ela estava. Como era possivel? Ela se jogou e apenas desmaiou e quando acordou estava ali, olhando para Peter, havia conseguido cumprir sua missão e ainda sair viva. O garoto voltou e sentou ao lado dela, enquanto ela  bebia rapidamente.

Eles ficaram por um momento encarando o mar, como a pouco tempo haviam feito. 

Então Peter suspirou, não por ter que falar o que não queria, mas de alivio.

- Sabe por que sempre desprezei você? – perguntou ele envergonhado, enquanto encarava o proprio copo de agua. 

- Não – respondeu ela com sinceridade – Por que sou mestiça? Por que você é meu guardião? 

Ele sacuiu a cabeça afirmando que não, e surpreendendo Amber respondeu: – Sempre soube que você teria que morrer para que os Mumianos deixassem de existir, e nunca quis me apaixonar por você, eu tinha certeza que iria sofrer ao ve-la morrer como aconteceu hoje, sempre fui egoista, mas hoje quando você caiu na agua, senti uma coisa muito estranha....Foi o pior sentimento que tive, e já tive varios outros bem ruins. E no momento que olhei para você no primeiro dia da escola, não foi pavor por saber o que você era, mas por ver como era linda e encantadora. Depois me vi perdidamente apaixonado por você. Não vi outra alternativa a não fazer com que me odiasse e assim pelo menos você não sofreria, não teria mais motivos para sofrer quando fosse se sacrificar – Amber nunca havia escutado Peter falar com tanta franqueza, tanta dor guardada. – Acho que sei por que você voltou hoje.

- Por que?

- Para me salvar, salvar minha vida deprimente – E ele sorriu gentilmente.

E foi ai, que pela primeira vez eles se beijaram, calmamente, porque afinal eles teriam muito tempo juntos.

- Eu nunca odiei você, odiava eu mesma, porque você me odiava. Consegue entender? – Perguntou ela sorrindo depois de um tempo.

- Você é maluca – disse ele rindo.


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Notas finais do capítulo

Proximo é o Epilogo. Beijos.



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