Kokoro No Koe escrita por P r i s c a


Capítulo 9
Destino


Notas iniciais do capítulo

CAPITULO SUPER ATUALIZADO
QUEM PUDER, RELEIA, PLZ!!!!!
8DDD//



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Hinata sentia seu estômago reclamar... Sem seu pai por perto, ela e sua irmã se viravam como podiam para almoçar alguma coisa. Mas pão com geléia era algo fácil de se enjoar depois de um dia inteiro comendo apenas aquilo.

Suspiraram ao mesmo tempo.

Hanabi deu uma última mordida em seu pão e ofereceu a geléia para sua irmã, para que ela a guardasse. Mas tão logo Hinata segurara o pote, um sonoro barulho de tiro de canhão se fez ouvir. Tudo ao seu redor balançou e havia uma tremenda gritaria.

Os oficiais pareciam estar à procura de alguma coisa.

Sem pensar duas vezes, segurou sua irmã pelo pulso e, juntas, se esconderam dentro de um grande barril. Os tiros continuavam. Diaparos incessantes, junto do som de coisas explodindo e quebrando as cercavam, e mal sabiam o que se passava.

Ficaram em silêncio. Os tiros não cessavam.

O que estava acontecendo?!?

Então ouviram uma porta se abrindo. Passos lentos, tranquilos, seguiam em sua direção.

Pararam.

Por uma singela rachdura em seu barril, as Hyuugas puderam avistar o pés do homem, suas botas longas num tom de marrom escuro, sujas de pólvora, parados bem de frentepara a geléia derramada no chão.

Elas prenderam a respiração.

Ouviram-no rir. Então ouviram-no sair.

Não saíram do barril. Nem sairíam, pois mesmo do lado de dentro, ambas podiam ouvir o que se dizia fora...

– Danzou... Nós as encontramos.

*** *** ***

Durante o almoço, nenhum outro tipo de indireta ocorreu. O que foi um alívio para a Haruno, pois a última já lhe tirara fôlego o suficiente para uma vida!

"O que é preciso para... tornar-se alguém chegado a você?"

Em sua mente longas risadas de nervosismo nebulavam seus pensamentos. Ela queria esbofeteá-lo, mas queria igualmente trocar outra indireta, era coisa demais para aguentar!

Enquanto Sakura tentava se esquivar da pergunta um tanto quanto indelicada do capitão, Tenten apareceu, exigindo seu lugar no leme.

Foi estranho vê-la expulsando-os de lá sendo que, na maioria das vezes segundo Sasuke, ela é quem fugia de seu dever de condutora. Tenten parecia meio... agitada. E deixou claro que não queria falar sobre isso quando ameaçara "reabrir aquela maldita cicatriz" no capitão caso ele não "se retirasse de seu leme naquele exato momento".

Sem mais o que discutir, ambos desceram as escadas, passando por Neji que as subia.

Mal haviam chego ao convés quando ouviram a morena gritar palavras ofensivas para o Hyuuga.

E Neji também não parecia muito disposto a relembrar as boas maneiras... Para um nobre, o Hyuuga tinha um vocabulário de baixo escalão bem... diversificado.

Brigavam por causa do destino, ou o rumo que a nau tomaria... alguma coisa assim.

Encarando-se, Sasuke e Sakura deram de ombros, decidindo não intrometerem-se. Logo chegara Sai, dando-lhes um bom dia e anunciando o café-da-manhã que Chouji preparara.

Sasuke lhes sorrira, despedindo-se dos Harunos para encontrar-se com o bom Hatake. Retirando o chapéu em uma breve saudação a Sai ele disse:

– Senhor...

Então virando-se para a de cabelos róseos:

– ...E senhorita... - claro que o Uchiha não perderia a chance de beijar a mão de Sakurabem na frente do irmão dela antes de se retirar.

E assim ele saiu. Todo elegante.

Saaakuraa... - Sai usava aquele tom de voz de irmão-que-não-aceita-cunhado para pedir-lhe explicações.

Pela segunda vez naquela manhã, a Haruno dera de ombros dizendo somente:

– Faz parte da encenação, oras!

E dito isso ela também se retirou, toda elegante, indo para a cozinha.

Na verdade, ela não saíra mais da cozinha desde a manhã até parte da tarde. Assim evitaria ficar esbarrando com o Uchiha além do necessário, e, quando esbarrasse, não estaria a sós com ele.

Ha! Como se estar com mais alguém o impedisse e qualquer coisa, como ficara claro antes da hora do café... Se a presença de seu irmão não o impedia de agir como... bem,como o Sasuke, ela achava que nada impediria.

E ao término desse pensamento, Sakura sorria, pensando em como devia ser divertido para o Sasuke, ser o Sasuke.

Mas porque, diabos, ela estava sorrindo? Isso era ruim, não era? Tê-lo brincando de deixá-la constrangida não deveria, em hipótese alguma, ser motivo de risinhos!

Mas era. E, pelo visto Ino também se divertia com aquilo.

– Só cuidado para não babar, hein, Testa-chan! - Também vestida com seu figurino, estilo "pastorinha", Ino sentava-se à mesa ao lado da Haruno, e, como sempre, implicava com a mesma.

– I-ino...! - desejava responder rápido, mas vendo aquela cara de "suspeito de ti" em sua colega cantora, Sakura teve a pior das reações.

Não reagiu.

– Quem cala conscente, Haruno!!!

– Não é nada disso, Ino! É a encenação... só.

– Oras, e qual o seu papel nessa encenação? Esposa... Amante... Você que escolhe!

– INO!

Como era irritante essa língua grande da Yamanaka!!! E pra piorar, Sakura não conseguia dar uma resposta adequada...

Chouji chamara-lhes a atenção limpando sonoramente a garganta. Ao olharem em sua direção, o cozinheiro apontou para a porta semi-aberta, de onde se podia ouvir vozes próximas à cozinha. Sem falar coisa alguma, ele fazia gestos cortantes, apressado, pedindo para que encerrassem a conversa.

Era o capitão quem estava do outro lado da porta.

Ops...

Quando Sasuke entrou, Chouji imediatamente parou de gesticular e começou a servir o almoço como se nada tivesse acontecido. Ino e Sakura mal respiravam... "Será que ele ouviu? E agora!?!" era o que pensavam.

Sérios, Sasuke, Shikamaru, Temari e Sai também sentaram-se à mesa.

Assim que o almoço começou, o capitão pedira a atenção de todos, comunicando a chegada ao porto nobre.

– Haverá uma espécie de inspeção aqui dentro antes de atracarmos... - explicava Sasuke com voz baixa, apoiando-se à mesa ao falar. A sombrancelha erguida em sinal de travessura. - Nosso teatro tem que estar perfeito desde agora!

Diferentemente do Uchiha, todos já haviam parado de comer assim que ouviram "inspeção". Sua atenção estava completamente voltada à Sasuke que almoçava tranquilo como quem entra na cova do leão todos os dias da vida.

E ele adorava isso...

– Então a questão... - prosseguiu o capitão com a boca cheia. - é decidir quem é ''o quê'' aqui. - Apontou o garfo para as cantoras, direcionando a atenção à elas. - Vocês não podem ser quem são. Ninguém pode saber que vocês cantam.

Todas afirmaram com a cabeça, aguardavam mais ordens e informações, mas Sasuke nada dizia...

Ele estava fazendo suspense...

Quando a ansiedade aumentou nos olhos de todos à mesa, ele puxou o ar e, em um fôlego só, foi dizendo:

– Nossa nau será uma nau para casais, por isso, Shikamaru e Temari serão um casal apaixonado à procura de um lugar para morarem. Ino será irmã mais velha de Temari e esposa de Sai, e está aqui para ajudar a irmã a achar um "lugar perfeito"e Sai não concorda com a esposa, por isso discute com ela por quase tudo enquanto Tenten, Lee e Chouji...

Mas que raio de idéia era aquela?! O Uchiha montava uma novela cada vez mais elaborada, e o pior é que todos pareciam concordar! Até... até Shikamaru parecia concordar!! Sakura sentia-se cada vez mais aflita ao pensar em seu papel naquele teatro, uma vez que o diretor... fosse Sasuke...

– Pra quê esse melero todo, Sasuke? - finalmente uma voz lúcida preenchera o lugar... Tenten e Neji desceram a fim de ficarem à par dos planos, mas tão logo ouvira a idéia dos casais a morena se fez ouvir. - Tem muitas outras coisas que elas podem ser!

– São mulheres, Tenten... se não trabalham têm ao menos de estar casadas para viajar em um navio cheio de marújos como esse!

– Ora, mas quanto machismo!!! - dizia a morena, ofendida.

Calado, Tenten. Não é nem você que vai casar já que é um garoto agora... - a voz de Neji surpreendera, deixando a condutora tão vermelha de raiva, mas tão vermelha, que Sakura jurava a próxima coisa vermelha a se ver iria ser sangue Hyuuga.

Sasuke se matava de rir à mesa. Aquela defesa à seu teatro fora mais do que bem-vinda.

– Eu juro, Tenten, que se você soubesse fazer papel de garota eu casaria vocês dois!!!

Palavras erradas... no momento errado...

– VOCÊ O QUÊ?! - talvez o próximo vermelho fosse sangue Uchiha...– E quando foi que te elegereram Padre para decidir o que cada uma vai ser ou com quem vai casar?!

– No exato momento que puseram o chapéu em minha cabeça e disseram: Uchiha Sasuke, eu te nomeio capitão - cada palavra de Sasuke soava à pura provocação. O Uchiha era a Implicância em pessoa.

– Senhores... ah... - Em meio à confusão, Shikamaru tentava falar alguma coisa mas...

– FOI VOCÊ QUEM PÔS ESSE MALDITO CHAPÉU NA PRÓPRIA CABEÇA E SE NOMEOU CAPITÃO!!!

– ...que problemático...

– NÃO CHAMA O CHAPÉU DE MALDITO, NÃO!

Agora a gritaria girava em torno de Tenten, Neji, Sasuke e Chouji que tentava apartá-los. Logo Shikamaru se cansaria e desistiria de falar, mesmo que fosse algo importante.

Apartar dava muito trabalho...

Ao primeiro bocejo do noivo, Temari se levantou, farta daquilo, e chamou a atenção.

– CALADOS SEUS PROBLEMÁTICOS!!!

Talvez... "chamar a atenção" fosse muito... eufemismo. O grito de Temari fora tão alto que demorou para que fossem capazes de ouvir qualquer outra coisa além do eco da voz da Sereia.

Depois da surdez inicial, o Nara, calmamente, se levantou dizendo:

– Obrigado, querida. - e assim que sua noiva se sentou, toda sorridente, ele prosseguiu. - Sinto muito para aqueles que discordam, mas... Essa novela toda é o melhor plano.

Vendo que teria as devidas explicações, Tenten se sentou, fazendo Neji e Sasuke também se acalmarem e se sentarem, para o alívio do pobre cozinheiro. O Nara prosseguiu:

– O fato é que nobres, realmente, seguem uma filosofia machista. É ridículo, mas esses casais que Sasuke bolou tornarão o disfarce mais autêntico mesmo...

Aquele velho suspiro derrotado saiu de Tenten. O semi-sorriso de vitória já brilhava no rosto do Uchiha, mas a explicação continuava.

– Temos que bolar os casais mais conflitantes para distraí-los tanto enquanto "inspecionam", quanto quando estivermos comprando os suprimentos. Isso nos dará margens para usar dinheiro falso e deixar certos pontos suspeitos do navio passarem despercebidos.

Aquilo fazia sentido. Quanto maior a cena, mais gente para assistir e se distrair...

Menos gente para perceber que são piratas...

– Agora que os motivos dessa escolha já estam claros para todos - dizia o Uchiha, provocando Tenten no início, depois levantando-se e fazendo um sinal grato ao Nara que se sentava. - Eis os casais escolhidos...


*** *** ***


– HOMENS AO MAR! PREPARAR BÓIAS E CORDAS!

Depois de uma tarde e uma manhã inteira brincando, Kiba agora finalmente agia como um capitão. Todos a bordo do Hakkeshou corriam com bóias e feridos, tentando resgatar mais náufragos. Akamaru estava mais agitado que nunca, apoiando-se nos corrimãos e latindo alto, cada vez que avistava um corpo ainda não resgatado. Hiashi já fora tirado da água.

Chutando a porta da cabine onde antes conversavam, Naruto adentrara apoiando o corpo semi-consciente do capitão Hyuuga na primeira almofada que encontrara.

Ele estava muito ferido.

– Vamos! Acorde capitão, acorde!! - Enquanto pressionava a ferida mais funda, provavelmente uma espada que lhe atravessara o abdome, e tentava estancar o sangue, o loiro fazia o possível para manter Hiashi atento. - ACORDA, CARA! VOCÊ TEM QUE ACODAR!

Uma última pressionada forte no ferimento fez o Hyuuga reagir. Usando retalhos do sobretudo de Hiashi, Naruto amarrara o ferimento com o máximo de força para poder retirar as mãos enquanto buscava um pouco de água.

Deu-lhe um pouco de beber e usou o resto para lavar alguns dos ferimentos mais leves, porém preocupante.

Assim que sentiu aquela água doce descer-lhe garganta, Hiashi pôs-se a gritar:

– ...FOGO! ABRIR FOGO! FOMOS TRAÍDOS...!

– Capitão, acalme-se! Está tudo bem agora! - Naruto percebeu que o Hyuuga ainda não estava de fato acordado. Revivendo o que provavelmente acontecera em sua nau, Hiashi continuava a gritar, parando apenas quando o Uzumaki lhe dera um sonoro tapa.

Um silêncio mortal se instalou na cabine.

Depois de um olhar muito ofendido vindo do Hyuuga, é o que loiro parou para perguntar-se se tomara a atitude certa.

– Ah... d-de-desculpe, senhor, eu s-só-só...

– É, eu sei... Não tem problema. - agora consciente e sentando-se, Hiashi esfregava a parte do rosto que lhe ardia. Sua expressão não deixava Naruto tão certo de que "não havia problema". - O que houve?

Vendo que o próprio Hiashi já tratava de cuidar de seus ferimentos, Naruto se afastou um pouco, dando-lhe espaço para agir. Então falou:

– Sem querer ofender, capitão, mas... - limpava a garganta, tentando ser o mais respeitoso possível - Não era você... digo, o senhor que devia nos contar... o que aconteceu?

Ao ouvir o loiro lhe dizer isso, Hiashi imediatamente parara de tratar os ferimentos. O olhar, antes tão irritado, abaixava pouco a pouco... até fitar o chão, aflito.

Muito aflito.

Naruto notou o semblante cada vez mais distante do capitão, mas ainda não tinha idéia do desespero que sufocava o coração de Hiashi.

– Quantos navios... exatamente, - perguntava, sem encarar o loiro. Sua fala possuía pausas cada vez maiores e palavras cada vez mais aflitas. - Vocês encontraram destruídos?

Parando para refletir, era realmente estranho terem encontrado apenas cinco naus em chamas... Que tipo de frota, viajando com seu capitão de mais alto cargo, navegaria com tão poucos navios?

– Cinco. - disse-lhe Naruto - Avistamos cinco naus.

– E quais?! - voltara a lhe encarar tão súbitamente que Naruto levara um susto. - Quais naus vocês encontraram?! DIGA OS NOMES!

– NÃO SABEMOS, SENHOR! A... - sentia-se encurralado. O Uzumaki forçava a memória, tentando lembrar quais os nomes que conseguira ler. - A.. a maior parte parecia começar com... com "Hakke". Que nem esta aqui q-que o senhor nos emprestou!

Ao ouvi-lo dizer o começo dos nomes, Hiashi voltou a se distanciar, olhos vazios. O navio que procurava começava com Juuken...

Juuken Ryuu. Uma das mais poderosas naus de ataque da frota Hyuuga. Também a maiorda frota e com mais compartimentos internos que a maioria dos navios com padrões militares.

Também a nau onde estavam escondidas suas duas filhas, Hyuuga Hanabi e Hyuuga Hinata... a fim de alcançarem seus amigos piratas enquanto Hiashi fingia persegui-los, enganando seus tripulantes.

Mas ele fora enganado antes. E de doze naus que saíram em busca do tal "Konoha", cincoforam fiéis aos Hyuuga.

Todas as outras se foram... Para onde quer que Danzou as mandasse ir.

E junto também iam suas filhas.

– Naruto... - lhe pedia Hiashi, quase em tom de súplica. - precisamos ir para Oto.Imediatamente.

*** *** ***

– Sejam muito bem-vindos ao Porto de Oto, capitão...

– Konoha. Capitão Konoha. - dizia Sasuke, enquanto saudava o inspetor Kabuto e os auxiliares, aparentemente gêmeos, que o acompanhavam. Em seguida o direcionou para seus tripulantes, apresentando-os. - Estes são os Convidados de Honra de meu navio: Sr. Nara e sua esposa... Sra. Nara.

Temari não resistiu à um largo sorriso ao ouvi-lo dirigir-se a ela como "Sra. Nara", saudando alegremente o inspetor. Ela logo começara a falar:

– É uma imensa alegria estar em um porto como Oto, ainda mais porque eu e meu marido estamos à procura de um lugar lindo para morar, que nem aqui... - e falar...- Bom, na verdade é mais que um lugar lindo, é um lugar... um lugar... perfeito! Pois nos casamos pouco tempo e nem residência fixa ainda possuímos, que catástrofe isso, o senhor não concorda senhor inspetor... e sabendo que não dá pra continuar assim, nós... - e falar.

– Ah... ah... Sim... eu, eu compreendo. - sem espaço para responder e parecendo querer um pouco de óxigênio, Kabuto fora direcionado por Sasuke ao próximo casal a bordo.

Será que além de cantora, seria a Sereia uma atriz?

– Senhor inspetor, muito prazer - dizia Sai ao ser apresentado por Sasuke. - Esta é minha noiva, a futura Sra. Haruno, irmã da Sra. Nara, e, se não for incômodo, gostaria de lhe pedir para que nos, sabe, nos recomendasse um... um guia, alguém que nos direcione por essas belas terras para, como dissera a Sra. Nara, irmã de minha esposa, para... - Sai conseguia tirar ainda mais fôlego do pobre Kabuto. Sakura, assistindo um pouco afastada, quase sentia pena do inspetor...

Depois de tantos anos quieto, Sai devia ter acumulado um bocado realmente enorme de palavras a ser usado, porque ele conseguia fazer até mesmo Ino se perder no que dizia. E mesmo assim ele dizia com tanta pompa que os auxiliares do inspetor ali presentes o observavam atentos, quase admirados por toda aquela... nobreza do rapaz.

Provavelmente eles mal entendiam o que ele estava dizendo, mas concordavam com tudo do mesmo jeito.

– Ah! E não posso deixar de lhe apresentar uma das peças de maior valor aqui em meu navio... - Sasuke estendeu sua mão à Sakura que, ao aceitá-la, fora apresentada ao inspetor. - Essa é minha noiva... a futura Sra. Konoha.

Muito prazer. - dizia ao fazer uma rápida reverência. Tentava ser natural, mas era difícil quando Sasuke fazia questão de enfatizar palavras como "minha" ao se referir a ela. - Eu e meu noivo administramos esse navio e, há poucos anos, tratamos de dar aos casais, todo o conforto que precisam.

– Então sua nau só transporta casais, Sr. Konoha? - finalmente com espaço para falar, Kabuto iniciava as perguntas e anotações.

– Sim. É difícil administrá-los, muito difícil, mas muito reconpensador... - ao dizer isso, Sasuke pôs o braço em volta da cintura de Sakura, que girou para fora do abraço tão suave e esplêndidamente que os rapazes param para admirar tamanha destreza, esquecendo-se rapidamente do vácuo no qual ela deixara o "noivo".

Sai estava sempre sorrindo. Sempre. Mas Sasuke começava a aprender a distinguir os sorrisos felizes dos de deboche. E aquele era decididamente de deboche.

O plano era usar Sakura e Ino para distrair o inspetor e seus auxiliares, por serem as únicas "ainda não comprometidas" a bordo, e tudo isso enquanto travavam pequenas discussões e briguinhas para atrasá-los. Afinal, Temari nunca aceitaria esse papel... E era justamente por ter que servir de distração para homens carentes que a violinista evitava se fazer muito feminina nos planos de Sasuke... Ela o conhecia a anos e, apesar de nunca ter tido a oportunidade de pôr em prática, Sasuke sempre pareceu muito interessado em assistir a uma situação dessas...

Mas... Apesar das mulheres semi-disponíveis, outra coisa parecia tomar a atenção de Kabuto...

Tenten abafava o riso sem parar enquanto esfregava o chão, pouco mais distante que Sakura, mas ao sentir-se chutada por Neji precisou de muito esforço para não sair de seu papel.

– Ao trabalho, moleque! - Ah! Como ele gostava de vê-la limpando o chão com aquele bico emburrado! Não era nada pessoal, mas como, dentro dos planos de Sasuke, ele não falaria muita coisa durante a presença do inspetor, sentiu que precisava se divertir com alguma coisa...

E essa coisa, no momento, seria Tenten. Ela devia estar rosnando e o condenando por dentro... E o melhor é que ela não poderia matá-lo ainda...

Ainda.

– E quanto àquele nobre cavalheiro, Capitão Konoha... quem é? - como ele era atirado! O inspetor perguntava, muito interessado, sobre Neji.

– Ah! Senhor inspetor, queira me perdoar - dizia Sasuke, dirigindo-os ao Hyuuga. E os casais seguindo-os. - Este é... - do que ele ia chamar o Neji mesmo? - é... Lee! Meu Contramestre e...

Naquele momento o verdadeiro Lee surgiu no convés.

– Chamou, capitão?

Problemas. O Hyuuga improvisara:

– ROCK! Já para o depósito! Quando o capitão requisitar sua ajuda ele o chamará pelo nome! - Kabuto não tirara os olhos de Neji nem por um segundo, e isso desde que subira a bordo... Mas não havia como reconhecê-lo como Hyuuga já que os olhos perolados de Neji estavam ocultos sob um tapa-olho e pela sombra de seu chapéu. Sem falar nas bandagens.

Naquele momento, o jovem Hyuuga fora reduzido a uma espécie de Múmia-pirata-aristocrata.

– Muito obrigado, Lee.– disse firmemente, olhando para Neji,fazendo cair a ficha do verdadeiro Lee que logo se retirou com seu habitual "Yosh!".

– Por Kami, Sr. Lee... que voz mais... grossa. - dizia muito suspeitamente, Kabuto. - E esse comando fora tão... firme... Até me arrepiei.

Quem se arrepiava mesmo era o Hyuuga. Kabuto parecia estar... mostrando... um outro lado se si. Neji limpou longamente a garganta, não conseguiria afinar a voz, mas falava tão baixo quanto possível..

– Queira me desculpar... eu fui militar há poucos anos e... ainda... não perdi certos hábitos.

– Oh! Quem diria... - continuava Kabuto, admirado. - E tantas bandagens...

– É! - dizia Tenten, engrossando levemente a voz e falando empolgada, feito um garoto de quinze anos. Um autêntico garoto de quinze anos. - Por causa de muitas batalhas que... ele enfrentou. Não, é, senhor?

Até o modo como ela distribuia o peso sobre as pernas mudou, disfarçando os quadris mais largos. Ela falava pouco, mas sempre com um sorriso meio formado, como um jovem ainda tomando seu lugar no navio, isso tudo em segundos. Se não a tivesse visto normal antes, o Hyuuga podia jurar que era um garoto... Era quase como uma profissional.

E todos afirmaram com a cabeça, hora ou outra as "esposas" soltavam comentários a respeito, elogiando o Sr. Lee. Kabuto continuava a encará-lo.

– Entendo. E você, rapaz... quem seria? - como é? Agora ele se insinuava até para Tenten? Essa o Uchiha pagava para ver.

– Ele é só um aspirante, senhor inspetor... Jun Sung. Trabalha aqui há menos de um ano sob tutela do Sr. Lee. - e de onde veio esse nome? Sasuke era um banana em questão de criatividade para nomes, mas o "Jun Sung" soou tão bem que não podia ter vindo dele. Era jovial e combinava com os traços orientais de Tenten. - Mas este trabalho é apenas para gerar fundos, sabe, Sr Kabuto... Nosso Jun é um rapaz sonhador...

Tenten sorria, o que indicava que ela desejava fortemente que o Uchiha entrasse em combustão instantânea.

– E qual o sonho dele, Capitão?

– Ser inspetor.

"MORRA, SASUKE MORRA!"

– Ora, mas quem diria... que lindo sonho meu jovenzinho...! E que tipo de inspetor desejaser?

– Sanitário. - atirou Tenten, com tanta naturalidade que fazia crer que todo rapaz de quinze anos almeja inspecionar banheiros. - Sempre quis ser inspetor sanitário.

Estava provavelmente salva. Ou ele tomaria nojo dela, ou...

– Mas que coincidência! Por um acaso sou sócio de uma firma de inspeção sanitária aqui mesmo em Oto! Oh... eu posso fazer maravilhosas recomendações a seu respeito... - e por um instante, um micro instante a moreno o viu dando uma sutil lambida nos beiços. - Isso se... fizer por merecer.

"ME MATE, UCHIHA!! ME MATEEEE...!" choramingava por dentro.

Eis que até o Hyuuga teve pena dela.

– Infelizmente esse rapaz já está sob minha tutela.

Se Tenten pudesse ela daria um beijo no Hyuuga, naquele momento mesmo.

– Sim, é verdade! Eu.. devo uma a ele... - e sorriu. "Obrigado." dizia em sua mente.

– Pelo menos uns dez anos - respondeu Neji secamente, cortando o clima amistoso. - Senão a vida inteira. Sim, eu diria que ele me deve a vida dele.

"Obrigado, nada, meus serviços são remunerados" fora a resposta telepática.

Aquela história já começava a ser afogada em improvisos.

– Tutela? Que sorte a sua, rapaz, estar sob a tutela de um homem com tantas... experiências... tantas aventuras! Sendo assim vocês se conhecem... consideravelmente, não é?

Maldito "não é"...

– Não. - disse Tenten, um pouco mais fria do que deveria ser. - Eu só... presto atenção nas histórias... de batalha... dele.

– Ótimo! Então me conte.... esse tapa-olho... - coçando o queixo e se aproximando, o inspetor analisava cada vez mais o Hyuuga e, cada vez menos, o navio. - ...de onde vem?

– Pirata! - Tenten gritara, de repente. Todos ao redor, com excessão dos inspetores, gelaram, ansiosos para ouvir o que ela diria. - O... o Sr. Lee, já enfrentou piratas... a-aí eu costumo contar que esse tapa-olho fora de um deles... que... que ele derrotou.

Eles suavam frio. Eles Neji e Tenten, é claro. Talvez Sakura e os casais tagarelas. Sasuke só desejava poder se afastar e começar logo a rir, mas Neji e Tenten estavam mesmo querendo se livrar daquela situação tão desconsertante.

– Enfrentava piratas! Que incrível!!! Bem que eu achei que este tapa-olho lhe dava um ar tão... rude. - Kabuto sorria, provavelmente com segundas intenções. - Esse é um estilo que lhe cai muito bem, sabia?

– ...O...brigado. - quando aquela tortura iria acabar?!

– Porém... só por lhe cair bem o senhor não precisa agir assim com esse ótimo rapaz... Trate-o bem. Ele tem... - agora analisando Tenten, crente se tratar de um garoto, ele a elogiava. - ...tem um belo potencial.

Tanto o Hyuuga quanto a morena já não sabiam o que dizer depois de tanto assédio. Por isso apenas concordavam com suas cabeças.

Surge sua salvação.

– Capitão, tudo pronto no deque.

Sua salvação era azul e tinha dentes de tubarão.

– Por Kami mas o que...

– É noite de fantasias... - dizia Kisame sinistramente. - Aqui no Konoha todas as noites são temáticas...

E soltou confetes nos inspetores.

– Deque. - perguntam os gêmeos. - O que está pronto no deque?

Seus olhos de peixe cruzaram com chocolate e pérolas. Não era preciso telepatia para entenderem o quanto ele estava odiando aquilo com quase tanta fúria quanto Neji e Tenten.

Mas para sua surpresa o olhar cessou com um afiado sorriso.

Tinha alguma coisa interessante acontecendo no Deque.

Ao lado do macabro Kisame, Lee surgiu, vestido de... bom, eram roupas pretas, bem arrumadas, então talvez fosse um mordomo e ele colocara um bigodinho fino sobre o beiço esticado. Não lembravam se ele já estava com bigode quando aparecera por engano minutos antes, mas como os inspetores não reagiram...

– Capitão. O Sr e a Sra Akasuna o aguardam.

O inspetor e seus ajudantes idênticos arregalaram os olhos.

– A-a-a-a-akasuna?! - então ele ajeito os óculos redondos. - S-s-seria...

– Sim, Senhor, Senhor Kabuto. Me diga... Gostaria de conhecer um casal de celebridades?

Havia fogos de artifício explodindo dos olhos do inspetor.

Sakura encarou Ino e Sai.

Quem eram Sr. e Sra Akasuna?!

No deque...

– Ohohohohoho...! - ria-se pomposamente atrás de um leque de plumas brancas a Sra. Akasuna. Sra. Deidara Akasuna em meio aos assistentes gêmeos. - mas que gracinha de cavalheiros. Sakon e Ukon... até seus nome combinam! - ele ria com os lábios... ria com a voz afinada... mas seus olhos... gritavam por socorro.

Sasori sorriu para "a esposa" e voltou sua atenção para um empolgado Kabuto, segurando sua prancheta de anotações e estendendo-lhe a pena, implorando por um autógrafo.

Impressionante. Ao sentir que Sasuke entrelaçava o braço dela ao dele, antes de se desvenciliar habilidosamente, a Haruno o elogia por ter escolhido um nome de uma personalidade famosa, era um disfarce muito inteligente!

– Não escolhi nada. - dizia o "Konoha" a seu ouvido, fazendo Sakura se arrepiar. - Akasuna é o sobrenome verdadeiro dele. Ele é neto de uma alta celebridade da Corte de Suna.

– N-n-neto?! E como é que eles não percebem a diferença de idade?!

– Ela é ventriloca e taz teatro de marionetes para os lordes... Ninguém nunca viu sua real aparência.

Era tão estúpido... que chegava a ser genial.

– É uma honra conhecer o senhor e a sua esposa Sr. Akasuna! - dizia Kabuto, mantendo as mãos unidas e dedos entrelaçados, como uma adolescente conhecendo seu ator favorito. - Eu assisti a todas as suas apresentações....!! - ele começava a respirar com dificuldade, estava prestes a desmaiar ou explodir. - e-e-e-e-eu nunca pude imaginar que o Sr era... era tão...

– Belo? Jovem...?

– Homem... - e seus palavras sairam como saia um grunhido de um lobo faminto e ele soltava leves risos pervertidos.

Mas o sorriso psicótico-sedutor de Sasori não vacilou.

– É, a maior parte das pessoas pensam que sou uma senhora de idade... faz parte de meu pseu... psudmi... pseu... - Um "É Psudonimo, querido!" surgiu a seu lado, de onde estava Deidara. O ruivo não era articulado o suficiente para a palavra "psudonimo", mas sabia disfarçar com classe. - ...Obrigado, querida... Com certeza alguém de seu nível, Sr. Kabuto, compreende isso...

E rabiscou um boneco palito morrendo na prancheta.

– Siiiim, sim, senhor! Obrigado, Senhor! - e ele abraçou a prancheta, provavelmente jurando nunca entregar aquele relatório pra ninguém. - Oho... Ohohohoho...!

Quando Deidara se viu tentado entre a morte dos gêmeos e a própria, surge na escada uma inoscente Ino. Ela não tinha nenhum papel especial até a hora do almoço e só passara para dar um aviso ao cozinheiro, mas Deidara não lhe dera opção.

– Irmãzinhaaaa!!! - guinchou o rapaz travestido.

– O quê? - pergunta apobre Ino, ainda sem saber onde estava se metendo.

– Oh, mas que graça, Sr. Akasuna, sua esposa tem uma gêmea!

– O... QUÊ?! - era uma ofensa monstruosa,ser considerada idêntica a um homem de vestido.

Eis que chega Sai.

– Sim, mas para minha sorte eu me casei com a gêmea bonita...

E Deidara ri.

– Sua sorte... pode até ser, cunhadinho, porque pro azar da minha irmã eu me casei com o homem rico e famoso...!

– Ora, SEU, ah, digo... SUAAAA...!

– Ohohohohoho! - ria-se o rapaz, abrindo emplumado leque enquanto agarrava o braço do "esposo rico e famoso". - tem sorte de meu marido ter bancado esta viagem de navio pra vocês, porque no meu caso, as aventuras são sempre caras, mas i-nes-go-tá-veis!

Mas Ino não era o tipo de mulher que leva desaforo. Nem na vida... nem no palco....

E no palco, palavra dita é palavra realizada.

– Hmph... pelo menos EU tenho um marido fiel a mim!

– O QUE!?! - perguntaram todos

– Acha que nenhum dos outros casais percebeu esse seu marido galã... aos beijos com O KIBA!

Em uma cena de escândalo... ninguém se importa quem é o amante ou onde ele está. O escândalo está no fato de haver um amante. Aproveitando isso, Ino decidiu se vingar do loiro travestido sem complicar mais aquele teatro de retardados.

– Ih, sobrou até pra quem não tá aqui... -murmurou a Haruno.

– OH! - E houve uma pausa bem longa na qual Deidara se virou para o Sasori, fazendo o ruivo, pela primeira vez durante toda a encenação, erguer uma sobrancelha à espera da próxima fala. - CACHORRO!

– Sim, ele é. - disse Sasori, e soltou outro sorriso sedutor.

"Literalmente."

E Kabuto só faltou morrer depois de cair nos braços dos assistentes e ser frenéticamente abanado por eles.

Ino se recusava a complicar o teatro... mas Sasuke se recusava a deixá-lo simples.

– E não se esqueça do Contramestre!

– Ohhhh! - exclamaram todos olhando para um estático Neji. Sasori? Ele ainda mandou um beijinho para o Hyuuga.

– SEU GRANDE... - e com um sutil estalo de dedos, o diretor Sasuke faz com que o amador seja retirado de cena antes de ter a chance de arruinar seu espetáculo. Instantaneamente, Neji é rebocado às pressas por Sai e Tenten e levado para a enfermaria.

Aquilo era bom demais para Sasuke. Aristocratas adoram esse tipo de polêmica...

Geralmente.

– Oh, mas que escândalo!!! O que será do seu casamento agora, Sra Akasuna?! Vocês vão se separar?! É o fim de suas aventuras juntos?!

– Eita... - soltou o loiro.

Os olhos de Kabuto pareciam começar a se encher de água ao presenciar o fim de seu casal de ídolos...

Pergunta difícil.

Sasori e Deidara travaram. Se encararam uns segundos e sem qualquer deixa no roteiro eles ascendem os pavis dos canhões dizendo "Olha! Fogos de Artifício!" e "Arte é um estouro!"

E de dentro dos canhões os tais fogos foram lançados longe, coisa que Sasuke havia planejado para seu Grand Finale. Por sorte aquilo distraiu o inspetor e os assistentes, que olhavam a tudo com exclamações de "Ahhhh!" e "Uhhhh!", completamente absortos na beleza dos fogos. Não é necessário dizer que o casal Akasuna fora oficialmente demitido, se retirando da cena sem que Sasuke precisasse sequer mudar o semi-sorriso de lado para indicar sua profunda insatisfação.

Quando as luzes acabaram...

– Ué, mas onde estão...

– Jantar? - pergunta o capitão, segurando Sakura entre seu braço esquerdo e estendendo o direito para Kabuto.

– Oh... bem, sim, adoraria...!

E na cozinha...

...

E na enfermaria...

O pequeno cômodo do navio estava lotado. Não fazia nem meia hora que o Hyuuga fora levado pra lá, aguardando o fim daquele pesadelo Tenten, Ino e Sai (e um Shino bem irritado pela falta de espaço), Chouji entra cabisbaixo, abraçando forte uma pequena caixa de madeira.

– E qual sua história? - perguntou o Aburame sinistramente.

– Quase deixei eles comerem as Umi no Mi.

E uma onde de arrepios eletrocutou a tripulação ao imaginar Kabuto e gêmos gigantes e monstruosos... ou pior... Kabuto sereia.

– Se livra logo disso, Chouji. Essas coisas só causaram problema.

– Ah.... - e o cozinhora joga-as penosamente pela janelinha na enfermaria. Devolta ao mar, frutinhas... sejam felizes!

Suspiro coletivo.

A porta se abriu de novo e dessa vez Shino jogou seus papéis pro ar de pura frustração. Quem entrava lá eram Shikamaru e Temari.

– Ué, onde estão os Akatsukis...? - pergunta a loira

– No depósito, se escondendo com a Sharingan.

– Kakashi?

– Se manteve trancafiado lá desde o começo. Sábio... muito sábio.

– Dentro da caldeira? - perguntara o Nara, provavelmente cogitando aquela possibilidade.

– Não. Atrás dela. Se os inspetores aparecerem serão "acidentalmente" incinerados. Sabe, isso acontece o tempo todo em navios de casais.

E todos, sem exceção, todos sorriram com a ideia.

No fim a tripulação quase inteira fora parar ou na enfermaria ou no depósito, restando apenas Sasuke e Sakura, numa milagrosa colaboração de papéis. A verdade é que os dois sabiam interagir muito bem um com outro. Quase... naturalmente.

E, tinham que adimitir... eles ficavam bem, juntos.

Dirigindo-se ao capitão, o inspetor deu-lhe um cartão e uns últimos cumprimentos antes de começar a se retirar.

– Deixo com o senhor um endereço para contato, capitão. Caso queiram um guia pela cidade do porto... - dizia, olhando para Temari e Ino. - Ou... o que quer que precisem... - agora olhando para Neji e Tenten. - É só me procurar.

E assim eles saíram, descendo . Ainda observando-os, puderam ver Kabuto entregando seus papéis a um homem alto, pálido, muito pálido, com longos cabelos negros e feições de cobra, dizendo-lhe:

– Esta nau está mais do que em ordem, Sr. Orochimaru!

A figura alta e pálida olhou para cima, fitando a tripulação com um olhar animado, e tão "suspeito" quanto de seu inspetor. Ele acenava alegremente, dizendo:

– Sejam Bem-Vindos!!

O Porto de Oto era simplesmente... fantástico! E com pessoas tão... chatas.

Mas independente dos nobrezinhos, quantos lugares bonitos para se ver... ótimos restaurantes a se frequantar... coisas, tantas coisa...

...para roubar...

Dannaaaaa... - choramingava o loiro, já não mais travestido com uma nau desse tamanho saíriamos daqui com metade das coisas legais desse porto e ninguém sequer notaria...!!

Deidara, Sasori, Kisame e Kakashi continuavam na nau, mas diferente de Shino, Lee e Chouji que trabalhavam, eles mantinham-se escondidos...

Como ex-akatsukis seus rostos eram consideravelmente conhecidos por oficiais, de modo que o mais seguro seria mantê-los ocultos na câmara do Sharingan. E sob a vigilância do Hatake, lógicamente.

Agora eles podiam ser aliados mas, piratas... são piratas...

E precaução nunca era demais...

– DROGA! Aquele Uchihinha ainda vai se ver comigo por me trancafiar nesse barco depois do meu papel impecável naquela idiotice...! - o ruivo nada podia fazer além de praguejar e, através de uma saída de vapor no casco, ver o irmãozinho de Itachi, junto de sua "trupe", acompanhar um pálido homem, ou mulher, não tinha certeza, pela baía de Oto.

Kisame parecia mais interessado em matar as saudades de sua velha caldeira favorita, limpando-a de fungos...

– Aquele loiro idiota vai é estragar a Sharingan! - então ele tirou do ferro uma grande espinha de peixe bem velha. Só o cheiro já o deixava tonto. - Será que não limpa nada direito!?!

– Hmmm? - olhava Deidara para o homem com cara de tubarão.

– Ah, não... eu quis dizer o outro loiro idiota. - respondera Kisame sem levantar os olhos de sua preciosa caldeira.

– Ah, tudo be... Eieiei! - levantara Deidara, apontando para Kisame. - Un! Me chama de idiota de novo e eu faço sopa com suas barbatanas!!

– Eieiei, digo eu... - Kakashi finalmente levantara os olhos de seu livrinho, outro da autoria de Jiraya. Aquela agitação não o deixava ler... - Ninguém vai fazer sopa de ninguém aqui... - dizia, virando outra página desinteressadamente. - Não temos sal.

– A gente bem que podia comprar... saíriamos e, aproveitando, roubaríamos algumas coisinhas... - sonhava Deidara, apoiando-se na saída de vapor próxima a Sasori. - Quem vai notar?

– Sasuke. - disseram os outros três ao mesmo tempo.

Sim. Sasuke notaria. E ficaria furioso com aquilo. Mas, no momento, o jovem capitão estava longe de se sentir enraivecido.

O passeio pelo porto não poderia ser mais gratificante!

Logo caia a noite e seu guia os encaminhava a um requinrado hotel próximo à baía, mas isso só depois de curtirem tudo o que havia de melhor em Oto, como:

Passear por belas ruas...

E afanar belas jóias.

Almoçar em ótimos, e caros, restaurantes...

E ver Orochimaru e Kabuto darem em cima de Neji e Tenten...

Implicar com Sakura...

E com Sai, consequentemente.

– Ah, olha! - gritava um empolgado Orochimaru, batendo palmas de empolgação ao ver o grande piano de cauda que era reposicionado no interior do restaurante à beira mar. - Vai ter música ao vivo hoje!!!

E entraram todos, animados, naquele belíssimo lugar.

Kimi no Shiranai Monogatari - Supercell

Não poderia ficar melhor!

...Ou será que poderia?

Em um dia como qualquer outro dia,
Súbitamente, você se levantou e disse:
"Esta noite vamos ver as estrelas"

Depois do grupo se acomodar no que Orochimaru descrevera como sendo o melhor restaurante da cidade, Sasuke puxa Sakura para longe do grupo.

– Eu já ia me esquecendo, você tem que pegar seu troféu!

– T-t-troféu?!

– Claro... - dizia Sasuke com um ar leve, brincalhão... mas sem malícia. Ao menos não que ela pudesse notar. - Todos os melhores atores recebem prêmios, não?


"Você diz coisas interessantes de vez em quando"
Era o que todos falavam enquanto riam
Em uma rua sem luz
Caminhamos enquanto nos divertimos como idiotas.
Para assim romper
A solidão e insegurança que carregavamos.

Ela não era boba. Sakura não ia ficar se derretendo e sonhando com um capitão galã só porque ele lhe dava trela. Ou pelo menos não ia demonstrar que sonhava... Sasuke era um pirata! Um capitão pírata! Namoradas era o que não devia faltar para o Uchiha e consciente disso todo cuidado era pouco perto do rapaz... Mas depois do que ela passara naquele teatro... Por Kami! Ela quera sim um prêmio. Nem que fosse um balde de areia! Ela queria, sim, reconhecimento por ter sobrevivido àquela inspeção.

Então a Haruno se deixou guiar pelo Uchiha até a praia próxima ao restaurante onde estavam seus amigos.

E o que eles fizeram?

Para a grande surpresa da Haruno... cataram conchas.

Simples assim. Tiraram os sapatos e os guardaram à calçada do restaurante, caminhando calmamente pela areia e catando as conchas trazidas pelo mar. A noite na cidade não era como no mar, mas mesmo na ausência do brilho de algumas estrelas devido á claridade do porto, havia um certo acomchego em estar na terra que não se sente nas tábuas de um navio...

Olhei para cima desde um mundo totalmente negro
O céu noturno parecia uma chuva de estrelas

E aquilo foi ótimo. Nem conversar precisavam. Passaram o dia dialogando coisas sem sentido e interagindo com estranhos... um pouco de silêncio era o que mais precisavam. Outra coisa que ela adorou fora sentir a areia sobre seus pés. Perto do constante balançar das ondas a areia lhe parecia firme a seus pés e a fazia se sentir segura. Sakura parou de andar, observando o capitão à sua frente.

Catando as conchas com inesperada concentração, ele enchia seu querido chapéu. Sasuke franzia o cenho quando pegava algum lixo pensando que era concha, jogando-o pra qualquer canto e sorria vitorioso quando a concha estava inteira. Se irritava quando pegava o mesmo lixo que acabara de descartar e o atirava para a grama, quase como uma pessoa comum.

Como uma criança comum.

Me pergunto quando, comecei a
Te perseguir.
Por favor, de alguma forma
Não te surpreendas e escute
Estes meus sentimentos.

– Faz um tempo que eu queria te perguntar... - diz sem tirar a atenção da areia, em busca de mais conchinhas. - Mas naquele dia em que estávamos para morrer...

– Qual deles?

Sasuke riu. Aquele riso... alto e jogando a cabeça pra trás, os olhos firmemente cerrados. Sakura riu também, mas tímida, virou o rosto e pousou a mão sobre o peito como se a vergonha que tanto conteve para fazer a brincadeira tivesse se libertado de uma única vez, disparando seu coração. Estava começando a se acostumar com aquele jeito de responde e se arrepende. Aquela era, para o capitão a própria definição da rosada: impulsiva, mas com ondas de receio e insegurança.

– O primeiro... Lá em Ichiba. Porque você se ofereceu para ser a primeira?

A Haruno o encarou como se a pouca percepção de Sasuke a assustasse.

– Eu não me ofereci...! Só disse que seria burrice matar a Sereia... foi o esquisitão decidiu que ia tirar a minha cabeça primeiro. - e sorriu.

"Estes são Deneb, Altair e Vega"
Você disse apontando para o Triângulo de Verão
Lembrei-me e olhei para o céu.
Eu finalmente encontrei Orihime-sama, (NdT: Vega)
Mas onde você está, Hikoboshi-sama? (NdT: Altair)
Esta totalmente sozinho.

Ele jogou outro lixo fora antes de encontrar um pedaço de coral interessante o bastante para sua coleção. Ao menos Sakura achava que era uma coleção...

– Você sabia do risco. - não era uma pergunta. - Porque faria algo assim?

E vendo que não teria como enrolá-lo, decidiu contar logo a verdade.

O feliz você que está ao meu lado
Não podia dizer uma palavra.

– Porque sou uma pessoa de mentalidade simples. Eu não... Quando soube do concurso... e minha voz retornou era tão... tão natural eudecidir participar. Não era pelas pessoas... pela liberdade... a verdade é que me meti nessa confusão toda... porque achei que ia ser fácil. Achei que, com o retorno da minha voz, eu ia chegar, cantar, festejar e-e-e... voltar pra casa...

– ...Então aparece em sua vida o Capitão pirata mais belo que já vira e te leva para incríveis aventuras, jamais sonhadas, em poucos dias.

As duas sobrancelhas rosadas se ergueram ao mesmo tempo quando ela o encarou, não havendo o menor resquício de timidez no cínico olhar de "Aham" que ela lhe lançou.

– Então aparece em minha vida o único Capitão pirata que já vi e que quase me levou à morte, jamais sonhada... várias vezes... em poucos das.

– Se prefere colocar desse modo...

E ela ri. Com gosto dessa vez.

Entendi meus sentimentos por você de verdade
Em algum lugar, há muito tempo.
Encontrei-o
Mas não vou te dizer
"Não esta bem, não chore"
Por favor, deixe-me ouvir isso de você.

– Acho que nem... nem mesmo ganhar o concurso era bem minha preocupação até eu ir à Suna e de fato me ver cercada de pessoas que achei serem meus concorrentes... conhecer Ino Porca... e Kakashi... Acho que a importância de "Ser a Sereia" e da oferenda só me ocorreram quando estavamos prestes a morrer.

– E isso te fez decidir se sacrificar pelo mundo? - o chapéu já estava quase cheio de conchas.

– Não. Não foi um ato de altruismo. Eu fiz isso porque queria que a viagem que forcei Sai a fazer comigo valesse a pena e porque não queria que os pais dele, os nossos pais voltassem ao tempo de terror pelo qual passaram... Foi pelo meu mundo que eu decidi tomar o lugar da Temari-san. Se soubesse de metade do que ia passar ao decidir entrar para o concurso não teria nem voltado a falar. Pode-se dizer que no meu caso, a ignorância foi uma bênção.

Ao ouvir a Haruno dizer aquilo, o capitão finalmente pára com seu passa-tempo, virando-se para ela e dizendo:

– Sente-se.

– O-o que?

– Sente-se! - e apontou para a areia. e quando a Haruno o fez. - Alguma vez você se perguntou pra quê nós as sequestramos?

Era uma covarde e coloquei uma expressão dura,
Fingi não me importar
Mas? A dor que atravesa meu peito aumenta
Que você goste de alguém,
É quase como isso.

Por dinheiro...?

Não.

O tempo em que os via como meros saqueadores e foras-da-lei ficara para trás desde o encontro com o Leviathan. Roubavam, sim, mas tão esporádicamente e com tanta cautela, sempre se preocupando em não envolver inoscentes que não podiam ser comparados aos típicos piratas. O furto não era o seu sustento, tampouco um prazer. Aquela pergunta surpeendera a Haruno... Sim, ela se perguntara muitas vezes, mas... mudara tanto de foco, de luta para sobrevivência, de inimigos a aliados... ela esquecera daquilo. Sakura parou um pouco para relembrar aquele dia em Ichiba.

Qual é o problema?
Você está tentando adivinhar?

Meu coração bate
Estou bem ao seu lado
A verdade é cruel.

– Eu queria respostas. Durante bons anos da minha vida eu me apeguei a uma sede de vingança. Meu irmão havia tirado de mim minha família e por isso decidi segui-lo no mar... até achá-lo. Até matá-lo. Mas as coisas não eram bem assim. Descobri do pior jeito que ele estivere me protegendo. E protegendo inclusive nossa terra. Hoje ela nem existe mais. Eu não... não entendia o porque. Pra que sacrificar tanto. Kakuzu era membro de sua tripulação. Quando soube que estava em Ichiba decidi que barganharia com ele em troca de informações. Eu sinceramente...- e mastigava a palavrinha, como se quisesse subistituila, como se são fosse tola o bastante para descrever o que pensava. - estúpida e sinceramente pensei que chegaria lá com umas cantoras sequestradas, as entregaria, obteria minhas respostas e então daria um jeito de eliminar a todos eles e libertar as cantoras.

– ...Como?

E o Uchiha dera de ombros. Deitou na areia ao lado dela, solto, despreocupado, os dois braços cruzados atrás da cabeça para apoiá-la enquanto olhava as estrelas para responder.

– Não sou um cara planos. Estava frustrado e queria matá-lo e foi o que tentei fazer. - justo. - Me frutrei de novo e decidi conhecê-lo e improvisei um jeito de fazer isso. Pode-se dizer que também tenho uma mente bem simples. - e o sorriso que veio foi o semi-sorriso, sedutor e travesso, ao mesmo tempo. Mas o manteve por pouco tempo. O ar de brincalhão fora lentamente substituido para o que parecia ser o real motivo de ter iniciado aquele assunto. - Mas o que eu queria dizer é que, no meu caso, a ignorância foi uma maldição. Não tente fazer com que o que você fez... o sacrificio que estava disposta a tomar soe egoista, Sakura. Não foi. O mundo que você tentava proteger envolvia poucas pessoas... mas eram outras além de você. Eu te... Eu acho... acho que agora entendo mais do meu irmão com você do que jamais entendi vivendo com ele.

Eu não disse,
Não pude fazer-lo.
Não podemos regressar nunca mais.

A este día de verão,

A estas estrelas brilhantes.

Ainda agora, posso relembrar.

Seu rosto sonrridente,

Seu rosto irritado.

Eu te amo.

É estranho, não?

Embora seja.

Algo que você não conhece,

Um segredo só para mim.

Atravessa a noite,

A partir de uma memória distante,

Indicou com o teu dedo,

Com uma voz inocente


"Eu te admiro, Sakura" era o que queria dizer. Mas sentiu que não era hora para isso. A insegurança que a Haruno demonstrava perto dele o forçava a esperar. Esperaria até ser capaz do oposto, de fazê-la se sentir segura, do mesmo modo como agia com Sai. Bom, não do "mesmo modo" em todos os detalhes, não gostava da ideia de te-la vendo-o como irmão. Nem um pouco. Mas... pelo menos até ela confiar nele.

Quando pegou o chapéu e depositou lá umas últimas conchas e pedaços de corais que acumulara em seu bolso, ele sentou no chão. A Haruno franziu o cenho.

– Pra que tantas?

– Opções. Quantidade sempre nos dá opções.

E estendeu o chapéu para ela.

– Escolha suas favoritas. Ai eu faço seu prêmio e voltamos antes que seu irmão mande os oficiais atrás de mim.

– Ou pior... mande os instrutores.

Ambos riram. Depois pararam. Aquilo seria medonho...

Sakura, que não ligava para conchas, escolheu as simples, as que não tinham rachadura ou pedaço faltando.

Depois de alguns segundos analisando as escolhidas, Sasuke as guardou em um bolso de sua capa, um sorriso satisfeito brincando com seus lábios. Guardou todas as outras em sua carteira, uma bolsinha de couro e a amarrou em seu pulso, devolvendo o chapéu À cabeça.

– Hora de voltar...

– E meu prêmio?!

– Calma, eu to sem minha ferramentas! Quando estiver pronto eu te entrego. - pegou as mãos da Haruno, ajudando-a a levantar.

Era hora de provocar. Dizer alguma piadinha insinuante que a faria ficar com bochechas tão rosas quanto o cabelo. Aquilo era uma das coisas que mais alegravam seu dia. Ainda mais quando ela tomava coragem para entrar em seu jogo e muito mais quando ela se arrependia e voltava a ficar tímida. Sim, aquilo era o que ele queria para que sua noite ficasse ainda melhor.

O que o capitão não sabia é que não ficaria melhor. Mesmo que pudesse.

Os problemas, que antes aparentam estar tão distantes, resurgiram das águas diante de si.

– Fujam!!! Monstros! - gritavam as pessoas na baía.

E com os problemas, vieram Naruto e Kiba, transformados após megulharem no mar para chegarem ao porto à nado, puxando uma nau Hyuuga à baía.

Gritavam por seu capitão entre goles de água e rosnados.

Hiashi estava com eles.

Ao avistar o estado em que se encontrava o Capitão Hyuuga e a urgência nas vozes de seus dois amigos, Sasuke abandonara o teatro por completo, sendo seguido de perto pelas cantoras, os tripulantes e até mesmo Orochimaru e Kabuto.

– NARUTO!!! KIBA! -gritava enqunto corria sem tirar o olhar das cabeças caninas que também o chamavam. - O QUE HOUVE?

Tendo finalmente encontrado o Uchiha, Naruto não perdera tempo, contando tudo o que considerara mais importante em um jorro apressado de palavras. Sua voz alteada pela forma vulpina ensurdecendo-os.

– DANZOU! DANZOU ESTÁ VIVO! ELE RAPTOU HINATA E HANABI, ATACOU HIASHI! TEMOS QUE IR, JÁ!

– Naruto! Espera! - gritava-lhe Tenten com sua voz normal e feminina surpreendendo os inspetores. - Vocês viram Danzou? Quem é Hanabi? E pra onde foram levadas?

– Hiashi. - dizia Kiba com uma voz duplicada devido a presença de sua segunda cabeça Akamaru. - Ele se fingiu de subordinado de Hiashi... Hanabi é irmã de Hinata. Temos que ir agora! Ou não os alcaçaremos!!!

– Mas ir para onde? - perguntara Sakura, a única que não elevara a voz ao falar. Perguntara como quem sabia que iria se arrepender.

Destino...dissera Jiraya.

Destino... afirmava Neji.

– Para o norte. - respondera Hiashi. O olhar grave e severo não lhe abandonava o rosto, mas, daquela vez, esse olhar não intimidava mais que suas palavras.- Acredito que tenha ido para o Mar Inexplorado. Ao norte.

Norte...

Destino...

À força.

O que apenas Sakura sabia, era que para Sasuke, Tenten e Naruto, o destino não poderia ter sido mais cruel. Pois Hinata não era apenas uma cantora, ou uma amiga.

Ela e a irmã dela eram a família de Hiashi e Neji, e Naruto não permitiria que o passado os impedisse de regatá-las.

Não importava o quão "traumatizante" tivesse sido há cinco anos, se Naruto fosse, Sasuke também iria, e se eles fossem, Tenten os seguiria, levando consigo toda a tripulação que mal sabia o que os aguardava por lá.

Não havia como escapar. Não havia quem escapar.

"Pois se pegarem qualquer outro caminho para lá. O destino os arrastará para o norte à força."


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Notas finais do capítulo

YOSH! Ainda não... RE-revisei este cap, mas espero que estejam gostando!!!!



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