Lucy corria desesperadamente naquela escuridão, apenas a luz da lua guiava o caminho, seu corpo ferido e cansado ainda resistia á tortura de encontrar uma saída, ou então alguém.

Aquela floresta era cruel, e ela sabia disso, mas era inevitável não sentir medo naquela situação, ainda mais estando só. De repente algo pareceu agarrar o seu pé, fazendo com que ela caísse. Ela olhou assustada para trás, mas não havia nada, olhou para frente e se deparou com dois enormes olhos vermelhos. Ela colocou a mão no cinto, mas as suas chaves haviam caído.

- Não acredito! – Ela gritou furiosa.

“Gggrrrr...” A coisa de olhos vermelhos rosnou pronta para atacá-la.

- S...soc...

Uma bola de fogo atacou o animal pelas costas, o jogando para longe da loira, que não sabia de onde aquele fogo havia surgido.

- Lucy? – Alguém a chamou.

“Essa voz...” pensou consigo mesma.

- Natsu?!

- Lucy? Você está bem? – perguntou o garoto aproximando-se dela.

- Natsu... – Ela o abraçou.

Seu coração já estava mais aliviado, ela se sentia segura quando estava com ele.  Os dois ficaram abraçados por alguns minutos, até que ela se afastou, e o olhou nos olhos.

- Natsu... – repetiu.

- L... Lucy... – ele corou, algo incomum.

- POR QUE ME DEIXOU SOZINHA NESSA MATA?! – Ela lhe deu um soco na face, furiosa, só faltava cuspir fogo.

- Oee, Lucy, o... O que deu em você?

O rosado esfregava com a palma da mão, o rosto inchado.

- Idiota, você ainda pergunta? – Ele se levantou, com cara de desentendido – Foi só eu dar as costas para você e o Happy sumirem, e me deixarem sozinha nessa droga!!! – a loira berrava irritada.

Natsu apenas riu. Achava engraçado as caretas que ela fazia quando se irritava.

- Espera, onde está aquele gato?

- Hm... Ele foi procurar a Erza e o Gray.

- E o que vamos fazer?

- Ir atrás deles, deer.

Natsu a segurou pela mão, e foram embora dali.

- E-ei, NATSU!!!

. . .

2 horas antes...

Natsu, Lucy, Happy, Erza e Gray estavam em Gumoo, uma cidade de Fiore, para realizarem mais um trabalho, e ajudar Lucy a pagar o seu aluguel. Estavam à procura de uma senhora que morava em uma vila não muito longe dali.

- Ei, qual é o nome dessa senhora que estamos procurando? – Perguntou Happy sobre a cabeça de Natsu.

- Aqui no papel diz que ela se chama Kupi. – respondeu Lucy – Vai demorar muito pra chegar nessa vila?!

- Estamos quase chegando – Respondeu Erza.

O grupo caminhou mais um pouco, até que chegaram na vila Pam. Era um lugar simples, com pessoas modestas, não seria difícil achar Kupi ali. Eles caminharam mais um pouco, até que avistaram uma velinha acenando, provavelmente para eles.

- Vocês são os magos da.. – Ela pensou um pouco – Fairy Tail?

- Sim, a melhor guilda do mundo!!!! – Gritou Natsu.

- AYE, SIR!!!!! – Completou Happy.

“ Esses dois me matam de vergonha...” Pensou a Heartphillia com a mão no rosto.

- Oooh, que bom, que bom! Eu sou Kupi, fui eu quem fez o pedido.

- Bom... De acordo com o papel, você quer que a gente encontre a sua filha, certo? – Perguntou Gray.

- Sim. – fez uma cara triste – Já faz uma semana que pegaram Amani, minha filha. Eu lembro de tudo...

- Nos conte então. – Falou a ruiva.

- Antes, vamos até minha casa, lá vocês poderão descansar um pouco, e eu lhes contarei melhor a história.

- Tudo bem.

Na casa de Kupi.

- Bom... Há uma semana atrás, eu e Amani estávamos voltando da feira, como de costume, até que de repente o céu começou a ficar escuro, todos se assustaram, e então a bruxa Kishikuri desceu de sua vassoura, em nossa vila...

- B..b..bru...bruxa?! – Lucy perguntou assustada.

- Kishikuri? Isso é nome de gente? – Perguntou Natsu rindo junto com Happy. Erza os olhou feio, e imediatamente se calaram.

- Tem diferença entre bruxas e magos?

- Sim, geralmente bruxas são seres maléficos, que usam seu poder para causar o mal, e também são bem feias. É por isso que aqui em Fiore, tem uma cidade que na verdade é um exílio, onde ficam as bruxas condenadas por serem muito perigosas. – Explicou Erza.

- Ei, Lucy, então será que você é uma bruxa? – Perguntou o gato.

- Eh? Eu? Por que?

- Porque você é feia, e vive me maltratando...

- CALA A BOCA, GATO!!!! – ela o agarrou pelos bigodes.

Todos riram da cena, e então Kupi resolveu continuar a história.

- Bom... Todos imediatamente se assustaram com a aparição da bruxa Kishikuri na vila, não é normal que elas venham em vilas, ainda mais de dia.

- Ai Meu Deus, uma bruxa!! Salve-se quem puder! – gritou um vendedor de frutas.

Imediatamente todos começaram a correr, derrubando coisas pelo chão,  Kushikuri já esperava aquela reação, ela até gostava. Mas resolveu colocar ordem ali. Apenas estalou os dedos e uma barreira se formou em torno das pessoas que estavam ali.

- Olá, humanos fedorentos. – Ela caminhou, aproximando-se deles – Venho aqui para fazer um pedido. É bem simples, e prometo que se me ajudarem, não transformarei ninguém em sapo. – Ela abriu um sorriso simpático... bom... quase...

- O ... O que você quer?! – perguntou uma moça agarrada ao seu filho.

- Quero uma pessoa que sirva de sacrifício para um pequeno ritual que pretendo fazer. Coisa simples. Mas quero alguém que não faça falta aqui nesse fim de mundo, pode ser?

Todos ficaram assustados, obviamente ninguém iria se oferecer.

- Ninguém? Pode ser um bebê... ou um pivete... ou um velho quase morto... – Todos continuaram estáticos – Tss... Já que é assim, eu mesma vou escolher – Ela subiu em sua vassoura, e voou em direção a população, ela viu uma menina de cabelos castanhos e longos, era Amani, junto a Kupi, a segurou pelo braço, e a levou dali.

- Mamãe! – Gritou a garota.

- ESPERE! DEVOLVA A MINHA FILHA! AMANI! EEEEEEEEEI!!!! – Kupi gritou, mas era inútil.

- ... e foi assim que tudo aconteceu. – concluiu a velha.

Natsu levantou-se da cadeira, e bateu o punho contra a mão, soltando algumas faíscas.

- Não se preocupe, iremos salvar a sua filha. – Falou confiante.

- AYE! – Falou Happy.

Kupi sorriu, algumas lágrimas escorreram pelo seu rosto.

- Muito obrigada.

Kupi levou o grupo até uma floresta mágica, era onde a bruxa morava, e o único jeito de encontrá-la era achando o centro da floresta.

- Ah, não esqueçam, essa é uma floresta mágica, e as árvores tem sentimentos, então, não as irritem. – Lembrou a velha.

- Obrigado por avisar! – Agradeceu a loira – bom, então vamos lá!

O grupo entrou na floresta, a princípio parecia uma floresta comum, com animais, plantas...

- Ei, Natsu, podemos aproveitar para pescar uns peixes voadores, que tal? – Sugeriu Happy.

- Mas eu achei que fossem ruins...

- Ei, vocês dois só pensam em comer?! – perguntou a loira.

- Vocês três – chamou Gray, caminhando a frente do grupo – tomem cuidado para n... – Quando ele virou para trás, já era tarde de mais... Lucy, Natsu e Happy haviam caído em uma areia movediça – IDIOTAS!!!

- ESTAMOS AFUNDANDO! – Gritava Lucy agarrada ao rabo de Happy que tentava voar, mas não conseguia.

- Lucy, você é muito pesada!!  

- O QUE?!

- Acalmem-se – uma espada surgiu na mão de Erza – vou ti...

- Espera!

- Gray?

- Esqueceu do que Kupi falou? Não podemos machucar as plantas...

- Karyuu no Houko !!

- Esquece...

Natsu jogou uma bola de fogo na areia, fazendo com que ela parasse de afundar. Erza e Gray olharam assustados, pois nada de estranho havia acontecido. Será que Kupi havia se enganado?

- Ufa... – Lucy deu um suspiro aliviada.

Mas para o seu azar, o chão começou a tremer, as plantas se moviam, os bichos corriam para todos os lados. Parecia que a floresta havia criado vida, e se irritado.

- O QUE É ISSO?! – Indagou o rosado agarrando-se a raiz de uma planta que passava por ali.

- Seu imbecil, olha o que você fez! – Gritou Gray cambaleando entre os bichos que fugiam assustados.

- Cuidado! – Avisou a ruiva agarrada a uma árvore.

Várias raízes de plantas saiam pela terra, na iniciativa de formar uma espécie de parede, ou algo do tipo, Lucy estava bem no local, aonde tudo ocorria. Furiosa com a presença da garota, uma raiz a atacou, lhe arremessando para longe.

- Lucy! – o Dragneel correu e a segurou em seus braços, antes que se machucasse – Você está bem?

- S-sim... – respondeu corada – só fiquei um pouco tonta...

Finalmente as raízes formaram uma nova parede, separando o grupo. [Se lembram daquele labirindo de Harry Potter e o Cálice de fogo? Foi mais ou menos assim...]

Natsu colocou a loira gentilmente no chão, levantou com as mãos na cintura e olhou ao redor.

- Que droga... – bufou – o que será que aconteceu com a Erza e o Gray?

- Não sei, mas temos que tomar cuidado, e não irritar as plantas, já estou traumatizada o suficiente. – Respondeu a garota ainda sentada no chão – E agora, pra onde vamos?

Ninguém respondeu.

- Natsu? – Ela virou a cabeça não viu ninguém. Levantou-se desesperada e furiosa – Natsu? Happy? – Olhou para todos os lados, mas nada... Já estava escurecendo... ela começou a se desesperar – NATSUUUUUUUUUUU!!!

Bom, o resto vocês já sabem...