A herdeira do Lorde II escrita por letter


Capítulo 5
Capítulo 4 - Welcome to hogwarts




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     - O que é isso senhorita Tonks? – indagou o roliço diretor Dippet, enquanto descia a pequena escada em espiral do seu gabinete e caminhava em direção a sua mesa.

     - Não é nada diretor... Só uma recordação de família – menti colocando por dentro das vestes o pequeno vira-tempo que eu examinava em minhas mãos. O diretor pareceu bastante interessado no objeto, pois quase o engoliu com os olhos, mas ninguém discute recordações de família. Certo? Bom, era o que eu esperava.

     - Tudo bem – murmurou ele se ajeitando em sua poltrona. Por incrível que há de se parecer, aquela poltrona de frente a mesa dele na qual eu me encontrava, era extremamente desconfortável. Nem no passado essa poltrona prestava? Incrível! – Bom, tenho aqui em mãos suas notas...  Muito bem, muito bem... – o diretor segurava um pergaminho e franzia o cenho, parecendo não entender muito bem o que ali estava escrito, hora chegava o pergaminho próximo aos olhos, hora afastava-os até aonde seus braços permitiam – Muito bem, muito bem... Pelo visto você realmente se destacou nas provas, tanto teóricas quanto práticas senhorita. Tem certeza que não estudou em nenhuma escola de bruxaria? – Perguntou ele abaixando o pergaminho e soltando o que deveria ser alguma espécie de risada – Devo dizer que você é uma criança de sorte, pois veja bem, vai entrar logo no último ano. Sei que está se refugiando da guerra, mas assim que o ano letivo acabar, darei um jeito de continuar a mantendo segura de alguma forma, mesmo longe dos muros do castelo.

     - Obrigada senhor.

     - Você fez por merecer senhorita Tonks, fez por merecer. E só Merlin sabe como precisamos que as médias subam para que o Ministério aumente nosso orçamento – murmurou o diretor alto demais que deu para ouvir –Digo... Vou pedir para um professor lhe mostrar a escola e te explicar o necessário para que você já possa começar suas aulas amanhã. À noite reuniremos os monitores-chefes e lhe selecionaremos para sua nova casa. Bem vinda a Hogwarts.

     Havia apenas quatro dias em que eu me encontrava em Hogwarts, em que eu me encontrava no passado. Constantemente meu coração disparava, e novamente eu sentia medo. Que diabos estava acontecendo comigo? Medo... Era algo em que eu não entendia muito bem, veja só, não estou acostumada a sentir medo, ansiedade, desconforto ou que quer que seja... Mas agora os sentimentos vinham com tal intensidade que eu não os conseguia controlar. Tantas coisas poderiam dar errado! Mas sempre fora assim, eu sempre agira por impulso, e só pensava nas conseqüências quando elas chegavam a mim.

     Parabéns Annabelly, mas uma vez você conseguiu. Um passo em falso e lá se ia todo o mundo que eu conhecia.

     A tarde se passara bem rápido enquanto eu me martirizava por minhas atitudes impensáveis e me amaldiçoava mentalmente. Horácio Slughron andava a minha frente, subindo e descendo o castelo, indicando as principais salas, ambientes e corredores dos quais seriam o suficiente eu saber para não me perder no castelo durante minha pequena estadia.

     Era fácil fingir prestar atenção, vez ou outra o professor comentava suas frustrações, como aconteceu quando passamos na porta da antiga sala de poções... Ou devo dizer, atual. Ele reclama de seu tamanho “como se ensina poções dentro de uma caixa de fósforo?” dizia ele. Depois comentava que por causa da guerra trouxa, o mundo bruxo estava sofrendo na economia e seu salário fora diminuído.

     E quando o sol já se punha, professor Slughron começou a narrar a história das quatro casas de Hogwarts.

      - Grifinória, Corvinal, Lufa-Lufa e Sonserina – disse ele estufando o peito com um ar e orgulho – Nossa quatro casas, cada qual com características distintas, mas que juntas, formam nossa amada Hogwarts. O que você sabe delas senhorita Tonks?

      - Cada qual foi fundada por quatro poderosos bruxos...

      - Sim, sim, e os mesmo selecionavam alunos para ensinar. Godric Griffyndor fundou a casa da Grifinória, obviamente, onde a principal característica dos seus alunos era a coragem e a ousadia. Godric era melhor amigo de Salazar Slytherin, fundador da Sonserina, ele dava preferência para os alunos astutos, audaciosos e que buscavam o poder, mas com o diferencial de que buscava alunos de sangue...

      -... puro. ​

      - Sim, sim – respondeu o professor inseguro, tecnicamente, para ele eu era uma nascida trouxa e tecnicamente isso deveria me incomodar, mas antes que eu pudesse pensar claramente no problema, ele continuou – Godric e Salazar eram melhores amigos, como anunciei, mas ambos dividiam uma paixão por Rowena Ravenclaw, o que resultou em uma rixa vista até os dias de hoje entre as duas casas, você com o tempo perceberá isso, oho - Rowena fundou a Corvinal onde habitam os de mente mais aguçada, os mais inteligentes. Seu lema era "O espírito sem limites é o maior tesouro do homem". E por último...

      -... a casa da Lufa-Lufa, fundada por Helga Hufflepuff – completei.

      - Sim, sim – respondeu o professor – a casa preza os que trabalham muito, são pacientes, amigos leais e justos. Independente da qual for, será um honra pra senhorita.

      - Sei que sim – confirmei forçando um sorriso.

      - Oho! – exclamou o professor olhando um relógio de bolso – Pelas barbas de Merlin, Dippet irá nos trucidar, veja as horas, vamos, vamos... Sua seleção... Vamos senhorita...

       Professor Slughron, corria a frente, ofegando. Eu me arrastava a longos passos, tentando alcançá-los, mas em minha cabeça, meu problema me atrasava.

       Na verdade, eu não havia percebido o problema que ela seria. Tecnicamente eu era uma nascida-trouxa, mas na prática eu era herdeira de Salazar Slytherin, e antes que o Chapéu Seletor encostar em minha cabeça, ele irá anunciar, Sonserina. Era uma simples conta de aritmância: nascida trouxa mais sonserina é igual a: tem algo errado.

       Já teria algum nascido trouxa selecionado pra Sonserina? Isso acarretaria perguntas e dúvidas, e logo seria fácil desconfiar de mim... Poderia dar muito errado isso, muito mesmo.

Talvez em algum lugar bem no fundo, eu já sabia desse empecilho, talvez fosse esse o medo irracional que corria em minhas veias de algo dar errado. Mas o diabo era que eu não poderia fazer nada!

       Eu não poderia pedir ao chapéu seletor para me colocar em outra casa... Na verdade, até poderia. Eu posso ter várias características distintas, veja bem, a casa de Corvinal prezaria minha inteligência, Lufa-Lufa... Bom... Sou uma amiga leal, leal até demais, o fato de eu estar no passado fazendo isso por Teddy prova isso. E Grifinória... Sim, Horácio estava certo, a rixa acontece até hoje, e mesmo Teddy sendo da Grifinória, no meu íntimo carrego meu orgulho de sonserina e não quero mesmo ir pra lá.

       Sonserina é minha casa, e sempre foi, tenho orgulho dela. E esse orgulho era meu grande problema.

       Novamente eu estava de volta ao gabinete do diretor, mas dessa vez acompanhada pelo diretor de cada casa e seus respectivos monitores-chefes. A primeira figura que notei foi Tom Riddle. Suas feições não transpareciam nenhuma emoção, ele parecia monotonamente entediado, poderia enganar muito bem a todos, mas não a mim. Professor Horácio se apressou a colocar-se ao seu lado. Horácio cochichou o que quer que seja no ouvido de Riddle, e esse abriu um pequeno sorriso. Dumbledore também estava lá, ao lado de uma garota alta e magra, de cabelos cor de bronze, levemente encaracolados e olhos claros.

       Havia mais dois professores os quais eu não conhecia, mas julgava ser os diretores de Corvinal e Lufa-Lufa, ambos ao lado de mais dois alunos.

       O diretor Dippet não fez cerimônia, com o auxilio de um feitiço de levitação, fez com que o Chapéu Seletor saísse de seu repouso sobre uma alta prateleira e fosse direto para suas mãos.

      - Todos os presentes nesta sala, sabem o nosso propósito? – oito cabeças assentiram sincronizadamente – Ótimo. Senhorita Tonks? – chamou o diretor. Caminhei até o seu lado e ele indicou um banco, muito pequeno pro meu gosto – Annabelly Tonks recentemente perdeu os pais, conseqüência da guerra trouxa, ela estudava bruxaria em casa, mas agora que ficou sozinha nos procurou. Cada professor a avaliou de diversas formas, e foi de consenso geral que Annabelly frequentasse Hogwarts, devido à idade e habilidade irá direto para o último ano. Aqui a selecionaremos para sua futura casa. Pronta?

       Não era necessário o diretor ter anunciado a todos que eu era uma “nascida-trouxa”

Assenti ciente de que todos os oito pares de olhos, incluindo o do diretor estavam em mim.

       Foi pior do que eu imaginei.

       Antes do chapéu-seletor chegar perto de minha cabeça ele anunciou.

“Sonserina!”

       Eu via apenas Tom Riddle. Suas feições se tornaram confusas, e seus olhos me fitaram, como se estivesse tentando penetrar minha mente para poder entender aquilo. Na verdade, ele realmente estava tentando penetrar minha mente, e só de saber disso um arrepio desceu por minha espinha. Dumbledore e Dippet se entreolharam, mas Horácio Slughron foi o primeiro a caminhar até mim e me cumprimentar, parecia que o resto não ligava a mínima pelo fato de eu ser trouxa.

      - Oho! – exclamou o professor de poções – Sim, eu sabia! Claro que você vai entrar pra minha coleção, uma mente brilhante como essas que conseguiu passar por todos os testes e se ingressar na escola no último ano! Você é mais do que bem vinda na Sonserina senhorita – Horácio apertava minhas mãos e exclamava elogios e mais elogios. Dumbledore e os outros dois professores vieram logo em seguida, cumprimentar e se apresentar. Tom acenou a cabeça em cumprimentou e em silêncio se colocou em um canto.

      Logo veio os outros monitores-chefes se apresentarem. Bartolomeu Crouch. Amadeu Diggory e Minerva McGonagall.

      - Sonserina... – murmurou ela – Eu te achei legal, mas... Me chame de Minnie, ok? – falou ela indo pra outro canto.

      - Devemos comemorar! – exclamou Slughron.

      - Sim, devemos - concordou Dumbledore – Tom? Poderia acompanhar a senhorita Tonks até sua nova casa? E lá, Horácio poderá comemorar juntamente com seus companheiros, mandarei os Elfos deixarem alguns petiscos.

      - E ainda por cima só as cobras comemoram? – bufou Minerva revirando os olhos. Ela era mesmo minha aposentada diretora? Merlin...

Tom assentiu, e descruzando os braços, saiu de seu canto indo até a porta.

      - Podem começar sem mim – anunciou Horácio segurando a porta de madeira para que ambos passássemos – Irei trocar minha gravata e já os encontro.

As nossas costas, a porta se fechou com os professores e monitores dentro, a nossa frente, Horácio sumiu após descer a gárgula. O silêncio foi frio e incômodo. Eu nunca havia ficado tão desavontade em toda minha vida. Tom me avaliou de cima a baixo, e sem dizer uma palavra se colocou a andar, e eu, infelizmente, tinha de segui-lo. 

      - Antes que eu me esqueça – disse ele sem se virar – Bem vinda a Hogwarts.


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Notas finais do capítulo

Mil e uma desculpa pela demora meus leitores :/ é meio que imperdoável isso, mas desculpe mesmo assim. Juntou muita coisa no final de ano e tive que colocar outras coisas em prioridade, mas juro solenemente me apressar com os próximos capítulos. Bom, o capitulo não tá lá essas coisas, mas vocês sabem, ele é necessário. E apesar disso espero que tenham gostado *-* Um feliz natal atrasado a vocês e se eu não postar até o ano novo, eu desejo sinceramente a cada um um feliz ano novo. Beijos s2'