Visitas Inesperadas escrita por Janus


Capítulo 2
Capítulo 2




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- Esse jantar está delicioso Joynah. - Lita estava impressionada com as capacidades culinárias daquela que seria um dia a sua filha.

A carne assada estava excepcional. Macia e muito bem temperada. Melhor que as que ela fazia.

- Obrigada – disse ela corada – mas a responsável por isso é voc... minha mãe.

- Parece que vou ser uma boa professora.

Lita pegou os pratos e foi até a cozinha para lava-los. Joynah a estava ajudando. Não falaram muita coisa sobre o futuro – ela estava evitando comentar a respeito – e Lita entendia isso. Não é bom saber muita coisa que ainda está por vir. Mas tinha uma coisa que a estava incomodando desde que cada uma foi para a sua casa, algumas horas antes.

- Joynah?

- Sim?

- Porque você ainda não reverteu a transformação?

Joynah olhou para ela e sorriu docemente.

- Eu não estou transformada. Eu sou assim. O único jeito de me “destransformar” seria trocar de roupa.

- Como??

Joynah velozmente pegou o prato que Lita deixara escorregar de suas mãos. Ela o pos no escorredor de pratos e continuou a ajudar a lavar a louça, como se nada houvesse acontecido.

- Eu... não entendo. Você nasceu assim?

Joynah a olhou mas não conseguiu encara-la nos olhos por muito tempo. Abaixou a cabeça.

- Minha mãe estava transformada em Sailor Júpiter quando fui concebida. Assim, eu nasci filha da guerreira Sailor Júpiter, não da humana Lita Kino. Não preciso de nada para me transformar. O mesmo ocorre com os filhos de... acho que já falei demais.

Ela enxugou alguns pratos antes de perceber o choque que Lita havia levado com a informação.

- Calma! Ela sorriu – sou tão normal quanto qualquer pessoa. Exceto pela cor do cabelo. E de poder destruir edifícios se me deixarem muito brava.

- Bem.. acho que posso lhe emprestar algumas roupas enquanto você estiver por aqui.

- Obrigada – disse com um largo sorriso.

Lita foi até o seu armário, pegar algumas roupas para a sua convidada. Enquanto as escolhia, continuou a conversar, e a tentar saber o máximo possível que Joynah permitiria saber.

- Se já nasceu com poderes, porque a selecionaram para ser a Sailor Terra?

- A rainha Serena, quando soube que eu já tinha poderes de guerreira, resolveu me escalar para ser a única Sailor que jamais poderia ser escolhida, e para a qual nem existe uma forma de transformação. Todas as outras filhas das guerreiras que podiam virar sailors já foram escolhidas. Ela estipulou um torneio para decidir o nível de poder delas e com isso atribuir as tarefas e responsabilidades de cada uma. Só as Sailors “seniors” não terão de participar, pois as funções destas já foram determinadas pela falecida rainha Serenity.

- Todas as outras?

- Cada planeta e lua do sistema Solar, com exceção da Terra, possui uma guerreira representante – disse ela casualmente. Desculpe, pensei que já tivesse imaginado que não poderia haver apenas uma Sailor que representasse uma Lua.

- Na verdade, nunca pensei nisso.

Lita se aproximou de Joynah – que já tinha terminado com a louça – e lhe entregou as roupas.

- Acho que vai lhe servir – disse ela sorrindo.

- São lindas, obrigada – seus olhos brilhavam – vou experimentar agora mesmo. E seguiu para o quarto.

- Só tem uma coisa que não entendi... Onde entra Sohar neste torneio?

- Ele... é nosso treinador – disse Joynah de dentro do quarto – a rainha Serena pediu para que ele treinasse as novas Sailors que já tinham experiência e que já tinham algumas funções. Eu, Serena e Anne somos essas. Serena é quem está na ativa há mais tempo, desde menininha, na verdade. Eu e Anne começamos há dois anos. Todos apostam que Serena vai ser a campeã do torneio e será a defensora principal de Cristal Tókio, se tornando praticamente a tenente de todas as jovens Sailors. Mas Sailor Europa e Calisto prometem ser um páreo duro.

- Europa e Calisto... São luas de Júpiter, não?

Ela pos a cabeça para fora do quarto e disse:

- São minhas irmãs... – e sorriu alegremente – você vai ter três filhas. Todas serão Sailors.

Três?!?

- A mais nova tem doze anos agora. Bom no meu tempo, pelo menos.

Lita ficou corada. E pensativa.

- Quem vai ser o seu pai?

- Agora você já esta ficando muito curiosa. Não vou lhe dar nenhuma dica sobre isso não... bom, vou te dar uma: Ele NÃO VAI TE LEMBRAR AQUELE ANTIGO NAMORADO!

- Tudo bem – mal disfarçou seu embaraço – Não preciso ter pressa, vou acabar conhecendo ele de qualquer forma, não? Mas voltando a Sohar, de onde ele veio? O salto que ele deu não pode ser feito por um humano comum.

Joynah novamente mostrou o rosto pela porta do quarto e sorriu para ela.

- Desculpe... mas acho que não posso contar sobre isso também.

Vou perguntar para Luna depois – pensou Lita.

- Esse torneio... vocês vão lutar entre si?

- Não. É proibido lutas entre guerreiras. É mais uma demonstração de habilidades físicas, atléticas e mentais de cada uma. Há ainda um teste de força e outro de responsabilidade. Mas ninguém sabe como serão. Só sabemos que é Sailor Urano quem está preparando estes testes. Quer dizer, a Sailor Urano do meu tempo.

- Então vai ser um teste muito difícil.

- Pelo que Sohar disse, esses testes são apenas para avaliarmos o que ainda precisamos desenvolver. Ninguém espera que haja alguma Sailor que passe neles. Como estou?

- Muito bonita.

O vestido longo verde, indo até os joelhos tinha lhe caído bem. Ela era do seu tamanho, e tinha o mesmo jeito de sorrir. Não fosse pela cor do cabelo, seria praticamente sua irmã gêmea. Que filha maravilhosa vou ter...

- Mesmo que eu acredite que vocês vieram do futuro, porque Michiro teria de hospedar essa criança aqui?

- Se importa de deixar Michiro responder, Haruka? – disse Sohar olhando friamente para ela.

- Não sei quem é você. Só sei que temos mais a fazer do que bancar a ama-seca.

- Haruka – disse Michiro de uma forma suave, tentando acalma-la – ela pode ficar aqui sem problema nenhum. É a minha casa, e acho que eu decido sobre isso. Além disso – olhou para a jovem de cabelos brancos que tentava se manter calma – eu vou ser a mãe dela, certo?

Anne ficou com os olhos arregalados, Sohar, por sua vez, nada demonstrou.

- Não fique surpresa, Anne – disse ele – elas tem bons ouvidos. Na verdade, acho que metade da cidade ouviu quando elas repetiram quem era a sua mãe. Não interfira com o trabalho delas, não faça perguntas demais e nem forneça respostas demais. E lembre-se: Elas ainda não sabem quem são as outras Sailors.

- Pode deixar – disse Anne – E você? Onde vai ficar?

- Não se preocupe comigo...

Sohar se despediu e deixou-a só com Michiro. Haruka já tinha partido. O motivo de querer rapidamente deixar as meninas em algum lugar era para se sentir livre e falar com Luna e Artemis, que deviam estar esperando por ele. Tinha que lhes informar de algumas coisas, em especial, para não contar nada sobre ele a ninguém.

Serena – a Serena do tempo atual – abriu os olhos e viu que horas eram. Felizmente era sábado, do contrário, estaria atrasada – como sempre – para a escola. Levantou-se da cama, espreguiçando-se sonoramente e, a passos lentos, foi para o banheiro. Tinha ido dormir muito tarde, e o pior, não conseguiu descobrir nada sobre quem sua filha – sua futura filha – estaria namorando. Apenas imaginava que ele ainda não devia ter nascido.

Olhou-se no espelho e deu um grito ao perceber que tinha umas pequenas olheiras. Lavou o rosto rapidamente – praguejando pela água gelada - e, após escovar os dentes, desceu para tomar o café da manhã espumando de raiva – sua escova estava molhada, e ela já imaginava MUITO BEM QUEM a teria usado.

- Bom dia prima – disse a Rini adulta assim que ela chegou na sala de jantar. Seus pais já estavam lá, bem como a pequena Rini, tomando o café da manhã – bolinhos – seus pais aparentemente aceitaram bem que ela tinha uma outra prima mais velha, que seria irmã da Rini pequena – que já estavam chamando de pequena Rini – talvez em decorrência da hipnose que sofreram quando Rini tinha aparecido da primeira vez.

Bem, ela não estava preocupada com isso no momento, queria tirar satisfação por ela ter usado sua escova de dentes. Chegou perto de Rini, abriu a boca para dar uma bronca homérica, quando sua mãe disse:

- Há sim Serena, sua escova de dentes estava suja e eu a lavei esta manhã. Não pense que sua prima a usou não.

- E porque eu acharia que ela tinha feito isso? – começou a rir sem jeito.

Sentou-se ao lado de sua “prima” mais velha e começou a se servir.

- Bolinhos, nham nham!

Comeu um e o achou delicioso.

- Mamãe! Esses bolinhos estão ótimos. A senhora nunca fez bolinhos tão gostosos assim.

- Obrigada Serena, mas esses foram feitos pela sua prima.

- O queeeeee??? – olhou para Rini que não conseguia disfarçar uma pequena risada.

- Acho que seria uma boa idéia você aproveitar que ela esta aqui – disse seu pai – pode ajudar muito em lhe ensinar a cozinhar melhor.

Eu não acredito - Pensou enquanto abaixava a cabeça e ficava vermelha como um pimentão.

- Esta muito gostoso mesmo – disse a pequena Rini – quando eu crescer, aposto que vou fazer igualzinho.

- Claro que vai, “maninha”.

- Convencida – disse Serena olhando de lado para a menina que olhou de volta para ela, piscou o olho e mostrou a língua.

- Querida – disse sua mãe – eu gostaria que me desse a receita destes bolinhos. Estão realmente ótimos. Acho que vai ser uma grande cozinheira.

- Obrigada – disse Rini sorrindo alegremente – mas a receita é da minha mãe. Ela quem me ensinou a cozinhar.

- Foi mesmo? – perguntou Serena espantada – e onde ela aprendeu?

- Acho que eu não preciso falar – sorriu de um jeito meio sapeca para ela – afinal sinto que você vai descobrir isso no momento certo, não é? – piscou o olho para ela.

Serena começou a ranger os dentes a resmungar de novo.

- Bem, eu tenho de trabalhar, adeus querida, eu te vejo mais tarde.

Seu pai beijou sua mãe e saiu. Logo, terminaram o café da manhã e Rini – a mais velha – ajudou – sob os olhos atônitos de Serena – sua “tia” a arrumar a mesa, e a lavar a louça. Depois as três saíram para se encontrar com as outras.

- Rini – começou Serena enquanto andavam - quando você era mais nova detestava arrumar a casa, que mudança é essa?

- Há... fiz só para te chatear...

- Eu gostei – disse a pequena Rini.

- Claro que gostou – a Rini mais velha a pegou nos braços e a lançou para cima – a idéia vai ser sua um dia.

Ela a agarrou na volta e deu um abraço em sua versão mais nova. Mas então, sua alegria virou repentinamente preocupação. Pos a pequena Rini no chão e continuou a andar, no mais absoluto silêncio.

- O que foi? – perguntou Serena.

- É que... eu não tenho lembranças de nada disso que está acontecendo – olhou para sua versão mais nova que andava alegremente ao lado de ambas – se esta é a minha versão mais nova, porque não consigo me lembrar de que vi três Sailors do futuro quando era criança?

- Não consegue? – Serena parou de andar.

- Não. Não consigo. É como se isso nunca tivesse acontecido.

- Bom, eu não sei. Vamos falar com as outras e ver se Amy tem alguma idéia.

Encontraram Lita e Joynah no caminho, e Serena viu como elas eram realmente parecidas, especialmente agora que Joynah estava usando uma das roupas de Lita. Olhou para a Rini mais velha e percebeu – finalmente – que ela também era muito parecida consigo mesma, não havia como negar.

- Olá “Serenas” – disse Lita sorrindo – Mina me ligou e pediu para nos encontrarmos no parque. Mas ela não sabe como vamos fazer para achar a Anne.

- Ela achará a gente – disse Joynah – não se preocupe.

- E como ela vai fazer isso? – perguntou Serena – Ela tem um tipo de radar por acaso?

- Bem – respondeu Rini – para falar a verdade... sim.

- Sério mesmo?

- Você vai ver.

Não andaram nem por cinco minutos quando Anne – usando uma calça justa e um top um pouquinho abusado surgiu na frente delas. Serena gritou de susto quando ela apareceu na sua frente logo após terem dobrado a esquina.

- HAAAA! Você não toca a buzina não?

- Você deveria estar sempre alerta a tudo – disse ela com um ar meio que de reprovação – a rainha Serena sempre está preparada para qualquer coisa.

- Ela vai aprender, não a apresse – disse Rini rindo descaradamente.

- Teve problemas? – Perguntou Joynah – Afinal, se.. – hesitou ao perceber que quase tinha dito o nome de Haruka – a Sailor Urano desta época tiver a metade da personalidade da nossa, ela deve ter te deixado ao relento.

- O que a Sailor Urano tem a ver com isso? Ela não é filha da Sailor Netuno?

- Não seja tão curiosa, Serena – disse Rini em tom de desaprovação – além disso, tenho certeza de que já imagina quem elas sejam, mas não é por isso que vamos te dar dicas assim de mão beijada.

- Olha como fala comigo menina, eu vou ser sua mãe! Mais respeito comigo!

- Quer que eu te chame de mamãe, ou de senhora minha mãe?

- Também não precisa tanto – disse encabulada.

- Desculpe... – olhou para ela, que estava de cabeça baixa, claramente irritada. E completou – mamãe.

- AHHHHHHH!!!

Teve vontade de agarrar a Rini pelo pescoço, mas o puxão da jovem Rini em sua saia a fez se distrair e prestar atenção nela.

- O que é que você quer?

- Eu quero colinho – disse ela com um jeito todo infantil e amável – mamãe!

- VOCÊ TAMBËM!??!?!

Ambas as Rinis desabaram a rir.

- Minha mãe é bem mais compreensiva – disse Anne ignorando a cena - me deixou ficar no quarto de hóspedes e não fez praticamente nenhuma pergunta. Só quem iria ser o meu pai.

- E o que você disse?

- A verdade.

- O QUEEE??? – disseram Rini e Joynah ao mesmo tempo.

- Sim. Apenas disse que ela já conhecia quem seria o meu pai, e que vai demorar muito para saber quem exatamente ele é.

- Há bom – disse Joynah.

- As outras estão perto daqui – disse Anne – naquela direção – apontou para o parque no final da rua.

- Como sabe? – perguntou Lita.

- Como dissemos – respondeu a Rini mais velha – ela tem um tipo de radar...

Chegaram ao parque e começaram a procurar pelas colegas. Anne, que até então andara um pouco na frente tinha parado por algum motivo. Serena de vez em quando olhava para a pequena Rini, para que não saísse por ai sozinha. Foi então que notou que Joynah e Anne estavam mais para trás, olhando para alguma coisa por detrás de uma moita. Foi até elas sorrateiramente e percebeu o que faziam.

- Que lindo que ele é! – diziam ambas, com os olhos cheios de corações.

Olhou na mesma direção que elas e ficou furiosa.

- O DARIEM É O MEU NAMORADO, SUAS TARADAS. PAREM JÁ COM ISSO!!!

- Desculpa!

- A gente não sabia.

- Serena – disse Dariem chegando por detrás dela e a pegando desprevenida – sua mãe disse que você tinha saído cedo.

- É que... eu tinha umas coisas para resolver.

- Quem são suas amigas?

- Errr – e agora? Como iria dizer para ele? – Bem, elas são... AHHHHHH!!!

As duas, Joynah e Anne já estavam uma de cada lado dele.

- Sou Anne, tenho 14 anos e nenhum compromisso.

- Sou Joynah, tenho quinze anos e nenhum compromisso também. E sei cozinhar muito bem. Você tem um irmão?

- Eu já disse que ele é meu namorado!!!!! – berrou Serena empurrando Anne para longe. Mas quando foi fazer o mesmo com Joynah, ela nem se moveu do lugar e ela é quem foi para trás.

- Eu não entendi – exclamou ela olhando atônita para Joynah.

- Não, eu não tenho irmão.

- Haaaaa - Choramingou Joynah se afastando em direção a caída Serena.

- Quer ajuda? – perguntou estendendo sua mão.

- Tá. Mas como você fez isso?

- Desculpe! – disse Joynah - as vezes eu não controlo minha força muito bem.

- Tá, tá, tá bom. Encontrem as outras que eu vou sair com o Dariem por algum tempo, explicar tudo para ele, e depois me encontro com vocês.

- Mas... – começou Anne.

- Deixe, Anne – disse Joynah – temos outras prioridades.

- É, outras prioridades e RESPONSABILIDADES – gritou, tentando fazer Serena ouvir.

Ela apenas olhou para trás e mostrou a língua.

- Ele não era tão bonito assim.

- Ele vai ser nosso rei ainda – disse Anne – além disso, você já tem namorado... ou está pensando em desmanchar?

- Claro que não! Mas foi divertido deixar a Serena nervosa – sorriu ela - Vamos até as outras. Pode acha-las?

Anne olhou ao redor por alguns momentos e sorriu.

- Sim. Já estão todas juntas, e pela forma que se movimentam, estão nos procurando.



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