Epílogo

Harry saiu da estalagem direto em um beco fechado.  Os olhos verdes captaram imediatamente o cartaz pregado na parede.  Super indesejado.  E embaixo uma foto sua destacada, com toda sua tripulação atrás.  Os marujos do Basilisco Alado.

Antes que o cartaz começasse a apitar bateu com a ponta da varinha no pergaminho e ele se desintegrou.

Sorrindo, saiu do beco e ganhou a rua de chão batido.

A porta do Pub mais adiante se abriu.  O tempo parou enquanto o sorriso morria nos lábios de Harry Potter.  De repente foi apenas ele e a loira escultural que atravessou o umbral com um embrulho nos braços.

Não era muito alta, tinha as curvas nos lugares certos.  E seios enormes.  A saia muito curta mais revelava do que escondias as coxas roliças.

Harry percebeu que se não fechasse a boca ia começar a salivar.

A garota notou sua presença.  Por um segundo pareceu que ela ia cuspir fogo pela boca rosada.

– POTTER SEU FILHO DA MÃE!

– Draco... não ficou tão ruim...

A loira disparou rua abaixo, os seios grandes faziam a corrida parecer meio desajeitada, ao passar por ele arremessou o embrulho pesado.

– É toda sua – e continuou correndo sem esperar pelo moreno – Aquele pulguento armou uma senhora confusão.

Um pedacinho do lençol que envolvia o objeto escorregou.  O sol bateu na lâmina que resplandeceu.  A espada de Godric Gryffindor.  Finalmente era sua!

A porta do Pub voltou a abrir e um cachorro correu como se fosse perseguido por um exército de centauros.  Era grande, do tamanho de um lobo, tinha pêlos negros e longos, macios.  Passou por Harry e latiu alto.  Também não parou, seguindo a corrida desesperada de Malfoy.

Potter franziu as sobrancelhas.

Pela terceira vez a porta do Pub se abriu.  Um, dois, três, ou melhor, dezenas de Comensais da Morte saíram gritando furiosos.  Assim que viram Harry no meio da rua bradaram as varinhas e dispararam feitiços contra ele.

Harry riu alto, dando meia volta e seguindo os passos dos dois companheiros.  Malfoy foi o primeiro a desaparatar para a segurança do Basilisco Alado que esperava em um ponto seguro longe dali.

Hermione descobrira que a única forma de quebrar o selo de Hogwarts era reunindo os artefatos dos quatro fundadores.  E tinha acabado de roubar o terceiro deles: a espada de Gryffindor.  Agora faltava apenas o Diadema de Ravenclaw.  Tão pouco...

A sua frente o cachorro desfez a forma animal e voltou à forma humana.  Sirius Black virou a cabeça agitando os cabelos negros e ondulados que chegavam aos ombros.  Exibiu o belo sorriso emoldurado pelo cavanhaque e fez um sinal de vitória para o sobrinho afilhado antes de desaparatar assim como Malfoy.

Harry aprendera muito sobre o padrinho.  Confiava nele agora.  Sirius podia ser muita coisa, mas não era traidor.  Tinha caráter.  E ambos construíram uma relação de confiança, desde que o resgatara de Azkaban há dois anos passados.

Feitiços cruzaram os céus.  Uma azaração quase acertou Potter, mas o capitão era ágil feito um felino.  Desviou fácil.

Ele sempre desviava.  Sempre escapava.

O Ministério da Magia o perseguia.  Voldemort o caçava.  Mas ninguém nunca conseguia pegar Harry Potter, o Menino Que Viveu.

Talvez nunca conseguissem.

Enquanto caçava as peças que faltavam para desvendar, finalmente, seu passado ia criando nome, fazendo fama.  Todos no Mundo Bruxo já tinham ouvido falar do Basilisco Alado e dos feitios de sua tripulação.

Harry Potter estava criando história.  Desenhando uma nova lenda.

Com um último apertão na espada em seus braços, Harry desaparatou.

Fim