Desentendimentos

Draco PDV

 Comecei a ouvir alguém murmurando algo contra meu corpo, acho que era a voz do meu padrinho Snape, meu corpo todo ardia, pegava fogo. Mas eu estava começando a recobrar os sentidos, a visão estava se formando novamente. Ouvi meu padrinho repreender o Testa Rachada, mas isso não seria o suficiente para mim. Eu havia sido humilhado, logo eu um comensal da morte perder em um duelo para o Potter. Se alguém ficasse sabendo disso, com toda a certeza eu seria castigado, se Lucio não estivesse preso em Askaban ele seria o primeiro a me torturar.

  Snape ainda murmurava contra feitiços para mim. Por fim Snape me ajudou a ficar em pé.

- Você precisa ir para a ala hospitalar. Talvez fiquem muitas cicatrizes, mas, se tomar datamno imediatamente, talvez possamos evitar ate isso... Venha...

  Me amparou pelo banheiro, virando-se a porta para dizer com a voz gelada de fúria:

- E você Sr. Potter... Você espere por mim aqui.

  Vi de relance o Potter erguer-se lentamente, trêmulo, e olhou para o chão molhado. Havia manchas de meu sangue boiando como flores carmim a superfície. Murta- Que- Geme estava chorando e soluçando, acho que pelo susto.

- Não tive intenção – ouvi Potter dizer, sua voz ecoou pelo espaço frio e molhado. – Eu não sabia qual era o efeito daquele feitiço.

  Mas Snape pareceu não ouvir, não deu importância para aquele comentário.

- Aparentemente eu o subestimei, Potter. Quem teria pensado que você conhecia magia das trevas? Me espere aqui! E nem pense em sair.

  Snape terminando de falar isso ao Potter se virou comigo para a porta e fomos em direção a ala hospitalar.

  Mas algo que o meu padrinho disse ao Potter me chamou a atenção. Será que eu havia escutado direito?  O Potter sabia magia das trevas? Mas como? Ele não era o garoto bonzinho, ao qual todos amavam? Eu tinha que entender essa história direito...

Hermione PDV

  Vi Harry chegando atrasado para o jantar, mas já sabia o motivo, na realidade já sabia de toda a história. As fofocas sempre andam muito rápidas. A Murta- Que- Geme já havia espalhado para todos os banheiros. E depois a Pansy Parkinson havia ido ate a ala hospitalar para ver o Malfoy, não perdeu tempo e saiu difamando o Harry por toda a escola. Não que o Harry não merecesse, sei que ele é meu amigo, mas o que ele fez foi muito errado. E meu coração se apertava a cada momento mais pensando naquela Doninha Quicante e em como ele estava. Eu precisava vê-lo. E nisso meu coração me machucava mais ainda quando via a Parkinson contando que o visitara e tudo o mais. Não posso negar que senti inveja dela. Que ele fez algo que eu nunca poderei fazer publicamente, visitar o Malfoy, ficar lá com ele vendo ele se recuperar ver se ele precisa de algo. Amparando ele ate sua recuperação. Mas essa é a vida, essa é a minha vida. Nunca poderemos estar juntos de verdade. Só em nossos encontros rápidos e perigosos, desafiando a sorte.

  Na sala comunal era só o assunto que se falava. E Harry e Rony pensavam apenas no jogo de Quadribol que Harry perderia por estar em detenção. Aquilo estava acabando comigo.

- Não vou dizer “Eu bem que disse”. – lembrei a Harry.

- Não encarna Hermione. – retrucou Rony com raiva.

- Eu disse que tinha alguma coisa errada co aquele Príncipe – comentei, não conseguia me conter. – E tinha razão, não é?

- Não, acho que não – teimou Harry.

  Sei que ele não estava se sentindo bem, principalmente por causa das caras dos jogadores da Grifinória quando ele contou que não poderia jogar.

- Harry, - recomecei, não podia acreditar no que eu ouvia ele quase matou o Malfoy. Por mais que o Malfoy fosse quem fosse, ele não tinha o direito, e matar não é a solução. – como você ainda pode defender aquele livro quando o feitiço...

- Quer parar de falar naquele livro? – retrucou Harry. – O Príncipe apenas copiou o feitiço! Não é o mesmo que aconselhar alguém a usar! E pelo que sabemos, ele podia até estar anotando uma coisa que foi usada contra ele.

- Eu não acredito! – exclamei – você está mesmo defendendo...

- Não estou defendendo o que fiz! – protestou Harry imediatamente – Gostaria de não ter feito, e não só porque recebi uma tonelada de detenções. Você sabe que eu não teria usado um feitiço daqueles, nem mesmo contra o Malfoy, mas você não pode culpar o Príncipe por isso, ele não escreveu “Experimente este, é realmente bom...” eram anotações pessoais não é? Não era para ninguém mais...

- você esta me dizendo que você vai voltar...? – perguntei, mas temendo a resposta. Meu coração não agüentaria mais por muito tempo.

- para apanhar o livro? Vou – Harry disse com energia. – Escuta aqui, sem o Príncipe eu jamais teria ganhado a Felix Felicis. Jamais saberia como salvar o Rony do envenenamento, jamais...

- ...conquistaria a reputação de gênio em poções que não merece. – conclui maldosamente, mas eu não estava agüentando mais aquilo, eu realmente estava muito desapontada com o Harry.

- Dá um tempo Hermione! – gritou Gina, Harry parecia admirado com aquilo. Mas eu não. Isso só me quebrava mais por dentro. Será que eu era a única com juízo aqui? – Pelo jeito, Malfoy estava tentando usar uma maldição imperdoável, você deveria ficar feliz que Harry tivesse um trunfo na manga!

- Bem, é claro que eu estou contente que Harry não tenha sido amaldiçoado! – respondi, estava muito ofendida, ela achava o que? Que eu queria ver meu melhor amigo morto? – Mas você não pode dizer que aquele Sectumsempra é um trunfo, Gina olhe só a confusão em que se meteu o Harry! E eu imaginaria, vendo as conseqüências para suas chances no jogo...

- Ah, não começa a agir como se entendesse de Quadribol – respondeu-me Gina com aspereza – você só vai se complicar.

- É tem razão, não sei nada sobre jogo, mas sei sobre a vida! E se Harry prestasse atenção as aulas dos Snape saberia sobre o bezoário, para salvar Rony. E o que fez contra o Malfoy está errado!

- vai defender o Malfoy agora? Ia preferir ver o Harry na enfermaria? – contra atacou Gina maldosamente. Fiquei pensando nas conseqüências de minha resposta e respondi por fim algo que seria imparcial.

- Não, não vou defender o Malfoy. ,mas se Harry tivesse me escutado e não ido atrás do Malfoy talvez nada disso tivesse acontecido.

  Não esperei por uma resposta, apenas me levantei e sai da sala comunal e fui em direção a minha cama. Precisava colocar as idéias em ordem. Onde eu queria chegar brigando com os meus amigos por causa do Malfoy? Bem, o Harry realmente estava errado, eu sabia que aquele livro não era nada bom... ai ai ai... o que eu faço... não conseguia dormir, minha mente trabalhava a mil por hora sem me dar pausa. Eu precisava vê-lo, ver o Malfoy saber como estava...