- Mari já deveria ter chegado... - Suspira, olhando pela milésima vez que horas eram. Colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, observando o irmão mais novo da amiga. – Não acha melhor ir pra casa não? Se não me engano você teve uma luta e deve estar cansado... – Nota o olhar furioso do mais novo e suspira novamente. – Teimoso. Vai acabar pegando um resfriado. – Observa o garoto tremendo um pouco, já que a noite estava fria.

- Dane-se. – Simplesmente vira a cara, encarando alguma formiga.

- Quer ficar debilitado? – Pega uma flor e fica tirando as pétalas.

- Dane-se. – Pega um graveto e começa á riscar a terra, riscos sem sentido.

- Só sabe falar isso? – Suspira, prevendo uma bela discussão.

- Dane-se. – Se levanta das escadas do templo e fica chutando algumas pedras.

- Você não tem jeito... – Se levanta, acompanhando o garoto.

- Dane-se. – Chega perto de um lago que tinha perto do templo e fica fitando os peixes.

- Você tem que parar de me procurar quando está precisando de ajuda... Tinha que fazer novas amizades... – Espera por alguma resposta do garoto. – Já sei, “Dane-se.” – Suspira talvez pela milésima vez naquela noite.

- Eles são meus amigos. – Aponta para os peixes. – Eles não me criticam. Eles... Não possuem preconceito. – Coloca as mãos dentro da água.

- Mas eles têm medo de você. – Observa os peixes fugindo de perto do azulado. – Quer ter esse tipo de amizade? – Se abaixa e coloca uma das mãos no ombro do mais novo. – E eu tinha visto você com umas garotas... O quê elas são para você? Não são suas amigas? – Pergunta, sorrindo.

- Elas devem querer apenas diversão. – Abaixa o olhar para o lago, colocando as mãos novamente dentro da água. – Lembra-se daquele acidente? – Recebe um sim da garota. – Não foi culpa minha... Eu não me envolvi... Eu juro...

- Não precisa jurar você já se confessou para Agnésia... – Dá um sorriso, observando os peixes voltarem.

- Amigos sempre voltam. – Se senta, observando os peixes se aproximando de suas mãos.

- Isso mesmo, amigos de verdade sempre voltam. – A sacerdotisa sorri e fica á observar o céu em seus próprios devaneios. Quando dá por si, vê o garoto dormindo sentado, quase caindo no lago. – Aiai Agnésia... Me dê forças para aguentar esses irmãos complicados...

                                               ***

            Ah... O famoso torneio da Infinity... Cheio de pancadaria e xingamentos... O meu favorito! Estou tão feliz quanto patricinha em liquidação da Carmen Stefans! Que arma eu uso... Hm... Acho que vou usar a espada mesmo, ainda estou aprendendo á usar uma lança... E como sempre o Lass tenta me pegar desprevenida... Coitado... Ainda falta muito para ser um ninja...

- Te peguei. – Falo, tacando um sapato bem na cara dele. Desce de cima do meu guarda-roupa após a sapatada no nariz, xingando até o último fio de cabelo que eu tenho.

- Precisava me dar uma sapatada? – Pergunta, erguendo uma plataforma vermelha com alguns lacinhos. – E desde quando você usa essa arma letal? – Taca a plataforma longe.

- Não uso, escondo da Amy pra ela não me forçar á usar. – Termino de afivelar umas correias da minha armadura vermelha. Não era lá essas coisas, mas era leve, protegia e me dava uma agilidade muito boa. – E essa roupa aí? Vai se tornar árabe agora é? – Só não rolei de rir porque ia arranhar minha armadura. Juro que o Lass estava a cara daqueles árabes!

- Isso aqui é um traje de ninja. – Fala, sacando duas faquinhas tortas... Como eram os nomes delas mesmo... Ah! Adagas!

- Bela fantasia... Vamos logo que eu quero descansar pelo menos um pouco antes dos torneios. – Falo, puxando o nosso querido ninja FAIL pelo pulso. Logo chegamos ao local do torneio: várias barraquinhas de comida e bebida, uma área com mata fechada, arena para arco e flecha, uma pista para corrida de cavalos, pequenas cabanas com os estandartes de cada pessoa que havia se inscrito e o inesquecível cheiro de CC no ar... COMO EU VIVI SEM ISSO?!

- Eu vou ficar na cabana 13 do conjunto A... – Vou explicar como funciona essa joça. Cada conjunto de cabanas tem como nome uma letra. Ao todo... São... Acho que 5 conjuntos. E cada conjunto tem 14 cabanas. Em cada cabana ficam um participante e algum badeco pra ajudar. É bem simples!

- E eu na 13 do setor E... – Ô DESGRAÇA! MUITO CHÃO PRA ANDAR!

- Nos vemos no torneio, Elesis! – O filho da mãe grita, entrando na cabana, que curiosamente estava bem perto. Ando basicamente KILÔMETROS para chegar na minha cabana. Quando finalmente chego vejo que a cabana ao lado da minha tem o estandarte de um aluno que quase nunca aparece lá na Infinity, porque vive em missões complicadas. Nós dois já nos enfrentamos mano á mana, e ele é bem forte. Da última vez, eu perdi, mas dessa vez vou vencer... E vou ter um público grandioso para ver a minha vitória...