The Best Is Not Wedding escrita por cocaineandblood


Capítulo 5
You never really can fix a heart


Notas iniciais do capítulo

ficou faltando 1 pedaço meninas.



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Lavei a boca pra tirar o gosto de vômito da boca e aproveitei pra lavar também o rosto, pra tirar toda aquela culpa que ardia em minha pele toda vez que eu vomitava, saí do banheiro e Pedro estava deitado na cama com o controle na mão zapeando os canais da TV, deitei ao seu lado e ele me olhou sorrindo e apoiando a cabeça na mão que foi apoiada pelo cotovelo:

  -Quer conversar?-Pedro disse- Tipo, nos próximos 12 meses seremos "casados", acho que deveria saber um pouco mais sobre você não é?

-Por onde começar?- Eu perguntei e ele riu.

-Que tal do começo?

-Tá, vou tentar- Eu disse- Olha, meu pai e minha mãe fizeram sexo,ai minha mãe estava no período fértil e...- Fui interrompida pela gargalhada dele, teve que rir junto-Ok,ok, vamos parar com as gracinhas, meu nome é Mariana Carvalho Andr..

-Lanza!- ele me interrompeu

-Lanza- Eu corrigi e olhei pra ele- Tenho recém feito 17 anos de idade e a última coisa que eu queria fazer era casar. Nada contra ti, mas sabe como é, eu só sei o teu nome- Eu disse e ele deu uma risadinha gostosa- E você?

-Bom, meu nome É Pedro Gabriel Lanza Reis e tenho 19 anos, sou vocalista e baixista de uma banda chamada Restart e eu chorei quando fiz a minha tatuagem- Ele disse e foi a minha vez de rir- Que foi? para de rir tá? doeu- Ele fez bico e passou a mão pela tatuagem- E você já começou a fazer faculdade?

-Não, eu terminei o ensino médio e fui para os estados Unidos estudar em Utah, academia de dança

-Você dança?- Ele me pareceu surpreso

-Ballet clássico, inclusive hoje eu estaria fazendo a apresentação mais importante da minha vida- Eu abaixei a cabeça e ele a levantou com a mão, me olhando com dó

-Perdão- Ele me disse baixinho

-Tudo bem, você não tem culpa de nada, aliás nenhum de nós dois temos não é mesmo?- Eu disse e ele balançou a cabeça dizendo que sim.

-Mari...posso te chamar assim né?- Ele perguntou e eu afirmei- Posso te fazer uma pergunta meio intima?

-Claro.

-Você..erm..tinha algum namorado quando se casou comigo?

-Tinha, uma namorada- Eu disse e ele arregalou os olhos, eu ri.- É brincadeira otário, o último namorado que eu tive terminou comigo antes de eu ir pra Utah- Eu respondi e ele fez "ah" com a boca.- E você?- Eu perguntei e ele abaixou a cabeça, como se lamentasse por alguma coisa

-Ela se matou quando descobriu que ia me casar- Ele disse- Quer ver como ela era linda?

-Lógico!- Eu respondi e ele levantou pegando uma caixa e sentando na cama logo em seguida, ele tirou de lá umafotoonde tinha eles dois juntos.- Ela era realmente linda!- Eu disse e ele limpou uma lágrima com as costas da mão, senti vontade de abraçá-lo

-Pedro- eu o chamei e ele me olhou- ah...esquece!- Eu voltei a ver as coisas da caixa

-Não Mari..fala vai

-Esquece, foi besteira minha

-Fala vai- Ele insistiu

-Tudo bem...é que... eu posso te abraçar?- Eu disse e corei, ele sorriu me puxou envolvendo-me com seus braços que apesar de magros eram reconfortantes, ele tinha um cheiro de almíscar e loção masculina pós-barba, eu amava. Me soltei dele e sorri, ele sorriu junto. Ficamos um temos calados até ele quebra-lo:

-Posso te fazer OUTRA pergunta íntima?

-Pode.

-Quando foi a primeira vez que você se cortou?- Ele perguntou e aquela lembrança veio como uma bomba pro meu peito.

-Quando cheguei em Utah. As meninas de lá me ensinaram, todas faziam isso,me ajuda de certa forma, eu sei que é tudo ilusão mas... é um prazer momentâneo que eu adoro sentir. Foi em Utah também que eu aprendi a usar drogas, mas diferente das meninas, eu não me viciei.- Eu terminei e ele me olhou com surpresa, ficamos um tempo nos encarando, talvez segundos, talvez minutos, ele tinha uma pele branca e lisa parecendo de bebê seus olhos quase verdes eram cheios de expressão, como se um turbilhão de emoções passasse por ele de uma só vez, toda vez que ele piscava, sua boca era pequena e vermelha, seu cabelo era preto e liso, com alguns fios caindo sobre a testa em uma pseudo-franja, ele era realmente lindo. O celular dele tocou e ele piscou duas vezes como se voltasse pro mundo real e atendeu:

-Alô?, tudo bem mano, trás a Sun ela vai amar a Mari. Aham, ok,até.- Ele disse e desligou e me olhou- Tem um dude da banda vindo ai, você se importa? ele vai trazer a prima dele

-Como assim Pedro, a casa também a sua, vai ser ótimo eles virem, to precisando me distrair- eu disse e sorri abertamente. Mas o verdadeiro motivo de eu querer que eles venham é só porque eu estou me sentindo só, é como se um oco estivesse dentro de mim, mesmo com Pedro sendo fofo comigo.

Fui me arrumar pra recebê-los, como será que deve ser esse amigo de Pedro? será que ele era legal?

Vesti uma roupa bem simples, tava em casa mesmo, coloquei algumas pulseias e passei um pouco de maquiagem nos meus cortes, não queria assustar ninguém logo de cara. A campainha tocou e eu continuei no quarto, Pedro apareceu algum tempo depois me chamando:

-Mari- ele me chamou- eles já estão ai, desce tá bom?

-Tudo bem, já estou descendo- Sorri pra ele e esperei ele sair pra me encarar no espelho, estava precisando emagrecer. Suspirei e resolvi descer. Cheguei na sala e tinha um menino alto na sala de mãos dadas com uma menininha pequena que aparentava ter uns 3 anos, Pedro me viu e anunciou:

-Mari, que bom que você desceu logo- Ele disse e o menino se virou para me olhar, meu coração gelou, pedrificou e meu estômago saiu do lugar dando reviravoltas.

-PEDRO LUCAS? o que...mas...- Eu tentei falar mas simplesmente não havia palavras, sorri e corri pra abraçá-lo. Ele retribuiu da mesma forma me apertando mais forte contra ele. Apesar e toda dor que ele me causou eu sentia falta desse otário

-Menina, quem diria, quantos anos já fazem? 1,2?

-2 anos, você acabou com a minha vida uma semana antes de eu ir pra Utah, se eu não me engano eu peguei você com aquela vadia no dia que eu recebi a carta de admissão- Eu gargalhei debochadamente -e ele corou sem graça- Sabia que eu aprendi a me cortar por sua causa? nossa, você não tem noção, até droga eu usei, você realmente acabou com minha vida Pedro Lucas.- Eu falei normalmente e ele abaixou a cabeça.

-Me desculpe- Ele levantou a cabeça pra me encarar.- Não foi realmente minha intenção, eu realmente te amava aquela época e..

-Shiu- eu o interrompi- já passou, eu já te esqueci e você não lembra mais de mim, vamos esquecer esse passado e vivei o presente. Amigos?- Eu estendi minha mão e ele apertou sorrindo.

-Sabe, eu sempre amei a sua sinceridade- Ele disse e passou o braço pelos meus ombros. Como vai?

-Normal, o mesmo de sempre.

-Ah, eu já ia esquecendo. Mari essa a Sunnie minha prima.- Ele apontou pra menininha- Fala oi pra tia Mari Sun

-Oi tia Mari.

-Oi amor, você é linda sabia?- Eu disse e ela se escondeu atrás da perda de Pedro Lucas.

Passamos a tarde conversando e brincando com Sun, contamos a história do nosso "amor" pra Pedro e ele achou graça daquilo tudo, por um momento, aquele momento, eu tinha esquecido dos meus problemas. Eu era normal, sem nenhum tipo de doença. Senti saudades de ser assim.



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