POV's Pedro

             Acordei lá pelas duas da tarde e Mariana dormia tranquilamente ao meu lado, eu conseguia ver as suas cicatrizes e devo dizer que eram bem...feias. Passei meu dedo indicador de leve pelo braço dela e senti meu peito apertar, doía em mim ver aquilo, eu lidava com isso ás vezes e podia dizer que doía ver minhas fãs com cortes (n/a 1 vez o Pedrinho me olhou com dó quando viu meu pulso),por mais que eu não conhecesse aquela pequena que estava ali, sabia que nos próximos meses eu teria que protegê-la, agora ela era minha responsabilidade.

 Levantei e fui tomar um banho pra relaxar, eu fechava os olhos e a cada piscada eu via Giovanna em minha mente, a gargalhada dela, o sorriso tímido e as bochechas coradas, senti meu peito apertar pela última lembrança que eu vi dela. Ela morta.

 Past Day.

    Acordei de manhã com batidas frenéticas na porta que merda ninguém pode dormir mais nessa porra de hotel. Me rastejei até a porta e abri, Thomas estava lá com os olhos arregalados com cara de “fodeu mano”

     -Qual foi Thomas?

     -Mano, olha isso – Ele disse me mostrando o Iphone em uma página da Ego onde a matéria era seguinte

                 “Acabou o amor?”   

“Pe Lanza(19), baixista e vocalista da Restart, após assumir namoro com a  atriz Giovanna Lancellotti (18) irá se casar em duas semanas em São Paulo com a filha do ex empresário Paulo Marques de Carvalho, Mariana Andrade Carvalho (17). O que será que aconteceu? Não sabemos, mas desejamos felicidades ao novo casal Pedro e Mariana.”

        Quem foi o filho da puta que divulgou isso? Argh! Bati a porta com força na cara de Thomas e corri pra tomar banho, Giovanna iria me ouvir, eu diria a ela que era apenas um ano, que era pra ela me esperar. Saí do hotel correndo em direção ao apartamento dela e subi sem precisar do consentimento do porteiro, apertei a campainha uma, duas, três...cinco vezes e nada de Giovanna, tomei impulso de longe e bati meu corpo contra a porta que se abriu me revelando uma cena perturbadora. Tinha uma cadeira perto do lustre e uma corda, com Giovanna lá, gritei por socorro, em vão, sua pele estava roxa , sua língua inchada pra fora e seus olhos revirados. Me joguei no chão chorando e só o que eu consegui ver foi  o vizinho chegar e gritar, ele me ajudou a sentar no sofá e em poucos minutos havia policias e alguns médicos legistas levavam o corpo da minha menina embora.

        O velório foi perturbador, o caixão era fechado, todo mundo chorava, algumas amigas de Giovanna estavam no hospital e só o que me restou foi ficar perto do caixão cantando a música preferida dela, o cortejo do corpo até a sepultura foi um silêncio, minha mãe abraçada a mim de óculos, eu visivelmente perturbado repetia pra mim mesmo “Eu te amo Gi, eu te amo”. O corpo dela foi colocado na sepultura e quando todos foram embora eu me aproximei do túmulo e joguei um lírio branco sussurrando “I miss u”, na mesma hora um vento gélido cortou minha pele, trazendo com ele o perfume dele, chorei de novo e me joguei no túmulo batendo nele com força

         -Porque Gi, porque? Eu te amo tanto- Eu gritei, como se ela fosse me responder.

Flashback OFF