Debaixo Daquelas Roupas... escrita por Cari-chan


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da leitura. ♥



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Kurenai.

O som da chuva era enternecedor. Estar no meio dos lençóis de seda, senti-los deslizar pelo corpo, o perfume a terra molhada. Quando o alvorecer chega-se, iria para a varanda e veria as gotas de orvalho beijar as camélias que Asuma me oferecera.

Os beijos de Asuma eram como gotas de chuva.

Contínuos e fogazes, frios e quentes, desesperantes e calmos.

Quando ouvi um bater sobre as portas de vidro da varanda, surpreendi-me ao ver a cabeça de Asuma, o seu rosto moreno e largo onde escorria pequenos pingos. Quando segurava a sua face por entre as mãos, adorava sentir a sua barba muito bem aparada. Não percebia como muitas mulheres queixavam-se desse aspecto porque sempre a achei suave e macia.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, está tudo bem. – desviou o olhar. – Acabei de chegar de uma missão, estava alguma chuva, e como a minha casa é pouco mais longe…

- Podias dizer logo que querias passar a noite comigo.

Sorri, porque sabia que esta afirmação atrairia o embaraço e um rosto corado.

- Kurenai! Sabes que não é nada disso…

Levantei-me sem perder o sorriso que carregava com a maior das levezas. Puxei-o para dentro e reparei como a sua mão estava fria. De repente, envolveu-me nos seus braços e o paraíso tinha chegado. Beijou-me como a maior das levezas. O beijo que significava a saudade arrumada num canto do peito para depois ser apagada. Num momento beijava-me com a doçura das flores, no outro, com a loucura dos amantes.

O mundo prendia a nossa respiração e ficávamos ambos em suspenso, o universo que só nós compreendemos, que só nós conhecíamos.

- Tive saudades nossas.

Nunca ouvi nenhum homem referir-se a saudades duplamente. Asuma sabia o que era amar, e se eu sabia o que era o amor, só lhe podia dever a ele, porque ele sabia que para se amar e ser amado, tudo, até os momentos mais dolorosos, tinham de ser compartilhados a dois.

- O que é que achas que é mais importante? Amar ou ser amado?

- O que é mais importante para um pássaro? A asa esquerda ou a direita?

Por estas e outras razões que me faziam amar cada vez mais este homem.

- Acho melhor tirar-te estas roupas…

O seu rosto encheu-se de desejo, os seus olhos de volúpia, o sorriso de ternura.

Não havia nada mais gratificante do que tê-lo por entre a minha cama, amanhecer com o seu cheiro, sentir o calor do seu corpo a meu lado, a plena certeza que nada nem ninguém poderiam fazer-me mal.

- Kurenai… - colocou-se em cima do meu corpo. – Nunca te esqueças o quanto te amo. Aconteça o que acontecer.

- Não me esquecerei enquanto tiver o teu coração por entre as minhas mãos.

O desejo que anteriormente tinha-se avolumado preenchia-me os sentidos. Pensamentos lascivos faziam-me ofegar de ansiedade, rendendo-me ao puro deleite que era tê-lo dentro de mim. Suspiros selvagens de êxtase que se propagavam naquela noite, nunca iguais às outras, porque eu descobria nele tanto de mim, uma parte que desconhecia, aquela que só ele podia mostrar-me.

Nunca precisamos de longas noites de amor de conhecimento dos nossos corpos, porque conhecíamo-nos com um olhar, um simples roçar de pele, um beijo que empelava os mais sensuais desejos. O desejo e o amor que crescia sem razão ou permissão.

Beijou-me, para depois deitar o seu corpo agora suado, sobre o meu.

Como a voz que está amarrada ao silêncio,

Estaria amarrada a este sentimento até ao dia em que seria preciso dizer….

“Se eu achar que o nosso amor está a acabar, prometo lembrar dos motivos que me fizeram te amar um dia”.

*

- Mamãe. Oh mamãe!

- Ah, desculpa filho, não tinha reparado que estavas aí.

As pernas ainda rechonchudas da tenra idade, os seus olhos faiscados de vermelho como os meus, conseguindo serem ternos e algumas vezes furiosos, o seu cabelo rebelde era preto como o dele e tinha a mesma macieza. O sorriso sentia-me gratificada, era o de Asuma, e muitas vezes, podia matar a saudade que já não podia fazer através dos beijos.

- Porque é que estás agarrada a essas roupas?

- Isto? – atrapalhei-me um pouco por ter sido apanhada em flagrante. – São recordações.

- São as roupas do papai?

Espantava-me cada vez mais o sentido apurado e a inteligência desta criança.

- Sim, querido, são as roupas do papai.

- Hum. – começou a brincar com o pé no chão. – A Hina-chan diz que quando temos saudades de alguém agarramos nas coisas que lhes pertenceram um dia. - os seus olhos redondos tinham as pupilas grandes repletos de ansiedade.  Posso contar-lhe um segredo?

- Claro, filho.

- Lembrasse de andar á procura da arma do pai? Bem… - baixou o rosto envergonhado. – sou eu que a tenho.

- Querido, o que é que a mamãe te disse em relação a armas? – aproximei-me dele, baixando-me, ficando da sua altura. – Não são um brinquedo! Podes magoar-te a sério. O tio Shikamaru deu-ma, para quando fosses mais crescido, pudesses usá-la.

- Eu sei, mamãe, – ele escondeu as mãos atrás das costas, notavelmente ainda mais envergonhado. – mas é tive saudades do papai.

Dei meio passo para trás. O meu filho nunca dera indícios de sentir tanta falta de um pai, Shikamaru, todos envolviam-se, e sempre pensei que ele não fosse dar por tanta falta de uma figura paternal. Pelos vistos, estava enganada e magoava-me, não puder dar o que ele precisava.

-Ahhh mas mamãe, não faz mal, eu só sinto um bocadinho às vezes, mas um dia, eu sei que vou estar com ele, e vamos fazer um monte de coisas divertidas juntos! Enquanto esse dia não chega, eu sei que ele está bem lá em cima, a olhar por mim e a cuidar de mim!

- O tio Shikamaru, o Chouji, o Naruto, sabe que pode falar com eles sempre que precisar.

- Eles são os melhores! Por falar nisso, combinei encontrar-me com eles! Até logo mamãe!

Depositei um beijo na sua testa e viu correr feliz da vida.

Sentei-me e segurei novamente nas roupas de Asuma. Ainda podia sentir-lhe o cheiro. A sua voz bem vivida na memória. Não iria chorar, o meu filho apesar de tudo, era feliz, sentiria a falta dele como eu sentia e isso só significava que o amávamos mais do que tudo.

Agarrei novamente nas peças que pertenceram a Asuma.

Sabia que por debaixo daquelas roupas, há uma história sem fim, o homem que eu escolhi, o meu território, o homem que amei e sempre amaria.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Olá a todos!
Antes de prosseguir, espero sinceramente, que vos tenha agradado a leitura.
Sei que a fanfic não está muito elaborada, e que a ideia é até simples, mas senti uma vontade escrever com este casal, que apesar de não ter tido muitas aparições no anime, era um casal que me era muito querido.
Senti-me inspirada apôs ouvir uma música de Shakira com o nome, "Underneath your clothes" á qual, quem não conhece, aconselho a ouvir e a dar uma vista de olhos pela tradução da letra ..
Agradeço com todo o meu coração a quem chegou aqui, e ficaria ainda mais feliz, a quem deixasse um comentário. ;-)
Gostava de saber se sou só eu qe sinto falta de ver estes dois juntos!
Beijinhos,
Cari.



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