Naruto - A Aposta escrita por Mirytie


Capítulo 4
Capítulo 4 - Famílias


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Sabem aquela sensação de quererem estar sozinhos com alguém mas terem outra pessoa a reboque?

Era isso que Naruto estava a sentir, naquele preciso momento.

Sasuke e Sakura estavam arranjados de maneira a ele ficar o mais longe possível de Hinata (provavelmente uma ideia de Sakura).

- Então, é assim que se resolve isto. – acabou Sakura mostrando o caderno a Naruto que não podia estar mais aborrecido.

- Sim, sim. – concordou Naruto devolvendo-lhe o caderno – Podemos ir para casa, agora? Está a ficar tarde.

Como último recurso, Naruto pensara em acompanhar Hinata a casa já que ficavam ambas na mesma direção. No entanto, a de Sakura também ficava.

Teria que depender de Sasuke nessa questão. Afinal, tinha sido ele a propor a aposta.

De alguma maneira, ele percebeu o que Naruto estava a pensar. – Sakura, não queres passar por minha casa, hoje? – perguntou Sasuke fazendo Naruto sorrir.

Como Uchiha que era, Sasuke não precisara de ficar sob custódia de ninguém depois de perder a família. Precisara apenas de um tutor e de uma empregada quando era mais pequeno.

Já que ele vivia sozinho, era muito raro a Sakura aceitar o seu convite. Aquela, não parecia ser uma exceção.

- Não, Sasuke! – exclamou Sakura um pouco irritada – Quantas vezes é que já disse não a essa pergunta?

- Não sei… - disse Sasuke, recostando-se na cadeira – Umas vinte. – Antes que ela tivesse tempo de responder, ele continuou – Ouve, eu não te vou fazer nada que não queiras. Se quiseres, podes só cozinhar para mim e ficavas até acabares de jantar.

- Queres que cozinhe para ti? – Sakura disse aquilo como se fosse um elogio.

- Porque não? – perguntou Sasuke – Já não como uma refeição caseira há algum tempo. – ele endireitou-se e olhou para ela daquela maneira que derretia as raparigas – Que dizes?

- Bem… - Sakura tentou não ficar muito corada – Acho que, se for só por hoje, posso ir.

- Está combinado, então. – disse Sasuke, levantando-se – Porque é que não vamos antes de começar a anoitecer?

Sakura anuiu com a cabeça e levantou-se também. Depois olhou para Hinata. – Tu ficas bem? Posso telefonar ao Neji, se quiseres.

- Não é preciso. – disse Naruto imediatamente – Eu vou pelo mesmo caminho. Posso acompanhá-la.

- Hmm… - Sakura hesitou um pouco mas acabou por concordar – Vemo-nos amanhã, então.

- Sim. – Hinata levantou-se rapidamente e fez uma pequena vénia – Até amanhã, Sakura-chan.

Naruto não conseguiu conter um suspiro de alívio quando finalmente ficaram sozinhos. Olhou para ela e, ao ver a face dela corada, quase sorriu.

- Desculpa por hoje, Naruto-kun. – começou ela, desviando a cara – Não sabia que a Sakura-chan ia aparecer.

- Não tens que pedir desculpa. – disse Naruto. Levantou-se e aproximou-se, sentando-se à frente dela – Queres ir para casa, agora?

- Sim, talvez seja melhor. – respondeu Hinata ainda a olhar para o outro – Se não for, o Neji onii-san pode ficar preocupado e vir-me procurar.

E nós não queremos isso, pensou Naruto.

Depois de arrumarem tudo rapidamente, saíram da escola e começaram a andar em direção à residência dos Hyuuga.

- Então… - começou Naruto, meio hesitante – Como é que vão as aulas na turma das raparigas?

- Está tudo bem. – respondeu Hinata a olhar para o chão.

- Hmm…

O silêncio instalou-se entre eles.

Só se ouviam os passos dos dois e um pássaro a piar ao longe, enquanto o sol se punha no horizonte e o céu passava de azul vivo e era inundado pelos raios cor-de-laranja do pôr-do-sol.

- Ah! – exclamou Naruto, assustando Hinata – Há aquela viagem para a semana a Suna em que vão juntar a turma dos rapazes e a turma das raparigas.

- Sim. – disse Hinata sem saber onde é que ele queria chegar ou se estava só a fazer conversa – Ouvi dizer que a governadora também vai.

- Bem, o governador de Suna anda na nossa escola. É natural que ela também visite o país dele. – lembrou Naruto – Os do ano passado também foram lá e disseram que Suna é muito diferente de Konoha.

- Sim. – concordou Hinata – Já demos alguma história de Suna na nossa turma e a Temari também tem falado um pouco da cultura deles.

Claro que sim, pensou Naruto. O que é que estava prestes a fazer? A convidá-la para ficar com ele durante a viagem?

Para quê? A aposta terminava no fim daquela semana e a viagem até Suna era na semana seguinte.

Ao ver a enorme residência dos Hyuuga ao longe, ele suspirou e olhou para ela. Lembrou-se que era suposto ficar a conhecê-la melhor por isso começou.

- O Neji é teu primo, certo? – perguntou Naruto vendo-a a anuir com a cabeça – Então porque é que o tratas por onii-san?

- Hmm…bem… - ela olhou para o céu como se estivesse à procura de uma resposta – Se tivesse que dizer alguma coisa, talvez dissesse que é por causa de não ter um irmão e o Neji onii-san é como um super irmão mais velho.

- Mas, nem sempre foi assim. – referiu Naruto – Eu lembro-me de ele ser chamado ao diretor várias vezes, há dois ou três anos atrás, por te incomodar.

- Sim. – a expressão de Hinata mudou – Nem todos os Hyuuga podem ser da família principal e o Neji onii-san nasceu na família dos… - como não conseguiu dizer o resto em voz alta, sussurrou - …empregados.

- Empregados? – perguntou Naruto, um pouco chocado com o funcionamento dos Hyuuga – Mas ele não é teu primo? Da tua família…porque é que é um empregado?

- É complicado. Recentemente, o Neji onii-san foi trazido para a casa principal mas…antes culpava-me porque éramos primos e, no entanto, ele tinha que ser o meu criado. – explicou Hinata e depois parou em frente ao grande portão de madeira da sua casa – Naruto-kun, estamos aqui.

Naruto olhou para a casa, um pouco surpreso por não ter percebido que já tinham chegado.

- Naruto-kun, da próxima, por favor, conta-me a história da tua família. – pediu Hinata fazendo uma pequena vénia – Porque eu ia sentir-me mal se fosse a única a falar.

Ele anuiu com a cabeça, disse “até amanhã” e ficou a vê-la a entrar e a fechar os portões atrás dela. Olhou para trás e suspirou.

Tinha que voltar pelo mesmo caminho para ir para a casa da governadora.

Encolheu os ombros e decidiu que tinha valido a pena.

Podia ter sido pouco, mas já sabia mais alguma coisa sobre a vida e a família da Hinata. Talvez se partilhasse alguma coisa sobre a sua vida ela lhe contasse mais sobre a dela.

Mas o que é que havia de contar?

Não sabia muito sobre os seus pais e a única que tinha deles estava na posse da governadora até ele fazer dezoito anos.

Depois lembrou-se da aposta e perguntou-se porque é que estava a fazer aquilo tudo…

…devia estar a fazê-la sentir-se mal.

….

- Cheguei! – informou Naruto mesmo sabendo que ninguém ia responder.

A governadora só chegava quando ele já estava a dormir e estava a dormir quando ele saía para ir para a escola.

Para sua surpresa, no entanto, estava alguém em casa.

- Ah! Shizune-san! – exclamou Naruto quando a mulher saiu da cozinha – Não sabia que estava cá.

A Shizune era a secretária direta da governadora, apesar de ser tratada como uma empregada, na maior parte do tempo. Ela vinha, de vez em quando, ver se a casa estava arrumada e deixar-lhe uma refeição quente e caseira.

- Bem-vindo de volta, Naruto-kun. – cumprimentou Shizune movendo-se agilmente, enquanto arrumava e limpava o pó das prateleiras cheias de livros – A Tsunade-sama vai ter uma reunião até muito tarde por isso pediu-me para te dizer para não esperares por ela acordado.

Era sempre assim. Naruto não sabia porque é que ela dava-se ao trabalho de continuar a avisar.

- Shizune-san. – começou Naruto aproveitando o momento – Por acaso não sabe onde é que a Tsunade-sama guarda os meus pertences, pois não?

- Naruto-kun, sabes que eu não tenho autorização para te dizer isso. – lembrou Shizune – Se queres saber alguma coisa tens que perguntar à Tsunade-sama.

- Não pode dizer-me alguma coisa sobre os meus pais? – tentou Naruto.

- Só tens que saber que eram maravilhosos. – respondeu Shizune mas viu que ele ficou desagradado – Naruto-kun…o teu pai era um homem muito influente, não só em Konoha, mas em todo o mundo. E a tua mãe era tão doce e dura como um rebuçado de morango.

- Isso não ajuda muito, Shizune-san. – disse Naruto – Mas obrigada.

Esperou que ela acabasse para se despedir e voltou para o seu quarto.

Era estranho não poder saber nada sobre os seus pais. Toda a gente sabia da tragédia na família Uchiha e isso era perigoso a diferentes níveis já que, o único herdeiro conhecido da família Uchiha era um miúdo ainda sem autorização para beber.

Apesar de ainda não se ter a certeza de quem iria suceder a família Hyuuga, Hinata andava por aqui e por ali como se fosse tão normal como qualquer outra pessoa.

Comparando com outras terras como Suna, – que mandava dois guarda-costas atrás do governador – Konoha não se importava muito com os sucessores, apesar de já ter havido tentativas de rapto para ambos (Hinata e Sasuke).

Os seus pais não podiam ser mais importantes que os Hyuuga ou os Uchiha e, se não soubesse nada sobre eles, não conseguiria continuar a conversa com Hinata.

- Isto é irritante. – murmurou ele entre dentes, e atirou-se para cima da cama.

Tinha vontade de ir ao escritório da Tsunade e procurar até encontrar alguma coisa mas sabia que, se o fizesse, podia ser mandado de volta para o orfanato.

De volta para o orfanato, huh?

Porque é que ele tinha sido adotado pela governadora, para começar?

Tinha cerca de cinco anos quando saíra de lá e lembrava-se de pouca coisa.

- Talvez se dormir um bocado. – disse, para ele próprio.

Não demorou muito tempo depois de adormecer para começar a sonhar com aquele dia no orfanato. Estava a espreitar pela porta entreaberta desde que vira a governadora a entrar para falar com a diretora do orfanato.

Os miúdos todos estavam à escuta porque a primeira coisa que tinham ouvido era “De certeza que quer levar esse?”

A conversa tinha continuado de uma forma confusa e quase incompreensível para crianças daquela idade. A diretora tinha gritado alguma coisa como “Ele é!?”

Depois a governadora tinha falado sobre parecenças e descendência.

“Se pensar bem, é muito perigoso se ele ficar aqui.” dissera a governadora “E tem que esquecer esta conversa.”

Depois disso, só se lembrava de ser arrastado pela mão da governadora. Lembrava-se de ouvir a Shizune-san a dizer o nome do seu pai mas nada que um miúdo de cinco anos se pudesse lembrar depois de tanto tempo.

“Mina”? “Mika”? “Mito”?

Quando abriu os olhos já estava de noite e ele decidiu que dava demasiado trabalho aquecer o jantar apenas para ele.

Puxou os cobertores para trás e deitou-se novamente, esperando um sono livre de sonhos ou memórias, desta vez. Depois lembrou-se…

Era o fim do segundo dia.


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Notas finais do capítulo

Ninguém descobriu a identidade secreta do professor "Taichi"? Ta-i-chi? XD
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